Lição 8 – As Causas da Desunião devem ser Eliminadas

23 de Agosto de 2020

Texto Áureo
“Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!” (SI 133.1)
 
VERDADE PRÁTICA
A união é uma força indispensável para a Igreja. É um testemunho diante do mundo e um estímulo para o crescimento da obra de Deus.
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda – SI 133: A desunião expulsa as bênçãos da Igreja
Terça – Ef 4.15,16: A desunião impede o crescimento
Quarta – Jo 17.20-26: União, o caminho para a comunhão e o amor
Quinta – At 5.13-16: A união engrandece a Igreja
Sexta – Ne 4.19-23: A união é uma grande força
Sábado – Ef 4.1-16: O Espírito Santo opera a união perfeita
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Neemias 5.1,6-12
1 – Foi, porém, grande o clamor do povo e de suas mulheres contra os judeus, seus irmãos.
6 – Ouvindo eu, pois, o seu clamor e essas palavras, muito me enfadei.
7 – E considerei comigo mesmo no meu coração; depois, pelejei com os nobres e com os magistrados e disse-lhes: Usura tomais cada um de seu irmão. E ajuntei contra eles um grande ajuntamento.
8 – E disse-lhes: Nós resgatamos os judeus, nossos irmãos, que foram vendidos às gentes, segundo nossas posses; e vós outra vez venderíeis vossos irmãos ou vender-se-iam a nós? Então, se calaram e não acharam que responder.
9 – Disse mais: Não é bom o que fazeis: Porventura, não devíeis andar no temor do nosso Deus, por causa do opróbrio dos gentios, os nossos inimigos?
10 – Também eu, meus irmãos e meus moços, a juro, lhes temos dado dinheiro e trigo. Deixemos este ganho.
11 – Restituí-lhes hoje, vos peço, as suas terras, as suas vinhas, os seus olivais e as suas casas, como também o centésimo do dinheiro, do trigo, do mosto e do azeite, que vós exigis deles.
12 – Então, disseram: Restituir-lho-emos e nada procuraremos deles; faremos assim como dizes. Então, chamei os sacerdotes e os fiz jurar que fariam conforme esta palavra.
 
HINOS SUGERIDOS: 50, 145, 426 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Destacar que a união é indispensável para o crescimento e sustentabilidade da obra de Deus.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I – Explicar que a união caracterizada no período pós-exílio serve de referência para a Igreja;
II – Expor a injustiça social que ameaçava a união dos judeus nos tempos de Neemias;
III – Mostrar as medidas adotadas por Neemias para manter o povo unido em só propósito.
 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Egressos do exílio babilônico os judeus pensavam que encontrariam uma terra que manava leite e mel. Entretanto, eis que se depararam com uma terra prestes a devorá-los. Como se não bastasse as dificuldades decorrentes da relação complexa com os povos vizinhos, havia também muitas injustiças sociais e desordens que levavam o povo a um nível de desunião e hostilidade. Neemias foi usado por Deus para levar os judeus a manterem-se unidos em um só propósito. Semelhantemente, a Igreja nestes últimos dias precisa de ministros que conduzam o rebanho do Senhor à união e uniformidade para que a obra de Deus seja edificada e muitas vidas possam ser salvas.
 
INTRODUÇÃO
Veremos nesta lição um conflito que surgiu entre diferentes classes sociais, e como o problema foi solucionado.   
 
PONTO CENTRAL
Cristo derrubou o muro da separação que havia entre gentios e judeus, tornando-os uma verdadeira “Família de Deus”.
 
I – A UNIÃO CARACTERIZAVA OS JUDEUS LIBERTOS DO CATIVEIRO
   1. Qual era a base desta união?
a. Todos eram do mesmo povo, e confessavam a sua fé no único Deus verdadeiro. O altar havia sido renovado, o Templo levantado, e o culto a Deus restaurado, conforme os ritos da lei.
b. Todos haviam experimentado o despertamento que se havia iniciado pelo rei Ciro. Todos haviam cooperado ativamente para a restauração da cidade de Jerusalém.
   2. Esta união entre os judeus simboliza a união que deve haver na Igreja de Deus (Gl 6.16). Também na Igreja há muitas coisas unificantes. Todos experimentaram o novo nascimento. Todos que nasceram de novo amam aos que são nascidos por Ele – Jesus. Todos na Igreja são aproximados uns dos outros, porque Cristo derrubou o muro da separação que havia entre gentios e judeus, tornando-os uma verdadeira “Família de Deus” (Ef 2.12-19). Esta união não se baseia em nacionalidade, nível social ou cultural, mas todos são UM EM CRISTO (GI 3.28). No meio da Igreja opera o Espírito Santo, o qual faz com que todos se tornem um coração e uma alma (At 4.32). Quando a Igreja vive cheia do Espírito Santo, a união funciona em sua plenitude, e, então, ela se torna uma antessala do céu. Consideremos algumas bênçãos decorrentes da união:
a. Os crentes sentem apoio espiritual para a sua vida. Muitos crentes vivem cercados de pessoas que são contrárias à sua fé. São alvos de críticas e de isolamento, seja no trabalho, na escola ou na família. Que riqueza então é chegar à igreja e encontrar o ambiente fraternal e a união que predomina entre os irmãos! Ouçamos o que diz o salmista: “Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união…” (SI 133.1).
b. Na igreja levamos as cargas uns dos outros (GI 6.2). Existem cargas que cada um tem de levar sozinho (GI 6.5). Mas existem também cargas em que podemos ajudar uns aos outros. Que bênção na hora de aperto, saber que a igreja pode ajudar em oração!
c. A união nos faz fortes. Uma ovelha sozinha é facilmente arrebatada, mas quando está com o rebanho é protegida. Uma pedra sozinha, pode ser levada  ou jogada, porém, quando estiver edificada dentro do muro, é mais difícil tirá-la (1 Pe 2.4,5).
d. Uma igreja que vive em união, tem um testemunho maravilhoso. Jesus disse que através dessa união o mundo conheceria que Ele foi enviado por Deus (Jo 17.21,23; 13.35). Pela união o mundo conhecerá também os verdadeiros discípulos de Jesus (Jo 13.35). 
   3. Esta união é uma verdadeira força. Foi por causa da união que os judeus, numericamente inferiores aos seus inimigos, conseguiram construir o Templo, e também os muros da cidade. Esta união é também o segredo da vitória da Igreja. O santo óleo desce da cabeça do Sumo Sacerdote Jesus Cristo, e os crentes vivem em união (SI 133.1,2). Jesus disse: “Eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam UM” (Jo 17.22). Sejamos, pois, UM; assim como o Pai, o Filho e o Espírito Santo são UM (1 Jo 5.7). O autor de Eclesiastes já dizia: “O cordão de três dobras não se quebra tão depressa” (Ec 4.12).
 
SÍNTESE DO TÓPICO I
O mistério da Igreja de Cristo formada pela união entre judeus e gentios estivera em oculto desde a eternidade.
 
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Para introduzir esta lição é importante que você conceitue bem biblicamente a palavra “comunhão” e amplie o seu conceito. Para lhe auxiliar nessa tarefa, juntamente com o conceito presente na lição, leve em conta o seguinte fragmento textual:
“Koinõnia, tendo em comum (koinos), sociedade, companheirismo’, denota:
a) a parte que alguém tem em algo, participação, companheirismo reconhecido e desfrutado. É, assim, usado acerca: das experiências e interesses comuns dos cristãos (At 2.42; Gl 2.9); da participação no conhecimento do Filho de Deus (1 Co 1.9); do compartilhamento na realização dos efeitos do sangue (ou seja, da morte) de Jesus e do corpo de Jesus, conforme é exposto pelos emblemas da Ceia do Senhor (1 Co 10.16); da participação no que é derivado do Espírito Santo (2 Co 13.13; Fp 2.1); da participação nos sofrimentos de Cristo (Fp 3.10); do compartilhamento na vida da ressurreição possuída em Cristo e, por conseguinte, do companheirismo com o Pai e o Filho (1 Jo 1.3,6,7); negativamente, da impossibilidade de ‘comunhão’ entre a luz e as trevas (2 Co 6.14);
b) companheirismo manifesto em atos, os efeitos práticos do companheirismo com Deus, realizado pelo Espírito Santo na vida dos crentes em resultado da fé (Fm 6), e encontrando expressão no ministério  em comum com os necessitados (Rm 15.26; 2 Co 8.4; 9.13; Hb 13.16) e na proclamação do Evangelho pelos dons (Fp 1.5)” (Dicionário Vine. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.485).
 
II – A UNIÃO ENTRE OS JUDEUS ESTAVA AMEAÇADA
   1. Qual era a ameaça? Tratava-se de uma grande injustiça social. Financeiramente, a vida dos que voltaram da Babilônia era bem difícil. Muitos eram obrigados a tomar dinheiro emprestado, não só para seu sustento, como também para pagar o imposto do governo. Tomavam emprestado dos seus irmãos mais ricos, os quais cobravam juros altos, até mesmo com usura. Quando os mais pobres não conseguiam pagar os empréstimos tomados, os irmãos mais ricos executavam as dívidas, tomando as casas, as terras, e até mesmo os filhos e as filhas dos devedores (Ne 5.1-5). Isto foi causa de grande clamor entre os Judeus. Este assunto chegou ao conhecimento de Neemias, o qual ficou muito enfadado (Ne 5.6).
   2. Como se explica esta grande injustiça?
a. Em primeiro lugar era uma expressão de FALTA DE AMOR dos mais ricos para com os mais pobres. Desta forma os mais ricos pecavam contra seus irmãos mais pobres, não lhes dando o devido valor. A Bíblia diz que cada um deve considerar “os outros superiores a si mesmo” (Fp 2.3), e que devemos suportar “uns aos outros em amor” (Ef 4.2). Por falta de amor, os ricos chegaram a cobrar juros com usura, coisa proibida na lei (Lv 22.36; Êx 22.25). O assunto é muito sério, porque a Bíblia diz que quem peca contra o irmão, peca contra Cristo (1 Co 8.12).
b. A atitude dos ricos era uma expressão de DUREZA CONTRA SEUS IRMÃOS. Eles queriam ficar ainda mais ricos às custas da miséria de seus irmãos mais pobres. Não lhes importava o choro de seus irmãos (Ne 5.1). “A opressão faz endoidecer até o sábio” (Ec 7.7).
 
SÍNTESE DO TÓPICO II
A injustiça social era uma expressão da falta de amor dos mais ricos para com os mais pobres.
 
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Pobrezas (5.1-4). Tanto as condições de seca como altas taxas produziu um grande aperto na agricultura. A avareza dos ricos, que emprestavam dinheiro às famílias desesperadas a juros altos e então hipotecavam as suas propriedades, foi a principal causa da tremenda dificuldade em que muitos se acharam. Hoje, há muitas razões para a pobreza. Porém, a avareza permanece como causa mais comum.
Tributos (5.4). O rei persa cobrava cerca de 20 milhões, em ouro, de dáricos (uma moeda persa), anualmente, em taxas. O pagamento era exigido em moedas de ouro ou prata que eram derretidas e armazenadas em lingotes. Quando Alexandre, o Grande tomou Susã, onde Neemias havia servido Artaxerxes, encontrou cerca de 270 toneladas de ouro e 1.200 toneladas de prata! A política privou o reino do seu dinheiro, criou a inflação, e foi, em parte, responsável pela aflição econômica da Judeia.
Usura (5.7). A palavra hebraica massa, aparece somente em Neemias. Significa impor uma sobrecarga. O Antigo Testamento proíbe cobrar juros em empréstimos aos vizinhos pobres (Êx 22.25-27; Lv 25.35-37; Dt 23.19,20; 24.10-13). Essas condições estavam sendo violadas” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.317).
 
III – NEEMIAS SOLUCIONOU O PROBLEMA
   1. Neemias convocou um grande ajuntamento (Ne 5.8). Reuniu o povo e lembrou a todos que os irmãos mais pobres estavam sendo literalmente escravizados. Confrontou-os com sua injustiça, perguntando-lhes: “Vender-se-iam a nós? Então se calaram e não acharam o que responder” (Ne 5.8).
   2. Neemias fez uma proposta conciliadora. “Deixemos este ganho!” Restituí-lhes hoje!” (Ne 5.10,11). Neemias Inclui-se na proposta. Ele e seus auxiliares haviam emprestado a juro (notem bem, a juro, mas não com usura!), e Neemias estava disposto a não receber os juros (Ne 5.10).
   3. A proposta de Neemias foi acatada. “Restituir-lho-emos, e nada procuraremos deles; faremos assim como dizes” (Ne 5.12). Neemias fez com que jurassem diante dos sacerdotes que assim fariam (Ne 5.12). Um ato simbólico de Neemias confirmou aquele juramento solene (Ne 5.13).
 
SÍNTESE DO TÓPICO III
A convocação de Neemias para a conciliação.
 
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também (1 Co 12.12)’.
A frase ‘assim é… também (houtos kai) nos alerta para o que é talvez a primeira metáfora do Novo Testamento com a intenção de nos ajudar a entender a natureza da igreja. Em Romanos, Paulo ensinou que pela fé o crente une-se a Jesus em uma união indissolúvel. Agora, ele ensina que aqueles que estão unidos a Cristo também estão unidos entre si, num relacionamento orgânico, como aquele que existe entre os membros e órgãos do corpo.
Essa imagem transmite inúmeras realidades. Não podemos ser cristãos isolados dos outros, devemos funcionar junto com eles. Não podemos cumprir nossa missão na vida separados da igreja, e devemos estar suficientemente próximos para exercer nossos dons através do amor e do serviço. Não podemos permitir discussões e divisões em nossas congregações, e devemos estar unidos por um compromisso comum, não só com Jesus, mas também entre nós” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.348).
 
IV – A PAZ VOLTOU A REINAR ENTRE OS JUDEUS
   1. Surgindo um problema entre os irmãos, deve logo ser tratado com muita diligência. Quando um líder do povo for ignorante, desinteressado ou negligente, o resultado poderá vir a ser uma contaminação grave. Faz parte das atribuições do ministro manter a boa ordem na igreja. Ele deve enfrentar os problemas com humildade, imparcialidade, e com sabedoria de Deus.
Neemias foi neste sentido um exemplo para os que estão à frente da obra do Senhor. Assim como Deus fez com Neemias, Ele quer fazer com seus servos, hoje, isto é, Deus quer abençoar seus servos e confirmar as obras das suas mãos (SI 90.17).
   2. Problemas relacionais devem ser tratados carinhosamente. “Bem aventurados os pacificadores” (Mt 5.9). 
a. A desunião representa uma obra da carne (Gl 5.19,20). Estas coisas entristecem o Espírito Santo (Ef 4.30).
b. A desunião destrói a comunhão e o amor entre os irmãos, coisa tão preciosa na Igreja. “Andai em amor como também Cristo vos amou” (Ef 5.2). “Quem ama a Deus, ame também a seu irmão” (1 Jo 4.21). Jesus orou: “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti” (Jo 17.21).
c. Finalmente devemos cultivar nosso testemunho diante do mundo. A união entre os crentes é o selo da estabilidade espiritual e da paz na Igreja (Jo 17.4).
 
SÍNTESE DO TÓPICO IV
A paz foi mantida porque Neemias enfrentou os problemas com humildade, imparcialidade, e com sabedoria de Deus.
 
SUBSÍDIO DE VIDA CRISTÃ
“A importância do trabalho em equipe
Neemias não era adepto do ‘ministério de um homem só’. Ele sabia da importância de conseguir que todos se envolvessem no trabalho e se sentissem parte da equipe. Ele conseguiria isso tendo o cuidado de designar as pessoas para trabalhar juntas em áreas do muro que fossem perto da casa delas. Observe a recorrência da expressão: ‘ao seu lado’ no capítulo 3 (Ne 3.7,17-25, 27,29-31). O trabalho em ‘equipe’ garante que ‘todos juntos conseguem mais’ (veja também 1 Co 12)” (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.198).
 
PARA REFLETIR
A respeito de “As Causas da Desunião devem der Eliminadas”, responda:
 
• O que caracterizava os judeus libertos do cativeiro?
A união.
 
• O que simbolizava a união entre os judeus que retornaram do cativeiro e Deus?
A união que deve haver entre Jesus e a Igreja.
 
• O que estava ameaçando a união entre os judeus?
A injustiça social.
 
• O que representa a desunião?
A desunião representa a obra da carne.
 
• De acordo com a lição, o que representa a união entre os crentes?
Representa o selo da estabilidade espiritual e da paz na Igreja.

2 comentários

  1. As lições nos capacita mais e mais só que eu ainda não tenho a lição do 4 bimestre

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