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CAVERNAS DO DESERTO DA JUDÉIA


Após a descoberta dos
manuscritos do mar Morto, os beduínos iniciaram uma busca frenética de documentos
adicionais pelos vales e cavernas circunvizinhas ao mar Morto. Em 1953, Y. Aharoni
examinou o setor judeu da região, e, nos meses de março e abril de 1960 e 1961, quatro
expedições judaicas bem organizadas exploraram os vales e as cavernas entre Massada e
En-Gedi. A cada um dos quatro grupos foi designada uma área específica. Lideraram as
equipes N. Avigad, Y. Aharini, Y. Yadin e Pessah Bar-Adon. A eles foram confiadas as
expedições designadas A, B, C e D. J. Aviram coordenava os quatro grupos. Tomaram
parte das expedições cerca de cem soldados e trezentos voluntários civis. As forças
armadas israelenses proporcionaram à equipe os locais para acampamento e as demais provisões. As cavernas receberam nomes relacionados com alguma descoberta importante ocorrida em cada uma. A caverna do Tanque, a 150 m de altura na ladeira do
íngreme precipício, recebeu esse nome devido a um tanque localizado próximo à
entrada. A gruta fora em parte escavada na rocha e parcialmente construída pelos que se
haviam refugiado no lugar. A água da chuva entrava no tanque por cima, através de um
canal vertical, parte do qual ainda se conserva. A caverna serviu de refúgio no período
tardio da Idade da Pedra (3100 a.C.), durante o século VII a.C. e na época das guerras
de Bar Kokhba (132-135 d.C.). Nela, foram encontradas lâmpadas de cerâmica, panelas
de cozinha, fragmentos de vasilhas de vidro, pentes de madeira, fusos, canastras, cordas,
restos carbonizados de tâmaras, romãs, alfarrobas, nozes, amêndoas e azeitonas e ossos
de animais e pássaros comidos pelos refugiados. Os mortos eram sepultados em
cavernas menores nas proximidades. Um dos ataúdes continha sete caveiras. Em outro,
foi encontrado um esqueleto completo envolvido em um sudário, tendo sapatos de couro
nos pés. A caverna do Tesouro, situada 300 m acima do mar Morto, tinha duas câmaras
principais, cada uma medindo cerca de 12 x 14 m. Nela, foram encontradas lâmpadas,
utensílios domésticos, uma rede de vime, parte de uma manteigueira e vários tipos de
jarras. “Mas a grande surpresa ocorreu no oitavo dia de trabalho”, diz Pessah Bar-Adon.
“Na parede norte da caverna, descobrimos que uma pedra inclinada cobria um nicho
natural […] Através das gretas da borda podíamos ver um brilho metálico.
Imediatamente começamos a retirar a terra frouxa ao redor da pedra, até que a deixamos
totalmente descoberta. Anoiteceu, porém, e tivemos de interromper os trabalhos. Na
manhã seguinte, ainda bem cedo, recomeçamos as atividades até termos condições de
esvaziar o nicho […] Quando o tesouro apareceu à nossa frente, houve um silêncio de
admiração, e em seguida toda a caverna encheu-se de uma explosão de júbilo” (BarAdon, “A caverna do Tesouro”, Descobertas arqueológicas na Terra Santa, p. 30).“Ao
desenrolar a esteira de palha, encontraram 420 objetos, incluindo 240 cabeças de
martelo de metal, de vários tamanhos e formas e com decorações variadas; vinte cinzéis
e achas de metal; oitenta lanças ou estandartes de metal de várias formas e de diferentes
ornamentações; uma extraordinária caixa de marfim e dez coroas de metal, de mão-deobra e desenho excelentes” (ibid. p. 33-4). A caverna das Cartas, localizada 198 m sobre
o leito do vale de Nahal Hever, foi escavada por Y. Yadin e tem 50 m de comprimento.
Continha os pertences de Jonathan Bayan, um dos comandantes de Bar Kokhba que se
havia refugiado ali com sua família, que incluía Babatha, a filha de Bar Kokhba.
Objetos encontrados na caverna: dezenove vasilhas de metal, pás de incenso, jarras,
esteiras de folhas de palmeira, roupas, uma rede de caça, várias chaves e muitos pratos
de metal belamente adornados. A melhor descoberta, porém, foram quinze cartas de Bar
Kokhba aos comandantes da área, um arquivo contendo 35 documentos relacionados
principalmente com transações comerciais de Babatha e vários fragmentos de
manuscritos bíblicos. As cartas de Bar Kokhba, junto com outros documentos,
revolucionaram o conceito acerca das guerras desse líder e ofereceram novas
perspectivas da cultura material e religiosa da época. Um pequeno fragmento do livro de
Salmos continha vários versículos dos salmos 15 e 16, os quais são basicamente
idênticos ao do texto massorético. Outro fragmento continha os versículos 7 e 8 do
salmo 20. A caverna dos Horrores está localizada na margem meridional de Nahal
Hever, onde cerca de quarenta fugitivos se refugiaram no final da guerra de Bar Kokhba. Os romanos haviam estabelecido seu acampamento na meseta 79 m acima
deles. No final, prestes a sucumbir por falta de água, os sitiados fizeram uma fogueira
com seus pertences e se suicidaram. Preferiram a morte à rendição. Foram desenterrados
pelo menos quarenta esqueletos de homens e mulheres de várias idades, bem como
esqueletos de crianças e recém-nascidos. Na caverna, além dos esqueletos, foram
encontrados utensílios domésticos, tais como canastras, cordas, discos de roca de
madeira e de pedra, agulhas, sovelas, cravos, uma faca de ferro e sandálias de couro.
Também foram encontrados restos de comida, como azeitonas, tâmaras, figos e cevada.
Entre os manuscritos bíblicos encontrados na caverna estão uma tradução grega dos
Profetas menores, além de porções dos livros de Oséias, Amós, Joel, Jonas, Naum e
Zacarias.

 

fonte: BIBLIA THOMPSON


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