Lembro-me de que a minha irmã, quando eu era menino, cantava um
corinho que mudava de assunto bruscamente, cujo refrão mencionava o
Tentador: “Jerusalém, que bonita é; ruas de ouro, mar de cristal… Vamos
pisar, meus irmãos, vamos pisar na cabeça do Diabo se Jesus nos conceder”.
Noutra parte, a cômica letra dizia: “Jesus aumenta um pouquinho a minha fé
e também me dá poder pra pisar em Lúcifer”.
Não é de hoje que o ingênuo povo de Deus — não na sua totalidade, é
claro — vibra com letras ofensivas ao Inimigo e outras efemeridades, em vez
de palavras de louvor ao Senhor.
Mas os compositores da atualidade estão inovando. Agora, eles
verberam diretamente contra o Diabo!
Certa vocalista e líder de um grupo idolatrado por boa parte da
juventude evangélica, ao falar sobre um megashow que se realizaria na Praça
da Apoteose (Rio de Janeiro), em julho de 2007, demonstrou o quanto está
enganada sobre algumas de suas motivações para compor os seus “hinos”:
… em uma madrugada em que eu estava irritada com tantas
afrontas de satanás… Eu compuz (sic), pela primeira vez, uma
música para ele. Eu fiz questão de falar, zombar e declarar que
se ele pensa que eu vou parar, é melhor ele desistir. Maior é o
que está em mim.
Ela se referiu à canção “Mais que Vencedor”, por meio da qual dirige
palavras e gestos ofensivos diretamente ao Diabo.
Para ser honesto, a letra em si não chega a ser tão ofensiva. Em
compensação, a parte gestual, bem como as danças e coreografias
“proféticas” fazem-nos ter a impressão de que, durante a apresentação do
“louvor”, está-se “malhando um Judas”.
É correto estimular o povo de Deus a verberar contra o Diabo? Que
edificação uma letra com ofensas ou desafios (ainda que indiretos) ao
príncipe das trevas pode trazer ao povo de Deus? É correto compor e cantar
“hinos” para zombar dele?
Não devemos apenas exaltar o nome do Senhor, além de cantar as
suas misericórdias e os seus juízos?
fonte: Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar – Ciro Sanches Zibordi