Lições bíblicas CPAD – Classe: Jovens

17/12/2017 – 4° trimestre de 2017

TEXTO DO DIA

“[…] e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós.” (1Pe 3.15)

SÍNTESE

Saber defender a fé é essencial para o crente demonstrar a relevância cristã no meio estudantil.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA – Pv 9.9: Dá instrução ao sábio e ele se fará mais sábio

TERÇA – Cl 1.9,10: Sabedoria e inteligência espiritual

QUARTA – Jo 1.1: Cristo, o Verbo e a sabedoria de Deus

QUINTA – Dn 1.17-20: Daniel, jovem sábio e inteligente

SEXTA – Jd 3: Batalhando pela fé

SÁBADO – 2 Tm 3.16: Escritura inspirada para ensinar

OBJETIVOS

• CONHECER as características da educação em tempos pós-modernos;

• REFLETIR a respeito da contribuição do cristianismo para a história da educação e da ciência;

• FALAR sobre o relacionamento do cristão com a escola e a universidade.

INTERAÇÃO

Caro (a) professor (a), a presente aula é propícia para refletir com seus alunos acerca dos dilemas e conflitos que eles enfrentam no ambiente educacional, tanto escolas quanto universidades. Nesta lição, deixe claro que, embora pesquisas indiquem um elevado índice de cristãos que se afastam da igreja após ingressarem em cursos de nível superior (pelo menos 60%), as faculdades não são responsáveis diretas pelo desvio espiritual dos crentes. Na verdade, tal índice também é elevado entre aqueles que não ingressam na universidade.

A juventude é uma fase de mudanças e de aquisição de maior liberdade. Assim, aqueles que não possuem um compromisso profundo com Cristo e não sabem como manter a fé diante dos questionamentos tão comuns no ambiente acadêmico, normalmente hostil à religião, acabam se afastando de Deus e da igreja. Nesse estudo, enfatize a importância da educação secular, mas também a importância do discípulo de Jesus capacitar-se bíblica e apologeticamente para enfrentar os ataques que surgirão.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor (a), considerando o ambiente desafiador das escolas e universidades da atualidade, nesta aula, instigue seus alunos a se aprofundarem em apologética cristã. Por meio dela, o crente poderá apresentar as razões da esperança cristã (1 Pe 3.15). Explique que “a palavra apologética deriva do termo grego apologia, um termo relativo à defesa de alguém no tribunal, um discurso de justificação (At 22.1; 26.1). Sempre que, como cristãos, somos confrontados a apresentar os fundamentos da nossa fé e desafiados a argumentar sobre a existência de Deus, sobre a divindade de Cristo ou ainda acerca da veracidade das Sagradas Escrituras, por exemplo, precisamos apresentar respostas satisfatórias em defesa do cristianismo” (O Cristão e a Universidade, CPAD, p. 183).

TEXTO BÍBLICO

2 Timóteo 3.1-7

1 Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos;

2 porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,

3 sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,

4 traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,

5 tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.

6 Porque deste número são os que se introduzem pelas casas e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências,

7 que aprendem sempre e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.

INTRODUÇÃO

No final do século XX o mundo passou por profundas mudanças sociais, culturais e tecnológicas, dando início à pós-modernidade. Acompanhando o espírito desta época, a filosofia educacional das escolas e faculdades de hoje é marcada pelo relativismo, pelo naturalismo ateísta e pela doutrinação ideológica, representando, assim, enorme desafio aos estudantes cristãos. O intuito desta lição é demonstrar que a Bíblia não aprova o anti-intelectualismo e a aversão ao estudo sistematizado. Ao mesmo tempo, veremos a necessidade de preparo bíblico e apologético do jovem cristão, para confrontar os ataques proferidos pelos inimigos da cruz.

 

I – EDUCAÇÃO EM TEMPOS PÓS-MODERNOS

1. Relativismo.

A Filosofia educacional que dita grande parte do ensino nas salas de aula de hoje fundamenta-se no relativismo, o qual nega a existência da verdade objetiva e afirma que cada pessoa pode construir a sua própria verdade. Nessa concepção, a sua verdade é a sua verdade, e a minha verdade é a minha verdade; e as crenças são, em última análise, questão de contexto social, gostos e interesses pessoais. “O que é certo para nós talvez não o seja para você” e “o que está errado em nosso contexto talvez seja aceitável ou até mesmo preferível no seu”, dizem os relativistas. Ao descontruir valores e princípios imutáveis, o relativismo pedagógico promove inversão de valores e acaba com os referenciais éticos para a sociedade e consequentemente, os que se submetem a esse

tipo de educação aprendem sempre, mas nunca chegam ao conhecimento da verdade (2 Tm 3.7).

Isso não é perigoso somente para a fé cristã — que têm na existência da verdade objetiva um de seus fundamentos — mas é perigoso para a sociedade em geral. Ao desconstruir valores e princípios imutáveis, o relativismo pedagógico promove inversão de valores e acaba com os referenciais éticos para a sociedade.

2. Naturalismo ateísta.

Apesar de ser fruto da modernidade, período que depositou a confiança no método científico, o naturalismo ateísta predomina ainda hoje nas escolas e universidades. Ao desconsiderar antecipadamente a existência de Deus como algo possível (Rm 1.21), tal pensamento defende que o universo, a vida e o ser humano são resultantes de fatores aleatórios e acidentais, destituídos de qualquer sentido, propósito e valor intrínseco.

Esse tipo de pensamento que dita hoje as aulas da grande maioria das universidades seculares, a partir da premissa que o avanço científico fez desaparecer a necessidade de um Criador para explicar a origem do universo e da espécie humana. Essa é a razão pela qual hoje boa parte dos estudantes universitários são convidados a deixarem suas “crenças religiosas ultrapassadas” longe das salas de aulas, pois esse espaço, segundo dizem, é destinado à produção imparcial de conhecimento segundo evidências cientificas (e não baseado na fé). Essa filosofia está presente não somente nas ciências naturais, mas em todas as áreas da produção acadêmica, incluindo-se aí as ciências exatas, biológicas, humanas e sociais.

3. Doutrinação ideológica.

De muitas maneiras, o ensino contemporâneo está impregnado de ideologias partidárias, antirreligiosas e até mesmo imorais. Educadores tendenciosos, em vez de ensinarem tão somente o conteúdo de suas disciplinas, buscam realizar verdadeira doutrinação ideológica dos alunos, enredando-os com filosofias e vãs sutilezas (Cl 2.8). Em outros casos, o próprio poder público tenta induzir os alunos a assimilarem noções distorcidas sobre ética, sexualidade e religião em sintonia com as ideias daqueles que ocupam o poder, mediante programas e adoção de material literário que sirvam aos seus interesses.

Pense!

“Os homens se tornaram cientistas porque esperavam haver leis na natureza, porque acreditavam num legislador” (C. S. Lewis).

Ponto Importante

A filosofia educacional que dita grande parte do ensino nas salas

de aula de hoje fundamenta-se no relativismo, o qual nega a existência da verdade objetiva e afirma que cada pessoa pode

construir a sua própria verdade.

II – A CONTRIBUIÇÃO DO CRISTIANISMO PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO E DA CIÊNCIA

1. O valor da educação.

Somente a fé cristã fornece adequadamente o pressuposto que fundamenta a necessidade da educação. A doutrina da depravação humana (Rm 3.23) explica a natureza do homem e ao mesmo tempo exige um processo pedagógico de constante instrução acerca da Lei de Deus. Nessa perspectiva, a educação não é um fim e si mesmo. Ela serve para nos proporcionar conhecimento

e desenvolver habilidades e atitudes que honrem o propósito de Deus para o ser humano. Certo teólogo inglês captou essa verdade ao dizer que “o conhecimento deve, em primeiro lugar, nos conduzir à adoração a Deus, a quem nos submetemos com plena admiração” (Rm 11.33).

2. O surgimento das universidades.

Em decorrência disso, a história da educação e do surgimento das

primeiras universidades no Ocidente (Paris, Bolonha, Oxford, Cambridge) está intimamente ligada ao cristianismo. A própria palavra “universidade” foi concebida com a ideia de encontrar unidade na diversidade. Com base nas Escrituras, acreditava-se numa verdade fundamental, que interligava todas as áreas do pensamento humano. Como o Deus cristão é único, a fonte de todas as verdades, o currículo era unificado pois esperava-se que toda disciplina lançasse luz sobre as demais e com elas se harmonizasse.

3. Fé cristã e a ciência.

Igualmente, não há como falar em ciência sem mencionar a contribuição cristã. O pensamento de que o universo obedece a um conjunto de leis fixas e que o papel do cientista é basicamente desvendar tais leis, surge da concepção cristã. Nesse sentido, C. S. Lewis escreveu: “Os homens se tornaram cientistas porque

esperavam haver leis na natureza, porque acreditavam num legislador”. Isso explica porque proeminentes cientistas do passado acreditavam em Deus, homens como Galileu, Kepler, Pascal, Boyle, Newton, Faraday, Babbage e Mendel. A boa ciência, portanto, não refuta a existência do Criador! Ela revela as maravilhas da criação de Deus (Rm 1.19,20).

Pense!

“A Educação Cristã, tendo como base o Evangelho de Cristo, transforma radicalmente o ser humano, tornando-o útil a Deus, à sociedade e a si mesmo” (Claudionor de Andrade).

Ponto Importante

O pensamento de que o universo obedece a um conjunto de leis

fixas e que o papel do cientista é basicamente desvendar tais leis, surge da concepção cristã.

SUBSÍDIO 1

“Seja qual for o motivo que enseje o abandono da fé cristã, a universidade não é culpada pelo desvio espiritual das pessoas. Muito embora os números apresentados nas pesquisas possam levar apressadamente a esta conclusão, precisamos ter o máximo de cautela antes de concluir que a academia não é lugar para cristão, pois – para além de outros fatores – a grande maioria dos estudos não traça um paralelo com o abandono da fé daqueles que

não chegaram a ir para a universidade. Em análise interessante sobre o tema, Frank Turek concluiu que o abandono da fé também é elevado entre os que não vão para a faculdade. Turek observou que após o término do ensino médio é comum que jovens cristãos pretendam dar uma pausa em seu relacionamento com a igreja, e isso acontece tanto em relação aos católicos quanto aos evangélicos, em virtude – diz ele – do ´cristianismo fácil e de entretenimento tão pregado atualmente, o qual não incentiva as pessoas a desenvolverem uma vida cristã focada na verdade, mas sim na emoção”(NASCIMENTO, Valmir. O Cristão e a Universidade. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 26).

SUBSÍDIO 1

“O professor comprometido com a orientação bíblica para a vida e o

ministério assume obrigação perpétua com a integridade da verdade. Deus, como fonte suprema de toda a verdade, dotou o Universo de insinuações dessa verdade, e a operação da graça comum permite que homens falíveis e até não convertidos divulguem elementos dessa verdade. Por essa razão, os cristãos não devem arbitrariamente descartar a possibilidade de conclusões válidas que emergem de estudos empíricos do comportamento humano. O crente também compreende que a verdade é declarada mais explicitamente nas Escrituras; a coerência exige que a verdade da revelação geral seja conformada com a fornecida pela revelação especial.

Ao procurar integrar a verdade precisamos evitar duas tendências igualmente perigosas. A primeira é assumir ‘nada mais que’ a Escritura como guia para formar abordagem coerente para o educando. A Bíblia fala frequente e fortemente sobre o papel constrangedor do ensino para levar as pessoas à fé e maturidade espiritual, mas em grande parte é silenciosa a respeito de métodos eficazes. O perigo oposto acha-se na aceitação inquestionável dos achados científicos sem examiná-los à luz da verdade bíblica” (GANGEL, K.; HENDRICKS, H. G. (Eds.)

Manual de Ensino para o Educador Cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. 1 ed., Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 107).

CONCLUSÃO

Não há, afinal, incompatibilidade entre fé cristã e intelectualidade. Assim como Daniel e seus amigos, os crentes podem sobressair no meio estudantil, inclusive no ambiente universitário, visto que somente a Palavra de Deus fornece as bases adequadas para a plena formação do ser humano.

HORA DA REVISÃO

1. De acordo com a lição, o que é relativismo?

Pensamento que nega a existência da verdade objetiva e afirma que cada pessoa pode construir a sua própria verdade.

2. O que o naturalismo ateísta defende?

Tal pensamento defende que o universo, a vida e o ser humano são resultantes de fatores aleatórios e acidentais, destituídos de qualquer sentido, propósito e valor intrínseco.

3. Segundo a lição, para que serve a educação?

Ela serve para nos proporcionar conhecimento e desenvolver habilidades e atitudes que honrem o propósito de Deus para o ser humano.

4. As primeiras universidades estão ligadas ao cristianismo?

Sim. A história da educação e do surgimento das primeiras universidades no Ocidente (Paris, Bolonha, Oxford, Cambridge) está intimamente ligada ao cristianismo.

5. Segundo a lição o que significa a palavra “universidade”?

A palavra “universidade” foi concebida com a ideia de encontrar unidade na diversidade.

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