ESCOLA DOMINICAL COMO ESPAÇO DA EVANGELIZAÇÃO

I – Introdução

É impossível refletir sobre a Escola Dominical sem que fiquem claras duas funções por ela exercidas: ensino e evangelização. Isto é, querigma (pregação) e didaquê (ensino).

Desde os tempos bíblicos, a preocupação com o ensino e a evangelização é muito forte. No Antigo Testamento, Israel é chamado a educar as gerações vindouras sobre a lei de Deus. No Novo Testamento, Jesus dá instruções a seus discípulos, na grande comissão de Mateus 28.18-20 enfatizando a pregação e o ensino. “18 E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. 19 Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.”

Desde os primórdios, a Igreja Cristã permaneceu, enquanto pôde, aprendendo nas sinagogas e recebendo os ensinos. Quando foi expulsa das sinagogas, passou a reunir-se nas casas (Atos 2.42) “…e perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.”

II – Origem da Escola Dominical

A Escola Dominical teve sua origem na Inglaterra, com Robert Raikes, em 1780. Ela tinha o propósito de oferecer instrução às crianças pobres que trabalhavam, usando para isso o único dia livre da semana. Raikes tirava as crianças das ruas, limpando-as, alimentando-as e iniciando-as ao estudo da Bíblia.

III – Modelo em sua Gênese

      Tinha o propósito de oferecer educação básica aos que não podiam freqüentar escolas públicas.

      O objetivo era a Educação Cristã, isto é, transmitir o conhecimento religioso e o comportamento associado a ele à classe mais empobrecida de jovens.

      Fornecia um alicerce sobre o qual as crianças podiam construir suas vidas morais.

IV – O que é Educação Cristã?

      Educação Cristã é um processo dinâmico para a transformação, libertação e capacitação da pessoa e da comunidade.

      Ela se dá na caminhada da fé e se desenvolve no confronto da realidade histórica com o reino de Deus, num comprometimento com a missão de Deus no mundo, sob a ação do Espírito Santo, que revela Jesus Cristo segundo as Escrituras. (PVM, p.98).

V – O que é evangelização ?

A evangelização, como parte da missão, é encarnar o amor divino nas formas mais diversas da realidade humana, para que Jesus Cristo seja confessado como Senhor, Salvador, Libertador e Reconciliador. A evangelização sinaliza e comunica o amor de Deus na vida humana e na sociedade, através da adoração, proclamação, testemunho e serviço. (PVM)

VI  – Reflexão Sobre a Escola Dominical Hoje

No livro “Vencendo os Inimigos da Escola Dominical”, Lécio Dornas, em sua avaliação da Escola Dominical, detecta os seguintes problemas:

  1. Mesmice pedagógica
  2. Superficialidade hermenêutica (biblicismo – sem Bíblia e interpretação sem contexto)
  3. Insuficiência na didática (às vezes tem conteúdo, mas não preparou para ensinar)
  4. Visão equivocada do ato de ensinar (falta vocação)
  5. Acomodação
  6. Presunção (pessoa que sabe tudo)
  7. Falta de material didático adequado.

Considerando que, no âmbito da Escola Dominical, o visitante é também o aluno para evangelização e ensino, precisamos repensar nossa proposta de Escola Dominical = ensino x evangelismo.

Lendo o livro “Se você finge que ensina eu finjo que aprendo”, vemos o seguinte: a aula versa sobre qualquer coisa menos sobre o assunto do livro (lição). Professores (as) pensando ter ensinado e alunos (as) convictos (as) de que sabem alguma coisa. Penso que a Escola Dominical, em muitos momentos, tem se tornado uma escola de alunos (as) sem vida, é uma escola da teoria do “fingimento”.

George Barna, em seu livro “Evangelização Eficaz” analisa a vida e o conhecimento da geração evangélica em meio às mudanças atuais. Ele conclui o seguinte: “Muitos alunos são capazes de citar com precisão os programas de televisão do horário nobre e não são capazes de afirmar com precisão os temas básicos da fé cristã”.

 

POR: Rev. José Pontes Sobrinho

 

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