Lição 2: Uma colheita abundante

1º Trimestre de 2005

 

Data: 09 de Janeiro de 2005

TEXTO ÁUREO

“Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus” (Cl 1.10).

VERDADE PRÁTICA

A qualidade e a quantidade do fruto espiritual produzido pelo crente é proporcional à sua plena dependência do Espírito Santo.

LEITURA DIÁRIA

Segunda — Jo 15.1-5

Os crentes são os ramos da Videira Verdadeira

Terça — Mt 7.16-20

O fruto do Espírito revela o caráter do crente

Quarta — Rm 8.5-9

A inclinação do Espírito é vida

Quinta — Rm 7.4

O fruto do Espírito é direcionado a Deus

Sexta — Hb 12.11

A disciplina cristã produz fruto

Sábado — Lc 3.8

Frutos que seguem a conversão

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 15.1-17.

1 — Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.

2 — Toda vara em mim que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.

3 — Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado.

4 — Estai em mim, e eu, em vos; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.

5 — Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer.

6 — Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.

7 — Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.

8 — Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.

9 — Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor.

10 — Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor.

11 — Tenho-vos dito isso para que minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa.

12 — O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.

13 — Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.

14 — Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.

15 — Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.

16 — Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda.

17 — Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros.

PONTO DE CONTATO

Professor, é momento de refletirmos sobre o nosso relacionamento com Cristo. A inquietação da vida cotidiana tem reduzido os instantes que costumamos dedicar à comunhão diária com Jesus. Trabalho, estudo, trânsito, filas, televisão, internet, tudo coopera para a fragilidade dos relacionamentos familiares, religiosos e sociais. No entanto, nosso contato com Cristo não deve estar sujeito a qualquer um desses fatores. Reflita com os alunos acerca do tempo que eles tem dedicado ao Senhor no dia-a-dia.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Descrever as condições necessárias para produzir fruto para Deus.
Explicar como é o relacionamento entre a Videira Verdadeira (Jesus) e os ramos (crentes).
Narrar os fatores indispensáveis para uma colheita abundante.

SÍNTESE TEXTUAL

A alegoria da videira no capítulo 15 do Evangelho de João é uma das páginas sagradas mais contundentes sobre o relacionamento e a intimidade de Jesus com seus discípulos. Esta pérola poética não é superada nem mesmo pela oração sacerdotal do capítulo dezessete, todavia, complementada e sumariada no versículo 23: “Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade”. Na figura da videira, o Pai é o agricultor que zela pela frutificação do ramo, mas somente na intercessão de Cristo é que entendemos o seu cuidado para conosco. O poder gerador, criador e frutífero do Todo-Poderoso é comunicado ao crente que permanece em Cristo, portanto, é inadmissível um ramo improdutivo. O apóstolo dos gentios experimentou e confessou a excelência de ter o poder eficaz de Deus agindo em sua vida: “Para isto também trabalho, combatendo segundo a sua eficácia [operação], que opera em mim poderosamente [dynamis]” (Cl 1.29; 1Co 12.6). A glória pelo fruto gerado não pertence ao ramo, mas ao vivificador que lhe transmite vitalidade, a fim de que este tenha uma colheita abundante.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Professor, os recursos didáticos usados para enfatizar a mensagem e facilitar a aprendizagem são estratégias usadas desde a Antiguidade. No Antigo Testamento, Deus não apenas dava a mensagem aos profetas, mas também orientava-os quanto aos métodos que seriam empregados na transmissão do ensino. Muitas vezes, o próprio Deus usava recursos didáticos para falar com os profetas (Jr 1.11-14; 18). Em Teologia, chama-se ‘ações simbólicas’ ou ‘oráculos por ação’ os recursos e estratégias didáticas usadas pelo profeta para comunicar com ênfase a profecia bíblica (cf. Jr 13; Ez 24). Para esta lição, usaremos um recurso ousado, tal qual o dos profetas. Corte um galho de árvore que contenha folhas e flores, coloque-o em um vaso e leve-o para a sala de aula. Não diga nada aos alunos. Ministre a lição e, após concluí-la, caso algum aluno não pergunte, explique que esse galho de árvore representa a vida de qualquer crente que deseja estar na igreja (vaso), mas não está ligado à vida da videira. Ficará viçoso durante um período, mas não resistirá, pois nenhuma vida lhe é comunicada. Assim, todo crente, que não está em Cristo, não tem vida em si mesmo. Escreva isto em forma de bilhete para os alunos. Deixe o galho na sala até secar totalmente.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Palavra Chave

Seiva: Líquido contendo substâncias nutritivas que as raízes absorvem do seio da terra e que circula através dos vasos do vegetal.

No texto em estudo, Jesus usou a figura da videira e seus ramos para ilustrar o tipo de relação que deve existir entre Ele e o crente, a fim de que este produza fruto. Não há necessidade de ser um agricultor para constatar que o mais importante na videira é a qualidade do seu fruto. Isto pode ser observado nitidamente no ensino de Jesus sobre os ramos e a videira. Vejamos o que acontece no relacionamento entre eles.

I. A VIDEIRA E SEUS RAMOS

1. Os ramos que não produzem fruto são arrancados (Jo 15.2). O propósito do ramo é produzir fruto. Se isto não ocorre, o ramo perde sua valia, por isso o lavrador o tira. Um triste exemplo deste tipo de sentença é encontrado na história de Israel. Este povo foi designado para ser a videira de Deus, a fim de refletir o amor, a misericórdia, a bondade e a glória de Deus entre as nações. Mas fracassou, e veio o julgamento (Is 5.1-7; Rm 11.21).

2. Os ramos que não permanecem ligados à videira são lançados no fogo (Jo 15.6). O ramo, ao ser arrancado do tronco, começa a secar e a morrer, porquanto, ao afastá-lo da videira, o fluxo da seiva é imediatamente interrompido, ou seja, a ligação vital entre eles cessa, ocasionando a morte do ramo, recolhido e queimado depois.

Através da salvação, somos ligados a Jesus Cristo; isto abrange um compromisso pessoal e um relacionamento contínuo com aquEle que é a videira, e nós, os ramos (Jo 15.5). Estar em Cristo é comprometer-se com Ele e transformar-se em Sua imagem mediante a ação do Espírito Santo.

3. Os ramos que dão fruto são podados (Jo 15.2). O desejo do lavrador é que o fluxo da seiva seja transportado até aos ramos produtivos, e não aos estéreis e inúteis. A podadura do ramo é um processo indispensável porque objetiva produzir maior quantidade e melhor qualidade de fruto. A frase “limpa toda vara que dá fruto” se refere à santificação (2Ts 2.13), iniciada após o novo nascimento, e baseada na Palavra de Deus. É a forma pela qual o crente torna-se parecido com Cristo paulatinamente.

II. AS CONDIÇÕES PARA A FRUTIFICAÇÃO ESPIRITUAL

Ao examinarmos os ensinamentos registrados em João 15 acerca da frutificação espiritual, percebemos que há pelo menos três condições para uma abundante colheita:

1. A poda feita pelo Pai. Como estudamos anteriormente, a poda é necessária para a produção do fruto do Espírito. Depois de sermos salvos, o Espírito Santo nos convence de áreas em nossa vida que precisam progredir em santificação (1Ts 5.23; Hb 12.10-14; 2Co 7.1). Na vida do cristão, este processo é efetuado pelo Pai através de circunstâncias que resultam em amadurecimento e dependência de Deus.

2. A permanência em Cristo. Jesus usou o verbo permanecer quando descreveu a relação entre ele e seus seguidores. Ele asseverou: “Estai [permanecei] em mim, e eu, em vós” (Jo 15.4).

A primeira parte desta frase: “Estai [permanecei] em mim”, diz respeito à nossa posição em Cristo. Permanecer em Cristo refere-se a nossa unidade e comunhão com ele (Ef 2.6). Meditando na partícula em, chegamos à conclusão de que onde estamos é de grande significância. Devemos estar em Cristo, assim como o ramo permanece no tronco da videira. Este enxerto ou ligação do crente com Cristo é a base pela qual o cristão frutifica.

3. A permanência de Cristo em nós. A segunda parte da frase: “E eu [permanecerei] em vós” (Jo 15.4b) está relacionada a nossa semelhança com Cristo aqui na terra, isto é, à manifestação do perfeito caráter de Cristo em nós por intermédio do Espírito. É a santidade de Cristo refletindo-se através de nossa vida. Vejamos alguns exemplos:

a) O lavrador. Os lavradores compreendem a importância de ter uma abundante fonte de vida fluindo da videira até ao fruto.

b) O fruto. A qualidade do fruto é proporcional à quantidade de seiva recebida da videira e por ele conservada. Nossa natureza é transformada à medida que Cristo permanece em nós (2Co 3.17,18).

c) A seiva. É a seiva que conserva os ramos vivos e frutíferos. Da mesma maneira, é Cristo que nos sustenta, mediante a presença do Espírito Santo, e faz-nos viver de modo consistente e frutífero. A vida frutífera só é possível por meio desta relação: o cristão EM Cristo.

III. OS FATORES INDISPENSÁVEIS PARA UMA COLHEITA ABUNDANTE

As plantas frutíferas precisam ser apropriadamente cuidadas a fim de termos uma farta colheita. O mesmo princípio se aplica à vida espiritual. Depois de haver recebido o Espírito Santo como seu hóspede constante, é necessário o crente cooperar com Ele para que haja mais fruto. Vejamos alguns fatores indispensáveis a uma colheita abundante.

1. Cultivar a comunhão com Deus. Cultivar significa cuidar da planta, provendo as condições essenciais para o seu crescimento. Antes das primeiras flores aparecerem ou dos frutos serem vistos, há um longo provimento de zelo, carinho e atenção chamado de cultivo. Com o objetivo de alcançarmos um bom resultado, é indispensável cultivarmos a nossa relação com o Pai, pois, é Ele quem nos proporciona um bom desenvolvimento (1Co 1.9; 2Co 13.13; 1Jo 1.3).

2. Cultivar a comunhão com outros cristãos. Para o lavrador, é conveniente ter plantas agrupadas de acordo com o fruto que cada uma produz: as laranjeiras, os pés de milho, todos são plantados juntos, porquanto este procedimento facilita o cultivo e a colheita. Através da comunhão com outros crentes, encorajamos uns aos outros a viver de maneira santa. Os primeiros cristãos possuíam íntima comunhão entre si, fato que atraía as pessoas e conduzia a uma colheita diária de almas (At 2.46,47).

3. Aceite o ministério de líderes piedosos. Deus usa seus líderes para alimentar e nutrir seu povo. Efésios 4.11-13 enfatiza o propósito destes na igreja: edificar os servos do Senhor tendo em vista o amadurecimento deles. Paulo expressa a mesma verdade em 1 Coríntios 3.6, cujo tema são os diferentes papéis que ele e Apolo desempenharam no desenvolvimento dos coríntios: “Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento”. Quando aceitamos e praticamos os ensinos bíblicos ministrados por líderes piedosos, somos conduzidos a um lugar mais fértil.

4. Exercite a vigilância e a defesa. Existem alguns perigos que ameaçam a vida do crente, por isso, ele precisa ter cuidado com tudo que possa ameaçar o seu pleno desenvolvimento espiritual: maus hábitos, atitudes e associações erradas, pensamentos destrutivos, desejos errôneos etc. Quando os israelitas entraram na Terra Prometida, receberam uma ordem para destruir as nações que ali viviam, todavia, desobedeceram-na. Por seguinte, foram seduzidos pelos maus caminhos desses povos (Sl 106.34-36). Como os espinhos que Jesus descreveu na Parábola do Semeador (Lc 8.14), o secularismo pode sufocar a Palavra de Deus e impedir que tornemo-nos crentes frutíferos.

CONCLUSÃO

O fruto do Espírito é composto de diversas virtudes, mas é único; não pode ser separado porque é um produto final. Podemos resumi-lo na palavra amor, pois, o amor é a dimensão unificadora do fruto espiritual. Na próxima lição, examinaremos o significado espiritual da palavra amor. Meu desejo é que o Senhor o abençoe no transcurso deste estudo.

VOCABULÁRIO

Enxerto: Inserir ou introduzir uma parte viva dum vegetal em outro vegetal.
Paulatinamente: Feito aos poucos; continuamente; vagarosamente.
Poda: Corte de ramos das plantas.
Proporcional à: Conforme a; segundo a.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

HOLLOMAN, Henry. O poder da santificação. CPAD, 2003.
CIDACO, José Armando S. Um grito peia santidade. CPAD, 1999.

EXERCÍCIOS

1. O que acontece com o ramo que não produz fruto?

R. É arrancado.

2. Quais os ramos que são lançados no fogo?

R. Os que não permanecem ligados à videira.

3. O que é feito com o ramo que dá fruto?

R. É podado para que dê mais fruto.

4. Quais são as três condições para a frutificação espiritual?

R. A poda feita pelo Pai; a permanência em Cristo; a permanência de Cristo em nós.

5. Quais são os fatores essenciais a uma colheita abundante?

R. Cultivar a comunhão com Deus e com outros cristãos, aceitar o ministério de líderes piedosos e exercitar a vigilância e defesa.

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