16 de Junho de 2024
INTERAÇÃO
Professor(a), você tem esperança? Então não terá dificuldades na ministração da lição. Vivemos tempos trabalhosos, sabemos que o mundo vem passando por momentos difíceis. A guerra na Ucrânia que parece não ter fim e, recentemente, o conflito que já ceifou milhares de vidas entre o Hamas e Israel. São guerras, catástrofes naturais, e tantas circunstâncias que nos fazem chorar. E o que a fé cristã tem a dizer sobre como devemos nos portar diante desses momentos de dor e sofrimento? O Evangelho de Jesus oferece esperança para este tempo? Ele não só oferece a esperança, mas a solução para a humanidade; Jesus Cristo.
A esperança é uma das virtudes do Cristianismo. A presença de Jesus em nós, por meio do seu Santo Espírito, nos traz conforto e segurança não somente para as situações difíceis pelas quais passamos, mas também nos inspira para estar preparados para o que Deus reservou aos que o amam nesta vida e no porvir. É o que veremos na lição desse domingo.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), converse com seus alunos explicando que esperança “às vezes, indica um desejo (2Co 11.1). Na Bíblia a palavra ‘esperança’ na maioria das vezes designa uma disposição da alma, a base para a esperança de alguém ou o resultado para o qual se espera. Na sua essência, a esperança bíblica é a esperança no Senhor, enraizada na fidelidade da aliança de Deus. A esperança confia no Senhor no presente e vive mesmo agora na força das realizações futuras de Deus (Gl 5.5; Hb 11.1).
No Novo Testamento, a esperança está intimamente associada a Cristo e à sua obra salvadora. Os cristãos agora vivem pela esperança em Cristo; de fato, Ele é ‘Jesus Cristo’, esperança nossa (1Tm 1.1), e seu futuro aparecimento é ‘a bem-aventurada esperança’ (Tt 2.13). A esperança é, portanto, mencionada repetidamente como um atributo cristão essencial (Rm 12.12; 1Co 13.13)” (Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.177).
TEXTO BÍBLICO
Salmos 42.6-11; Romanos 5.1-5.
Salmos 42
6. Ó meu Deus, dentro de mim a minha alma está abatida; portanto, lembro-me de ti desde a terra do Jordão, e desde o Hermom, e desde o pequeno monte.
7. Um abismo chama outro abismo, ao ruido das tuas catadupas; todas as tuas ondas e vagas têm passado sobre mim.
8. Contudo, o Senhor mandará de dia a sua misericórdia, e de noite a sua canção estará comigo: a oração ao Deus da minha vida.
9. Direi a Deus, a minha Rocha: Por que te esqueceste de mim? Por que ando angustiado por causa da opressão do inimigo?
10. Como com ferida mortal em meus ossos, me afrontam os meus adversários, quando todo o dia me dizem: Onde está o teu Deus?
11. Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei. Ele é a salvação da minha face e o meu Deus.
Romanos 5
1. Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;
2. Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
3. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tributações, sabendo que a tribulação produz a paciência;
4. e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança.
5. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado.
INTRODUÇÃO
O mundo vem passando por momentos de transformação em vários segmentos, com notícias ruins e boas. Avanços científicos, descobertas de tratamentos que podem salvar vidas, como por exemplo, a descoberta de medicamentos que ajudou no controle da pandemia de COVID-19, que ceifou milhares de vidas, são referências de boas notícias. Contudo, também nos vemos envoltos em notícias que podem nos trazer desesperança e medo do futuro. E o que a fé cristã tem a dizer sobre como devemos nos portar nesses momentos? Que esperança o Evangelho de Jesus oferece para esta vida? É o que veremos na lição deste domingo.
I. A FÉ CRISTÃ NUMA ERA DE DESESPERO
1. Desespero provocado por doenças e guerras. O Dicionário Aurélio define a palavra “desespero” como um “estado de espírito (sensação ruim) que faz com que alguém acredite estar num momento sem saída”. Uma doença que paralisa o mundo inteiro, prendendo pessoas dentro de suas casas e causando uma alta taxa de mortalidade, uma nova guerra ou uma crise financeira são suficientes para trazer desespero a muitas pessoas. Há pouco tempo passamos por tais situações, e nesse período, muitas pessoas desenvolveram depressão, pânico e outros problemas congêneres. Afastamento social, perda do emprego, da renda e falta de perspectiva de quando esse cenário terminaria trouxeram desespero para bilhões de pessoas nos últimos 5 anos.
O apóstolo Paulo vivenciou um momento muito difícil que o levou à angústia. Ele relatou esse momento aos Coríntios ao afirmar “porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tributação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos” (2Co 1.8). Até os servos de Deus podem passar por situações em que o desespero tira por completo a perspectiva de melhoras no presente, mas Paulo disse que, apesar da sentença de morte com a qual havia se deparado, Deus trouxe livramento necessário naquela situação (2Co 1.10).
2. Desesperança por questões econômicas e profissionais. Com a economia globalizada que vemos em nossos dias, é comum que as pessoas sejam afetadas por notícias que apresentem altos índices de desemprego, afetando famílias inteiras, colocando em risco segurança, educação, alimentação e abrigo para milhões de pessoas. Se por um lado a palavra esperança traz a ideia de uma perspectiva positiva relacionada ao futuro, por outro lado desesperança afeta negativamente a nossa percepção do que ainda está para acontecer. Notemos que tal sentimento afeta grupos sociais cujos governos não conseguem proveras estruturas básicas para sua população, o que acontece nos países mais pobres, mas também acontece em países desenvolvidos, onde há altos índices de suicídio. O desespero afeta a nossa percepção do presente, e a desesperança, a nossa percepção do futuro.
3. A busca por esperança nos lugares errados. Não saber o que vai acontecer no futuro traz bastante desconforto às pessoas. Na busca de uma certeza, ou de uma sombra dela, para o que virá à frente, muitos buscam no misticismo, na adivinhação e no oculto informações que as ajudem a tomar decisões acertadas. Ao invés de buscarem em Deus uma esperança, recorrem às trevas para serem cada vez mais confundidos. No Antigo testamento, Deus adverte seu povo a que não adotasse práticas que os seus vizinhos cananeus tinham, e deixando claro que entre os hebreus não deveria ter “nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos” (Dt 18.11). Quem busca esperança nas artes adivinhatórias, no movimento dos astros, em cartas e sortilégios está pecando, pois só Deus conhece o futuro, além de revelar a falta de fé no Senhor. O Eterno completa dizendo: “Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti” (Dt 18.12). A maior fonte de desesperança é a falta do conhecimento e de confiança no Todo-Poderoso.
SUBSÍDIO I
Professor(a), inicie o tópico explicando que “no Antigo Testamento várias palavras hebraicas são traduzidas como ‘esperança’, que significa ‘confiança’, ‘expectativa’ ou ‘perspectiva’. Tanto no Antigo Testamento como no Novo o objeto da esperança de uma pessoa varia de acordo com os desejos humanos (Pv 13.12; por exemplo, ganho, Atos 16.19; salvação física, Atos 27.20; um marido, Rt 1.12).
O principal uso teológico do termo ‘esperança’ era o da confiança no sobrenatural, especificamente em Jeová como o Deus de Israel). Esta confiança estava às vezes relacionada à segurança contra os inimigos (Sl 71.4,5), tendendo, em um uso posterior, à libertação no futuro dia do Senhor (Zc 9.12). Porém, de uma forma principal, a esperança dos israelitas piedosos era uma expectativa e confiança na bênção e provisão de Deus na vida presente (Ed 10.2; Jó 11.18,20).” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.679).
II. ESPERANÇA PARA ESTA VIDA
1. A salvação. A salvação oferecida por Deus é motivo de esperança para quem aceita a Jesus. A consciência de perdão dos pecados, de pertencimento ao povo de Deus e a certeza da vida eterna nos céus são motivos de esperança. Ela é a porta de entrada de muitas bênçãos para aqueles que andam na luz: “Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor e tendo por capacete a esperança da salvação” (1Ts 5.8).
2. Uma mente transformada por Cristo. Há uma conexão entre esperança e a capacidade de pensar segundo a Palavra de Deus. O apóstolo Pedro diz aos seus leitores, crentes, que naquele momento estavam sendo perseguidos, que santificassem a Cristo no seu coração, ou seja, na sua mente (1Pe 3.15). A esperança que temos não é subjetiva; ela pode ser explicada. Quem serve a Jesus tem motivos de sobra para se alegrar, mesmo quando sob tributação. E mais do que isso, a experiência que temos dia a dia com Deus reforça a nossa forma de crer e de pensar. Observe o que o profeta Jeremias afirmou diante das muitas tributações enfrentadas: “Disso me recordarei no meu coração; por isso, tenho esperança” (Lm 3.21).
3. A certeza de que Deus está no controle de tudo (Jó 42.2). Ter esperança em relação ao amanhã não é uma forma de fugir da realidade, mas é a certeza de que nada foge ao controle do Senhor. A fé cristã, segundo a Palavra de Deus, direciona-nos a olhar não para as circunstâncias, mas para o Eterno, que nos ama e sabe o que é melhor para cada um dos seus filhos(as). O cristão não é, portanto, uma pessoa que busca fugir da realidade presente, mas sim uma pessoa que acredita na soberania de Deus no presente e na eternidade ao lado de Jesus Cristo.
SUBSÍDIO II
Professor(a), explique que “no Novo Testamento a esperança do crente é Cristo (1Tm 1.1). Ela reside em Deus (Rm 15.13), que elegeu um povo (Fp 1.20) e lhes deu esperança através do Evangelho (Cl 1.23). De um modo próprio, isto não é meramente uma antecipação humana de dias melhores (e até mesmo a salvação, de certo modo, é ‘esperada’, ainda não realizada, Rm 8.24; 13.11), mas da consumação final da salvação na ressurreição (At 23.6) e na revelação de Jesus Cristo (1Pe 1.13). A habitação de Cristo no crente através do Espírito torna-se ‘esperança de glória’ do cristão (Cl 1.27). Esta esperança é descrita de forma variada, ela está ‘reservada nos céus’ (Cl 1.5); é uma esperança de vida eterna (Tt 1.2); é viver (1Pe 1.3); e é melhor do que as esperanças anteriores (Hb 7.19).
No Novo Testamento a esperança está associada à aflição e à paciência. É certo que a aflição virá sobre o fiel; ela produz paciência (Rm 5.3-5), e a paciência, a esperança. Tal esperança é uma âncora para a alma (Hb 6.18). A esperança em tais contextos torna-se virtualmente sinônimo de confiança em Deus. Em vista de sua esperança, os cristãos devem ser puros (1Jo 3.3) e estar prontos para dar a ‘razão’ de sua esperança (1Pe 3.15) (Ec 3.13; 9.7-10).” (BENTHO, Esdras Costa. Lições Bíblicas Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2015).
III. ESPERANÇA PARA A VIDA QUE VIRÁ
1. Vitória sobre a morte. Um dos momentos de maior desespero para quem não serve a Jesus é a morte de uma pessoa próxima. O evento morte é chamado por Jó de “rei dos terrores” (Jó 18.14), de quem não se pode escapar. Contudo, já que ninguém pode escapar da morte, advinda do processo de envelhecimento ou de algum outro efeito no corpo, por que os cristãos têm esperança de que um dia serão vencedores sobre a morte? A esperança que o cristão tem acerca da vitória sobre a morte não se pauta naquilo que ele pode fazer, pois a morte é inerente à humanidade pecaminosa. Mesmo tendo aceitado a Jesus e sido feitas novas criaturas, ainda estamos sujeitos aos efeitos do pecado em nosso corpo mortal A esperança que o cristão possui acerca da vitória sobre a morte se pauta no poder de Deus e na ressurreição do Senhor Jesus Cristo. Ele nos deu o exemplo quando voltou da morte, e chamado de “primogênito dos mortos” (Ap 1.5).
O apóstolo Paulo tinha tanta certeza da vitória sobre a morte para aqueles que tinham recebido a Jesus, que perguntou: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” (1Co 15.55). Em nossos dias a morte ainda possui um poder, mas em breve ela será vencida.
2. Vitória sobre o mal. O mal é uma realidade neste mundo. Estamos cercados de pessoas que são levadas pela maldade, ora como vítimas, ora como agentes. Pessoas se armam e atentam contra a vida de outras pessoas por algum tipo de insatisfação. Mães decidem matar os bebês que carregam no ventre por entender que o corpo é delas e que gerar uma vida vai ser um obstáculo para realizações futuras, e homens a quem é dada autoridade se valem dela para roubar e espoliar outras pessoas. Essas são faces do mal, e muitas outras manifestações malignas estão à nossa volta, como a opressão espiritual e a ação de demônios influenciando ou possuindo pessoas. Desde que nascemos, o mal é uma realidade constante em um mundo atingido pelo pecado. Mas um dia, quando Satanás for vencido para sempre, ele cessará (Ap 20.10).
3. Não pague o mal com o mal. A orientação divina é que, apesar de estarmos cercados pelo mal, devemos nos afastar dele (1Ts 5.22). Mais do que isso, estamos sujeitos a ser alcançados por ele, mas a nossa resposta é: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12.21). Deus se encarregará de julgar toda maldade praticada pelos homens.
CONCLUSÃO
A fé cristã nos aponta a esperança como virtude que os crentes devem cultivar, pois a presença de Jesus em nós, por meio do seu Santo Espírito, nos traz conforto e segurança não somente para as situações difíceis pelas quais passamos, mas também nos inspira a estarmos preparados para o que Deus reservou aos que o amam nesta vida e no porvir.
HORA DA REVISÃO
1. Segundo a lição, o que pode provocar desespero?
Doenças e guerras; questões econômicas e profissionais e a busca por esperança nos lugares errados.
2. Qual é a maior fonte de desesperança?
A maior fonte de desesperança é a falta do conhecimento e de confiança no Todo-Poderoso.
3. Qual um dos motivos de esperança para quem aceita a Jesus?
A salvação oferecida por Deus é motivo de esperança para quem aceita a Jesus.
4. Segundo a lição, o que pode nos trazer esperança para esta vida?
A salvação, uma mente transformada por Cristo e a certeza de que Deus está no controle de tudo.
5. Como Jó denomina o evento morte?
O evento morte é chamado por Jó de “rei dos terrores” (Jó 18.14), de quem não se pode escapar.