Lição 06 – A Desconstrução da Masculinidade Bíblica

Adultos 3° Trimestre de 2023

6 de agosto de 2023

TEXTO ÁUREO
“E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.” (Gn 2.15)
 
  VERDADE PRÁTICA
O homem foi criado com qualidades que expressam virilidade, responsabilidade e liderança.
 
  LEITURA DIÁRIA
Segunda – Gn 1.27 Deus criou o ser humano e os definiu pelo sexo: macho e fêmea
Terça – Gn 2.15 Ao criar o homem, Deus lhe confiou duas tarefas: cultivar e guardar o jardim
Quarta – Rm 1.26,27 O uso antinatural da sexualidade é condenado nas Escrituras
Quinta – Ez 22.30 Deus procura homens capazes para reverter situações adversas
Sexta – Rt 3.8 O autocontrole e moderação nos instintos sexuais
Sábado – Rt 4.13-16 Espera-se do homem cristão um caráter protetor e provedor para toda a sua família
 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

7 – Havia, pois,  já de muito tempo este  costume  em Israel, quanto à remissão e contrato, para confirmar todo negócio, que  o  homem descalçava o sapato e  o  dava ao seu próximo; e isto  era  por testemunho em Israel. 
8 – Disse, pois, o remidor a Boaz: Toma-a para ti. E descalçou o sapato. 
9 – Então, Boaz disse aos anciãos e a todo o povo:  Sois,  hoje, testemunhas de que tomei tudo quanto  foi  de Elimeleque, e de Quiliom, e de Malom da mão de Noemi; 
10 – e de que também tomo por mulher a Rute, a moabita,  que foi  mulher de Malom, para suscitar o nome do falecido sobre a sua herdade,  para que o nome do falecido não seja desarraigado dentre seus irmãos e da porta do seu lugar;  disto sois  hoje testemunhas. 
11 – E todo o povo que  estava  na porta e os anciãos disseram:  Somos  testemunhas; o  Senhor  faça a esta mulher, que entra na tua casa, como a Raquel e como a Leia,  que ambas edificaram a casa de Israel; e há-te já valorosamente em Efrata e faze-te  nome afamado em Belém. 
12 E seja a tua casa como a casa de Perez (que Tamar teve de Judá), da semente que o  Senhor  te der desta moça.
 
HINOS SUGERIDOS:  da Harpa Cristã
 
Objetivos da Lição:
Mostrar que a masculinidade bíblica provém da criação divina e que suas características passam pela provisão e proteção da família;
Destacar que a erosão da masculinidade tem a ver com a apologia à homossexualidade e com a negligência da responsabilidade masculina;
Enfatizar a imagem de Boaz como símbolo de uma masculinidade bíblica e equilibrada.
 

INTRODUÇÃO

O conceito progressista de ruptura dos padrões bíblicos atua na desconstrução da masculinidade. Assim, os marcos judaico-cristãos do papel do homem são questionados. Nesse contexto, a masculinidade é relativizada e o modelo bíblico de homem, desconstruído. Nesta lição, apresentaremos o mandato divino para o homem, as ofensivas de desmasculinização e o exemplo de masculinidade bíblica que Deus requer do homem cristão.
 
PALAVRA-CHAVE Masculinidade
 

I – A MASCULINIDADE BÍBLICA

1. A criação divina do ser humano. Deus é o Criador de todas as coisas nos céus, na terra e no mar (Gn 1.1; At 4.24). A Escritura registra que Ele criou o ser humano e o definiu pelo sexo: macho e fêmea, homem e mulher (Gn 1.27). Essa diferenciação visa ao complemento mútuo na união conjugal e ao desempenho dos papéis divinamente designados a cada um (1 Co 11.11,12).
   Desse modo, pode-se afirmar que nenhuma outra criatura foi feita como o ser humano. Os peixes, as aves e todos os outros animais foram produzidos “segundo a sua espécie” (Gn 1.21,24,25). Entretanto, ao criar o ser humano, Deus o fez olhando para si mesmo, isto é, sua própria imagem e semelhança (Gn 1.26). Por conseguinte, o ser humano é considerado a coroa da Criação.

2. Características da masculinidade.

As Escrituras revelam um conjunto de características do papel do homem na história, bem como segundo a sua constituição biológica. Ao criar o homem, Deus lhe confiou duas tarefas primárias e essenciais: cultivar e guardar (Gn 2.15). Esses dois termos resumem o mandado divino para o comportamento masculino. Significa que as funções de provedor e protetor são próprias da natureza do homem. Nesse sentido, Paulo ratifica que cabe ao homem proteger sua esposa e família, bem como prover-lhes uma vida digna (Ef 5.28-30). Ressalta-se que a “masculinidade bíblica” enaltece o amor e o cuidado em relação à mulher e que “o machismo” a inferioriza e a desonra. Nesse aspecto, a Bíblia ensina ao homem a honrar a mulher com toda a dignidade (1 Pe 3.7).

3. A liderança masculina.

Deus confiou ao homem a responsabilidade da liderança (Gn 1.26; 3.16). Na Bíblia, Deus é a cabeça de Cristo; Cristo é a cabeça do homem; e o homem é a cabeça da mulher (1 Co 11.3). O movimento feminista, de viés neomarxista, considera esse modelo como um sistema machista opressor para com a mulher. Ao contrário dessa falácia, o apóstolo Paulo revela que o homem deve liderar a sua casa do mesmo modo que Cristo lidera a Igreja (Ef 5.29).
   Uma vez que Cristo se entregou pelo bem-estar da Igreja, a liderança masculina requer a prática de algum tipo de sacrifício pela mulher (Ef 5.25b). Nesse sentido, no exercício da liderança, o homem deve evidenciar virtudes, tais como: fortaleza, sabedoria, coragem, amor e respeito (Jz 6.14; 2 Cr 1.10; Ne 6.11; Jo 15.12,13). 
 
SINÓPSE I
Deus criou o homem com funções de prover e proteger a sua família, trazendo assim segurança a sua casa.

AUXÍLIO DE VIDA CRISTÃ

A QUALIDADE DA PATERNIDADE
“RECORDO-ME CLARAMENTE do dia em que meu primeiro filho nasceu – 10 de agosto de 1963 –, uma noite de calor sufocante, no sul da Califórnia. Fazia tanto calor que levei minha mulher para um passeio na praia de Huntington. Tomamos a direção de volta para casa, a encalorada e poluída Los Angeles, já no meio da tarde.
Após o jantar, enquanto nos acomodávamos em nossos finos lençóis, o trabalho de parto começou. E isto é tudo de que nos lembramos do ardor do sol. Minha esposa estava ocupada com outro tipo de dor, e eu estava tão nervoso que esqueci da minha.
Aquela noite trouxe um dos maiores acontecimentos de nossas vidas. Deus nos dava nosso primogênito, uma bela menininha a quem demos o nome de Holly. Eu me lembro de tudo, até das cores da parede do hospital. Parece que foi ontem.
   Hoje, como avô de seis crianças, é natural que meu verdadeiro tesouro, depois da minha conversão a Cristo, sejam os membros de minha família. Admito a ideia de que, se houvesse um incêndio, voltaria para pegar as fotos, o álbum de recortes, os cartões de aniversário e as notas. Sim, pelo amor que sinto por eles” (HUGHES, Kent R. Disciplinas do Homem Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.37).
 

II – A EROSÃO DA MASCULINIDADE

1. Apologia à homossexualidade. Em tempos pós-modernos, a “ideologia de gênero” faz contínuas investidas de legitimação da homossexualidade. Esse conceito ignora as características físicas e biológicas, alegando que o ser humano nasce sexualmente neutro. Essa concepção invalida a criação divina da raça humana como ser binário “masculino” e “feminino” (Gn 1.27).
   Ensina que a identidade de gênero e a orientação sexual independem da anatomia do corpo. Assim, não aceita que os órgãos do sistema reprodutor humano sirvam de parâmetro para a sexualidade. Como consequência, a sexualidade antinatural é incentivada (Rm 1.26,27). Disso decorre uma crise do comportamento masculino no tempo presente (1 Co 6.10).

2. Responsabilidade negligenciada.

Em virtude da relativização da masculinidade, o modelo bíblico vem sendo abandonado. A identidade masculina, que deveria estar associada à virilidade, à capacidade de prover e proteger a família, é substituída por indivíduos de duplo ânimo, vacilantes e inconsequentes (Tg 1.8). Uma parcela é incapaz de sustentar a sua própria casa, não pelo desemprego, mas pela aversão ao trabalho (Pv 21.25). Os efeitos desse comportamento resultam em inúmeros casos de desajustes familiares e divórcio.

3. Crise de liderança.

A crise de masculinidade tem gerado homens incapazes de exercer liderança. Uma sociedade sem líderes eficazes transforma-se em anarquia. No período do profeta Ezequiel, Jerusalém estava imersa na corrupção, fraudes, mentiras, opressão, extorsão, imoralidade, injustiça e violência (Ez 22.2-13). Deus revelou ao profeta que uma das causas do juízo iminente era crise de liderança e que procurava alguém para reverter a situação (Ez 22.30). Nesse caso, Deus ainda procura esse tipo de homem na atualidade (1 Rs 2.2).
 
SINÓPSE II
A erosão da masculinidade é representada pela apologia à homossexualidade, à negligência das responsabilidades masculinas e à crise de liderança.

III – BOAZ: SÍMBOLO BÍBLICO DE MASCULINIDADE

1. Modelo de generosidade. Boaz é um grande símbolo de masculinidade bíblica. Ele era um parente de Elimeleque, o falecido esposo de Noemi (Rt 2.1). Esta perdera o marido, os filhos e ficara apenas com a moabita Rute, uma de suas noras, também viúva e sem filhos (Rt 1.3,5,16). Para sobreviver, Rute foi trabalhar no campo de Boaz (Rt 2.3,5,6).
   Ao saber que Rute deixara a sua terra para apoiar a sogra, Boaz a tratou com generosidade (Rt 2.11,12). Ele se dirigiu a ela com ternura (Rt 2.8); a protegeu para não ser molestada (Rt 2.9); a alimentou (Rt 2.14); e ordenou que fosse favorecida na colheita (Rt 2.15,16). Porém, pela lei, uma viúva sem filhos só poderia ser resgatada pelo casamento com um parente próximo do falecido (Dt 25.5,6; Rt 4.9,10). Assim, apesar da compaixão de Boaz, Noemi e Rute ainda estavam em apuros.

2. Modelo de responsabilidade.

Ao prometer resgatar Rute e a herança de Elimeleque, Boaz estava ciente que o direito era de um parente mais próximo que ele (Rt 3.12,13). Assim, movido pelo senso de responsabilidade, liderança e honra, Boaz levou o caso aos anciãos (Rt 4.1,2). Na audiência, explicou que as terras estavam à venda e aquele que as comprasse deveria casar-se com Rute (Rt 4.4,5).
   O parente que tinha a primazia autorizou Boaz a comprar as terras e se casar com a moabita (Rt 4.6,9,10). Ao adquirir a propriedade e tomar Rute por mulher, Boaz tornou-se o provedor e protetor daquela família (Rt 4.13-16). O casal gerou a Obede, avô do Rei Davi de cuja linhagem nasceu o Cristo (Rt 4.22, Mt 1.5,6,16). Boaz é símbolo de masculinidade enquanto marido, pai e líder exemplar.
 
SINÓPSE III
Boaz representa um símbolo de masculinidade bíblica enquanto marido, pai e líder.

Auxílio Vida cristã

A LIDERANÇA MASCULINA
“O consenso pessimista e a ansiedade por liderança se expande até a igreja de modo que, hoje, muitas sofrem da alarmante falta de liderança, quando comparadas à história tão recente quanto as décadas de 40 e 70 (décadas que produziram líderes do porte de Harold John Ockenga, Billy Graham, Carl F. H. Henry e Francis Schaeffer, assim como a igreja local dinâmica e líderes leigos). Existirá realmente menos liderança do que costumava haver? Parece que sim, mas uma análise objetiva é difícil. As estatísticas indicam que sim. No entanto, a liderança masculina na igreja está decaindo, enquanto as mulheres superam os homens, já que os homens se comprometem apenas em 41 por cento com o serviço adulto na igreja. E algumas igrejas não conseguem encontrar um só homem para prestar atendimento no gabinete dos idosos.
Mais e mais homens se satisfazem em deixar que os outros assumam as responsabilidades pesadas, preferindo assumir apenas a parte mais leve. Certamente, é fato que a liderança é mais difícil hoje, devido à mudança da complexidade e o volume das instituições de hoje. E, também, por causa da confusão contemporânea sobre o que é liderança. […] Porém, nada disto exime a igreja ou o cristão de hoje. Ao contrário de nossa cultura, a Bíblia nos dá instruções claras com relação à liderança através das vidas de seus grandes líderes e através de ensinamento específico referente à natureza, qualificações e compromissos dos líderes espirituais” (HUGHES, Kent R. Disciplinas do Homem Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.157-58).

CONCLUSÃO

Deus criou o ser humano com dois gêneros: masculino e feminino (Gn 1.27). Por isso, a diferenciação dos sexos é um princípio determinado pela criação divina (Gn 2.23). Nesse sentido, a masculinidade é um conjunto de atributos e funções inerentes ao homem. Já a desmasculinização decorre da inversão dos papéis do homem na sexualidade, na liderança e na prática de seus deveres. A masculinidade bíblica exige o autocontrole, sacrifício e firmeza de caráter no encargo de suas tarefas. Nesse aspecto, a sociedade, a família e a igreja esperam por homens que honrem a sua masculinidade e exerçam o papel que Deus os vocacionou a desempenharem.

REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que visa a diferenciação entre homem e mulher?
Essa diferenciação visa ao complemento mútuo na união conjugal e ao desempenho dos papéis divinamente designados a cada um (1 Co 11.11,12).
 
2. Quais as funções próprias da natureza do homem?
As funções de provedor e protetor são próprias da natureza do homem.
 
3. Do que decorre a crise do comportamento masculino?
A não aceitação de que os órgãos do sistema reprodutor humano sirvam de parâmetro para a sexualidade e o incentivo à prática da sexualidade antinatural.
 
4. O que moveu Boaz a levar o resgate de Rute aos anciãos?
Movido pelo senso de responsabilidade, liderança e honra, Boaz levou o caso aos anciãos (Rt 4.1,2).
 
5. Qual símbolo Boaz representa?
Boaz é símbolo de masculinidade enquanto marido, pai e líder exemplar.

6 comentários

  1. Boa noite, acho essa lição muito boa e objetiva pós conta Um pouco do relacionamento com nosso esposo(a) filho(a).

  2. A figura de Boaz foi um ótimo exemplo, em todos os sentidos, para resumir o protagonismo do homem dentro do lar.

    Parabéns ao autor!

  3. Parabéns pela coragem de expor os principais problemas da identidade do ser humano numa era líquida, pós moderna e antinomista; pena que há pouco interesse das igrejas atuais em investir de forma relevante nas Escolas Bíblicas Dominicais, pouco se investe na apologia das principais doutrinas do cristianismo!

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