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SETE TIPOS DE JULGAMENTO


Neste capítulo, discorrerei sobre o Tribunal de Cristo, confrontando-o
com os outros julgamentos previstos no plano
escato-lógico. A distinção entre eles se dá em razão de quatro
aspectos diferenciadores: os participantes, o local, o tempo e o
resultado. Saber em que momento da história futura acontecerá
cada evento é imprescindível para a compreensão da escatologia
bíblica.
Pregadores há que não distinguem os julgamentos constantes da
Palavra de Deus. Confundem o Tribunal de Cristo com o Juízo Final.
Numa interpretação simplista, sem observar o contexto, citam
Mateus 25.31-46 referindo-se ao Trono Branco, ignorando que
tal passagem alude ao julgamento das nações. E assim por diante.
Para evitar esse erro, o pregador que se preza deve observar que as
Escrituras mencionam, pelo menos, sete tipos de julgamento.
Julgamento do pecado original. Por causa do pecado de desobediência
cometido por Adão e Eva, “Deus encerrou a todos debaixo
da desobediência, para com todos usar de misericórdia” (Rm
11.32). Nem todos os homens crêem no Senhor Jesus para obtenção
da vida eterna (Jo 3.16), porém Ele já levou em seu corpo uos
nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados,
pudéssemos viver para a justiça” (1 Pe 2.24). O Justo padeceu

pelos injustos de uma vez por todas, a fim de que não haja mais
nenhuma sentença de condenação para os que nEle crerem (Hb
9.26; 1 Pe 3.18). Ele se fez maldição por nós, para que da maldição
da lei fôssemos resgatados (Gl 3.13).
Cristo, o Cordeiro imaculado e incontaminado (1 Pe 1.18,19),
recebeu em seu corpo a sentença divina, ao morrer por todos os
pecadores (1 Jo 2.2). Pouco antes de sua obra expiatória, Ele afirmou:
“Agora, é o juízo deste mundo; agora, será expulso o príncipe
deste mundo” (Jo 12.31). Todos os pecados do mundo já foram
julgados na cruz. E, quando o Senhor andou na terra, deixou claro
que o Inimigo já foi jutgado por antecipação: “O príncipe deste
mundo já está julgado” (Jo 16.11), conquanto ainda não tenha
sido definitivamente condenado (Rm 16.20).
A prova cabal de que nenhuma sentença condenatória pesa
contra nós está em Colossenses 2.14,15 (ARA): “Tendo cancelado
o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de
ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente,
encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades,
publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na
cruz”. Assim, não precisamos temer o encontro com o Justo Juiz,
naquele grande Dia (Rm 8.1-3).
Julgamento dos pecados atuais do crente. “Se Cristo já nos livrou
do pecado, por que haveria a necessidade de outro julgamento
alusivo a pecados?” — alguém perguntará. Quanto ao julgamento
do pecado original, herdado de Adão, de fato estamos
livres. Nada consta ou pesa contra nós. Entretanto, o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1.29), ao morrer na cruz,
livrou-nos do poder ou domínio do pecado, e não da presença do
pecado, o que ocorrerá somente por ocasião do Arrebatamento da
Igreja (Fp 3.19,20).
Em 1 Coríntios 6.3 está escrito: “Não sabeis vós que havemos
de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?”
E, em 1 Pedro 4.17: “Já é tempo que comece o julgamento pela
casa de Deus”. Esse tipo de julgamento é descrito, no Novo Testamento,
como um autoexame, um autojulgamento (1 Co 11.28-32).
Mas também como uma apreciação crítica de tudo o que ocorre

na comunidade cristã (1 Co 2.15; 1 Ts 5.19-21), incentivada pelo
próprio Senhor Jesus: “Julgai segundo a reta justiça” (Jo 7.24).
Por que o Senhor disse: “Não julgueis, para que não sejais julgados”,
se Ele próprio nos manda julgar? Em Mateus 7.1, Ele se
referiu à calúnia e à difamação, e não ao julgamento no sentido de
provar, examinar, discernir, posicionar-se contra o erro, etc. Aliás,
no mesmo capítulo de Mateus, o Mestre nos ensina a identificar
os falsos profetas de acordo com os seus frutos (vv. 15-23). Tudo
deve ser julgado, examinado, submetido à prova: atitudes, comportamentos,
pregações, profecias, etc. Somente a Palavra de Deus
é infalível e inerrante.
Alguns pregadores e ensinadores costumam citar mecanicamente
os textos sobre julgamento calunioso para defender o pensamento
equivocado de que não cabe a nós o julgar. “Quem é você
para julgar?” — afirmam. Ou, ainda: “Somos o único exército que
mata os seus soldados. Somente o Senhor é quem pode julgar”.
Esses expoentes deveriam saber que os termos bíblicos podem assumir
significações diferentes, de acordo com o seu contexto. É o
caso do verbo “julgar”.
Se podemos julgar, como fazer isso? A nossa fonte precípua de
autoridade, para uma boa apreciação crítica, é a Palavra de Deus
(Hb 5.12-14), a qual está acima de tudo e de todos (Gl 1.8; SI
138.2). Além disso, o nosso exame deve ocorrer de acordo com
a sintonia do Corpo com a Cabeça (Ef 4.14,15; 1 Jo 2.20,27),
haja vista termos, como crentes espirituais, a mente de Cristo (1
Co 2.14-16).
O julgamento justo ocorre também conforme o dom de discernir
os espíritos outorgado às igrejas do Senhor (1 Co 12.10,11).
A falta dessa manifestação esporádica e sobrenatural, nas igrejas
locais, tem levado alguns crentes a se conformarem com o erro.
No culto coletivo não pode faltar o julgamento (1 Co 14.29; 1 Jo
4.1). É nosso dever julgar uns aos outros (Tg 5.16; Hb 3.13), mas
conforme a reta justiça, e não segundo a aparência, por preconceito
ou mágoa de alguém.
Tribunal de Cristo. Este terá início imediatamente após o Ar
rebatamento da Igreja — ainda nos ares, em nossa Reunião com
Ele. Todos os salvos arrebatados serão julgados pelas suas obras
realizadas na terra, para receber ou não galardão (2 Co 5.9,10;
Rm 14.10-12). “Mas, se tudo o que fazemos é pela graça, como
seríamos premiados pelas nossas obras? Que méritos temos nós?”
— alguém perguntará.
De fato, não podemos ignorar que fomos salvos exclusivamente
pela graça de Deus, por meio da fé que Ele mesmo nos outorgou
(Ef 2.8,9). Entretanto, no versículo seguinte, a Palavra de
Deus mostra que a salvação pela graça ocorreu com um propósito:
“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas
obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (v.10).
Tenhamos, portanto, confiança naquele grande Dia (1 Jo 4.17),
em que seremos julgados com base nas obras para as quais fomos
chamados (cf. 2 Pe 1.5-9).
Julgamento de Israel. A nação israelita tem sido julgada de forma
lenta e gradual, ao longo da História. E esse julgamento terá
o seu apogeu na Grande Tribulação: “Levar-vos-ei ao deserto dos
povos e ali entrarei em juízo convosco, face a face. Como entrei em
juízo com vossos pais, no deserto da terra do Egito, assim entrarei
em juízo convosco, diz o SENHOR Deus. Far-vos-ei passar debaixo
do meu cajado e vos sujeitarei à disciplina da aliança; separarei
dentre vós os rebeldes e os que transgrediram contra mim” (Ez
20.35-38). Esse juízo terá como resultado a absolvição do remanescente
de Israel que se arrepender e reconhecer Jesus como o
Messias (Dn 12;Am9;Zc 12-13; Rm 9-11).
Israel é tão importante no plano escatológico que um parêntese
é aberto na metade de Apocalipse para tratar desse povo e seu julgamento.
As divisões desse último livro da Bíblia são as seguintes,
de acordo com Apocalipse 1.19: o capítulo 1 refere-se ao passado
(“as coisas que tens visto”); os capítulos 2 e 3 aludem à situação
das igrejas da Ásia (“as [coisas] que são”); e os capítulos 4 a 22
dizem respeito ao futuro (“as [coisas] que depois destas hão de
acontecer”). Contudo, há algumas passagens parentéticas, como
o capítulo 12, que menciona detalhes importantes a respeito do

passado, do presente e do futuro de Israel.
Três personagens aparecem em Apocalipse 12: a mulher vestida
do sol, o Dragão e o Menino. O catolicismo romano, desconsiderando
o simbolismo profético dessa passagem, afirma que a mulher
é Maria, mãe de Jesus. Alguns teólogos — ignorando o fato de a
Igreja ter saído de Jesus (Mateus 16.18), e não o inverso — têm
afirmado que a mãe do Menino é a Igreja. Ambas as afirmações não
passam de especulações desprovidas de embasamento contextuai.
Não há dúvida de que a mulher é Israel. E um conjunto probatório
evidencia isso. Em Apocalipse 12.17 vemos que o Dragão
(Satanás) fará guerra “ao resto da sua semente”, numa clara referência
ao remanescente israelita que será protegido e absolvido
por Deus, no fim da Grande Tribulação: “Também Isaías clamava
acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como
a areia do mar, o remanescente é que será salvo” (Rm 9.27).
A mulher está vestida do sol. O sol representa a graça e a glória
do Senhor (SI 84.11; Ml 4.2), pelas quais Israel foi envolvido desde
a sua origem.
A mulher tem a lua debaixo dos pés. Isso é uma referência à
supremacia de Israel como nação escolhida: “Porque povo santo
és ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu Deus, te escolheu, para
que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que sobre a
terra há” (Dt 7.6).
A mulher tem uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. Os
patriarcas que deram origem às doze tribos formadoras do povo de
Israel, incluindo José, são chamados de estrelas: “Teve |José| ainda
outro sonho e o referiu a seus irmãos, dizendo: Sonhei também
que o sol, a lua e onze estrelas se inclinavam perante mim” (Gn
37.9, ARA). Sol e lua, no sonho de José, aludem aos seus pais.
A mulher está grávida, com dores de parto, gritando com ânsias
de dar à luz. O privilégio de ter sido escolhido como a nação do
surgimento do Messias trouxe — e trará — a Israel experiências
dolorosas: “Como mulher grávida, quando está próxima a sua
hora, tem dores de parto e dá gritos nas suas dores, assim fomos
nós por causa da tua face, ó SENHOR!” (Is 26.17).
Quanto ao Dragão, não pode ser outro, a não ser o Diabo:

“Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e
prendeu por mil anos” (Ap 20.2, ARA).
O Dragão é grande. Isso prova que o Inimigo, como “deus deste
século” (2 Co 4.4), possui grande força (Lc 10.19).
O Dragão é vermelho. Numa tradução literal, “avermelhado
como fogo”, o que representa a sua atuação violenta e sanguinária
no mundo (Ap 6.4; Jo 10.10). Essa cor também está associada ao
pecado (Is 1.18).
O Dragão possui dez chifres. Estes se referem, à luz da Palavra
profética, aos dez reinos que formarão a base do império do
An-ticriíto: “E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não
receberam o reino, mas receberão o poder como reis por uma
hora, juntamente com a besta” (Ap 17.12; cf. Dn 7.24).
O Dragão tem sete cabeças com sete diademas. Dizem respeito
à plena autoridade que o Diabo exercerá sobre os reinos da Terra.
A sua semelhança com a Besta enfatiza que ela virá com o poder
de Satanás: “O dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande
poderio” (Ap 13.2).
O Dragão possui uma grande cauda. Isso é uma referência à
astúcia do Inimigo e ao seu baixo caráter (Is 9.15), ao levar consigo,
no princípio, a terça parte dos anjos que não guardaram o seu
principado (2 Pe 2.4; Jd v.6). Muitos hoje ficam impressionados
com a facilidade que alguns falsos obreiros têm de “arrastar” multidões.
Não nos esqueçamos de que o primeiro a fazer isso foi o
próprio Diabo.
Em Apocalipse 12.4 está escrito que o Dragão parou diante da
mulher, “para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho”. Desde
o princípio, o Inimigo tem lutado contra Israel, sabendo que por
meio dessa nação o Senhor realizaria a redenção da humanidade.
Mesmo assim, o Filho de Davi, o Filho de Abraão, o Unigénito
do Pai (Mt 1.1; Jo 3.16), nasceu em Belém da Judeia (Mt 2.1), no
tempo estabelecido pelo Deus soberano (Gl 4.4,5).
Alguns teólogos afirmam que o Filho da mulher vestida do sol
representa a Igreja, ou os mártires, ou os 144.000 judeus selados
durante a Grande Tribulação. Todavia, à luz de Salmos 2.9 e
Apocalipse 2.27, não há dúvida de que o Menino é Jesus Cristo:

“E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações
com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para
o seu trono” (Ap 12.5).
Foram muitas as tentativas do Dragão (Satanás), ao longo da
História, de destruir a mulher vestida do sol (Israel), para que não
desse à luz. Caim matou Abel, mas Sete deu continuidade à linhagem
santa e piedosa, da qual sugiram os primeiros hebreus (Gn 4-12).
Nos dias de Moisés, quando Faraó mandou matar os meninos israelitas,
Deus preservou a muitos deles com vida, inclusive o próprio
Moisés, que se tornou o libertador do povo de Israel (Êx 1).
O rei Saul tentou matar a Davi, pois o Diabo sabia que o Messias
descenderia do trono davídico. Deus mais uma vez frustrou o
plano maligno, preservando a vida de seu servo (1 Sm 18.10,11).
Mais tarde, o Inimigo usou a rainha Atalia para matar os herdeiros
do trono de Davi. Mas o futuro rei Joás foi escondido por sua
tia, e, com apenas sete anos, assumiu o reino em Judá (2 Rs 11).
Nos tempos do Império Medo-Persa, o cruel Hamã convenceu o
rei Assuero a exterminar, de uma vez por todas, “um povo cujas
leis são diferentes das leis de todos os povos e que não cumpre as
do rei” (Et 3.8). Deus interveio, e o mal se voltou contra aquele
“adversário e inimigo” de Israel (7.6-10).
Já no período neotestamentário, Herodes intentou matar Jesus,
ainda em sua primeira infância. Mas o Todo-poderoso avisou
os magos e José, o qual levou o Menino para o Egito (Mt 2).
No deserto, Ele, já adulto, ao ser tentado pelo Inimigo, venceu-o
por meio da repetição de uma poderosa declaração: “Está escrito”
(4.1-11). Em Nazaré, numa nova tentativa de impedir que o Senhor
chegasse à cruz, o Diabo procurou matá-lo. Milagrosamente,
Ele escapou, “passando pelo meio deles” (Lc 4.17-30).
O Inimigo também exerceu influência psicológica sobre Pedro,
levando-o à tentativa de induzir Jesus a desistir de sua obra
redentora. No entanto, a resposta do Senhor a essa tentação foi
contundente: “Para trás de mim, Satanás” (Mt 16.22,23). No
Gól-gota, finalmente — como o Diabo não conseguiu matar Jesus
antes da cruz — , tentou, em vão, convencê-lo a descer do
madeiro (Mt 27.40-42; Lc 23.39), pois temia o poder do sangue
do Cordeiro

(1 Pe 1.18,19; Hb 2.14,15). Ali, o Senhor deu o brado da vitória:
“Está consumado” (Jo 19.30).
Mesmo depois de Jesus ter sido assunto ao céu (At 1.9-11), a
perseguição contra Israel continuou. E ela se intensificará na segunda
metade da Grande Tribulação, quando o Diabo terá maior
liberdade — permitida por Deus, evidentemente — para, através
do Anticristo, atacar Israel: “Quando o dragão viu que fora lançado
na terra, perseguiu a mulher (…) E a serpente lançou da sua
boca, atrás da mulher, água como um rio, para fazer que ela fosse
arrebatada pela corrente” (Ap 12.13,15).
Na simbologia profética, águas representam reinos (Is 8.7; Ap
17.5). Isso mostra que os exércitos do Anticristo marcharão contra
Israel (Ap 16.12,16). Mas o Espírito do Senhor arvorará contra o
Inimigo a sua bandeira (Is 59.19). Ele protegerá o remanescente
israelita (Ap 12.6). “E foram dadas à mulher duas asas de grande
águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada
por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista
da serpente” (v.14). Essas asas de águia representam a direção de
Deus (Êx 19.4), através da qual Israel será levado a um lugar seguro
(SI 27.5; 91.1,4).
Israel também terá ajuda dos povos e nações a ele favoráveis,
como vemos em Mateus 25.34-40 (parabolicamente) e em Apocalipse
12.16 (simbolicamente): “E a terra ajudou a mulher; e a terra
abriu a boca e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca”. Por
fim, o remanescente israelita será absolvido pelo Justo Juiz e estará
seguro, enquanto o Inimigo ficará parado sobre a areia do mar
sem poder prosseguir com seus intentos (vv. 16-18, ARA).
Julgamento das nações. Em Salmos 9.8, está escrito: “Ele mesmo
julgará o mundo com justiça; julgará os povos com retidão”.
Após a Grande Tribulação e antes da instauração do Milénio, as
nações e seus povos serão julgados de acordo com o tratamento
dispensado a Israel (Mt 25.31-46). Essa passagem deve ser estudada
em harmonia com Joel 3.1-14.
Multidões serão reunidas pelo próprio Deus para esse grande
julgamento: “Congregarei todas as nações e as farei descer ao vale
de Josafá; e ali entrarei em juízo contra elas por causa do meu

povo e da minha herança, Israel, a quem elas espalharam por entre
os povos, repartindo a minha terra entre si” (Jl 3.2, ARA).
Julgamento do Diabo e suas hostes. Satanás já está julgado (Jo
16.11). E a sua carreira está em descensão. Mas ele não está preso
ou amarrado. Observe o que as Escrituras dizem a respeito do
Inimigo: “Não deis lugar ao diabo” (Ef 4.27). E: “resisti ao diabo,
e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). Somente depois do Milénio e antes
do Juízo Final, ele receberá a sentença, em instância final, e será
lançado no Lago de Fogo, juntamente com seus emissários (Ap
2 0 .1 0 ;Jd 6 ;2 P e 2 .4 ).
Trono Branco. Calvino declarou: “Embora Deus, por algum
tempo, permaneça quieto e delongue seus juízos, contudo o momento
da vingança certamente virá” (Calvino de A a Z,
Hermis-ten Costa, Editora Vida, p.172). Ele se referiu ao Trono
Branco, o último grande julgamento — o Juízo Final — , pelo qual
serão condenados, conforme as suas obras, todos aqueles cujos
nomes não constarem do Livro da Vida do Cordeiro (Ap
20.5-11; Rm 2.12-16).
Jesus fez menção do Trono Branco, em Mateus 7.22,23 (ARA):
“Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura,
não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome ao
expelimos demónios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?
Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos
de mim, os que praticais a iniquidade”. O apóstolo Paulo também
aludiu ao Juízo Final em Atos 17.31: “Porquanto [Deus] tem determinado
um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por
meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o
dos mortos”.
Portanto, é um erro dos teólogos e dos pregadores a tentativa
de simplificar a doutrina dos juízos, afirmando que os julgamentos
da Igreja, de Israel, das nações, do Diabo e suas hostes, bem como
o Juízo Final são uma coisa só. A Palavra de Deus mostra com
clareza aspectos que distinguem tais juízos, como o tempo, o lugar,
os participantes e o resultado.

 

fonte: Erros Escatológicos que os Pregadores Devem Evitar


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