1559 John Knox volta à Escócia para liderar a Reforma

1559

John Knox volta à Escócia para liderar a Reforma

O século xvi foi um período de grande agitação para a pequena, pobre e devastada terra da Escócia. Nobres poderosos apoiavam a Inglaterra ou a França. As lutas internas e as ameaças externas criaram uma confusão política que implorava por mudanças.

No front religioso, a Reforma foi sistematicamente reprimida. Patrick Hamilton, pregador pró-luterano, morreu queimado na fogueira, em 1528. George Wishart sofreu o mesmo castigo, em 1548. Um dos partidários de Wishart, um sacerdote até então desconhecido, John Knox, assumiria a Reforma, mas não por muitos anos.

Knox foi capturado pelas forças francesas, que foram enviadas para subjugar os rebeldes que reagiram à morte de Wishart, revidando com o assassinato do cardeal Beaton, pois fora ele quem ordenara a morte de Wishart. Knox passou dezenove anos como escravo em uma galera. Quando foi libertado, dirigiu-se à Inglaterra protestante, onde permaneceu até que Maria ascendesse ao trono. A seguii; fugiu para a Europa, com outros protestantes. Em Genebra, ele se tornou um dos mais afeiçoados admiradores de Calvino e absorveu a teologia reformada.

Enquanto Knox estava distante, a Escócia estreitou sua aliança com a França por meio do casamento de Maria Stuart, rainha da Escócia, com o herdeiro do trono da França. Muitos escoceses temiam o governo da França católica. Uma combinação de nacionalismo e insatisfação religiosa cresceu muito, a ponto de criar um clima propício à Reforma.

Knox, em 1559, voltou para seu país com o apoio popular. As batalhas entre as forças da rainha e os protestantes terminaram diante do triunfo da ala protestante. Em 1560, o Parlamento adotou uma profissão de fé calvinista, que fora esboçada por Knox e outras pessoas. O Parlamento afirmava que o papa não tinha jurisdição sobre a Escócia e proibiu as missas.

Com o objetivo de substituir a ordem católica, Knox e seus seguidores compuseram o Livro da disciplina, em que estabeleciam uma forma de governo da igreja nos moldes presbiterianos. Isso também fez com que houvesse grande mudança na educação, pois foram criadas escolas públicas, incluindo-se universidades. Esse trabalho se tornaria um marco para o país, em virtude da disseminação de um forte espírito de independência e de democracia.

Com o objetivo de orientar o culto presbiteriano, Knox redigiu o Livro de ordem comum, que mostra seu compromisso com Calvino e com os reformadores suíços.

John Knox e a rainha, muitas vezes, estiveram em franca discordância. A corte da rainha católica possuía moral fraca, o que era uma ofensa para o justo Knox. De seu púlpito na Igreja de St. Giles, em Edimburgo, ele lançava insultos contra a rainha. Embora não fizesse qualquer tentativa para reconverter os escoceses, a rainha praticava sua fé em uma capela particular, algo que Knox não podia aprovar.

Embora fosse muito atraente, Maria não era muito sábia nas questões políticas e no trato pessoal. Depois da morte do marido francês, ela se casou com seu primo, o lorde Darnley. Logo após a morte desse último marido, fato que causou bastante suspeitas, a rainha rapidamente se casou com o conde de Bothwell. Nesse momento, até mesmo os católicos se voltaram contra ela. Os nobres da Escócia forçaram Maria a abdicar e, desse modo, o caminho para a Escócia protestante ficou aberto. Seu filho, Tiago — que mais tarde herdaria o trono da Inglaterra —, não era católico, e Knox demonstrou sua aprovação ao pregar na coroação desse jovem, em 1567.

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