Lição 09 - O livre-arbítrio na Salvação | Jovens 1° Trimestre de 2026

Revista Jovens 1° Trimestre de 2026

Estudo exclusivo da Escola EBD: Nesta lição abordaremos profundamente Revista Jovens O Plano Perfeito com insights baseados na teologia pentecostal da cpad...


Jovens 1º Trimestre de 2026

1 de março de 2026

TEXTO PRINCIPAL
Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.(Jo 3.18).

RESUMO DA LIÇÃO
A salvação é o dom gracioso de Deus, precedido pela graça preveniente, e requer do ser humano uma resposta de arrependimento, fé e perseverança.

LEITURA DA SEMANA
SEGUNDA — Ef 2.8,9 A salvação é dom de Deus
TERÇA — Tt 2.11,12 A graça de Deus se manifestou a todos
QUARTA — Jo 1.9-12 A verdadeira luz ilumina a todos
QUINTA — Dt 30.19,20 Deus oferece opções ao homem
SEXTA — Hb 3.12 Exortação para que ninguém se afaste de Deus
SÁBADO — Fp 2.12,13 O cristão coopera com Deus, perseverando em obediência

OBJETIVOS

INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), na lição de hoje estudaremos a respeito do livre-arbítrio. Esta capacidade que o Criador deu ao ser humano para que ele fizesse uma escolha entre o bem e o mal, entre obedecer a Deus ou rejeitá-lo, está bem exemplificado logo no início, enquanto o homem ainda habitava o Éden. Há um motivo pelo qual Deus nos deu esta capacidade. Muitos podem questionar “Por que Deus plantaria uma árvore no jardim e então proibiria Adão de comer o seu fruto? Deus queria a obediência de Adão, mas deu-lhe a liberdade de escolher. Sem escolha, o homem teria sido como um prisioneiro, e sua obediência não teria sido sincera. As duas árvores proporcionavam um exercício de escolha, com recompensas pela escolha da obediência e tristes consequências pela desobediência. Quando você estiver diante de uma escolha, prefira sempre obedecer a Deus”. (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.8).

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), ao iniciar a lição faça a seguinte pergunta aos alunos: “Você já teve que fazer uma escolha difícil? O que te levou a decidir por um caminho e não outro?”. Ouça os alunos com atenção, fazendo relação com escolhas espirituais (por exemplo: escolher seguir a Cristo ou não; perdoar ou guardar mágoa; obedecer à vontade de Deus ou seguir os próprios desejos; buscar a Deus em oração e leitura da Palavra ou negligenciar a vida espiritual etc.) e depois explique que a salvação é uma oferta divina, mas exige uma resposta humana que pode escolher aceitá-la ou rejeitá-la.
Esclareça aos alunos que devido à incapacidade humana de escolher o bem espiritual para as coisas de Deus, pois todo o seu ser (pensamentos, palavras e ações) está contaminado pelo pecado, o ser humano precisa da graça preveniente. O resultado da Queda gerou a corrupção total onde a humanidade está mergulhada, passando a ter uma inclinação natural e prevalecente para o pecado que a impede de fazer a vontade divina e de vir a Deus.


TEXTO BÍBLICO
Deuteronômio 30.15-20; João 1.6-14.

Deuteronômio 30
15 — Vês aqui, hoje te tenho proposto a vida e o bem, a morte e o mal;
16 — porquanto te ordeno, hoje, que ames o Senhor, teu Deus, que andes nos seus caminhos e que guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, para que vivas e te multipliques, e o Senhor, teu Deus, te abençoe na terra, a qual passas a possuir.
17 — Porém, se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido para te inclinares a outros deuses, e os servires,
18 — então, eu te denuncio, hoje, que, certamente, perecerás; não prolongarás os dias na terra a que vais, passando o Jordão, para que, entrando nela, a possuas.
19 — Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua semente,
20 — amando ao Senhor, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e te achegando a ele; pois ele é a tua vida e a longura dos teus dias; para que fiques na terra que o Senhor jurou a teus pais, a Abraão, a Isaque e a Jacó, que lhes havia de dar.
João 1
6 — Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7 — Este veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele.
8 — Não era ele a luz, mas veio para que testificasse da luz.
9 — Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo,
10 — estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu.
11 — Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
12 — Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome,
13 — os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.
14 — E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.

INTRODUÇÃO
O livre-arbítrio é um dom de Deus que compõe a dignidade humana. Por meio dele, o ser humano não é um robô, mas um ser moral, dotado de consciência e capacidade de decisão entre o bem e o mal. No entanto, o pecado corrompeu a capacidade humana de escolher o bem espiritual. Por isso, conforme a tradição pentecostal ensina, cremos que o ser humano necessita da graça de Deus antes, durante e depois da conversão, para crer, obedecer e perseverar na presença do Senhor, fazendo a sua vontade. Nesta lição, refletiremos a respeito da responsabilidade humana diante da salvação, bem como sobre o papel da graça preveniente, que restaura a nossa capacidade de responder positivamente ao chamado de Deus.

I. O LIVRE-ARBÍTRIO: UM DOM DE DEUS

1. O que é livre-arbítrio? Por livre-arbítrio entendemos ser a capacidade, concedida por Deus ao homem, de fazer escolhas conscientes e voluntárias entre o bem e o mal, bem como de obedecer ou rejeitar a vontade divina. Nesse sentido, como vimos na Lição 2, o livro de Gênesis relata que o homem recebeu de Deus o dom do livre-arbítrio. O Criador o formou com intelecto, consciência moral e vontade — elementos que constituem sua dignidade como pessoa humana (Gn 1.26). Nessa perspectiva, o ser humano é portador da imagem de Deus (Gn 1.27). No entanto, embora a imagem de Deus no homem tenha sido gravemente distorcida, ela não foi aniquilada. Em Cristo, essa imagem pode ser plenamente restaurada, tornando o ser humano capaz de responder com um “sim” a Deus.
2. A corrupção total da natureza humana. O pecado corrompeu o ser humano em toda a sua natureza — corpo, alma e espírito —, o que significa que o intelecto, as emoções, a vontade, a consciência e a liberdade foram profundamente afetadas (Is 1.3,5,6; Jr 17.9; Ef 4.18). Essa realidade nos mostra que, sem a graça divina, o ser humano é incapaz de escolher o bem espiritual. Na verdade, é algo impossível! Por isso, Deus age previamente, de forma graciosa, preparando o coração e restaurando essa capacidade pela sua graça. Desde o Antigo Testamento, e de modo culminante no Novo Testamento, com a obra de Cristo e a vinda do Espírito Santo, Deus opera por meio de sua graça para conduzir o ser humano de volta ao caminho da retidão e da justiça perdido no Éden.
3. Responsabilidade humana. Na Bíblia, lemos claramente sobre Deus chamando pessoas a uma decisão consciente (Js 24.15). Em Deuteronômio 30, o Criador coloca diante do povo o caminho da vida e o caminho da morte, o caminho do bem e o do mal, e o convida a escolher. Ao longo da jornada no deserto, conforme relata o Pentateuco, Deus operou graciosamente a libertação do povo de Israel. Aquelas pessoas testemunharam a manifestação da graça divina diante de seus olhos e, assim, encontravam-se em condições de responder com um “sim” ou “não” ao Senhor — infelizmente, mais tarde, rejeitaram o Senhor (Dt 30.19,20). De forma semelhante, o Evangelho de João afirma que a Luz resplandeceu nas trevas (Jo 1.7-9). Contudo, o mundo permaneceu indiferente à sua manifestação e se opôs à sua mensagem. Aqueles que eram seus não o receberam (Jo 1.10,11). No entanto, aos que o receberam voluntariamente — isto é, os que creram nEle — foi concedido o poder de se tornarem filhos de Deus, nascidos da vontade divina (Jo 1.12,13). Essa graça preveniente restaura a capacidade do ser humano de responder com fé e dizer “sim” ao seu Criador.

SUBSÍDIO I
Professor(a), um bom exemplo a respeito desta escolha que Deus permite ao homem fazer, está registrada em Deuteronômio 30.19,20. “Moisés desafiou Israel a escolher a vida, ao obedecer a Deus e a continuar a receber suas bênçãos. Deus não impõe sua vontade a ninguém. Ele permite que decidamos se queremos aceitá-lo ou rejeitá-lo. No entanto, esta decisão é uma questão de vida ou morte. Deus deseja que compreendamos isto, pois quer que todos optem pela vida. Diariamente, em cada nova situação, precisamos afirmar e fortalecer este compromisso!” (Adaptado de Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.268).

II. A NECESSIDADE DA GRAÇA

1. A vontade humana corrompida. A Bíblia mostra que o ser humano ficou naturalmente inclinado ao mal, embora não tenha perdido a capacidade de fazer escolhas de natureza moral. Contudo, como vimos, para escolher o bem espiritual, o ser humano não pode contar apenas com seu intelecto e arbítrio. É preciso mais do que isso. A história revela que, por meio da observação natural, o ser humano pode chegar à conclusão da existência de Deus (Rm 1.20). É o que, em Teologia, denominados de “teologia natural” ou “revelação geral”. No entanto, é impossível alcançar a salvação e, ao mesmo tempo, ter um relacionamento com Deus, apenas contemplando a criação de modo geral. É necessária uma graça especial, pela qual o coração humano seja profundamente tocado pela revelação divina, tal como nos é apresentado na bendita pessoa de Jesus Cristo e na ação do Espírito Santo (Jo 3.16; Jo 16.8). É o que, em teologia, denominamos de “revelação especial”.
2. O que é a graça preveniente? Graça preveniente é uma expressão teológica que se refere à ação amorosa e soberana de Deus, cujo propósito é despertar o coração do pecador para a grandeza de sua misericórdia e amor. Trata-se de uma graça que antecede a conversão, sendo ela que capacita o ser humano a arrepender-se e a crer em Jesus Cristo para a salvação. Essa ação graciosa de Deus não salva automaticamente, mas torna a salvação possível. Nesse sentido, essa graça é universal, pois abre o caminho para que todos possam ser salvos (Jo 1.9; Tt 2.11); é suficiente, pois torna eficaz a obra da salvação na vida dos que se arrependem e creem em Cristo (Jo 16.8); mas não é irresistível, já que o coração do pecador pode se endurecer e recusar o amor de Deus (At 7.51; Mt 23.37). Essa doutrina mostra que, embora o ser humano esteja espiritualmente morto por causa do pecado (Ef 2.1), Deus, por sua iniciativa, move-se em direção ao pecador com graça, convidando-o à vida (Ap 3.20).
3. Como essa graça opera? No Antigo Testamento, Deus operou essa graça por meio de sua revelação a homens como Enoque, Noé e, especialmente, por meio da eleição de Abraão e da formação de um povo para representá-lo na terra (Gn 12). Essa foi a graça em ação na Antiga Aliança. Na Nova Aliança, essa mesma graça opera por meio da obra redentora de Cristo no Calvário, que trouxe luz a todos os homens (Jo 1.9). Ela é aplicada pela atuação do Espírito Santo, que convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). Assim, o Deus Triúno age de forma antecipada, graciosa e soberana, habilitando o ser humano a responder com fé à oferta da salvação. Essa graça ilumina o entendimento, toca a consciência e desperta o pecador ao arrependimento, preparando o coração a fim de que creia para a salvação. A pessoa pode ignorá-la ou render-se e atendê-la. Portanto, pela sua graça, Deus acende a luz da salvação em nosso interior, mas cabe a cada um de nós dar o passo da fé e seguir por esse caminho que conduz à vida eterna.

SUBSÍDIO II
Professor(a), neste tópico, explique aos alunos que “Graça preveniente nada mais é, portanto, do que o amor de Deus em ação; é Deus tomando a iniciativa em relação ao homem caído, e não apenas no sentido de propiciar a sua salvação, mas também no sentido de habilitá-lo a recebê-la e atraí-lo a ela. É ela que concede ao ser humano a possibilidade de corresponder livremente com arrependimento e fé quando Deus o atrai a si. É a graça preveniente que possibilita ao homem responder positivamente ao chamado divino”. (DANIEL, Silas. Arminianismo: a mecânica da salvação. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.367).

III. SALVAÇÃO: UMA ESCOLHA CAPACITADA PELA GRAÇA

1. A salvação é um dom gracioso. A salvação é um dom gracioso de Deus, oferecido livremente a todos os homens por meio de Jesus Cristo (Ef 2.8,9; Tt 2.11). Esse dom não é imposto, mas exige uma resposta humana marcada por arrependimento e fé (Mc 1.15; At 20.21). Essa resposta revela o exercício verdadeiro do livre-arbítrio, pois o pecador, tocado pela graça, escolhe voluntariamente o que lhe cabe: render-se ao chamado divino (Rm 10.9,10). Apenas o homem, e não Deus, pode render-se, arrepender-se e crer. Essa entrega deve ser consciente, decidida e pessoal, que demonstra não apenas o mover de Deus, mas também a responsabilidade humana, auxiliada pela graça, diante da salvação (Js 24.15). Assim, a salvação é, ao mesmo tempo, obra divina e resposta humana, ambas cooperando sob a soberania da graça.
2. Perseverança e livre-arbítrio. Após a conversão, dotado de livre-arbítrio, o cristão é chamado a perseverar voluntariamente na fé. A Bíblia adverte que é possível afastar-se de Deus, como mostra a exortação contra o coração incrédulo e desviado (Hb 3.12) e o risco real de decair da graça (Gl 5.4). A nova vida em Cristo exige decisões diárias de fidelidade, pois andar com o Senhor requer continuidade e firmeza (Cl 2.6). Perseverar é viver em obediência ativa, respondendo à graça com temor e responsabilidade (Fp 2.12,13). Trata-se de um compromisso constante com a verdade do Evangelho, sustentado pela graça, mas exercido com a vontade livre e regenerada. O crente deve, portanto, escolher todos os dias andar com Cristo, negando a si mesmo e tomando sua cruz (Lc 9.23). Perseverar é escolher, pela graça, continuar dizendo “sim” ao chamado de Deus.

SUBSÍDIO III
Professor(a), neste tópico chamamos a atenção para a perseverança. Explique aos alunos que “Perseverar até o fim não é uma forma de alcançar a salvação, mas a evidência de que a pessoa está realmente comprometida com Jesus. A perseverança não é um meio de se alcançar a salvação, mas a consequência de uma vida de verdadeira devoção a Deus”. (Adaptado de Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.1239).

CONCLUSÃO
O livre-arbítrio é um dom que Deus concedeu ao ser humano como parte de sua dignidade. Embora o pecado tenha afetado profundamente a natureza humana, a graça divina, manifesta em Cristo e aplicada pelo Espírito Santo, restaura a capacidade humana de responder ao chamado de salvação com arrependimento e fé. Essa salvação é oferecida a todos, mas requer uma resposta voluntária e consciente. No entanto, após a conversão, o crente permanece livre e é chamado a perseverar diariamente, escolhendo andar com Cristo em fidelidade. A vida cristã não é automática: é um caminho de decisões constantes, sustentadas pela graça, mas trilhado com responsabilidade.

HORA DA REVISÃO
1.
O que é livre-arbítrio?
Por livre-arbítrio entendemos ser a capacidade, concedida por Deus ao homem, de fazer escolhas conscientes e voluntárias entre o bem e o mal, bem como de obedecer ou rejeitar a vontade divina.

2. O que é a graça preveniente?
Graça preveniente é uma expressão teológica que se refere à ação amorosa e soberana de Deus, cujo propósito é despertar o coração do pecador para a grandeza de sua misericórdia e amor.

3. Como a graça preveniente opera?
Trata-se de uma graça que antecede a conversão, sendo ela que capacita o ser humano a arrepender-se e a crer em Jesus Cristo para a salvação.

4. Como é marcada a resposta humana ao dom gracioso da salvação?
Por arrependimento e fé.

5. Após a conversão, dotado de livre-arbítrio, o que o crente é chamado a fazer?
Após a conversão, dotado de livre-arbítrio, o cristão é chamado a perseverar voluntariamente na fé.

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