25 de outubro de 2020
TEXTO DO DIA
“Arrependo-me de haver posto a Saul como rei; porquanto deixou de me seguir e não executou as minhas palavras[…].”(1 Sm 15.11)
SÍNTESE
Em sua soberania, Deus pode rejeitar pessoas que escolhem desobedecê-lo, ainda que tenham sido chamadas para uma grande obra.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA – 1 SM 10.1 Saul é ungido rei de Israel
TERÇA – 1 Sm 10.5,6 Saul se encontra com os profetas
QUARTA – 1 Sm 18.8 Saul sente inveja de Davi
QUINTA – 1 Sm 15.9,10,18 Saul desobedece a Deus
SEXTA – 1 Sm 15.26 Como rei Saul é rejeitado pelo Senhor
SÁBADO – 1 Sm 28.1-7 Saul consulta uma médium
Objetivos
1 REFLETIR a respeito da chamada e escolha de Saul para ser o primeiro rei de Israel;
2 MOSTRAR os erros cometidos por Saul durante o seu reinado;
3 SABER como foi o término do reinado de Saul.
Interação
Saul era um jovem alto, forte e também tímido, pois quando aclamado rei se escondeu entre a bagagem. Ele foi ungido por Samuel, sendo assim consagrado por Deus para exercer seu reinado. Mas não demorou muito para tornar-se desobediente, deixando de cumprir aquilo que fora ordenado pelo Senhor. Como consequência da sua desobediência o Espírito Santo o deixou (1 Sm 13.13,14). Então ele passou a ser atormentado por um espírito mal, tendo o seu coração totalmente corrompido. O exemplo de Saul nos mostra que não basta ter uma chamada do Senhor, é preciso ser obediente em todo o tempo, pois isto certamente garantirá a presença e a orientação dEle conosco.
Texto bíblico
1 Samuel 13.8-14
8 E esperou sete dias, até ao tempo que Samuel determinara; não vindo, porém, Samuel a Gilgal, o povo se espalhava dele.
9 Então, disse Saul: Trazei-me aqui um holocausto e ofertas pacíficas. E ofereceu o holocausto.
10 E sucedeu que, acabando ele de oferecer o holocausto, eis que Samuel chegou; e Saul lhe saiu ao encontro, para o saudar.
11 Então, disse Samuel: Que fizeste? Disse Saul: Porquanto via que o povo se espalhava de mim, e tu não vinhas nos dias aprazados, e os filisteus já se tinham ajuntado em Micmás.
12 Eu disse: Agora, descerão os filisteus sobre mim a Gilgal, e ainda à face do SENHOR não orei; e forcei-me e ofereci holocausto.
13 Então, disse Samuel a Saul: Agiste nesciamente e não guardaste o mandamento que o SENHOR, teu Deus, te ordenou; porque, agora, o SENHOR teria confirmado o teu reino sobre Israel para sempre.
14 Porém, agora, não subsistirá o teu reino; já tem buscado o SENHOR para si um homem segundo o seu coração e já lhe tem ordenado o SENHOR que seja chefe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o SENHOR te ordenou.
INTRODUÇÃO
A Palavra de Deus mostra exemplos de pessoas que começaram bem e terminaram mal. Nesta lição, veremos o primeiro rei de Israel, Saul. Escolhido por Deus e ungido pelo profeta Samuel, ele se deixou levar pela obediência parcial, pelo ciúme e inveja, e acabou sendo substituído. Veremos que Deus não possui predileção por pessoas que desprezam a obediência e que pouco caso fazem daquilo que Ele diz.
I – UM INÍCIO SOBRENATURAL
1. O contexto histórico. Para que entendamos a história de Saul, é preciso ver o que a Lei de Moisés disse sobre a futura monarquia. Ciente de que no futuro os hebreus desejariam ser governados por um monarca, Deus lhes disse, pelo ministério de Moisés, antes de estarem na Terra Prometida: “Quando entrares na terra que te dá o SENHOR, teu Deus, e a possuíres, e nela habitares, e disseres: Porei sobre mim um rei, assim como têm todas as nações que estão em redor de mim, porás, certamente, sobre ti como rei aquele que escolher o SENHOR, teu Deus; dentre teus irmãos porás rei sobre ti; não poderás pôr homem estranho sobre ti, que não seja de teus irmãos” (Dt 17.14,15). Deus deixou claro o caminho para a implantação da monarquia em Israel. Ele já sabia, em sua onisciência, que o povo iria pedir um rei, e as normas foram claras: Esse rei seria escolhido pelo Senhor, e deveria ser um hebreu. Não poderia haver um estrangeiro governando o povo de Israel.
2. Escolhido por Deus. Dizer que Saul não foi escolhido por Deus é uma declaração que precisa ser avaliada à luz das sagradas Escrituras. De acordo com o livro de 1 Samuel, o povo pede um rei (8.5), cumprindo-se o que Deus havia predito em Deuteronômio 17, e o Senhor concede a realização desse pedido (1 Sm 8.22). O Eterno se encarregou de revelar a Samuel quem seria o primeiro monarca dos hebreus: “Por que o SENHOR o revelara aos ouvidos de Samuel, um dia antes que Saul viesse, dizendo: Amanhã, a estas horas, te enviarei um homem da terra de Benjamim, o qual ungirás por capitão sobre o meu povo de Israel, e ele livrará o meu povo da mão dos filisteus; porque tenho olhado para o meu povo, porque o clamor chegou a mim” (1 Sm 9.15,16).
Esses textos deixam claro que Deus conduziu as circunstâncias. Samuel também compreendeu que o Senhor havia escolhido Saul como rei de Israel. O texto diz ainda que Saul seria ungido para trazer livramento ao povo de Israel contra os filisteus. Tais declarações, e a forma como tudo aconteceu, mostram que Saul foi escolhido por Deus.
3. Sinais de sua vocação. Saul recebeu um lugar de honra numa refeição em que Samuel havia convidado trinta homens (1 Sm 9.22). Após isso, Samuel diz que Saul foi escolhido por Deus (1 Sm 10.1), e acrescenta que as jumentas de Quis, pai de Saul, foram achadas (1 Sm 10.2), e que ele encontraria um grupo de profetas, profetizando logo em seguida e se tornando um novo homem (1 Sm 10.6). A orientação divina era que, após esses sinais se cumprirem, Saul saberia que Deus era com ele (1 Sm 10.7). Esses sinais se cumpriram no mesmo dia (1 Sm 10.9). Deus não apenas escolheu Saul, mas mostrou por sinais que estaria com o primeiro rei de Israel.
4. Apontado por Deus. Samuel convocou o povo para Mispa, e lá mostrou o seu rei, Saul. Ele era um homem alto, mas estava escondido entre a bagagem. Foi necessário que Deus apontasse a Samuel que Saul estava escondido entre as bagagens. Mesmo tendo se escondido, Saul foi aclamado pelo povo, com as palavras “viva o rei” (1 Sm 10.24). E a Palavra de Deus registra que “filhos de Belial” desprezaram Saul (1 Sm 10.27). Esses textos deixam claro que Saul foi escolhido por Deus, não apenas pela revelação dada a Samuel, mas também pelos sinais que se seguiram da parte do Senhor. O Deus que escolhe é o mesmo que mostra sinais de sua escolha.
II – COMETENDO ERROS NO MEIO DO CAMINHO
1. Uma desobediência completa. Apesar de todos os sinais demonstrados, e da honra e autoridade dadas por Deus, Saul desobedeceu ao Eterno. Diante de uma batalha contra os filisteus, Saul descumpriu a ordem de Samuel, de esperar o retorno do profeta para oferecer um sacrifício. Saul mesmo sacrificou, sem ter a autorização de Deus para fazer isso, e recebeu uma dura resposta (1 Sm 13.13,14).
2. Uma obediência parcial. Em outra ocasião, Deus havia dito a Saul, por intermédio de Samuel, que o rei aniquilasse os amalequitas. Aquele povo se pôs contrário aos israelitas por ocasião da saída do Egito, e isso deixou Deus indignado. A hora do julgamento dos amalequitas havia chegado e Saul deveria executar o juízo contra aquela nação. E o que Saul fez? Atacou os amalequitas, mas deixou vivo o rei e o melhor das ovelhas e do gado. Em sua perspectiva, não se podia matar um rei, e o gado poderia ser usado no sacrificado ao Senhor. Mas não foi isso que Deus ordenou. Saul havia obedecido parcialmente e para Deus, isso era uma desobediência: “Arrependo-me de haver posto a Saul como rei; porquanto deixou de me seguir e não executou as minhas palavras” (1 Sm 15.11).
O peso da atitude errada de Saul é visto nas palavras de Samuel: “Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei” (1 Sm 15.22,23). O Senhor havia decretado o fim do reinado de Saul. O Deus que escolhe é o mesmo que pode rejeitar uma pessoa por causa de suas atitudes.
O Deus que escolhe é o mesmo que mostra sinais de sua escolha.
3. Outras atitudes erradas. Em uma guerra, os soldados precisam estar alimentados para que possam se manter em combate. Saul também deixou a desejar quando, exausto depois de uma guerra contra os filisteus, decretou que quem comesse pão até a tarde daquele dia, seria tido por maldito. Jônatas, seu filho, provou mel naquele mesmo dia, sem saber do que seu pai falara, e se não fosse o povo para preservar a vida do jovem, Saul teria matado seu próprio filho por um voto impensado, feito num momento de estresse de guerra.
Saul sentiu-se incomodado, após a vitória de Davi sobre Golias, com o cântico das mulheres que atribuíram um valor maior para a vitória do adolescente, e procurou matar Davi. Em sua busca desenfreada por matar o jovem pastor, que agora era um guerreiro, Saul ordenou a morte de 85 sacerdotes e de todos os habitantes da cidade de Nobe, porque Davi havia fugido e passado naquela localidade (1 Sm 22.18,19).
III – UM FIM DESASTROSO PARA O PRIMEIRO REI DE ISRAEL
1. O preço de não se ouvir e obedecer a Deus. O preço de tanta indiferença para com as coisas de Deus resultou no silêncio do Eterno para com Saul. O princípio vale para os nossos dias: Para quê buscar a orientação do Senhor se essa busca não é acompanhada na mesma intensidade pela obediência? Deus não se revela para satisfazer a nossa curiosidade, e sim para que cumpramos o seu projeto neste mundo. O Pai Celeste nos concede claramente o poder da escolha, mas igualmente as consequências da responsabilidade. Em nada tal fato fere a soberania de Deus, pois Ele permanece Soberano, ainda que obedeçamos ou não os seus desígnios. Quem perde a oportunidade de ser usado pelo Senhor é quem rejeita o projeto dEle para a sua vida.
2. Buscando respostas no mal. Saul, diante da batalha contra os filisteus, que seria a sua última, resolveu procurar uma feiticeira, para que lhe servisse de mediadora com o sobrenatural. Ele havia consultado ao Senhor, mas não obteve resposta por nenhuma das formas costumeiras (1 Sm 28.6). O preço a ser pago pela desobediência foi o silêncio de Deus.
O silêncio divino não fez com que Saul buscasse ao Senhor e lhe obedecesse. Lamentavelmente, não são poucos os que buscam respostas de Deus sem querer buscar na mesma medida a sujeição aos seus desígnios. Mas, Saul ainda queria respostas. Ele iria novamente para a guerra e foi buscar na feitiçaria uma palavra favorável (1 Sm 28.7). Contando com ajuda de seus servos, achou uma feiticeira, e o preço de seu pecado foi a morte. Seu desatino foi tão grande que ele mencionou o nome do Senhor para garantir à feiticeira que não a mataria: “Então, Saul lhe jurou pelo SENHOR, dizendo: Vive o SENHOR, que nenhum mal te sobrevirá por isso” (1 Sm 28.10). Ele usou o nome de Deus para chancelar o mal, tão grande era a sua distância do Eterno.
3. O fim de um reinado. Saul termina sua história dando fim à própria vida. Após deixar de ouvir as orientações de Deus, Saul se viu sozinho e cercado por inimigos. Perdeu três de seus filhos na batalha antes de se matar, e deu fim a sua história de forma triste.
Cremos que esse não era o projeto de Deus para Saul, quando o Eterno o escolheu e o ungiu pelo ministério de Samuel. Se ele tivesse respeitado os mandamentos do Senhor, seu reino seria confirmado para sempre.
A cada momento somos desafiados a ser obedientes a Deus, e precisamos entender que uma decisão errada pode nos levar a outra decisão errada, tirando-nos do centro da vontade do Senhor. Se formos atentos ao que Deus fala, e apresentarmos nossas decisões a Ele, não teremos dificuldades em cumprir a vocação para a qual fomos chamados.
Pense!
O que conta, no fim da nossa história: O início da nossa caminhada ou a forma como terminamos nossos dias?
Ponto Importante
Começar com a bênção de Deus é necessário, tanto quanto ser fiel a Deus duramente o nosso ministério, até o final dele.
SUBSÍDIO
“1 Samuel 10.6 – Como podia Saul estar tão cheio do Espírito, e, posteriormente, cometer atos tão malignos?
Durante todo o Antigo Testamento, o Espírito de Deus ‘vinha’ sobre os indivíduos, temporariamente, para que Deus pudesse usá-los para grandes atos. Isto acontecia frequentemente com os juízes de Israel, quando chamados por Deus para resgatar a nação (Jz 3.8-10). Esta não era uma influência permanente, mas uma manifestação temporária do Espírito Santo.
Em algumas ocasiões, no Antigo Testamento, o Espírito até mesmo veio sobre incrédulos, para capacitá-los para tarefas comuns. O Espírito Santo dava à pessoa o poder de fazer o que Deus pedia, mas isto nem sempre produzia os outros frutos do Espírito, tais como autocontrole. Nos seus primeiros anos como rei, Saul foi uma pessoa diferente, como resultado do trabalho do Espírito Santo nele (1 Sm 10.1-10). Mas, à medida que seu poder crescia, também crescia sua soberba. Depois de algum tempo, ele se recusou a buscar Deus; o Espírito Santo o deixou (1 Sm 16.14), e sua boa atitude desapareceu” (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 450).
CONCLUSÃO
Ser escolhido por Deus para uma obra ou ministério não nos isenta de andar de acordo com os padrões de Deus. Saul obteve do Eterno uma chamada que foi confirmada por sinais. Entretanto, ele perdeu o reino ao não andar de acordo com as orientações de Deus. Não basta ter uma chamada do Senhor, é preciso ser obediente em todo o tempo, pois isto certamente garantirá a presença e a orientação dEle conosco.
HORA DA REVISÃO
1. Cite uma referência bíblica que mostra que os hebreus seriam governados por um monarca.
“Quando entrares na terra que te dá o SENHOR, teu Deus, e a possuíres, e nela habitares, e disseres: Porei sobre mim um rei, assim como têm todas as nações que estão em redor de mim, porás, certamente, sobre ti como rei aquele que escolher o SENHOR, teu Deus; dentre teus irmãos porás rei sobre ti; não poderás pôr homem estranho sobre ti, que não seja de teus irmãos” (Dt 17.14,15).
2. Segundo a lição, quais eram as normas para a escolha do monarca hebreu?
Esse rei seria escolhido pelo Senhor, e deveria ser um hebreu. Não poderia haver um estrangeiro governando o povo de Israel.
3. Quais os dois sinais da vocação e escolha de Saul, conforme a lição?
Saul recebeu um lugar de honra numa refeição em que Samuel havia convidado trinta homens. Após isso, Samuel diz que Saul foi escolhido por Deus, e acrescenta que as jumentas de Quis, pai de Saul, foram achadas, e que ele encontraria um grupo de profetas, profetizando logo em seguida e se tornando um novo homem (1 Sm 10.6).
4. Qual foi a saudação do povo ao ser apresentado ao novo rei?
“Viva o rei”.
5. Qual o pecado de Saul que o fez perder o trono?
A desobediência deliberada a Deus.