Lição 11 A SALVAÇÃO EM CRISTO

 MEDITAÇÃO

“E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna, Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más” (Jo 3,14-19). 
 
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA 
SEGUNDA – Gênesis 3.15 
TERÇA – Isaias 52.7 
QUARTA – Lucas 1.69 
QUINTA – Lucas 2.29,30 
SEXTA – João 4.22 

SÁBADO – Atos 4.10-12

TEXTO BÍBLICO BASE 

14 – Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo, todos morreram. 
15 – E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. 
16 – Assim que. daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne: e. ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora, já o não conhecemos desse modo. 
17 – Assim que. se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram: eis que tudo se fez novo. 
18 – E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, 
19 – isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação. 
20 – De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus. 

21 – Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que. nele, fôssemos feitos justiça de Deus.

ORIENTAÇÃO AO PROFESSOR 

INTERAGINDO COM O ALUNO 
A lição de hoje tratado grande propósito de todo aquele que abraçou o Evangelho de Jesus Cristo: a salvação. Desde quando se tem noticia da existência da humanidade, a busca incessante do ser humano é pela certeza de um futuro melhor. As tentativas de produzir a vida boa, ou sem problemas, à parte de Deus, têm resultado em desastres até maiores do que aqueles que se procurava eliminar. Aqueles, porém, que conhecem a Cristo, são conscientes de que a plenitude da criação só será uma realidade quando o Reino de Deus for completamente implantado. Estes sabem que no tempo determinado por Deus tal acontecerá. Por enquanto, eles já desfrutam da presença gloriosa do Senhor em sua vida e, por isso, apesar das circunstâncias, são felizes e realizados. 
 
OBJETIVOS
 Sua aula deverá alcançar os seguintes objetivos: 
1 Definir a salvação na perspectiva bíblica; 
2 Sublinhar o paradoxo da salvação; 
3 Reafirmar o valor da salvação outorgada por Deus em Cristo Jesus. 
 
PROPOSTA PEDAGÓGICA 
O mundo atual, entre outras características, é marcado pela ênfase no cuidado com o planeta. Depois de desiludir-se com a ideia de progresso nascida pela mentalidade da revolução industrial, a humanidade percebeu que a natureza não é infindável e que os prejuízos da devastação afetam a todos. Os recursos
naturais não são bens inesgotáveis, ao contrário, são bens escassos que precisam da utilização consciente por parte de todos nós. A ONU (Organização das Nações Unidas), entre outras atribuições, é responsável pelo controle e advertência dos países desenvolvidos cuja emissão de CO2 (gás carbônico) ultrapasse os limites permitidos pelos acordos internacionais. O capital acumulado pelos grandes industriais e latifundiários do mundo não resolve o problema existencial primeiramente deles , e muito menos consegue produzir felicidade. A vida boa afasta-se, ou distancia-se, da fabricação humana. Resta apenas a desilusão e o vazio, pois colocando a esperança nas realizações humanas, a cada época surge uma nova grande decepção. 
Partindo dessa reflexão, converse com os alunos acerca da salvação sem, contudo, apelar para o catastrofismo, pois tal opção invariavelmente produz a irresponsabilidade. O que é salvação? A humanidade pode salvar a si mesma? É possível ter a esperança de um novo céu e de uma nova terra, transformados pelo Criador, sem nos mostrarmos desinteressados no cuidado com o Meio Ambiente? Como filhos e filhas de Deus, e entendendo que a salvação é muito mais que uma fuga para outra dimensão, não é egoísta o sentimento que apregoa o não cuidado com a Terra? Cientes de que o Criador fez tudo e disse que era bom, é ético contribuir com a destruição do planeta? Sabedores de que o Criador entregou-nos o governo, ou seja, a administração do planeta, como salvos em Cristo Jesus, qual deve ser a nossa postura em relação aos recursos naturais? Diante da atual crise do meio ambiente, qual o significado de sermos salvos? Somos salvos de quê e para quê? É importante ressaltar com os alunos que a salvação precisa mostrar os seus frutos aqui e agora, pois a sociedade já está cansada de discursos, ela requer exemplo e atitude.

INTRODUÇÃO 
Cientes de que fomos desumanizados e embrutecidos por rejeitarmos a orientação divina e o reinado de Deus em nossa vida e história, o Criador graciosamente oferece-nos a oportunidade de reposicionarmo-nos diante dEle, do nosso semelhante e de toda a realidade. E como Ele faz isso? De sucessivas formas e maneiras, porém, diz-nos o escritor aos Hebreus que, nos últimos tempos, falou-nos através do seu Filho (Hb 1.1-3) e, através dEle, oferece-nos a derradeira chance de se apropriar do ato sacrifical que Jesus fez por nós. Sendo o Filho o legítimo herdeiro de Deus, a expressa imagem do Criador e o sustentador de todas as coisas, possui legitimidade e representatividade para delinear o caminho pelo qual os seres humanos que querem se tornar o que Deus os criou para ser, transitarão. Isso porque, ante a dúvida de Tomé acerca de onde estava tal caminho, Jesus respondeu-lhe que Ele próprio é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.4-6). “Andar” nEle significa permanecer no que Ele ensinou, e esse ato traduz o real e verdadeiro sentido da salvação, tema do presente estudo. 
 
1. A SALVAÇÃO NA PERSPECTIVA BÍBLICA 
    1.1 – A arrogância da autonomia humana. Apesar de o Criador ter dotado a humanidade de vontade própria não querendo fazer-nos robôs ou meros fantoches, e sim seres responsáveis pelas próprias decisões, é fato que se esperava sensatez em vez de arrogância, lucidez em lugar de delírio e gratidão em vez de rebeldia. Lamentavelmente, a humanidade degenerou-se passando a viver segundo seu embrutecimento. Assim, em Gênesis vemos que a humanidade corrompeu-se a tal ponto que Terra encheu-se de violência e, em Romanos, que o coração insensato da humanidade obscureceu- -se de tal forma que os seres humanos tornaram-se “cheios de toda iniquidade. prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes ao pai e à mãe; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis e sem misericórdia” (Gn 6.11,12; Rm 1.21-32). Tal forma de viver não foi a planejada pelo Criador, mas inventada pela autonomia humana que se arroga capaz de viver à parte de Deus (Sl 10.3-11). 
   1.2 – A vida à parte de Deus significa escravidão. Apesar de os textos bíblicos acima dizerem a respeito das pessoas que não são da comunidade de Israel, no tempo de Jesus seu ministério foi desenvolvido, em sua maior parte, junto aos judeus. Não obstante, em seu discurso aos judeus, registrado em João 8.31-59, o Mestre disse aos judeus que passaram a crer nEle, que se estes permanecessem em sua palavra, ou seja, na prática de seus ensinamentos, eles poderíam se tornar seus discípulos de verdade e, em decorrência disso, conheceríam a verdade e esta os libertariam. Indignados, os judeus objetaram alegando serem descendência de Abraão e de nunca terem servido ninguém e, por isso, questionaram o porquê de Jesus ter oferecido a eles liberdade. O Mestre então respondeu-lhes: “Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado” (Jo 8.34). Em termos diretos, Jesus estava dizendo que é um equívoco a pessoa viver imersa no pecado achando que está livre, pois tal pessoa, na verdade, é escrava do pecado! Quando se acolhe a palavra do Evangelho, é comum que as pessoas digam que agora não podemos mais fazer de tudo, pois deixamos de ser livres. Lamentavelmente, tais pessoas não entendem que a falta de domínio de seus vícios, paixões e outros excessos que as maltratam, na realidade, não indicam que elas são livres, mas exatamente o oposto.
 1.3 – O anseio humano e a salvação na perspectiva divina. A humanidade subjugada pelo mal que parece existir desde sempre, tenta por si mesma produzir a “salvação” (traduzida na desesperada busca de evitar a dor e aumentar o prazer), mas como se pode constatar durante todo o drama humano, o máximo de solução que consegue não passa de um alivio momentâneo que não excede a resolução circunstancial de um único problema. O vazio existencial assola indiscriminadamente ricos e pobres, grandes e pequenos, famosos e anônimos. Ninguém escapa do problema do pecado. Mesmo porque, esse é o real problema da humanidade e dele ela não pode se auto libertar. Foi justamente isso que José ouvira de um anjo do Senhor que lhe dissera, em sonho, que recebesse a Maria como sua mulher, pois o filho que nela fora gerado era obra do Espírito Santo e que o nome dele seria Jesus, pois Ele salvaria o “seu povo dos seus pecados” (Mt 1.21). Uma vez que o Evangelho fora dirigido primeiramente a judeus, a boa notícia parece ser exclusivamente para este povo (At 4.12; 5.31; 13.23,26-37), todavia, quando os apóstolos passaram a proclamar a mensagem do Reino de Deus, vemos claramente que a salvação é extensiva a toda a humanidade: “Seja-vos, pois, notório, varões irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados. E de tudo o que. pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê” (At 13.38,39). “Salvação”, na perspectiva bíblica e, portanto, divina, não é outra coisa senão a libertação da humanidade da escravidão do pecado. 
 
AUXÍLIO DIDÁTICO 1
 Na perspectiva bíblica, tudo o que Deus criou é bom. Por isso, apenas “os seres humanos, na criação de Deus, possuem a virtude da imortalidade, Mesmo depois de rompida a comunhão entre Deus e a humanidade, na Queda (Gn 3), a cruz de Cristo providenciou meios que possibilitam a comunhão com Deus por toda a eternidade. Finalmente, segundo o contexto de Gênesis 126-28,a imagem de Deus inclui, sem dúvida, um domínio provisório (com a responsabilidade de cuidar devidamente)sobre as criaturas da Terra” (MUNYON, Timothy. “A Criação do Universo e da Humanidade”. In HORTON, Stanley M. (Ed.). Teologia Sistemática. Uma perspectiva pentecostal. xed. Rio de Janeiro: CPAD. 1996. pp.259-60). Assim, a “Igreja deve reafirmar a sua identidade, a de uma comunidade de pecadores salvos por Deus, ministrando na confissão, no perdão e na cura. A humildade deve caracterizar todos os relacionamentos cristãos, à medida que os crentes tomam consciência, não somente da vida e morte terríveis das quais foram salvos, mas também do preço ainda mais terrível daquela salvação. Quando uma pessoa é salva da mesma natureza pecaminosa, nenhuma quantidade de dons espirituais, ministérios ou autoridade pode justificar a elevação de uma pessoa acima de outra. Pelo contrário, cada pessoa deve preferir e honrar as outras mais que a si mesma (Fp 2.3)” (MARINO, Bruce R. “Origem. Natureza e Consequências do Pecado”. In HORTON. Stanley M. (Ed.). Teologia Sistemática. Uma perspectiva pentecostal. i.ed. Rio de Janeiro: CPAD. 1996. p.132, pp.297-98). Na verdade, diz o mesmo autor, a “amplidão universal e a profundidade sobrenatural do pecado devem levar a Igreja a corresponder, com dedicação de todos os membros e 0 revestimento do poder milagroso do Espírito Santo, ao imperativo da Grande Comissão (Mt 28.19-20)” (Ibid., p.298). Tal é assim porque a gratidão pelo feito divino a constrangerá a responder de forma grata. Não apenas isso, pois ainda de acordo com Marino, a “compreensão da natureza do pecado deve renovar a nossa sensibilidade diante das questões do meio ambiente e levar-nos a retomar a comissão original de cuidar do mundo de Deus, o qual não devemos deixar nas mãos daqueles que preferem adorar a criação ao invés do Criador” (Ibidem). 
 
2. 0 PARADOXO DA SALVAÇÃO 
   2.1 – A oferta divina diante do livre-arbítrio da humanidade. É evidente que a humanidade continuará buscando, por suas próprias forças, a melhor maneira de viver, sem, contudo, reconhecer que precisa de orientação segura sobre sua origem e destino (Lc 12.13-21). Todavia, o retorno ao paraíso, o restabelecimento da harmonia com o Criador, consigo mesmo, com os semelhantes e até com a natureza, não se dará pela religião, filosofia, ciência ou qualquer outra produção humana, mas pelo acolhimento da mensagem do Evangelho (Mc 1.15). Ocorre que, prescindindo do Criador, a humanidade não pode, por suas próprias forças, reconhecer o seu grande problema e, por isso mesmo, jamais buscará salvar-se do pecado que distorce sua natureza. Poucos dirão como Paulo que reconhecia o fato de que “Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais [ele achava-se  o principal” (1 Tm 1.15). Justamente por isso o Mestre disse que enviaria o Consolador, o Espirito Santo, e este convenceria a humanidade do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7-11). Ele é responsável por dar-nos essa consciência, pois de nós mesmos, não temos condição de assim nos vermos. 
    2.2 -A possibilidade de rejeição humana diante do processo de convencimento divino. Ainda que o Criador tenha destinado o Espírito Santo para desempenhar tal papel entre nós, o preço de Ele ter nos criado como seres dotados de vontade própria, por incrível que pareça, “submete-o” à possibilidade de sofrer rejeição de nossa parte, meros seres mortais (Hb 3.7-15). Há abundantes exemplos dessa verdade na Bíblia, desde o Antigo até o Novo Testamento (Gn 4.6,7; 2 Cr 36.15,16; Jr 7.13,21-28; 11.1-10; 25.1-14; 26.1-6; 29.15-19; 32.26-34; 35.12-17; 44.1-30; Mt 21.32; Mc 10.17-27; Fp 1.28; 2 Tm 3.1- 9). As desculpas para tal rejeição são as mais variadas possíveis e vão desde o apego às coisas materiais até a ganância do poder e da posição. É por isso que a Bíblia diz que apesar de muitos dos principais da sinagoga terem crido em Jesus, “não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga. Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus” (Jo 12.42,43). 
     2.3 – O caráter paradoxal da salvação na perspectiva divina. Aos ouvidos modernos soa contraditório e paradoxal a afirmação de Jesus de que os interessados em salvar a própria vida devem, por amor a Ele, “perdê-la”, e que quem assim o fizer, na verdade, a encontra (Mt 16.25; Mc 8.35; Lc 9.24; 17.33). No entanto, basta estudar um pouco o contexto para certificar-se de que se trata da mais pura verdade. O Senhor Jesus está falando da conversão, de uma mudança radical e completa que desconstrói o “eu” produzido pela sociedade pervertida, para reconstruí-lo sob a égide do governo divino e do reinado de Deus em nossa vida (Jo 3,1-8). A pretensa autonomia humana passa a ser instruída e direcionada pelo Espírito Santo de Deus, onde cada um pode encontrar-se com seu verdadeiro e mais profundo “eu”, o qual fora deformado pelo pecado. 
 
AUXÍLIO DIDÁTICO 2 
É importante esclarecer que a “respeito da imagem moral de Deus nos seres humanos, ‘Deus fez ao homem reto’ (Ec 7.2g), Até mesmo os pagãos, que não possuem conhecimento da lei escrita de Deus, conservam uma lei moral escrita por Ele em seu coração (Rm 2,14.15), Em outras palavras, somente os seres humanos possuem a capacidade de sentir o que é certo e errado, bem como o intelecto e a vontade necessários para escolher entre eles. Por esta razão, os seres humanos são chamados livres agentes morais. Diz-se também que possuem autodeterminação. Efésios 4.22-24 parece indicar que a imagem moral de Deus, embora não completamente erradicada na Queda, foi afetada negativamente até certo ponto. Para ter restaurada a imagem moral ‘em verdadeira justiça e santidade’. o pecador precisa aceitar a Cristo e se tornar uma nova criação’ (MUNYON, Timothy. “A Criação do Universo e da Humanidade”. In HORTON, Stanley M. (Ed.). Teologia Sistemática. Uma perspectiva pentecostal i.ed. Rio de Janeiro; CPAD. 1996. p.260). Entretanto, quando se pensa que a graça de Deus para por aí, ela avança e demonstra a grandiosidade do amor divino, “Vale a pena mencionar mais uma palavra a respeito da liberdade volitiva desfrutada pelos seres humanos, Estes, mesmo possuindo tal liberdade, são incapazes de escolher a Deus. Deus, portanto, pela sua bondade, equipa as pessoas com uma medida de graça que as capacita e prepara a corresponder ao Evangelho (Jo 19; Tt 2.11). O propósito de Deus era ter comunhão com as pessoas que de livre vontade resolvessem aceitar sua chamada universal à salvação. Em conformidade com esse propósito divino. Deus outorgou aos seres humanos a capacidade de aceitá-lo ou rejeitá-lo. A vontade humana foi liberta o suficiente para Voltar-se para Deus’, arrepender-se’ e ‘crer’. Logo, quando cooperamos com 0 Espírito que nos chama e aceitamos
a Cristo, essa cooperação não é o meio da salvação, Para os crentes bíblicos de todas as denominações, a salvação é cem por cento externa (uma dádiva imerecida de um Deus gracioso). Deus nos tem dado graciosamente aquilo que necessitamos para cumprir o seu propósito na nossa vida: conhecer, amar e servir a Ele” (MUNYON, Timothy, “A Criação do Universo e da Humanidade”. In HORTON, Stanley M. (Ed ). Teologia Sistemática Uma perspectiva pentecostal. i.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.26ó). 
 
3. A MANIFESTAÇÃO DO AMOR DE DEUS PELA HUMANIDADE 
    3.1 – A salvação em seu sentido pleno. Após cumprir a vontade de Deus, o Filho glorificou ao Pai por Este ter permitido que Ele concedesse a vida eterna a todos os que o Mestre pôde evangelizar. Tal vida eterna significa ter lhes dado a possibilidade de conhecer a Deus, que é único e verdadeiro, e Jesus como o real enviado do Pai (Jo 17.3). Tal ato de fé já significava a vida eterna e não apenas algo que se concretizaria no futuro. Mas não haverá uma vida eterna no sentido literal da palavra? Sim haverá, mas esta só será desfrutada pelos que agora já creem em Jesus e acolhem o seu Evangelho. Estes já podem contar com a alegria de terem os seus nomes escritos no céu (Lc 10.20). 
   3.2 – Deus estava em Cristo reconciliando o mundo. Sendo Deus puro amor (1 Jo 4.16), e tendo Ele amado “o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16), significa que. através de Cristo, reconciliou-se o Criador com a sua criação em todos os sentidos (2 Co 5.18.19; Ef 1.7-10). Por causa disso, o apóstolo Paulo informa-nos que nós, os que cremos, passamos a ser uma nova criação diante de Deus (1 Co 15.17,21).
3.3 – Deus concedeu-nos a palavra da reconciliação. Uma vez que fomos tão agraciados pelo Pai, o apóstolo Paulo informa-nos ainda que o Senhor incumbiu-nos de anunciar a palavra de reconciliação ao mundo (2 Co 5.18-20). Em termos diretos, o Reino de Deus já chegou e uma nova oportunidade já foi estendida, mas as pessoas não sabem, por isso, é preciso anunciar-lhes a palavra do Evangelho (Mc 1.15). 
 
AUXÍLIO DIDÁTICO 3 
Anthony Palma explica o que significa dizer que Cristo é a nossa “redenção”, mostrando que esta envolve duas ideias: “ser liberto de algo e o preço pago por esta liberdade”. Assim, quando o apóstolo Paulo escreve em 1 Coríntios (6.20; 7.23) que os crentes foram “comprados por bom preço”, Palma esclarece que tal “aspecto da libertação ou liberdade remonta à libertação de Israel da escravidão egípcia; lembra também a provisão do Antigo Testamento para a alforria de escravos. Paulo faz alusão a essas verdades em Gálatas 4 3-7. quando lembra aos crentes que outrora estavam em escravidão, mas agora foram redimidos, de forma que não são mais escravos, mas filhos de Deus. A imagem trazida à mente é de uma feira em uma cidade da antiguidade, onde os escravos eram frequentemente vendidos em leilões” (PALMA, Anthony. “1 Coríntios”. In ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento i.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.939). 
 
CONCLUSÃO 

Mais do que uma “fuga” dessa Terra, a salvação, no sentido bíblico, vai além dessa visão, sendo muito mais ampla e abrangente. O próprio Senhor Jesus, em uma de suas orações, pediu ao Pai que não nos tirasse do mundo, e sim que nos livrasse do mal (Jo 17.15).

VERIFIQUE SEU APRENDIZADO 

1. Viver à parte de Deus significa o quê? 
 Significa ser escravo do pecado. 
 
2.O que é a salvação na perspectiva bíblica e divina? 
 “Salvação”, na perspectiva bíblica e, portanto, divina, não é outra coisa senão a libertação da humanidade da escravidão do pecado. 
 
3. Por que é possível rejeitar o convencimento do Espírito Santo?
 Porque Deus nos criou como seres dotados de vontade própria. 
 
4. Em que consiste o caráter paradoxal da salvação?
 Consiste no fato de que os interessados em salvar a própria vida devem, por amor a Ele, “perdê-la”, e que quem assim o fizer, na verdade, a encontra (Mt 16.25; Mc 8.35; Lc 9.24; 17-33). 
 
5.0 que é salvação em seu sentido pleno?
 A realidade da vida eterna. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *