(a moderna Tell ed-Duweir) era uma importante cidade fortificada de
localização estratégica no Sefelá, ou terras baixas de Judá, situada 48 km a sudoeste de
Jerusalém. Os invasores israelitas sob as ordens de Josué tomaram Láquis um dia após a
haverem sitiado (Js 10:32). Em seguida, avançaram sem queimar a cidade (Js 11:13).
Mais tarde, o rei Roboão fortificou Láquis e tornou-a “muito forte” (2Cr 11:9-12).
Durante as escavações em Nínive, em 1850, Layard achou que, de todas as 46 cidades
conquistadas por Senaqueribe durante a célebre campanha na Síria e na Palestina no ano
701 a.C., Láquis parece ter sido seu maior motivo de orgulho, porque ao regressar a
Nínive ordenou a seus artistas e escultores que registrassem a tomada da cidade em 13
painéis distribuídos nas paredes do palácio. Quando os painéis foram agrupados,
formaram um dos panoramas de batalha mais extensos e detalhados de todos os tempos.
J. L. Starkey e seus sócios dirigiram as escavações em Láquis de 1932 até janeiro de
1938. Realizaram muitas descobertas importantes, e a principal foram 21 cartas
(conhecidas hoje como “as cartas de Láquis”). Eles acharam as cartas entre as cinzas e
carvões existentes no depósito da guarda, contíguo à porta exterior da cidade. Foram
escritas com tinta de carvão “por um certo Hosaías (v. Ne 12:32; Jr 42:1; 43:2), oficial
subalterno do exército estacionado em um pequeno forte perto de Jerusalém, a Jaós, o
comandante. As curtas mensagens foram escritas durante os últimos anos de Jeremias
(588 a.C.). Refletem o turbulento período pelo qual passava o reino durante o governo
de Zedequias, pouco antes da queda de Láquis, e dois anos antes da queda de Jerusalém.
Evidentemente, as mensagens foram escritas em um espaço de poucos dias ou semanas,
conforme se deduz da semelhança dos fragmentos — cinco deles encaixam-se como
fragmentos da mesma vasilha”. A carta I contém uma lista de nove nomes próprios, e
cinco deles constam no AT. Três aparecem apenas na época de Jeremias. Na carta IV,
Hosaías escreve: “E permita meu senhor saber que estamos esperando os sinais de
Láquis, segundo todas as indicações que meu senhor tem dado, porque não podemos ver Azeca”. Jeremias menciona os sinais (Jr 6:1) e narra como o rei da Babilônia “lutava
contra Jerusalém e contra as outras cidades de Judá que ainda resistiam, Láquis e Azeca,
pois só restaram essas cidades fortificadas em Judá” (Jr 34:7). A carta II refere-se às
palavras dos príncipes como “debilitando nossas mãos”, e a leitura torna-se interessante
quando comparada com Jeremias Jr 38:4: “Então os líderes disseram ao rei: Este
homem deve morrer. Ele está desencorajando os soldados que restaram nesta cidade,
bem como todo o povo, com as coisas que ele está dizendo”. “Essas cartas refletem a
tensa situação social e política da época em que Jeremias profetizou e foi encarcerado.
Elas também proporcionam evidência direta acerca das ferramentas e da tinta que
Baruque usou para escrever os caracteres hebraicos”: “Perguntaram a Baruque: ‘Diganos, como você escreveu tudo isso? Foi Jeremias quem o ditou a você?’ ‘Sim’, Baruque
respondeu, ‘ele ditou todas essas palavras, e eu as escrevi com tinta no rolo’”.O
professor Haupert, da Moravian College and Theological Seminary, diz: “A verdadeira
importância das cartas de Láquis dificilmente pode ser exagerada. Nenhuma descoberta
arqueológica até hoje tem relação mais direta com o AT. Os escribas que redigiram as
cartas (porque havia mais de um) fizeram-no com genuíno talento artístico em hebraico
clássico, e temos praticamente uma nova seção de literatura do AT — como
complemento de Jeremias”.O dr. Albright declara: “Nessas cartas, encontramo-nos
exatamente na época de Jeremias, com as condições sociais e políticas em perfeita
harmonia com o livro que leva seu nome”.
Ver tb: Js 10:3, Js 10:31, Js 12:11, Js 15:40, 2Rs 14:19, 2Rs 18:14, 2Rs 18:17, 2Rs 19:8,
Ne 11:30, Is 36:2, Jr 34:7, Mq 1:13
fonte: BIBLIA THOMPSON