Lição 10-A RESSURREIÇÃO DE JESUS

 MEDITAÇÃO

 “E, oito dias depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles, Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco! Depois, disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos: chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram!” (Jo 20.26-29). 
 
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA 
SEGUNDA-Jó 14.14 
TERÇA – Daniel 12,2 
QUARTA – Isaías 26.14,19 
QUINTA – Oseias 6.2 
SEXTA – Mateus 16.21-23 

SÁBADO – 1 Coríntios 15.19

TEXTO BÍBLICO BASE

36 – E, falando ele dessas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles e disse-lhes: Paz seja convosco. 
37 – E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito. 
38 – E ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que sobem tais pensamentos ao vosso coração? 39 – Vede as minhas mãos e os meus pés. que sou eu mesmo: tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. 
40 – E. dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. 
41 – E. não o crendo eles ainda por causa da alegria e estando maravilhados, disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer? 
42 – Então, eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado e um favo de mel, 
43 – o que ele tomou e comeu diante deles.

ORIENTAÇÃO AO PROFESSOR 
INTERAGINDO COM O ALUNO 
A presente lição fala da maior esperança do crente: a ressurreição de Jesus Cristo. É esperança porque só podemos antevê-la pela fé. Dificuldades para crer na ressurreição não é novidade alguma, pois ainda nos dias em que aconteceu, Tomé, um dos Doze, não acreditou que isso fosse possível (Jo 20.26-29), Conforme o Mestre disse ao duvidoso apóstolo, felizes os que creem sem a exigência de ver. Essa deve ser a nossa mensagem. Jamais devemos condicionar a fé a provas, pois estas nem sempre poderão ser apresentadas e, se tal critério for adotado, possivelmente muitas pessoas se decepcionarão. Isso não significa acreditar em tudo que ouvimos por ai, porém, existem assuntos que são fundamentais e, dentre esses, a ressurreição é o principal. Toda a esperança de quem acolheu a mensagem do Evangelho consiste no fato de que, um dia, o Senhor ressuscitará a todos aqueles que nEle cre em e acabará com a morte. A prova dessa verdade é que Ele ressuscitou o Senhor Jesus Cristo. 
 
OBJETIVOS 
Sua aula deverá alcançar os seguintes objetivos: 
1 Reafirmar a verdade bíblica da ressurreição de Cristo como certeza da nossa esperança; 
2 Relatar as aparições do Senhor ressurreto e explicar o porquê delas; 

3 Demonstrar a relevância da ressurreição como a maior promessa do Evangelho.

PROPOSTA PEDAGÓGICA 

Mesmo com todo o avanço cientifico, nosso conhecimento acerca da realidade ainda é limitado. A ciência não é uma entidade que existe à parte das pessoas. Ela desenvolve-se gradual e lentamente, de acordo com a realização de novas pesquisas e estudos, Para isso, não pode conformar-se com o que já descobriu, antes, precisa questionar o que foi descoberto e assim descobre erros que antes não percebia. Por isso, é enganosa a ideia de que todas as coisas precisam de “aprovação cientifica” para ser verdade. Partindo desse princípio, é interessante deixar claro que a ciência não é absoluta. Não obstante, é preciso ter cuidado com o desprezo pela ciência e também pelo saber, pois apesar de não serem absolutos, ambos são necessários para o desenvolvimento e evolução da realidade. A única questão a ressaltar é que a ciência e o saber são empreendimentos humanos e, portanto, limitados. 
Tendo esse aspecto firmado, é importante conversar com alunos nos seguintes termos: A ciência pode responder do que o mundo é composto, porém, ela não pode responder o porquê de o mundo existir. Lidando apenas com o que pode ser mensurado e reproduzido, a ciência lida com dificuldade com tudo aquilo 
 
INTRODUÇÃO 
“Eu só acredito vendo” ou “Eu tenho de ver para crer”, são duas expressões comuns utilizadas por alguém que duvida de tudo e que, por isso, geralmente diz ser como “São Tomé”. Apesar de as pessoas que assim falam raramente saberem, Tomé, um dos apóstolos do Senhor, não foi elogiado por não acreditar em seus amigos, mas justamente o contrário! O apóstolo João diz que tendo Jesus aparecido aos seus discípulos, o receoso apóstolo não estava presente (Jo 20.19-24). Ao relatarem que o Senhor havia estado com eles, Tomé então Lhes dissera: “Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu Lado, de maneira nenhuma o crerei” (Jo 20.25). Uma semana depois, eles estavam no mesmo lugar e, nessa oportunidade, Tomé estava com o grupo. O Senhor Jesus dirige-se a ele e desafia-o: “Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente” (Jo 20.27). Se alguém afirma que precisa ver para crer, então a fé está dispensada, pois o que se vê não necessita de fé, e sim de bom senso. Muito embora, é preciso reconhecer, mesmo vendo, alguns não creem (Mt 28.17; Jo 12.37), pois a indisposição para aceitar nada tem com a factualidade, ou não, de alguma coisa. Temas dos mais importantes da fé é a ressurreição, e este é o assunto do nosso estudo. 
 
1. JESUS, MODELO DA RESSURREIÇÃO 
1.1 – O milagre da ressurreição. Desesperançados e sem motivação alguma para levar adiante a missão de proclamar a chegada do Reino de Deus, três dias após a morte de Jesus os discípulos voltaram às suas atividades anteriores (Jo 21.3). Como quaisquer pessoas normais, a esperança deles estava na vida. Vivo, Jesus os encorajava a enfrentar as dificuldades estimulando-os a perseverar (Mt 9.2,22; 14.27; Mc 10.49; Lc 8.48; Jo 16.33), “morto”, não havia mais porque continuar acreditando que a realidade poderia mudar (Lc 24.19-21). O fato é que, mesmo não crendo, os próprios “príncipes dos sacerdotes e os fariseus”, reunidos com Pilatos, informaram-lhe, chamando Jesus de “enganador”, que em vida o Mestre dissera que depois de três dias ressuscitaria (Mt 27.62,63). Por isso, solicitaram ao governador romano que os fornecesse um efetivo da guarda romana para que os discípulos não “roubassem” o corpo de Jesus e assim disseminassem a mentira de que Ele ressuscitara (Mt 27.64). Pilatos atendera ao pedido e eles então julgaram que tudo estava seguro (Mt 27.65,66). 
  Contado nos quatro Evangelhos (Mt 28.1-10; Mc 16.1-8; Lc 24.1-12; Jo 20.1-18), o relato da ressurreição contém detalhes que não deixam dúvida acerca de sua historicidade. Um dos exemplos é o próprio fato de haver incredulidade, nos dias imediatamente posteriores ao milagre, por parte dos próprios seguidores do Senhor. Entretanto, apenas como forma de exemplificar a veracidade da ressurreição, podemos tomar a preocupação dos príncipes dos sacerdotes e dos anciãos de Israel em subornar os guardas para mentir acerca do ocorrido (Mt 28.11-15). Ora, se eles estavam dormindo, como podem afirmar com certeza que os discípulos roubaram o corpo do Senhor? E se eles viram os discípulos roubando, porque não impediram? 
    1.2 – A incredulidade a respeito da ressurreição. Na Lógica racionalista de sempre, não apenas de hoje, a ressurreição é algo impossível de acontecer. Mesmo desenvolvendo o seu ministério durante aproximadamente três anos e meio, período em que ensinara aos seus discípulos que seria tirado fisicamente do meio deles (Mt 16.21-23; Jo 12.32-34), quando tal momento chegara, as reações que eles tiveram evidenciaram que os seguidores do Senhor não estavam preparados para enfrentar tal situação (Mt 26.31; Mc 14.27; Jo 20.19). Além disso, eles demonstraram total desconhecimento bíblico acerca do que fora profetizado sobre o Messias, pois tudo o que aconteceu, estava predito na Palavra de Deus (Mt 21.42; 26.54.56: Mc 14.49: Lc 24.25-27,44-46). Como já amplamente frisado, os discípulos alimentavam expectativas irreais a respeito do Cristo e por isso sentiram-se decepcionados. A dificuldade em aceitar o fato de que o Senhor ressuscitara, não é uma descrença atual, mas algo que se manifestou nas primeiras horas que se seguiram à aparição (Lc 24.13-35). 
    1.3 – A realidade da ressurreição. Não foi com um corpo “espiritual” ou holográfico que Jesus se apresentara aos seus discípulos. Na verdade, ao aparecer a eles pela primeira vez, conforme relata Lucas, os discípulos ficaram “espantados e atemorizados, [pois] pensavam que viam algum espírito” (Lc 24.37). O Mestre então lhes respondera: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24.39). Em seguida Ele mostrou-lhes as mãos e os pés que, como sabemos, foram furados e traspassados quando de sua crucificação. Para que não restasse dúvida alguma por parte de seus seguidores acerca da “materialidade” do corpo do Mestre, Jesus então solicitara: “Tendes aqui alguma coisa que comer?” (Lc 24 41). Imediatamente, diz Lucas, “eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado e um favo de mel, o que ele tomou e comeu diante deles” (Lc 24.41-43). Em outra ocasião, o Senhor aguardara os seus seguidores na beira da praia, e lá eles o encontraram assando peixe (Jo 21.9-15). 
 
AUXÍLIO DIDÁTICO 1 
“Para Paulo, a ressurreição de Cristo é a afirmação de Deus de que a morte de Jesus, de fato, pagou a punição pelo pecado. Como ele diz aos corintios: ‘E. se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados’ (1 Co 15.17). Ele faz esse mesmo ponto, de forma sucinta, quando diz que Cristo ‘por nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação’ (Rm 4 25). A ressurreição testifica o fato de que a morte de Jesus tornou possível a absolvição da punição pelo pecado, o livramento do poder do pecado e a com pleta libertação da presença do pecado” (LOWERY, David K “Teologia das Epístolas Missionárias de Paulo”. In ZUCK, Roy B. (Ed ). 

Teologiado Novo Testamento. i.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, pp.302-303). O mesmo autor diz que a “ressurreição de Jesus também inicia seu papel como Senhor. Agora, Ele exerce poder à direita de Deus. Paulo refere-se a isso quando diz que Jesus foi ‘declarado Filho de Deus em poder, segundo 0 Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, — Jesus Cristo, nosso Senhor’ (1.4). Uma manifestação dessa autoridade é o ministério de Jesus de intercessão em favor dos cristãos, razão pela qual Paulo pode declarar com segurança que ‘agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus’ (8.1). Quando ele, mais adiante nessa passagem, propõe a pergunta retórica: ‘Quem os condenará?’ (8.34a), a resposta implícita é: ‘Ninguém’. Pois como Paulo responde: ‘Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós”’ (lbid„ p.303). Além disso, continua David Lowery, “Paulo também considera a ressurreição de Cristo como algo que tipifica o que o cristão vivenciará. ‘Mas agora, Cristo ressuscitou dos mortos e foi feito as primícias dos que dormem’ (1 Co 15.20). Em uma linha semelhante, ele escreve aos romanos: ‘E. se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivíficará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita’ (Rm 8.11). A ressurreição, portanto, não é tanto uma obra que Cristo tenha realizado, mas é a obra de Deus Pai e do Espírito. Contudo, Paulo considera que a ressurreição está totalmente relacionada com o ministério atual de Jesus e é um aspecto essencial da futura experiência cristã” (Ibidem.).

2.0 PROPÓSITO DAS APARIÇÕES DO SENHOR 

    2.1 – O período da aparição. Com os exemplos de incredulidade dos discípulos de Jesus relatados nas Escrituras, vè-se o quanto foi importante a permanência do Senhor por quarenta dias entre os seus seguidores (At 1.3), Esse aspecto é mais um ponto crucial da ressurreição, pois em uma de suas últimas aparições públicas, de acordo com o apóstolo Paulo, “foi visto por mais de quinhentos irmãos” que. à época em que escrevera a epístola, ainda viviam (1 Co 15.6). 0 que isso significa? Se alguém não conseguisse, por fé, crer na ressurreição, podia se dirigir a essas pessoas e comprovar por si mesmo. Apesar de esta prática não ser recomendável, era uma alternativa à descrença a respeito de isso ter acontecido e não ser fruto de alucinação coletiva. 
   2.2 -A mensagem de Jesus no período da aparição. O mesmo texto de Atos 1.3, informa que o teor da mensagem de Jesus nesse período de quarenta dias, consistiu justamente do mesmo conteúdo que Ele pregara durante os três anos e meio. Lucas informa que o Mestre desenvolvera um ministério junto aos seus discípulos, “aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando do que respeita ao Reino de Deus”. Mesmo após ter sido brutalmente morto, ressurreto, Jesus continuou falando acerca do projeto divino do Reino de Deus. Continuou servindo ao Pai que o designara a realizar tal missão. Aos discípulos que, mesmo depois de tê-lo ouvido durante todo aquele período, não entenderam o porquê de Ele ter morrido (e tal falta de entendimento, parece ter atingido-os em sua totalidade), o Mestre se dispôs a ensiná-los mais uma vez (Lc 24.27,44,45).
2.3 – A prioridade de Jesus no período da aparição. Por que Jesus se dispôs a ensinar, por exemplo, Cleopas e outro de seus seguidores que, no caminho para a aldeia de Emaús, falavam dEle de forma decepcionante (Lc 24.13-35)? Por que o Mestre aparecera novamente aos seus apóstolos e chamara Tomé para verificar os ferimentos (Jo 20.19-29)?
A resposta é simples se não perdermos de vista o fato de que Ele valorizava pessoas e não reputações, regras religiosas ou quaisquer outras coisas. Sua prioridade, durante o período de “vida normal” e, após a ressurreição, manteve-se intacta. Seu compromisso era a libertação e a salvação das pessoas, pois foi para isso que o Pai o enviara (Lc 4.43). 
 
AUXÍLIO DIDÁTICO 2 
É importante reforçar o propósito das aparições do Senhor, pois a ideia era confirmara missão dos discípulos, oferecendo-lhes esperança com o exemplo do Mestre ressurreto. Pela demonstração de seu exemplo de que a vida eterna era uma verdade. 0 Mestre pode então comissioná-los a continuar levando 0 Evangelho do Reino. 
 
3. O SIGNIFICADO DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO 
    3.1 – A ressurreição, uma promessa milenar. Apesar de reconhecer que no mundo antigo não havia quase nenhum conhecimento acerca do destino humano após a morte (Jó 14.1-14; Sl 88.1-12), diferentemente do que se pensa, o tema da ressurreição não surge pela primeira vez em o Novo Testamento e sim ainda no Antigo Testamento. O profeta Daniel fala acerca desse assunto pela primeira vez: “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno” (12.2). Na realidade, Daniel está profetizando acerca de um tempo futuro em que o Criador ressuscitará a todos para um julgamento final (Ap 20.11-15). 
    3.2 – A ressurreição se cumpre em Jesus. O apóstolo Paulo diz em Colossenses 1.18, que Jesus “é o principio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência”. Tal pensamento já havia sido expresso pelo apóstolo em sua primeira epístola aos Coríntios, quando tratou acerca da ressurreição: “Mas, agora. Cristo ressuscitou dos mortos e foi feito as primícias dos que dormem. Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda” (15.20-23). Novamente Paulo fala acerca do tema da representatividade, ou seja, de Adão e Jesus, mostrando um paralelo entre ambos. Adão trouxe o pecado, Jesus a salvação. Adão trouxe a morte, Jesus, a ressurreição e a vida eterna. Por que Jesus é colocado como “primogênito dentre os mortos” e também considerado “as primícias dos que dormem”? A resposta é que todas as pessoas que voltaram à vida na história bíblica, acabaram morrendo futuramente em outro tempo (1 Rs 17.17-24; 2 Rs 4.32-37; 13.20,21; Mt 27.52,53; Lc 7.11-15; 8.41,42,49- 55: Jo 11.1-45; At 9.36-42; 20.9,10,12). Essas pessoas, na verdade, não ressuscitaram no sentido pleno da expressão, mas apenas voltaram a viver. Ao passo que Jesus Cristo ressuscitou verdadeiramente e não voltará mais a morrer! 
    3.3 – A ressurreição como esperança central do Evangelho. O capitulo 15 da primeira epístola de Paulo aos Coríntios é um verdadeiro tratado acerca do tema da ressurreição. Como gregos que eram, os coríntios tinham dificuldade de crer naquilo que eles não encontravam lógica, pois analisavam todas as coisas pelo viés da filosofia. O apóstolo então os instrui claramente e diz algo muito grave que serve, inclusive para nós atualmente: “Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (1 Co 15.12-14). A ressurreição é a esperança central do Evangelho, pois nela se cumpre a vontade do Criador que, momentaneamente, foi desfeita pela desobediência e a introdução da morte no mundo (1 Co 15.24-28,50-57; Ap 21.4). 
 
AUXÍLIO DIDÁTICO 3 
“O Evangelho de João afirma de forma explícita que ter ‘vida eterna’ quer dizer ser ressuscitado por Jesus Cristo no último dia (Jo 6.40,54; cf. 6.39,44; 1124; 12.48). O justo sairá para vivenciar a vida eterna (5.29; sentido literal ‘ressurreição da vida’; NVI, ‘ressuscitarão para a vida’); o injusto ressuscitará para o julgamento eterno. Assim, o verdadeiro sentido do que a maioria das versões da Bíblia traduz por ‘vida eterna’ é ‘a vida da era por vir’. Isso é consistente com o uso da expressão em Daniel 12.2 e também de outras fontes intertestamentárias (Testamentos de Asher 5.2; Salmos de Salomão 3.16:2(4) Esdras 712,13; 8.52-54). Outrossím , a expressão é encontrada com esse sentido em outros escritores do Novo Testamento. Em Marcos 10.17. no debate a respeito das condições para entrar no Reino de Deus, o jovem rico pergunta: ‘Bom Mestre, que farei paraherdar a vida eterna?’ Í…1 Em João 12.25. também podemos ver esse contraste entre a vida presente e a vida do mundo por vir: ‘Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem, neste mundo, aborrece a sua vida, guardá-la-á para vida eterna’” (HARRIS, W. Hall. “Teologia dos Escritos Joaninos”. In ZUCK, Roy B. (Ed.). Teologia do Novo Testamento, i.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, pp.256-57). 
 
CONCLUSÃO 

A palavra de Jesus a Tomé desencoraja qualquer tentativa de “provar” que Ele ressuscitara: “Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram!” (Jo 20.29). Em outras palavras, não se deve querer ver para crer, mas justamente o contrário, só se pode crer se não exigirmos ver! A nossa felicidade consiste exatamente no fato de que cremos sem que tenhamos contemplado.

VERIFIQUE SEU APRENDIZADO 

1. Por que a ressurreição é uma questão de fé? 

 Porque na lógica racionalista de sempre, não apenas de hoje, a ressurreição é algo impossível de acontecer. 

2.0 corpo ressurreto de Jesus era material ou “espiritual”?

 Não é possível dizer que o corpo do Senhor era apenas material, porém, sabemos que ele não era um corpo espiritual, 
 
3. Por que Jesus apareceu por quarenta dias após ter ressuscitado?
 Para que seus discípulos não perdessem a fé. 
 
4. Explique o motivo de Jesus ser o “primogênito” dos ressuscitados. 
 A resposta é que todas as pessoas que voltaram à vida na história bíblica acabaram morrendo futuramente em outro tempo (1 Rs 17.17-24; 2 Rs 4 32-37; 13.20,21; Mt 27.52,53; Lc 711-15; 8.41,42,49- 55; Jo 11.1-45; At 9.36-42; 20.9,10,12). Essas pessoas, na verdade, não ressuscitaram no sentido pleno da expressão, mas apenas voltaram a viver. Ao passo que Jesus Cristo ressuscitou verdadeiramente e não voltará mais a morrer. 
 
5. Por que a ressurreição é a esperança central do Evangelho? 
 A ressurreição é a esperança central do Evangelho, pois nela se cumpre a vontade do Criador que, momentaneamente, foi desfeita pela desobediência e a introdução da morte no mundo (1 Co 15.24-28,50- 57; Ap 21.4).

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