TEXTO DO DIA
“Não ameis o mundo, nem o
que no mundo há. Se alguém
ama o mundo, o amor do Pai
não está nele.” (1 Jo 2.15)
SÍNTESE
O crente vive em um mundo
dominado por uma cultura
materialista, egoísta e
efêmera, mas não se deixa
dominar por ele. O seu prazer
é fazer a vontade de Deus.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA – 1 Co 6.12
Todas as coisas são lícitas ao
cristão, mas nem tudo convém
TERÇA – Gn 3.1-7
A cobiça dos olhos conduz à
desobediência
QUARTA – 2 Sm 11.1-5
A cobiça dos olhos pode induzir à
cobiça da carne
QUINTA – Tg 4.1-10
Deus resiste aos soberbos, mas dá
graça aos humildes
SEXTA – 1 Co 6.9-11
Cristo é a solução para quem se entregou à cobiça e à soberba da vida
SÁBADO – 1 Jo 2.17
O mundo com sua concupiscência
são temporários
OBJETIVOS
• MOSTRAR que aquele que ama o mundo não tem o
amor do Pai;
• EXPLICAR que a cobiça e a soberba são frutos da cultura
materialista;
• REFLETIR a respeito do materialismo temporário e a
vontade eterna de Deus.
INTERAÇÃO
Caro(a) professor(a), vamos iniciar um novo trimestre
estudando a respeito do combate aos desejos da carne,
o desejo dos olhos e a soberba da vida. Vamos utilizar
como referência o texto bíblico de 1 João 2.15-17.
Sugerimos que antes de iniciar o trimestre, você leia
todas as lições para ter uma ideia dos temas. Depois, a
cada semana, estude a lição específica que vai lecionar.
Se possível, adquira o livro de apoio do trimestre.
Que este não seja simplesmente mais um trimestre, mas
que faça a diferença em sua vida cristã e na de seus alunos.
Aproveite cada aula, cada momento para se aproximar
mais de Deus. Caminharemos juntos por 13 lições, por
isso, esperamos que seja agradável e produtivo para você.
O comentarista do trimestre é o pastor Natalino das
Neves, da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Curitiba. Ele é mestre e doutor em Teologia pela Pontifícia
Universidade Católica do Paraná – PUC.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para esta aula sugerimos a ilustração da rã. Faça o seguinte
comentário: Se uma rã for lançada em uma panela com
água fervendo, sabendo do perigo de morrer cozida, ela
pula imediatamente para fora da panela. Todavia, se for
colocada em uma panela com água fria sobre um fogão
onde a água é aquecida lentamente, ela não vai tentar
fugir e acabará cozida com o aquecimento da água. Qual
lição podemos extrair da história? A lição é a seguinte: A
rã pode ser comparada ao crente que vai se acostumando,
pouco a pouco, com o estilo de vida do mundo. Ao final,
ele estará tão envolvido que morrerá espiritualmente,
sem perceber a mudança da temperatura ambiente, por
isso esteja sempre vigilante com as “ofertas do mundo”.
Promova uma aula participativa!
TEXTO BÍBLICO
1 João 2.15-17
15 Não ameis o mundo, nem o que no
mundo há. Se alguém ama o mundo,
o amor do Pai não está nele.
16 Porque tudo o que há no mundo, a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida,
não é do Pai, mas do mundo.
17 E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade
de Deus permanece para sempre.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Neste trimestre estudaremos a
respeito da concupiscência da
carne, a concupiscência dos olhos
e a soberba da vida. O conteúdo da
primeira lição servirá como uma
introdução ao tema do trimestre.
Nas demais lições serão detalhadas as recomendações bíblicas a
respeito do nosso relacionamento
com o dinheiro, o sexo e o poder.
Ao final do trimestre, se você tiver
participado de todas as aulas, provavelmente estará mais preparado para
vencer as tentações nessas áreas.
I – QUEM AMA O MUNDO O AMOR
DO PAI NÃO ESTÁ NELE (v. 15)
1. O que é o mundo? A palavra grega
para mundo é kosmos. Ela tem três diferentes significados no Novo Testamento.
Observe: o mundo físico criado por Deus,
o planeta em que vivemos (Mt 13.35; At
17.24); a humanidade em geral, objeto do
amor sacrificial de Deus para salvação
(Jo 3.16) e o sistema dominante que se
opõe a Deus (Mt 16.26; Jo 14.17; 15.18).
Nas lições do trimestre vamos tratar a
respeito deste último (Rm 12.2).
2. Não ame o mundo. A Primeira
Carta de João mostra que o mundo é
constituído por três tipos de pessoas:
as que não conhecem a Deus (3.1); as
que são contrárias à Igreja de Cristo
(3.13) e as que são dominadas pelo maligno (5.19). O cristão não deve tomar a
mesma forma das pessoas que fazem
parte do mundo (Rm 12.1,2). O crente
deve renovar sua mente por meio da
Palavra de Deus, da oração e do jejum.
Ele deve influenciar, com suas ações
e palavras, as pessoas que se opõem
a Deus. O crente é “sal” e “luz” e não
pode jamais permitir ser influenciado
pelo estilo de vida daqueles que não
conhecem a Deus. O mundo usurpa a
paixão de quem se deixa levar por ele.
Por isso, precisamos estar em constante
vigilância para que não venhamos a nos
acostumar com o estilo de vida daqueles
que são contrários à vontade e à ética
do Reino de Deus.
3. O amor ao mundo é inconsistente com o amor de Deus. Quanto mais
próximo o cristão estiver do sistema
deste mundo, mais ele se distanciará
da presença de Deus. Jesus, na oração
sacerdotal, deixou claro que seus discípulos estavam no mundo (Jo 17.11),
mas eles não eram do mundo, ou seja,
não se conformavam com o sistema
opressivo dominante dos homens
ímpios (Jo 17.14). O discípulo de Cristo
já foi chamado e resgatado do mundo
de trevas; como filho de Deus, e nova
criatura, é enviado ao mundo como luz e
testemunha viva da transformação que
se dá por meio do Evangelho (Jo 17.18).
Os que se amoldam ao estilo de vida
do mundo não tiveram uma experiência
real com Jesus Cristo e jamais poderão
agradar a Deus.
Cristo provou o seu amor por nós
oferecendo a sua vida em sacrifício vivo
e perfeito. Se queremos retribuir a esse
amor, precisamos viver uma vida santa,
longe dos pecados deste mundo. Paulo
traz uma advertência séria para nós,
pois os que vivem segundo a carne não
podem agradar a Deus: “Portanto, os que
estão na carne não podem agradar a
Deus. Vós, porém, não estais na carne,
mas no Espírito, se é que o Espírito de
Deus habita em vós […]” (Rm 8.8,9).
Pense!
A quem você tem amado: ao
mundo ou a Cristo?
Ponto Importante
O cristão não deve tomar a forma
do mundo, ou seja, seguir o estilo
de vida das pessoas que não
conhecem e se opõem a Deus
II – A COBIÇA E A SOBERBA, FRUTOS DA CULTURA MATERIALISTA
(v. 16)
1. A cobiça da carne. A concupiscência da carne é a falta de domínio sobre
os desejos carnais. As pessoas que se
entregam à cobiça da carne tornam-se
escravas de pecados, como por exemplo,
prostituição, impureza, lascívia, idolatria,
feitiçarias (Gl 5.19,20). Porém, “os que são
de Cristo crucificaram a carne com as
suas paixões e concupiscências” (Gl 5.24).
O cristão deve ter domínio sobre a
natureza humana, caída e pecaminosa.
Algumas pessoas atribuem suas condutas imorais somente à ação de Satanás,
mas o apóstolo Tiago deixa bem claro
que elas cometem pecados motivadas
pelos próprios pecados: “Mas cada um
é tentado, quando atraído e engodado
pela sua própria concupiscência” (Tg 1.14).
2. A cobiça dos olhos. Os olhos são
considerados as janelas da alma. Se controlados e conduzidos pelos interesses
individuais e egoístas, podem levar o ser
humano a uma cobiça desenfreada e ao
afastamento da vontade de Deus. A Bíblia
narra alguns episódios de pessoas que,
devido à cobiça dos olhos, atraíram para si
resultados desastrosos. Observe: a) Adão
e Eva. A narrativa da criação apresenta a
entrada do pecado no mundo tendo sua
origem na cobiça dos olhos. A ambição
dos olhos conduziu à desobediência (Gn
3.6,7); b) Acã. Durante a conquista liderada
por Josué, Acã avista entre os despojos
de guerra uma linda capa babilônica,
vindo a cobiçá-la e tomá-la para si. Toda
a comunidade foi prejudicada (Js 7.20,21);
c) Davi. Quando estava em um lugar que
não deveria estar, vê uma formosa mulher
(casada) tomando banho. Ele a cobiça,
comete adultério e depois um assassinato
(2 Sm 11.1-4). Esses exemplos têm-se repetido na vida de muitas pessoas que não
estão atentas ao risco da cobiça dos olhos.
3. A soberba da vida. Pessoas famosas acabam influenciando outras, em
especial a juventude. Jovens também
querem, a todo custo, fama, dinheiro e
prestígio. Aquele que não tem o temor
de Deus busca a ostentação pretensiosa
a qualquer preço, se precisar renuncia
a prática da honestidade, da integridade para buscar “poder” e “glamour”. O
mundo consumista da atualidade, que
valoriza o ter em detrimento do ser, tem
grande influência no comportamento das
pessoas. Mas o maior e melhor modelo
a ser seguido é Jesus, que mesmo sendo
Deus, viveu neste mundo e jamais pecou, tendo uma vida simples e humilde,
amando e indo ao auxílio das pessoas
desfavorecidas (Fp 2.6-11).
Pense!
Jovem, o que você tem almejado
para sua vida? Siga o exemplo de
Cristo e priorize o que é santo!
Ponto Importante
A motivação do cristão deve ser
fazer a vontade de Deus para não ser
dominado pelas coisas deste mundo.
III – ENTRE O MATERIALISMO
TEMPORÁRIO E A VONTADE
ETERNA DE DEUS
1. A vida é passageira. Algumas pessoas, enquanto jovens, pensam que a
juventude vai durar para sempre, mas ela
é passageira. O autor de Eclesiastes, no
capítulo 12, aborda de maneira magistral,
a respeito do envelhecimento humano.
Ele incentiva o temor e reverência a Deus
desde o tempo de força e vitalidade (juventude), para não chegar ao final da vida
sem forças, sem desejos e com o peso do
arrependimento. Tudo teve um começo e
terá um fim, a vida também. Ela é efêmera
e um dia teremos de prestar contas a Deus
do que fizemos com nossos recursos,
dons e talentos. Por isso, a necessidade
de priorizar o que é eterno. Não coloque a
sua confiança nos prazeres momentâneos
ou nos bens e recursos humanos, pois o
conselho bíblico continua atual: “Lembra-te
do teu Criador nos dias da tua mocidade,
antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer:
Não tenho neles contentamento” (Ec 12.1).
2. Jovens que venceram a oferta do
mundo por meio da Palavra. O texto de
1 João 2.15-17 faz parte de um contexto
literário maior. Ele está unido a 1 João 2.12-
14, que afirma ter os jovens já vencido as
ofertas do mundo por meio da Palavra. O
autor enfatiza: “[…] Eu vos escrevi, jovens,
porque sois fortes, e a palavra de Deus está
em vós, e já vencestes o maligno” (v. 14).
Texto que, por sua vez, também tem relação
com a passagem bíblica precedente (vv.
3-11). Jovem, você já venceu as ofertas do
mundo, procure fazer a vontade de Deus
e observe os mandamentos do Senhor.
3. Trabalhando em favor do que é eterno. Jesus, após a multiplicação dos pães,
recomenda a seus ouvintes trabalharem
“não pela comida que perece, mas pela
comida que permanece para a vida eterna”
(Jo 6.27). Ele acrescenta que a libertação
verdadeira se dá somente aos que “permanecerem em sua palavra” (Jo 8.31). Deus
quer que as pessoas compreendam sua
vontade (Ef 5.17) e conheçam seus atos
e caminhos (Sl 103.7). Quem ama a Deus
sente alegria em fazer a vontade divina e
tem a garantia da vida eterna. Procure fazer
a vontade de Deus ainda que você tenha
que abrir mão daquilo que deseja, pois
a vontade de Deus para os seus filhos é
sempre boa, agradável e perfeita (Rm 12.2).
Pense!
Por qual “comida” você tem
trabalhado? A que perece ou a que
permanece para a vida eterna?
Ponto Importante
O ímpio tem prazer em satisfazer
os desejos carnais, momentâneos,
enquanto o salvo tem prazer em
fazer a vontade de Deus, que é
permanente.
Não coloque a sua
confiança nos prazeres
momentâneos ou nos bens
e recursos humanos.
SUBSÍDIO 1
“[…] É difícil contestar ou dissuadir
os próprios discípulos do amor ao
mundo. Essas razões são tiradas: 1.
Da inconsistência desse amor com
o amor de Deus: ‘Se alguém ama o
mundo, o amor do Pai não está nele’
(v. 15). O coração do homem é estreito
e não pode conter os dois tipos de
amor. O mundo afasta o coração de
Deus; e, assim, quanto mais o amor
do mundo prevalecer, mais o amor
de Deus diminuirá e se deteriorará. 2.
Da proibição do amor mundano ou da
concupiscência; ela não é determinada
por Deus: Ela ‘[…] não é do Pai, mas do
mundo’ (v. 16). Esse amor (ou concupiscência) não é ordenado por Deus
(Ele nos chama para nos afastarmos
dela), mas se intromete a partir do
mundo; o mundo é um usurpador
de nossa paixão. Temos aqui uma
consideração e noção apropriadas
do mundo, de acordo com as quais
ele deve ser crucificado e renunciado.
O mundo, fisicamente considerado,
é bom e deve ser admirado como
obra de Deus e um espelho na qual
a sua perfeição brilha, mas deve ser
considerado no seu relacionamento
conosco agora em nosso estado corrompido e como trabalho em nossa
fraqueza e instiga e inflama nossas
paixões perversas. Existe uma grande
afinidade e aliança entre o mundo e a
carne, e este mundo penetra e invade
a carne e assim se volta contra Deus”
(HENRY, Matthew. Comentário Bíblico
Novo Testamento: Atos a Apocalipse.
2.ed. Rio de Janeiro: 2010, p. 915).
SUBSÍDIO 2
“O motivo pelo qual ‘o mundo’ ouve
os oponentes é que eles ‘falam do
mundo’ (1 Jo 4.5) ou ‘falam a partir
do ponto de vista do mundo’. Não
provocam a hostilidade do mundo porque esta resulta somente da
exibição de seus feitos malignos,
quando são revelados pela luz da
mensagem de Deus (Jo 7.7; cf. 1 Jo
3.12). Os oponentes de João podem
ter sido como certos oponentes de
Paulo, que foram atraídos ao que era
visível e que impressionava (2 Co 10-
11). Em resposta, Paulo insistiu que os
cristãos devem manter seus olhos
(espirituais) fixos não no visível, que é
apenas temporário, mas no invisível,
que é eterno (2 C0 4.18). Isto é notavelmente semelhante à linguagem do
verso final desta seção: Qualquer coisa
associada com o mundo ‘passa’, mas
‘aquele que faz a vontade de Deus
permanece para sempre’. A fascinação
pelo que é material é grande. Mas
somente um louco acumula tesouros
na terra, que breve serão perdidos, ao
invés de acumulá-los no céu, onde
jamais serão perdidos (Mt 6.19-21)”
(ARRINGTON, French L.; STRONSTAD,
Roger. Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2004, p. 971).