Quase todos, retratam a cena da negação de Pedro como se Jesus tivesse dizendo que antes que o galo (ave) cantasse, Pedro o negaria três vezes. No entanto, existe uma grande probabilidade dessa interpretação estar errada.
As evidências apontam que possivelmente na época de Jesus já havia a proibição ou pelo menos o costume de não criar galos ou galinhas em Jerusalém.
Segundo William Barclay: “Pode bem ser que o canto do galo não fosse o canto de uma ave; e desde o começo não pretende significar isso.
Acima de tudo, a casa do Sumo Sacerdote estava no centro de Jerusalém. E certamente não haveria um galinheiro no centro da cidade. De fato, havia uma regra na lei judia, segundo a qual era ilegal ter galos e galinhas na cidade santa, porque eles sujavam as coisas santas.” Se não havia nenhuma ave no local onde Pedro estava, então a que “canto de galo” os evangelhos se referem?
Provavelmente era um “toque de trombeta” da guarda romana, o termo latino para aquele toque de trombeta era “gallicinium” que significa “canto do galo” quando Pedro fez a sua terceira negação a trombeta ecoou e Pedro lembrou.
De acordo com a Enciclopédia da Bíblia: “O cantar do galo” era um nome dado a terceira vigília da noite, de meia noite às três da manhã.”
No tempo de Cristo a noite foi dividida pelos romanos em quatro vigílias:
a) Tarde;
b) Meia-Noite;
c) Madrugada (chama de canto do galo);
d) Cedo.
Jesus parece mencionar essa divisão quando afirma o seguinte: “Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo , se pela manhã; para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo. O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai!” Marcos 13:35-37
Sendo assim, é bem provável que foi uma trombeta que tocou quando Pedro negou Jesus e não uma ave.
Um comentário
Muito esclarecedor e de forma objetiva no contexto das tradições judaicas de não permitir galos ou galinha devido a preservação da limpeza próximos as locais sagrados. Fazendo sentido a afirmação sobre o som de uma trombeta e não da ave.
Muito esclarecedor e de forma objetiva no contexto das tradições judaicas de não permitir galos ou galinha devido a preservação da limpeza próximos as locais sagrados. Fazendo sentido a afirmação sobre o som de uma trombeta e não da ave.