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Lição 4: O Deus da redenção


4º Trimestre de 2008

 

Data: 26 de Outubro de 2008

TEXTO ÁUREO

“Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação” (2 Co 5.19).

VERDADE PRÁTICA

O Pai projetou a salvação, o Filho a executou, e o Espírito Santo aplica esta gloriosa obra na vida de todos os que crêem.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Sl 111.9

Deus enviou a redenção ao seu povo

Terça – Sl 49.8

A redenção de uma alma é caríssima

Quarta – Ef 1.7

A redenção pelo sangue de Jesus

Quinta – Hb 9.12

Cristo efetuou uma eterna redenção

Sexta – Hb 9.28

Cristo veio para tirar os pecados

Sábado – Rm 8.2

Cristo livra do pecado e da morte

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Coríntios 5.14,15,17-21.

14 – Porque, o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo, todos morreram.

15 – E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.

17 – Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.

18 – E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação,

19 – isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação.

20 – De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus.

21 – Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.

INTERAÇÃO

Professor, o tema da lição de hoje revela-nos o quanto o nosso Deus é misericordioso e bondoso. Já no Éden Ele prometeu que enviaria um Salvador para nos redimir dos nossos pecados (Gn 3.15). A redenção de nossas almas, embora tenha sido pela graça, custou um preço muito alto para o Pai – a vida de seu Filho Unigênito. Ore a Deus e peça que seus alunos sejam profundamente sensibilizados e gratos ao Senhor por nossa redenção. Que o nome do Redentor seja exaltado na vida de cada aluno. Boa aula!

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Definir o termo expiação.
Compreender o valor da expiação no Antigo Testamento.
Mostrar que Cristo efetuou uma eterna redenção.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, escreva no quadro-de-giz palavra redenção. Pergunte aos alunos o que vem à mente deles quando ouvem este termo. À medida que forem falando, vá relacionando as palavras no quadro. Depois de ouvi-los, explique que a expiação, baseada na morte de Jesus Cristo, também dá a idéia de pagamento de um resgate; um preço exigido para que um escravo fosse posto em liberdade. Peça aos alunos que leiam Mateus 20.28 e Marcos 10.45. Explique que estes textos retratam a Cristo como o que veio “dar a sua vida em resgate de muitos”. Se achar oportuno, solicite que também leiam: Lc 1.68; 2.38 e Hb 9.12.

COMENTÁRIO

introdução

Palavra Chave

Expiação: É a tradução da palavra hebraica kippur, que significa “cobrir com um preço”.

As Sagradas Escrituras revelam vários atributos de Deus que o enaltecem como o Redentor da raça humana (Jó 19.25; Is 41.14; Is 47.4; 63.16): Deus é amor (1 Jo 4.8,16), é bom (Sl 34.8; 106.1), e sua misericórdia dura para sempre (Dt 4.31; Sl 111.4). O plano divino para a salvação da humanidade foi plenamente cumprido no sacrifício inocente, amoroso e vicário de nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 1.29; Gl 4.4,5). Nesta oportunidade, estudaremos a doutrina da expiação, um valioso aspecto da redenção da humanidade operada por Jesus.

I. A EXPIAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO

O termo expiação está relacionado a outras duas palavras teológicas: sacrifício e propiciação. Estas palavras, tanto no Antigo quanto em o Novo Testamento, apontam para a obra redentora de nosso Senhor Jesus (ver Rm 3.25; Hb 2.17; 10.1-14; 1 Jo 2.2; 4.10).

1. A expiação tipificada. Os sacrifícios no Antigo Testamento eram rituais de caráter profético, que apontavam para o perfeito sacrifício de Cristo, “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29; Hb 10.1-18).

2. A natureza dos sacrifícios no Antigo Testamento. De acordo com a Bíblia de Estudo de Aplicação Pessoal, havia cinco tipos de sacrifícios:

a) Holocaustos (Lv 1). Tinha o propósito de expiar os pecados em geral;

b) Oferta de manjares (Lv 2). Demonstrava honra e respeito a Deus em adoração;

c) Sacrifício pacífico (Lv 3). Expressava gratidão a Deus, pela paz e comunhão com Ele;

d) Oferta pelo pecado (Lv 4). Visava expurgar o pecado cometido, involuntariamente, ou por ignorância e;

e) Oferta pela culpa (Lv 5). Tinha o propósito expurgar os pecados cometidos contra Deus e as outras pessoas.

Os sacrifícios do Antigo Testamento cumpriram-se plenamente em Jesus. Ele foi a oferta pelas nossas culpas (Is 53.10; 2 Co 5.21); a oblação pelos nossos pecados (Hb 9.11-15), e o sacrifício pela nossa paz (Ef 5.2; Jo 6.53,56; ver Lv 7.15).

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Os sacrifícios do Antigo Testamento cumpriram-se plenamente em Jesus.

II. O ALCANCE DA EXPIAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO

1. Os sacrifícios da Antiga Aliança “cobriam” o pecado. Os sacrifícios praticados no Antigo Pacto, embora aproximassem o adorador de Deus pela mediação de um sacerdote, somente cobriam o pecado. A justiça divina, que reclamava a reparação imediata do pecado cometido, era satisfeita apenas temporariamente. Porque, segundo a Bíblia, “é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados” (Hb 10.4), uma vez que “o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos”, os santificavam, apenas “quanto à purificação da carne”. Somente o sangue de Cristo, purifica a “consciência das obras mortas” do pecado (Hb 9.13,14).

2. Os sacrifícios da Antiga Aliança eram imperfeitos. Essa imperfeição se justifica pelos seguintes motivos: a) eram sacrifícios contínuos e repetitivos (Hb 10.1-3,11); b) eram ineficazes, ineficientes (Hb 10.4-10); c) purificavam apenas o exterior (Hb 9.13); d) os mediadores, ou seja, os sacerdotes também eram imperfeitos (Hb 7.27,28); e por fim, e) tais sacrifícios caducaram com o advento da Nova Aliança (Hb 8.13; 9.15).

SINOPSE DO TÓPICO (II)

Os sacrifícios da Antiga Aliança eram imperfeitos, ineficazes e ineficientes (Hb 10.4-10).

III. O SENTIDO DA EXPIAÇÃO EM O NOVO TESTAMENTO

1. A necessidade da expiação. A expiação foi necessária por dois grandes motivos:

a) A santidade de Deus. Deus é tão puro e santo, que não pode olhar diretamente para o pecador, sob pena de fazer recair sobre ele sua ira e seu juízo (Hc 1.13).

b) A pecaminosidade do homem. O pecado interrompeu de tal modo o relacionamento do homem com Deus, que sua santa ira exigiu a condenação imediata do pecador. Assim, para evitar a iminente e definitiva morte espiritual do ser humano, um sacrifício animal e cruento fora requerido. “Sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9.22).

2. O significado da expiação pela morte de Cristo. A expiação pela morte de Cristo tem alcance infinitamente maior e mais profundo que os sacrifícios de animais no Antigo Pacto. O sangue daqueles animais cobria provisoriamente o pecado (Sl 51.9; Is 38.17; Mq 7.19). Mas, em o Novo Testamento, mediante o derramamento do sangue de Cristo, o pecado foi quitado, perdoado, tirado (Hb 9.26,28). A morte do Senhor foi:

a) Propiciatória. Propiciar significa “tornar propício, favorável”, também tem o sentido de “juntar”, “reconciliar”, conforme lemos em 1 João 2.2: “E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (Rm 3.23-26; Hb 2.17).

b) Substitutiva. Significa que Jesus morreu no lugar de toda a humanidade. Ele foi o substituto perfeito para todos os que buscam o perdão de Deus (Is 53.4-6; 1 Pe 2.24).

c) Redentora. Jesus satisfez todas as condições exigidas pela justiça divina a fim de nos redimir. Sua morte vicária foi o preço da nossa redenção (Jo 1.14; 1 Co 1.30; Hb 10.5; 1 Pe 1.18,19; Cl 2.14); razão pela qual somos sua propriedade particular (1 Co 6.19,20; Ef 1.13).

d) Reconciliadora. Reconciliar é reatar uma amizade, ou conciliá-la outra vez. Em razão do pecado, o homem tornou-se inimigo de Deus. Não há outra maneira de reconciliar-se com Ele, ao não ser através da morte expiatória de Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 5.10; 2 Co 5.18,19; Cl 1.21).

e) Triunfante. A morte de Cristo foi um triunfo contra o Diabo, o pecado, e a própria morte (1 Co 15.55-57; Cl 2.15; 1 Jo 3.8). Glória a Jesus!

SINOPSE DO TÓPICO (III)

A necessidade da expiação se deve a dois fatos: Deus é santo e não poder contemplar o pecado; o pecado interrompeu de tal modo o relacionamento do homem com Deus, que sua santa ira exigiu a condenação.

IV. O ALCANCE DA EXPIAÇÃO EM O NOVO TESTAMENTO

1. A morte de Cristo tem efeito retroativo. Como vimos, no Antigo Testamento os sacrifícios eram imperfeitos. Segundo alguns renomados teólogos, a morte de Cristo é retroativa em seus efeitos, sendo desta maneira válida para todo aquele que confiou em Deus para o perdão dos pecados sob a primeira aliança. Isto quer dizer que os crentes do Antigo Pacto foram salvos por antecipação do sacrifício de Cristo, conforme Hebreus 9.15: “E, por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna”. Ver Rm 3.25. Esse aspecto da expiação não tem sido bem entendido por muitos que estudam esse tema, entretanto, é profundamente esclarecedor quanto ao alcance da salvação efetuada por Jesus.

2. A expiação no presente. A salvação em Cristo contempla o passado, o presente e o futuro: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24; 2 Co 6.2; Hb 3.15). Aqui vemos a perfeita segurança da redenção de Deus, através de nosso Senhor Jesus Cristo. Se uma pessoa “ouve” (no presente) a palavra, e “crê” (no presente) em Deus, que enviou Jesus, “tem a vida eterna” (no presente); e mais: “não entrará em condenação” (no futuro); mas “passou” (tempo passado) “da morte para a vida”.

3. O aspecto futuro da expiação. O crente em Jesus já foi regenerado, justificado e santificado. Mas ainda lhe falta o último estágio da plena salvação em Cristo, que é a glorificação. A Bíblia afirma que esperamos a adoção, isto é, a redenção do nosso corpo (Rm 8.23).

Quando ocorrer a glorificação, atingiremos, em fim, a estatura de “varão perfeito” (Ef 4.13).

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

A morte de Cristo é retroativa em seus efeitos, sendo válida para todos aqueles que confiaram, confiam e confiarão no sacrifício salvífico de Jesus.

CONCLUSÃO

A redenção da humanidade decorre da graça, misericórdia, e amor de Deus. A mente humana, limitada e falível, jamais poderá aquilatar o valor da salvação em Cristo. Jesus, por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, e efetuou uma eterna redenção (Hb 9.12). “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16).

VOCABULÁRIO

Redenção: Livramento proporcionado por Cristo ao oferecer-se para morrer em nosso lugar.
Retroativo: Que modifica o que está feito.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

HORTON, S. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 1996.

EXERCÍCIOS

1. O que eram os sacrifícios do Antigo Testamento?

R. Os sacrifícios no Antigo Testamento eram rituais de caráter profético, que apontavam para o perfeito sacrifício de Cristo, “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.

2. Cite os cinco tipos de sacrifícios no Antigo Testamento.

R. Holocaustos; oferta de manjares; sacrifício pacífico; oferta pelo pecado; oferta pela culpa.

3. Descreva duas razões pelas quais os sacrifícios do Antigo Testamento eram imperfeitos.

R. Eram sacrifícios contínuos e repetitivos; purificavam apenas o exterior.

4. Cite três aspectos da morte de Cristo.

R. A morte de Cristo foi propiciatória, substitutiva, redentora e conciliadora.

5. Comente sobre os efeitos retroativos da morte de Cristo.

R. A morte de Cristo é retroativa em seus efeitos, sendo desta maneira válida para todo aquele que confiou em Deus para o perdão dos pecados sob a primeira aliança.


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