4º Trimestre de 2014
Data: 26 de Outubro de 2014
TEXTO ÁUREO
“Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei” (Dn 3.17).
VERDADE PRÁTICA
Se formos fiéis, a providência divina jamais faltará.
HINOS SUGERIDOS
178, 244, 296.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Sl 34.17
Deus ouve quando clamamos
Terça – Sl 68.10
A bondade de Deus
Quarta – Fp 2.8-11
Jesus, nome sobre todo o nome
Quinta – Sl 50.15
Deus nos livra do mal
Sexta – Sl 59.16
O Senhor nos protege na angústia
Sábado – Mt 6.13
Pertencem a Deus o reino, o poder e a glória
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Daniel 3.1-7,14.
1 – O Rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, cuja altura era de sessenta côvados, e a sua largura, de seis côvados; levantou-a no campo de Dura, na província de Babilônia.
2 – E o rei Nabucodonosor mandou ajuntar os sátrapas, os prefeitos, os presidentes, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, os oficiais e todos os governadores das províncias, para que viessem à consagração da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado.
3 – Então, se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos, os presidentes, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, os oficiais e todos os governadores das províncias, para a consagração da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado, e estavam em pé diante da imagem que Nabucodonosor tinha levantado.
4 – E o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós, ó povos, nações e gente de todas as línguas:
5 – Quando ouvirdes o som da buzina, do pífaro, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música, vos prostrareis e adorareis a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor tem levantado.
6 – E qualquer que se não prostrar e não a adorar será na mesma hora lançado dentro do forno de fogo ardente.
7 – Portanto, no mesmo instante em que todos os povos ouviram o som da buzina, do pífaro, da harpa, da sambuca, do saltério e de toda sorte de música, se prostraram todos os povos, nações e línguas e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado.
14 – Falou Nabucodonosor e lhes disse: É de propósito, ó Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que vós não servis a meus deuses nem adorais a estátua de ouro que levantei?
INTERAÇÃO
Você já foi desafiado em sua fé? Deus permite que situações adversas nos sobrevenham para provar a nossa fidelidade. Os amigos de Daniel foram provados por uma fornalha ardente, todavia eles se mantiveram fiéis e Deus os livrou da maldade dos homens. A fé que nos faz não recuar, não temer e permanecer firmes diante dos males da vida. Os amigos de Daniel não concordaram em se dobrar diante de uma estátua e desobedeceram a uma lei que ia contra os princípios divinos. Diante de leis injustas (como a que legaliza o aborto), a quem obedecer, a Deus ou ao homem? Obedecer a Deus é sempre a melhor alternativa, mesmo que nos leve até a fornalha ardente. Hananias, Misael e Azarias não se intimidaram diante da afronta de Nabucodonosor, pois aqueles que confiam suas vidas a Deus não tem medo da morte ou do que o homem possa fazer. Que tenhamos a mesma fé dos amigos de Daniel para enfrentar as tribulações desta vida.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar a tentativa de Nabucodonosor de instituir uma religião mundial.
Conscientizar-se de que não podemos aceitar a idolatria.
Compreender a fidelidade dos amigos de Daniel ante a fornalha ardente.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para concluir o tópico três da lição faça a seguinte indagação: “Quem era o quarto homem na fornalha?” Incentive a participação dos alunos. Em seguida leia Daniel 3.25 e explique que, segundo os teólogos, o quarto homem pode ter sido um anjo ou uma manifestação pré-encarnada do próprio Jesus. Porém, o mais importante é que Deus livrou os seus servos e que Jesus, o Filho de Deus, prometeu estar ao nosso lado durante a nossa caminhada (Mt 28.20).
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Providência: Ação pela qual Deus conduz os acontecimentos e as criaturas para o fim que lhes foi destinado.
A história narrada no capítulo três ocorreu possivelmente no final do reinado de Nabucodonosor. O texto é mais uma prova de que vale a pena ser fiel a Deus até mesmo quando somos desafiados em nossa fé. Nabucodonosor já havia se esquecido da manifestação do poder de Deus na revelação dos seus sonhos (Dn 2.1-49). Tornou-se um déspota que exigia dos seus súditos um servilismo irracional. No meio da multidão dos súditos, porém, estavam os três jovens hebreus, fiéis ao Deus de Israel, do qual não transigiram de modo algum.
I. A TENTATIVA DE SE INSTITUIR UMA RELIGIÃO MUNDIAL
1. A grande estátua. Embriagado pelo poder e pelo fulgor de sua própria glória, o rei caldeu chegou ao ápice da presunção, não se contentando em ser apenas “a cabeça de ouro” da grande estátua do seu “primeiro” sonho (Dn 2.36-45). Nabucodonosor perdeu o bom senso e construiu uma enorme estátua de ouro maciço (Dn 3.1). Também ordenou que os representantes das nações, súditos seus, se ajoelhassem e adorassem a estátua que o representava.
A grande estátua de Nabucodonosor remete-nos a uma outra estátua que será erguida pelo último império mundial gentílico, profetizado como o reino do Anticristo que aparecerá no “tempo do fim” (Ap 13.14,15).
2. A diferença entre as estátuas. É necessário destacar a diferença entre a estátua do capítulo dois e a do capítulo três de Daniel. Enquanto a estátua do capítulo dois era simbólica e apareceu no sonho de Nabucodonosor, a do capítulo três era literal, construída por ordem do rei caldeu. A estátua erigida tinha a forma de um obelisco que revelava, segundo se supõe, a intenção vaidosa de Nabucodonosor em autodeificar-se (cf. Dn 4.30).
3. A inauguração da estátua de ouro. Com o coração engrandecido, Nabucodonosor desejou ser adorado como deus (vv.1-5). Não lhe bastou a revelação de que o único Deus verdadeiro triunfaria na história (Dn 2.47). Ele preferiu exaltar a si mesmo e aos seus deuses. O objetivo era escravizar todos os seus súditos e obrigá-los a servirem as divindades caldeias. Ele queria uma religião totalitária em que as pessoas obedecem não pela lealdade, mas pela força bruta (vv.5,6).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Ao constr uir a estátua e exigir que todos os súditos se encurvassem diante dela, Nabucodonosor desejava instituir uma religião oficial.
II. O DESAFIO À IDOLATRIA
1. A ordem do rei a todos os seus súditos (vv.4-7). Nabucodonosor teve duas motivações principais para construir a grande estátua (v.1). Uma das motivações era exibir-se perante os povos do mundo representados naquele evento. As dimensões e a magnitude da estátua eram impressionantes: Aproximadamente 27 metros de altura por 6 de largura. A soberba, arrogância e insolência do rei não tinham limites. A Bíblia diz que “a soberba precede a ruína” (Pv 16.18). A segunda motivação de Nabucodonosor era o anelo de ser adorado como divindade pelos seus súditos. Por isso, ele deu ordens para que todos os oficiais do reino se reunissem a fim de adorarem a sua estátua (Dn 3.1-7).
2. A intenção do rei e o espírito do Anticristo. A intenção de Nabucodonosor prenunciava o espírito do Anticristo, que levantará a imagem da Besta para ser adorada no tempo do fim (Mt 4.8-10; Ap 13.11-17). A intenção do rei era impor a religião diabólica de sua imagem para dominar o mundo, não só nos campos material e político, mas também no espiritual.
3. Coragem para não fazer concessões à idolatria (Dn 3.12). Os três jovens hebreus estavam naquele local por força da ordem do rei. Todos os grandes nomes do país, os chefes de governos, os sátrapas, os governadores das províncias, os sábios, os sacerdotes dos vários cultos pagãos, todos estavam lá. A ordem era que quando a música fosse tocada todos deveriam ajoelhar-se e adorar a estátua do rei. Quem não obedecesse seria lançado na fornalha de fogo ardente. Como sabemos, os três jovens hebreus preferiram morrer queimados a negar.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A fé dos amigos de Daniel permitiu que eles não fizessem concessões à idolatria.
III. A FIDELIDADE A DEUS ANTE A FORNALHA ARDENTE (Dn 3.8-12)
1. Os jovens hebreus foram acusados e denunciados (vv.8-12). O rei foi informado da desobediência dos judeus. Ele ficou enfurecido e mandou que eles fossem trazidos à sua presença. Os jovens hebreus foram interrogados, mas mantiveram sua fidelidade ao Deus de Israel. Eles não se intimidaram diante das ameaças, porque sabiam que Deus poderia intervir naquela situação.
2. A resposta corajosa dos jovens hebreus (Dn 3.16-18). Aqueles jovens sabiam que a fidelidade a Deus é algo inegociável. A lealdade desses jovens era mais que uma qualidade de caráter. Era uma confiança inabalável em Deus. A resposta resultava também do conhecimento que tinham do primeiro mandamento do Decálogo (Êx 20.3-5). Deus busca homens e mulheres que lhe sejam fiéis mesmo quando ameaçados. Por isso, mesmo inquiridos pelo rei caldeu, Hananias, Misael e Azarias não se intimidaram e mantiveram sua posição (Dn 3.16-18).
3. Reação à intimidação (Dn 3.16-18). Ao perguntar-lhes: “Quem é o Deus que vos poderá livrar das minhas mãos?” (Dn 3.15), Nabucodonosor afrontou os jovens em sua fé. Eles não tiveram dúvida de que valia a pena permanecer fiéis ao Todo-Poderoso. Então, sem temor e com grande fé, responderam ao rei: “Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.17,18). Os três jovens não cederam às ameaças e não ficaram livres da fornalha, pois Deus já os esperava ali. A companhia do quarto homem visto pelo rei dentro da fornalha foi suficiente para que eles saíssem ilesos e sem um único fio de cabelo queimado.
Esta resposta dos jovens hebreus confronta a posição de muitos crentes de hoje. Quão facilmente cedemos e até negamos a fé, fugindo do caminho da provação. Todavia, Deus conta com crentes fiéis que sejam capazes de responder às ameaças sem temer.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Hananias, Misael e Azarias mantiveram-se fiéis ao Senhor e foram libertos da fornalha.
CONCLUSÃO
A grande lição que aprendemos com esses três jovens é que “eles confiaram suas vidas a Deus e não se preocuparam com as consequências da fornalha”. Mesmo que Deus não os impedissem de morrer queimado eles não negariam a fé! Que tenhamos essa mesma fé para enfrentar as tribulações da vida.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, Roy B. (Ed). Teologia do Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2013.
EXERCÍCIOS
1. A estátua construída pelo rei nos remete a qual outra estátua que será erguida?
R. A grande estátua de Nabucodonosor, remete-nos a uma outra estátua que será erguida pelo último império mundial gentílico, profetizado como o reino do Anticristo que aparecerá no “tempo do fim” (Ap 13.14,15).
2. Explique a diferença entre a estátua do capítulo dois e a do três.
R. A diferença entre a estátua do capítulo dois e a do capítulo três de Daniel era que enquanto a estátua do capítulo dois era simbólica e apareceu no sonho de Nabucodonosor, a do capítulo três era literal, construída por ordem do rei caldeu.
3. Qual era a verdadeira intenção do rei caldeu ao construir a estátua?
R. Era o anelo de ser adorado como divindade pelos seus súditos.
4. O que aconteceria com aquele que não obedecesse a ordem de adorar a estátua?
R. Quem não obedecesse seria lançado na fornalha de fogo ardente.
5. Transcreva a resposta dos três jovens ao rei quando foram intimidados por não se dobrarem diante da estátua.
R. “Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.17,18).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Bibliográfico
“Conspiração contra os hebreus (3.8-18)
Não deveria nos surpreender que os três hebreus, recentemente promovidos a cargos de liderança política, despertassem uma certa inveja entre os outros funcionários públicos. A ausência de Daniel da convocação pode ser explicada pelo fato de estar cumprindo alguma tarefa especial para o rei. Alguns homens caldeus, não a casta sacerdotal, mas cidadãos babilônicos, tomaram as devidas precauções para que os três hebreus não escapassem. Quando o rei ficou sabendo da atitude dos três hebreus, ficou furioso e convocou os três imediatamente. Sem dar-lhes chance de se defenderem, deu-lhes mais uma oportunidade de prestar adoração após o som especial da música. A recusa em fazê-lo significaria a imediata execução do decreto irreversível – eles seriam lançados dentro do fogo ardente; quem é o Deus que vos poderá livrar das minhas mãos?, vociferou o rei.
O equilíbrio e a calma dos três servos do Deus Altíssimo estavam em claro contraste com a fúria incontida do rei. A ousadia da fé deles era equiparada à sua serenidade” (Comentário Bíblico Beacon. 1ª Edição. Volume 4. RJ: CPAD, 2006, p.510).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A Providência Divina na fidelidade humana
O primeiro tópico da quarta lição, sob o título “a tentativa de se instituir uma religião mundial” leva-nos a pensar o assunto do Ecumenismo e do Diálogo Inter-Religioso. Uma característica da sociedade brasileira é a pluralidade das religiões e dos costumes. Igualmente, as denominações cristãs no Brasil são plurais. Por isso é importante definirmos expressões tão mal compreendidas no meio evangélico como o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso.
Ecumenismo
Em primeiro lugar começaremos dizendo o que não é o Ecumenismo. Ele não é a tentativa de reunir várias religiões numa só. Há muitas afirmações equivocadas sobre o conceito de Ecumenismo. Em parte, devido a propagação de um conceito errôneo da própria mídia brasileira. Entretanto, a palavra Ecumenismo provém da grega oikouméne que designa a ideia de “toda a terra habitada”. Em outras palavras, do ponto de vista da Teologia Cristã, e segundo o pastor Claudionor de Andrade, Ecumenismo é “a concretização do ideal apostólico de agregação de todos os que professam o nome de Cristo”. Isto é, um movimento dialogal e cooperativo entre as igrejas cristãs, especificamente, “a Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa e a Igreja Protestante”. Devido aos muitos aspectos culturais e teológicos, o ecumenismo cristão até agora não foi possível.
Diálogo Inter-Religioso
O Dicionário Teológico do pastor Claudionor de Andrade, acerca do termo Ecumenismo diz que “com o passar dos tempos, porém, a palavra foi sendo desvirtuada até ser tomada como um perfeito sinônimo para o sincretismo religioso”. O termo passou por uma série de evoluções tanto no cenário religioso quanto no secular. Entretanto, os conceitos modernos da Teologia vêm resgatando a ideia do diálogo entre as igrejas de tradição cristã como sendo a identidade do Ecumenismo. Por outro lado, a expressão Diálogo Inter-Religioso dará conta da tentativa de se agregar as diversas religiões da sociedade. Ou seja, o Diálogo Inter-Religioso reúne os representantes das diversas religiões para dialogarem. Portanto, quando você assiste a um sacerdote, um pastor, um rabino e um imã (o dirigente muçulmano) reunidos num mesmo lugar o que ocorre ali não é um ato ecumênico, mas o diálogo inter-religioso. Entretanto, a tradição reformada e a pentecostal, ambas de tradição cristã, entendem as Escrituras como exclusivistas em matéria de fé e prática, por isso, ambas rejeitam o diálogo entre religiões.