Por volta dos anos 600 d.C. cogitou-se considerar a data do nascimento de Cristo como o ano zero.
O monge Dionísio, o Pequeno, que viveu no século VI, foi quem se preocupou e quem estabeleceu a data de nascimento do Redentor, fixada então em 1º de janeiro ano cristão.
A Igreja acolheu a data de 25 de dezembro como o dia do nascimento de Jesus Cristo porque o dia de Natal se sobreporia, assim, às celebrações do solstício de inverno e à festa de Mitra, deus da luz, que os antigos festejavam justamente nesse dia. Assim, a Igreja cristianizou essas festividades pagãs, fornecendo-lhes simbolismos cristãos e uma nova linguagem cristã trazendo
O nascimento de Jesus do dia primeiro de janeiro para o dia 25 de dezembro.
Segundo essa passagem, naqueles dias, apareceu um edito de César Augusto ordenando o recenseamento de todo o mundo habitado. Esse recenseamento foi o primeiro realizado quando Quirino era governador da Síria, com o alistamento de todos, cada um em sua própria cidade. Nessa época, consta que José saiu da região da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a região da Judéia, para cidade de Davi, chamada Belém, a fim de se inscrever no recenseamento com Maria, sua esposa, que estava grávida.
Mateus (2, 1-2) acrescentou a estrela dos Magos à narrativa e, sobretudo, colocou o nascimento de Jesus no tempo do reino de Herodes, também mencionado por Lucas (I, 5), indiretamente.
A partir dessas fontes e depois de muitos cálculos, Dionísio pensou que poderia estabelecer o ano preciso da morte de Herodes – consta que Jesus nasceu no ano em que Herodes morreu. Mas se enganou, pois o soberano morreu certamente no ano 4 a.C. É ainda mais difícil estabelecer o tempo exato do recenseamento de Quirino, que aconteceu, de qualquer forma, entre os anos 7 e 6 a.C.
O sistema estabelecido por Dionísio foi adotado muito lentamente. Pode-se dizer que só se difundiu realmente no século IX d.C. (no tempo de Carlos Magno). Hoje, os historiadores concordam em considerar que Cristo nasceu cinco ou seis anos antes do que propõem os cálculos do monge; portanto, o nosso milênio terminou antes que nos déssemos conta.
Mesmo assim, a datação do nascimento de Cristo impôs-se em todo o mundo, independentemente da religião praticada. Para os muçulmanos, o ano de 622, teoricamente o primeiro de sua era, foi substituído pela contagem à maneira ocidental.