Lição 9: Não adulterarás

1º Trimestre de 2015

Data: 1º de Março de 2015

TEXTO ÁUREO

“Eu, porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela” (Mt 5.28).

VERDADE PRÁTICA

O sétimo mandamento diz respeito à pureza sexual e à proteção da sagrada instituição da família, assim como o mandamento anterior fala sobre a proteção à vida.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Gn 2.21-24

O casamento foi instituído por Deus antes da queda no Éden

Terça – Pv 6.32,33

O adultério destrói a reputação e deixa cicatrizes indeléveis

Quarta – Jr 29.20-23

O adultério é uma prática insana com consequências funestas

Quinta – Ml 2.14

Deus exige fidelidade entre marido e mulher

Sexta – Mt 19.4-6

O plano divino desde o princípio era monogâmico

Sábado – Mc 10.11,12

No NT, adultério é qualquer relação sexual extraconjugal

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Êxodo 20.14; Deuteronômio 22.22-30.

Êxodo 20

14 – Não adulterarás.

Deuteronômio 22

22 – Quando um homem for achado deitado com mulher casada com marido, então, ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher e a mulher; assim, tirarás o mal de Israel.

23 – Quando houver moça virgem, desposada com algum homem, e um homem a achar na cidade e se deitar com ela,

24 – então, trareis ambos à porta daquela cidade e os apedrejareis com pedras, até que morram; a moça, porquanto não gritou na cidade, e o homem, porquanto humilhou a mulher do seu próximo; assim, tirarás o mal do meio de ti.

25 – E, se algum homem, no campo, achar uma moça desposada, e o homem a forçar, e se deitar com ela, então, morrerá só o homem que se deitou com ela;

26 – porém à moça não farás nada; a moça não tem culpa de morte; porque, como o homem que se levanta contra o seu próximo e lhe tira a vida, assim é este negócio.

27 – Pois a achou no campo; a moça desposada gritou, e não houve quem a livrasse.

28 – Quando um homem achar uma moça virgem, que não for desposada, e pegar nela, e se deitar com ela, e forem apanhados,

29 – então, o homem que se deitou com ela dará ao pai da moça cinquenta siclos de prata; e, porquanto a humilhou, lhe será por mulher; não a poderá despedir em todos os seus dias.

30 – Nenhum homem tomará a mulher de seu pai, nem descobrirá a ourela de seu pai.

OBJETIVO GERAL

Apresentar o sétimo mandamento, ressaltando o intento de Deus em favor da família.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I. Tratar a abrangência e o objetivo do sétimo mandamento.
II. Mostrar o real significado da infidelidade.
III. Relacionar alguns pecados sexuais segundo a lei divina.
IV. Analisar o ensino de Jesus acerca do sétimo mandamento.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Infelizmente, vivemos em uma sociedade em que muitos já começam a ver a infidelidade conjugal como uma prática normal. Contudo, segundo a Palavra de Deus, o adultério é e continuará sendo pecado. Encontramos tanto no Antigo Testamento quanto no Novo, sérias advertências contra a infidelidade conjugal (Êx 20.14; Dt 5.18; Rm 13.9; Cl 5.19). A princípio, a quebra do sétimo mandamento pode parecer doce e até prazerosa, mas o seu fim é amargoso como o absinto (Pv 5.4). Com a infidelidade vem a disfunção familiar. A disfunção é perigosa, é destrutiva para toda a família, para a igreja do Senhor e para a sociedade de um modo geral.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

O sétimo mandamento condena o adultério e a impureza sexual com o objetivo de proteger a família. A Bíblia não condena o sexo; a santidade dele é inquestionável dentro do padrão divino, mas sua prática ilícita tem sido um dos maiores problemas do ser humano ao longo dos séculos. O sétimo mandamento é tratado de uma maneira na lei, e de outra na graça. Um olhar no episódio da mulher adúltera (Jo 8.1-11) mostra que tal preceito foi resgatado pela graça e adaptado a ela, e não à lei.

PONTO CENTRAL

O adultério e a impureza sexual maculam a família.

I. O SÉTIMO MANDAMENTO

1. Abrangência. Trata de um tema muito abrangente, que envolve sexo e casamento num contexto social contaminado pelo pecado. O mandamento consiste em uma proibição absoluta, sem concessão, expressa de maneira simples em duas palavras: “não adulterarás” (Êx 20.14; Dt 5.18). Sua regulamentação para os israelitas pode ser encontrada nos livros de Levítico e Deuteronômio, que dispõem contra os pecados sexuais, a prostituição e toda forma de violência sexual com suas respectivas sanções.

2. Objetivo. O Decálogo segue uma lógica. Primeiro aparece a proteção da vida, em seguida vem a família e depois os bens e a honra. O mandamento “não adulterarás” veio para proteger o lar e dessa forma estabelecer uma sociedade moral e espiritualmente sadia. A proibição aqui é contra toda e qualquer imoralidade sexual, expressa de maneira genérica, mas especificada em diversos dispositivos na lei de Moisés.

3. Contexto. A lei foi promulgada numa sociedade patriarcal que permitia a poligamia. Nesse contexto social, o adultério na lei de Moisés consistia no fato de um homem se deitar com uma mulher casada com outro homem, independentemente de ser ele casado ou solteiro. Os infratores da lei deviam ser mortos, tanto o homem quanto a mulher (Dt 22.22; Lv 20.10).

SÍNTESE DO TÓPICO (I)

O sétimo mandamento tem como objetivo proteger a família, estabelecendo uma sociedade moral e espiritualmente sadia.

II. INFIDELIDADE

1. Adultério. É traição e falsidade. É a quebra de uma aliança assumida pelo casal diante de Deus e da sociedade, uma infidelidade que destrói a harmonia no lar e desestabiliza a família. A tradição judaico-cristã leva o assunto a sério e considera o adultério um pecado grave. Trata-se de uma loucura que compromete a honra e a reputação de qualquer pessoa, independentemente de sua confissão religiosa ou status social (Jr 29.23; Pv 6.32,33).

2. Sexo antes do casamento. Esta prática está muito em voga na sociedade moderna, mas nunca teve a aprovação divina, e por isso os jovens devem evitar essas coisas (Sl 119.9). Em Israel, os envolvidos em tal prática, desde que a mulher não fosse casada ou comprometida, não eram condenados à morte. A pena era menos rigorosa, mas o homem tinha de se casar com a moça, pagar uma indenização por danos morais ao pai da jovem e nunca mais se divorciar dela (Dt 22.28,29). Hoje, esse tipo de pecado requer aplicação de disciplina da Igreja, mas nem sempre o casamento deles é a solução.

3. Fornicação. A “moça virgem, desposada com algum homem” (Dt 22.23) diz respeito, no contexto atual, à noiva que ainda não se casou, mas está comprometida em casamento. Trata-se do pecado sexual de fornicação praticado com consentimento mútuo. A pena da lei é a morte por apedrejamento, como no caso de envolvimento com uma mulher casada (Dt 22.24). A razão desta pena vai além do simples ato, pois se trata da quebra de fidelidade, “porquanto humilhou a mulher do seu próximo; assim, tirarás o mal do meio de ti” (Dt 22.24b).

SÍNTESE DO TÓPICO (II)

A infidelidade conjugal quebra a aliança assumida pelo casal diante de Deus e dos homens.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Geralmente o adultério era perdoado nas culturas pagãs, particularmente quanto à parte do homem que, embora fosse casado, não era acusado de adultério a não ser que coabitasse com a esposa de outro homem ou com uma virgem que estivesse noiva. O adultério é estritamente proibido tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento (Rm 13.9; Gl 5.19).

Na Bíblia, o termo adultério é muitas vezes utilizado como uma metáfora para representar a idolatria ou apostasia da nação e do povo comprometido com Deus. Exemplos disso podem ser encontrados em Jeremias 3.8,9; Ezequiel 23.26,43; Oseias 2.2-13)” (PFEIFFER, Charles F. (Ed). Dicionário Bíblico Wycliffe. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2010, p.35).

III. OUTROS PECADOS SEXUAIS

1. Estupro. A lei contrasta a cidade com o campo para deixar clara a diferença entre estupro e ato sexual consentido. Os versículos 25-27 tratam do caso de violência sexual, pois no campo a probabilidade de socorro era praticamente nula, e a moça era forçada a praticar o ato (22.25). Neste caso, somente o estuprador era morto, acusado de crime sexual, mas a moça era inocentada (Dt 22.26,27).

2. Incesto. A lei estabelece a lista de parentesco em que deve e não deve haver casamento, para evitar a endogamia e o incesto (Lv 18.6-18). Mais adiante, a lei prescreve as penas de cada grupo desses pecados (Lv 20.10-23). “Nenhum homem tomará a mulher de seu pai” (Dt 22.30). A lei dispõe contra a prática sexual execrável de abusar da madrasta. É o pecado que desonra o pai, invade e macula o seu leito. Quem pratica tal abominação está sob a maldição divina (Dt 27.20). Na lei, o assunto pertence ao campo jurídico e a condenação prevista é a morte (Lv 20.11). Entretanto, estamos debaixo da graça, e por essa razão o tema é levado à esfera espiritual, cuja sanção se restringe à perda da comunhão da Igreja (1Co 5.1-5). A sábia decisão apostólica é a base para o princípio disciplinar que as igrejas aplicam hoje.

3. Bestialidade. É uma aberração sexual, tanto masculina como feminina, contra a qual a lei dispõe tendo como sanção a pena de morte, seja para o homem, seja para a mulher e também para o animal, que devia ser morto (Lv 20.15,16). Bestialidade e homossexualismo desonram a Deus e eram práticas cananeias, razão pela qual os cananeus foram vomitados da terra (Lv 18.23-28).

SÍNTESE DO TÓPICO (III)

Deus abomina o estupro, o incesto e a bestialidade.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Incesto — O crime de coabitação ou relacionamento sexual com familiares ou parentes, que é proibido na lei de Moisés (Lv 18.1-18). A lista apresentada por Moisés é precedida por uma advertência de que Israel não deveria entregar-se aos pecados dos egípcios a quem eles haviam acabado de deixar, ou dos cananeus para cuja terra Deus os estava trazendo. A lista dos relacionamentos proibidos inclui: mãe, madrasta, irmã ou meia-irmã, neta, filha de uma madrasta, uma tia de ambos os lados, a esposa de um tio por parte de pai, nora, cunhada, uma mulher e sua filha, ou neta, a irmã de uma esposa viva. Uma filha e uma irmã por parte de pai e mãe não são mencionados especificamente, uma vez que já são classificadas como ‘parenta da sua carne’ (v.6)” (PFEIFFER, Charles F. (Ed). Dicionário Bíblico Wycliffe. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2010, p.966).

IV. O ENSINO DE JESUS

1. O sétimo mandamento nos Evangelhos. O Senhor Jesus reiterou o que Deus disse no princípio da criação sobre o casamento, que se trata de uma instituição divina, uma união estabelecida pelo próprio Deus (Mt 19.4-6). Ele também se referiu ao tema do sétimo mandamento de maneira direta e indireta. Direta ao fazer uso das palavras “não adulterarás” ou “não cometerás adultério” no Sermão do Monte (Mt 5.27), na questão do moço rico (Mt 19.18) e nas passagens paralelas (Mc 10.19; Lc 18.20). Indireta quando fala acerca do divórcio, tema pertinente ao sétimo mandamento (Mt 19.9; Mc 10.11,12).

2. O problema dos escribas e fariseus. Mais uma vez Ele corrige o pensamento equivocado das autoridades religiosas de Israel. Os escribas e fariseus haviam reduzido o sétimo mandamento ao próprio ato físico, pois desconheciam o espírito da lei, apegavam-se à letra dela (2Co 3.6). Assim, como é possível cometer assassinato com a cólera ou palavras insultuosas, sem o ato físico (Mt 5.21,22), da mesma forma é possível também cometer adultério só no pensamento (Mt 5.27,28).

3. A concupiscência. Há diferença entre olhar e cobiçar. O pecado é o olhar concupiscente. O sexo é santo aos olhos de Deus, desde que dentro do casamento, nunca fora dele. O livro de Cantares de Salomão mostra que o sexo não é apenas para procriação, mas para o prazer e a felicidade dos seres humanos. Jesus não está questionando o sexo, mas combatendo a impureza sexual e o sexo ilícito, a prostituição. O Senhor Jesus disse que os adultérios procedem do coração humano (Mt 15.19).

SÍNTESE DO TÓPICO (IV)

O Senhor Jesus reiterou o princípio do sétimo mandamento.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“O Senhor Jesus estendeu a culpa pelo adultério da mesma forma como fez para outros mandamentos, incluindo o propósito ou o desejo de cometê-lo ao próprio ato em si (Mt 5.28). Tecnicamente, o adultério se distingue da fornicação, que é a relação sexual entre pessoas que não são casadas. Entretanto, a palavra grega porneia, uniformemente traduzida como ‘fornicação’, inclui toda lascívia e irregularidade sexual” (PFEIFFER, Charles F. (Ed). Dicionário Bíblico Wycliffe. 7ª Edição. RJ. CPAD, 2010, p.35).

CONCLUSÃO

Cremos que Deus sabe o que é certo e o que é errado para a vida humana. A Bíblia é o manual divino do fabricante e é loucura querer ir contra Ele. A sanção contra os que violarem o sétimo mandamento, na fé cristã, não vai além da disciplina da Igreja e, em alguns casos, o caos na família. Mas o julgamento divino é tão certo quanto a sucessão dos dias e das noites, e a única salvação é Jesus (At 16.31; 17.31).

VOCABULÁRIO

Endogamia: Estado de endógamo, isto é, aquele que só se casa com membros da sua classe ou tribo.

PARA REFLETIR

Sobre o sétimo mandamento:

O adultério destrói a família. Por quê?

Sim. Ele destrói a família porque quebra a aliança assumida pelo casal diante de Deus e da sociedade. A infidelidade destrói a harmonia no lar e desestabiliza a família.

O adultério refere-se apenas ao envolvimento sexual de pessoas casadas?

Não. Refere-se também ao relacionamento sexual entre uma pessoa solteira e uma casada.

Por que o adultério é destrutivo para a família?

Porque é uma loucura que compromete a honra e a reputação do casal.

Por que o casamento é uma instituição divina?

Porque foi planejado e criado pelo Senhor.

Qual o limite entre o “simples olhar” e o “olhar malicioso”?

O olhar malicioso é o que cobiça com o desejo de possuir o outro.

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