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A ALMA MORRE JUNTO COM 0 CORPO?


Há pregadores que confundem o Sheol/Hades com a sepultura,
bem como a morte física com a inconsciência da alma. Para eles,
esta dorme no túmulo com os restos mortais, ficando
completa-mente inativa e inconsciente. Eles ignoram que o
verbo “dormir”

alude, figuradamente, à morte física e nada tem que ver com sono
ou morte da alma.
Em Mateus 27.52 está escrito: “E abriram-se os sepulcros, e
muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados”. Almas
não ressuscitam, pois nunca morrem! Mas os partidários
do sono da alma afirmam que Moisés ressuscitou para participar
da Transfiguração! Eles acreditam que a alma dele morreu
(“dormiu”) e voltou a viver… Ora, então Moisés, e não Jesus é
“as primícias dos que dormem”? Teria Paulo se equivocado em 1
Coríntios 15.20?
Como Lucas 16.19-31 refuta eficazmente a doutrina do sono
da alma, pontificando que a parte espiritual do ser humano fica
ativa e consciente após a morte, os seus defensores tentam, a todo
custo, provar que a aludida passagem é ficcional e parabólica. E
eles contam com um “trunfo”: o erro dos editores da versão Almeida
Revista e Corrigida (ARC), que introduziram, por descuido,
o título “A parábola do rico e Lázaro” sobre o texto mencionado.
Em momento algum Jesus sugeriu que a história do rico e Lázaro
deveria ser entendida como uma ficção. Os editores da ARC
erraram mesmo ao chamá-la de parábola. Em outras versões consagradas
da Bíblia, o termo “parábola” não aparece na epígrafe
do texto. Veja: “The rich man and Lazarus” (King James Version,
Trinitarian Bible Society); “The Rich Man and Lazarus” (New International
Version, International Bible Society); “El rico y Lázaro”
(Antigua Version de Casiodoro de Reina [1569], revisada por
Cipriano de Valera [1602], Sociedades Bíblicas Unidas); “O rico
e o mendigo” (Almeida Revista e Atualizada, SBB); e “O rico e
Lázaro” (Novo Testamento Interlinear Grego-Português, SBB).
Alguns pregadores alegam, equivocadamente, que a narrativa
de Jesus em Lucas 16.19-31 é idêntica às parábolas. Mas o exegeta
António Gilberto, que também é tradutor das Escrituras, afirmou
o seguinte: “É oportuno dizer aqui que essa passagem não é uma
parábola. O título posto informa que parábola vem dos editores
da Bíblia, mas não consta do original. Parábola é uma modalidade
de narração em que não aparecem nomes de pessoas. Além disso,
o verbo haver, como está empregado no versículo 19, denota por
sua vez um fato real” (O Calendário da Profecia, CPAD, p.30).

Por que o Senhor Jesus só citou o nome de um dos personagens?
Se a narrativa alude a um fato real, Ele podia ter citado o
nome do rico também. Quanto a isso, o renomado Myer Pearlman
escreveu: “É uma atitude deliberada, para mostrar que a ordem
espiritual das coisas é contrária à mundana. No mundo, os nomes
dos ricos são conhecidos, ao passo que os dos pobres ou são
desconhecidos ou considerados indignos de serem mencionados”
(Lucas, o Evangelho do Homem Perfeito, CPAD, p.100).
“Se Lucas 16.19-31 apresenta uma história real, então o Inferno
e o céu são tão próximos a ponto de as pessoas salvas e perdidas
manterem contato entre si, na eternidade?” — alguém poderá
perguntar. Em primeiro lugar, se a narrativa em apreço fosse uma
parábola, o que mudaria? Certamente, nada! Afinal, mesmo nas
parábolas Jesus nunca disse qualquer coisa contrária à verdade. E,
se o que Ele afirmou na suposta parábola é verdadeiro — e é claro
que é —, então a alma fica plenamente consciente após a morte!
Observe que o Senhor Jesus se referiu ao Hades como um lugar
só, com dois compartimentos, separados por um abismo. Depois
da sua vitória na cruz, evidentemente, tudo mudou, visto que se
cumpriu o que Ele prometera em Mateus 16.18: “as portas do
inferno [hades] não prevalecerão contra ela [a Igreja]”. Como essa
passagem indica futuridade, desde então as portas do Hades passaram
a não prevalecer contra os salvos em Cristo.
Há também outros textos isolados, fora do contexto, que alguns
pregadores usam, a fim de defenderem a morte da alma,
como Eclesiastes 3.19,20 e 9.5,6. Mas eles deveriam saber que
Eclesiastes apresenta o registro do homem natural: “debaixo do
sol” ou “debaixo do céu” (1.3,9,13,14; 2.3,11,17-20,22; 3.1;
4.1,3,7,15; 5.13,18; 6.12; 8.9,15,17; 9.3,6,9,11,13; 10.5). Nesse
livro, a morte é descrita apenas em termos físicos e materiais. As
frases “os mortos não sabem coisa nenhuma” e “a sua memória
ficou entregue ao esquecimento” (9.5) aludem à lembrança dos
vivos com relação aos que já morreram. Isso não quer dizer que as
pessoas, ao morrerem, ficam inconscientes.

O ser humano, que também é chamado de “alma” em Ezequiel
18.4, morre. A alma como a parte vivificadora do corpo nunca
morre! A morte física de uma “alma” (pessoa) denota separação
entre as partes material e imaterial. A alma (alma, mesmo) fica
consciente e ativa após a morte. E foi isso que o Senhor Jesus ensinou
na história de rico e Lázaro.
Para muitos desavisados, a alma do salvo só irá para o céu após
a ressurreição do corpo. Entretanto, na morte, a alma se separa
do corpo (1 Rs 17.22; Jó 27.8; Gn 35.18; Lc 8.55; At 7.59) e fica
sob o controle de Deus (Ec 12.7b; SI 146.4). A Palavra do Senhor
é clara e revela que, depois da morte, o corpo fica inerte, sem vida,
porque a parte espiritual se separa dele: “Porque, assim como o
corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem as obras
é morta” (Tg 2.26).
Em Atos 20.10, para dizer que Êutico estava vivo, o apóstolo
Paulo afirmou: “a sua alma nele está”. Por quê? Porque, na morte,
a parte física do homem volta para o pó, haja vista ter sido feita do
pó (Gn 3.19; Ec 12.7a), enquanto a parte espiritual (espírito+alma)
volta para Deus, ficando sob o seu controle (Mt 10.28). Lembra-se
do que o Senhor Jesus prometeu ao infrator crucificado? Ele não
lhe disse: “Hoje, estarás na sepultura”, mas asseverou: “Em verdade
te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43).

 

fonte: Erros Escatológicos que os Pregadores Devem Evitar


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