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A FORMA DE GOVERNO DA IGREJA


CREMOS

professamos e ensinamos que existe hierarquia no céu e na terra e também na Igreja, pois
todos nós estamos sob autoridade; todos nós prestamos contas a alguém, à autoridade.
O próprio Senhor Jesus Cristo disse: “Porque eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6.38). A forma de governo da Igreja é bíblica e define quem exerce autoridade no que diz respeito ao serviço do culto coletivo e às questões doutrinárias e administrativas. Nossa estrutura constitui-se de pastores, evangelistas, presbíteros, diáconos e cooperadores; estes últimos identificados também como auxiliares ou trabalhadores de acordo com a região. O termo “obreiro” é genérico e usamos praticamente para todos os cargos e funções na Igreja. Nosso modelo de governo de igreja tem por base as Escrituras Sagradas.

1. Organização. A Igreja é um organismo vivo que gera vida, considerando a sua natureza
espiritual, e, ao mesmo tempo, uma organização. As primeiras comunidades cristãs possuíam
estrutura organizacional, ainda que bastante rudimentar. Há inúmeras evidências disso no Novo
Testamento. Os discípulos estavam reunidos no cenáculo no dia de Pentecostes e também se reuniam para adoração coletiva.  Os apóstolos separaram sete homens para o diaconato. Paulo e Barnabé, juntamente com as igrejas, constituíram anciãos: “E, havendo-lhes por comum consentimento eleito anciãos em cada igreja” (At 14.23). O apóstolo Paulo deixou Tito em Creta para estabelecer presbíteros de cidade em cidade, além de organizar as igrejas. Havia anciãos na Igreja de Éfeso: “De Mileto, mandou a Éfeso chamar os anciãos da igreja” (At 20.17); e ainda bispos e diáconos em Filipos: “a todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos, com os bispos e diáconos” (Fp 1.1).
Havia também o que hoje chamaríamos de “comissão de ética”, para tratar da disciplina eclesiástica, bem como pessoas ou grupos designados para cuidar das finanças e para levantar recursos financeiros para a obra. Os crentes viajavam portando cartas de recomendação.

2. O ministério da Igreja. Ministério é um termo muito abrangente na Bíblia, mas o contexto
bíblico diz respeito ao desempenho de um serviço religioso especial, como o dos sacerdotes, o dos profetas e o dos apóstolos. A Igreja, como corpo de Cristo, em sua tarefa de cumprir a soberana missão que lhe foi confiada, reconhece que o Espírito Santo de Deus levanta e capacita com dons ministeriais pessoas para os diversos ministérios da Igreja: “E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo” (1 Co 12.5). O Senhor Jesus prepara e capacita os seus escolhidos “para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12). Todos os que cooperam na Igreja são servos, cujo propósito é servir a Deus e a seu povo para o aperfeiçoamento e edificação dos santos.

3. Pastores e evangelistas. Esses são geralmente identificados como “ministros do evangelho” em nossas igrejas e nas convenções. O pastor é alguém consagrado para exercer a função de apascentador do rebanho de Deus. Apascentar é alimentar com a Palavra, cuidar e proteger o rebanho. São ordenadas para esse ministério pessoas com reconhecido chamado de Deus e verdadeira capacitação bíblica, sendo comprovada publicamente uma vida de dedicação e compromisso com a obra de Deus. Entendemos e cremos que o pastor é o “anjo da igreja” (Ap 2.1) a quem o Senhor Jesus Cristo delegou autoridade espiritual. Embora seja comum haver muitos pastores numa mesma igreja, apenas um deles é o que preside. Pastores e evangelistas são indicados por ministérios locais em convenções e ordenados perante a Igreja. O pastor-presidente é geralmente indicado por seu antecessor, mas há também eleição por aclamação ou por voto secreto; tudo depende das normas estatutárias de cada Igreja, pois sua autoridade espiritual e administrativa é interna. O papel das convenções é promover a moderação, a paz, a harmonia, a união e o intercâmbio entre as igrejas, bem como zelar pela observância da doutrina bíblica e incentivar a pregação do evangelho. Os pastores
auxiliares e os evangelistas cooperam com o pastor-presidente nas igrejas e congregações. Os
evangelistas são homens separados para o exercício de um importante ministério na área do
crescimento da Igreja como proclamadores das “Boas-Novas

4. Os presbíteros. Os termos “ancião, presbítero e bispo” são sinônimos no Novo Testamento;
até mesmo os apóstolos apresentam-se, às vezes, como presbíteros, como ocorreu com Pedro e João. Em nossa estrutura de governo, presbíteros e diáconos são cargos locais; eles são consagrados ou separados nas igrejas locais. Os presbíteros são auxiliares dos pastores; eles constituem o corpo auxiliar no governo da Igreja sob a presidência de um pastor. Observamos os requisitos bíblicos para o exercício desse importante cargo eclesiástico: “Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento” (1 Tm 3.2,3). Isso significa uma vida irrepreensível, casamento exemplar, temperança, equilíbrio, idoneidade, sobriedade, modéstia, hospitalidade, capacidade e habilidade para o ensino, ausência de vícios e um comportamento não espancador, mas moderado e inimigo de contendas.
Acrescentam-se ainda a essas qualificações o bom testemunho familiar: “que governe bem a sua casa” (1 Tm 3.4); e que não seja novo na fé: “não neófito” (1 Tm 3.6); além de bom testemunho vindo dos não crentes: “também, que tenha bom testemunho dos que estão de fora” (1 Tm 3.7). O exercício do presbiterato exige experiência espiritual e convivência cristã. É de suma importância a boa fama perante os não crentes. O apóstolo Paulo reitera essas instruções na epístola a Tito.

5. Os diáconos. São pessoas que desenvolvem a função de servir nas atividades da Igreja. Para o exercício dessa função, é necessário ser separado oficialmente perante a Igreja para receber o reconhecimento público de sua função no corpo de Cristo. Os diáconos servem nas diversas atividades da Igreja: eles cooperam como porteiros e recepcionistas, na ordem do culto e na distribuição dos emblemas da Ceia do Senhor. As suas atividades, porém, não são restritas a isso; eles também cooperam como professores e superintendentes ou dirigentes de escola dominical, líderes de jovens e adolescentes, atuando também em diversos outros trabalhos nas igrejas, desde que autorizados por seus superiores. São “varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria” (At 6.3), que primeiramente foram provados antes de serem separados para o diaconato. O testemunho deles
é de acordo com as recomendações bíblicas: “honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância, guardando o mistério da fé em uma pura consciência” (1 Tm 3.8, 9); e, no que tange à vida familiar, os diáconos são marido de uma só mulher e governam bem as suas casas e seus filhos: “Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas” (1 Tm 3.12). O trabalho deles é digno de louvor e tem o reconhecimento do dono da obra, o Senhor Jesus Cristo: “Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus” (1 Tm 3.13).

6. Os cooperadores. O termo “cooperador” no Novo Testamento é amplo e aplica-se a qualquer cargo ou função eclesiástica: “Porque nós somos cooperadores de Deus” (1 Co 3.9). João Marcos, também conhecido apenas como Marcos, autor humano do Evangelho que leva o seu nome, que serviu como assistente de Paulo e Barnabé durante a primeira viagem missionária, é chamado de cooperador: “E, chegados a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus; e tinham também a João como cooperador” (At 13.5). Os cooperadores são apresentados em reuniões apropriadas da Igreja. Em muitos lugares, eles são chamados auxiliares ou trabalhadores. São convertidos a Cristo Jesus que se colocam à disposição do ministério local para atuar na sua obra, atendendo voluntariamente nas atividades eclesiásticas sem estarem limitados às rotinas de uma só função.

fonte: Declaração de Fé Assembleias de Deus no Brasil.


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