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As Bodas do Cordeiro


Após a avaliação de Cristo das obras de seus servos
diante do Tribunal, Ele, então, conduzirá sua Noiva para o
Palácio Real, onde se encontra “ a sala do Banquete” (Ct
2.4), quando então terão início as Bodas do Cordeiro.
As Bodas do Cordeiro são uma preciosa revelação para
os corações de todos os filhos de Deus. Os anjos, e os santos
do Antigo Pacto ali estarão a cantar: “ Regozijemo-nos, e
alegremo-nos e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas
do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou” (Ap 19.7).
a. As Escrituras, tanto no Antigo como no Novo Testamento,
utilizam-se do casamento, ou mesmo de outra
ocasião festiva para simbolizar a glória espiritual finai e a
alegria dos fiéis servos de Deus. Vejamos como as Escrituras
são proféticas e se combinam entre si em cada detalhe!
Somente depois que 0 Senhor julgar a grande prostituta,
Babilônia, que vem descrita mística e literalmente nos
capítulos 17 e 18 do Apocalipse, é que o Senhor apresenta
sua esposa, uma virgem pura (2 Co 11.2). No Novo Testa45
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mento, isso simboliza, especialmente no Apocalipse, que a
Noiva do Cordeiro não deve ser confundida, por uma mulher
poliandra.
A interpretação alegórica de Cantares de Salomão retrata
Deus como sendo o Noivo e Marido da nação israelita;
e isso tem sido usado pelos intérpretes cristãos para
contemplar a Igreja como a “ Noiva de Cristo” na sua gló-
ria futura. O livro de Cantares lembra-nos, sobretudo, do
verdadeiro retomo aos primeiros tempos, à juventude da
humanidade.(25) Ali aparecem dois nomes que, segundo se
diz não expressam a idéia comum apenas de um homem,
“ Ish” e aquela que leva seu nome (Isha – Gn 2.23) e sim por
Salomão (Shelomo) e Sulamita (Shulamith). O nome que
eles trazem prova a necessidade da paz (Shalom) e do perdão
divino, para que não haja “ dureza de coração” .
b. As religiões helenistas como as romanas também
empregavam esse simbolismo (o simbolismo das Escrituras),
considerando a união entre seus adeptos e o salvadordeus
como uma espécie de matrimônio sagrado.
“ Os cultos de fertilidade também empregam tal simbolismo”
.(26) A parábola das virgens loucas e prudentes
pinta o reino dos céus como uma espécie de festa de casamento
(Mt 25.1-13). Enquanto que em Marcos 2.19,20, Jesus
alude a si mesmo como sendo o “ noivo” , e seus discípulos
seriam os convidados. Em João 3.29, João Batista refere-se
a Jesus como o noivo. Paulo fez uma aplicação mística
e escatológica sobre esse simbolismo, dizendo que ele
apresenta os crentes de Coríntios, como uma “ noiva” , a
Cristo (2 Co 11.2). Por ocasião do arrebatamento da Igreja
por Cristo, essa “ noiva” será pura e preparada para o Noivo
(Ap 19.7). Assim na presente era, a Igreja é retratada
como “ noiva” de Cristo; no período das bodas, porém,
como “ a esposa, a mulher do Cordeiro” .
c. Entre os judeus, as bodas eram celebradas durante
sete dias com grande alegria (Jz 14.12,15,17,18). As bodas
de Jacó duraram sete dias (Gn 29.27,28). Na simbologia
profética das Escrituras Sagradas, isso aponta para as bodas
do Cordeiro durante “ sete anos” : Jesus também é ju46
deu e em termos proféticos um dia é que vale um ano (Nm
14.34; Ez 4.6; Jo 4.9).
0 Apocalipse descreve o tempo em que a “ noiva se
aprontou” . Seu vestido é todo bordado e branqueado no
sangue do Cordeiro (SI 45.14; Ap 22.14), pois ninguém
pode entrar naquela festa com “ vestidura estranha” (Sf
1.8; Mt 22.11).
Tem sido alegado, diz 0 doutor Geo Goodman,(27) que
não existia 0 costume de dar vestes nupciais nos banquetes
orientais, como bodas, aniversários, etc. Mas alguns textos
escriturísticos apoiam que sim; às vezes, se fazia isso constantemente.
José apresentou mudas de roupa a seus irmãos
(Gn 45.22 e ss); Sansão, no seu casamento, deu trinta
mudas de vestidos aos seus companheiros (Jz 14.12), e
Geazi pediu a Naamã mudas de roupas para os jovens que
vieram da montanha de Efraim, alegando que tinham vindo
visitar seu senhor (2 Rs 5.22).
Devemos ter em mente que apenas um homem que
entrou no banquete do rei sem as vestes nupciais foi expulso
sem misericórdia (Mt 22.11-13). O profeta Sofonias adverte
que ninguém deve comparecer naquele dia (por inferência)
sem as vestes reais: “ E acontecerá que no dia do
sacrifício do Senhor, hei de castigar os príncipes, e os filhos
do rei, e todos os que se vestem de vestidura estranha” (Sf
1.8). Evidentemente, essa passagem aponta para o grande
dia do Senhor, mas, de certo modo, deve ser aplicada aqui
também.
Portanto, prezado leitor, somente as vestes da justiça
de Cristo prevalecerão naquele dia; o mais tudo será rejeitado
(Ap 3.18).

fonte: Ecatologia Severino Pedro da Silva


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