3º Trimestre de 2007
Data: 22 de Julho de 2007
TEXTO ÁUREO
“Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra” (Tg 5.17).
VERDADE PRÁTICA
Deus usa a todos que se dispõem a servi-Lo, a despeito de suas fragilidades.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – 1 Rs 18.1,2
Elias, um servo obediente
Terça – 1 Rs 18.22-40
Coragem, uma armadura necessária no serviço do Senhor
Quarta – 1 Rs 18.7-18
Determinação, um requisito para alcançar vitória
Quinta – 1 Rs 17.10-16
Fé que produz vitória
Sexta – 1 Rs 17.1,24
Retidão, princípio indispensável para andar-se com Deus
Sábado – 1 Rs 18.37-39
Vivendo para a glória de Deus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Reis 17.1; 18.1,2,36,38,39.
1 Reis 17
1 – Então, Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o SENHOR, Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra.
1 Reis 18
1 – E sucedeu que, depois de muitos dias, a palavra do SENHOR veio a Elias no terceiro ano, dizendo: Vai e mostra-te a Acabe, porque darei chuva sobre a terra.
2 – E foi Elias mostrar-se a Acabe; e a fome era extrema em Samaria.
36 – Sucedeu, pois, que, oferecendo-se a oferta de manjares, o profeta Elias se chegou e disse: Ó SENHOR, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme a tua palavra fiz todas estas coisas.
38 – Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.
39 – O que vendo todo o povo, caiu sobre os seus rostos e disse: Só o SENHOR é Deus! Só o SENHOR é Deus!
INTERAÇÃO
Prezado professor, a palavra-chave de nossa aula é “determinação”. Ao iniciar a lição, pergunte à classe sobre o significado desse vocábulo. A seguir, defina-o conforme o tema. Após a explicação, narre rapidamente uma história que ilustre a importância de sermos determinados. Você pode discorrer sobre a história de algum missionário cuja determinação em cumprir a vontade do Senhor foi crucial. Não faltam excelentes exemplos, entre os quais você pode citar o “irmão André”, Richard Wurmbrand, Corrie Ten Boom, entre outros.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Descrever o contexto político e religioso do tempo de Elias.
Definir as principais virtudes do caráter de Elias.
Aspirar as mesmas virtudes morais de Elias.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, a verdadeira Educação Cristã não está limitada ao ensino de sentenças e máximas para serem inculcadas e repetidas insistentemente pelo aluno. A Bíblia recomenda que o educando receba com “mansidão a palavra enxertada”. Porém, exorta-o a cumprir as verdades eternas (Tg 1.21-25). Palavras sem atos são como fumaça ao vento. Se alguém é ouvinte da Palavra, mas não a cumpre, é semelhante ao homem que contempla o seu próprio rosto no espelho e depois se esquece de como era (v.24). Também assemelha-se ao insensato que constrói uma casa sobre a areia (Mt 7.24-27). Portanto, é indispensável que você persevere no ensino da Palavra e, por meio do Espírito Santo, oriente seus alunos a serem “cumpridores da palavra e não somente ouvintes” (Tg 1.22).
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Determinação: Virtude por meio da qual a pessoa persevera a despeito das adversidades.
Elias, o tisbita, profetizou em Israel no período em que Acabe fora o rei daquela nação. Era um homem bastante dedicado aos problemas e necessidades morais e espirituais do povo. Sobre tudo que realizou, sua principal missão era fazer com que os israelitas reconhecessem que “só o Senhor é Deus”.
I. ISRAEL NO TEMPO DE ELIAS
1. Divisão do Reino. Salomão, rei de Israel, sob a influência de suas esposas pagãs, abandonara ao Senhor, prostrando-se diante de falsos deuses (1 Rs 11.1-5). Esse terrível pecado jamais ficaria impune! Deus suscitou diversos inimigos contra Israel (1 Rs 11.14-25), fazendo-o amargar duríssimas derrotas.
Após morrer Salomão, seu filho, Roboão, reinou em seu lugar (1 Rs 11.43). Este, por sua ignorância e imprudência, fez com que a nação fosse dividida em dois reinos: o Reino do Norte, denominado Israel, e o do Sul, chamado Judá (1 Rs 12.16-25).
2. O Reino do Norte. Israel teve dezenove reis. Todos ímpios. O primeiro foi Jeroboão, filho de Nebate (1 Rs 12.20). Depois, vieram Nadabe, Baasa, Elá, Zinri e Onri. Este último, fora o pai de Acabe, o general responsável pela mudança da capital de Tirza para Samaria (1 Rs 16.16-29). O reinado de Onri foi marcado por muitas conspirações, assassinatos, e todo tipo de afronta contra o Senhor. Ao morrer Onri, Acabe assumiu o trono em seu lugar, superando em maldade todos os que foram antes dele (1 Rs 16.29-34). Este perverso personagem casou-se com Jezabel, uma pecadora contumaz e ardilosa.
3. Elias, o profeta. É nesse contexto de incredulidade e rebeldia que Deus levanta o profeta Elias para resgatar a verdadeira religiosidade e qualidade de vida espiritual de Israel (1 Re 17.1). O Eterno precisava de um homem de fé resoluta, disposto a enfrentar a apostasia das lideranças ímpias daqueles tempos. Não poderia ser outro! Elias estava à mercê de Deus, pronto para ser moldado e usado na reversão daquele quadro crítico de infidelidade do povo de Deus.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O Reino do Norte foi governado por dezenove reis que praticaram o que era mal aos olhos do Senhor. Nesse contexto surge Elias – um profeta determinado a condenar a idolatria nacional.
II. ASPECTOS DO CARÁTER DE ELIAS
1. Fidelidade. Naquelas dias de tamanha ignorância espiritual, o Senhor precisava de um homem que cresse nEle e fosse fiel à sua Palavra. Ao dirigir-se ao rei Acabe, Elias, ousadamente, recobrou-lhe a memória acerca da advertência que Deus fizera ao povo no tempo da peregrinação no deserto (Dt 11.16,17). O profeta estava certo de que Deus estava com ele, e que cumpriria cabalmente sua Palavra. Ainda hoje o Senhor procura servos de corações resignados que, acima de qualquer coisa, creiam piamente em suas promessas, para realizarem obras extraordinárias no Reino de Deus (Js 1.1-9; Is 6.8; Mt 4.18-22; Lc 1.38; At 9.11-15). Não seria a falta dessa virtude a causa de tantos problemas, dificuldades, desacertos e sofrimentos na vida de muitos crentes?
2. Determinação. A despeito das circunstâncias desfavoráveis: perseguição (1 Rs 18.10; 19.2), escassez (1 Rs 17.10-13), e solidão (1 Rs 17.6), Elias não desistiu da missão para a qual Deus o tinha chamado. Aquele santo profeta determinara cumprir toda a vontade divina. Elias não tinha dúvida de que a fé na Palavra era a principal ferramenta espiritual para aqueles que servem a Deus com sinceridade. Nenhum homem deixaria de morar livremente numa cidade para viver escondido em cavernas, a não ser por inteira confiança no Senhor (1 Rs 17.2-7).
3. Obediência. Ao receber a ordem de Deus para esconder-se junto ao ribeiro de Querite, Elias não hesitou: obedeceu-a prontamente (1 Rs 17.2-5). Mais tarde, quando o ribeiro secou, o Senhor lhe ordenou que fosse a Sarepta. Mais uma vez o profeta submeteu-se à vontade divina (1 Rs 17.8-10). Decorridos três anos, Elias recebera um novo mandado do Senhor: teria de comparecer novamente perante o rei Acabe. Então, resignado, lá estava o servo do Altíssimo atendendo-lhe a voz (1 Rs 18.1,2).
Há muitos crentes que são insubmissos a Deus e à sua Palavra. Os tais se esquecem que obedecer é um princípio fundamental da vida cristã. Lembremo-nos de que Jesus foi obediente até a morte, pelo que Deus o exaltou soberanamente (Fp 2.5-8).
4. Coragem. É o mesmo que bravura ou intrepidez. A coragem se manifesta diante dos perigos ou situações de intenso risco. Em diversas ocasiões Elias provou ser um homem ousado (1 Rs 18.10,15, 22-40; 21.19,20). Ele foi extremamente corajoso ao desafiar os profetas de Baal no Monte Carmelo. Ali, suplicou ao Senhor com fé e firmeza, e a resposta veio com fogo do céu (1 Rs 17.1; 18.38; Tg 5.17,18).
5. Fragilidade. Tiago afirma em sua epístola que “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós” (5.17). Como ele, qualquer crente fiel e perseverante pode passar por momentos de fragilidade física e emocional (1 Rs 19.1-4). Por isso, todo crente precisa vigiar e orar constantemente. “Vigiar” diz respeito ao perigo iminente; “orar” fala de nossa total dependência do Senhor (Mt 26.41).
O zelo pelo reino de Deus tem levado muitos crentes a exagerarem nos trabalhos e atividades da igreja local. Esses “excessos” têm culminado em exaustão física, mental e emocional. Deus não deseja isso para os seus filhos, mas espera de cada cristão o exercício prudente de sua mordomia (Js 1.7; 1 Ts 5.23).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O profeta Elias distinguiu-se entre os homens de seu tempo. Ele era um homem fiel, determinado, obediente, corajoso e suscetível às mesmas paixões que outros homens.
III. ELIAS, UM EXEMPLO DE VIDA COM DEUS
1. Exemplo para os crentes de seu tempo. A comunhão de Elias com Deus; sua coragem, determinação e submissão, suscitaram em Eliseu o ardente desejo de seguir-lhe os passos. Com esse claro objetivo, o filho de Safate jamais se afastou de Elias. Convivendo com um grande mestre, facilmente assimilou as virtudes espirituais e morais do seu caráter (1 Rs 19.19-21; 2 Rs 2.1-15). Foi assim que Eliseu destemidamente atravessou o Jordão (2 Rs 2.14), e quando lhe enviaram Naamã, o comandante do exército da Síria, para ser curado, dispôs-se imediatamente a recebê-lo, na certeza de que Deus mais uma vez mostraria seu poder (2 Rs 5.8).
2. Exemplo para os crentes de hoje. Dentre todos os aspectos do caráter de Elias, destaca-se sua incondicional confiança em Deus. Somente pela fé, teria ele ido a Sarepta, cerca de 160 km do lugar onde estava, com a convicção que Deus o livraria de seus perseguidores (Sl 91.1). Elias não fora vencido pelo medo, desânimo, incerteza ou qualquer necessidade (1 Rs 17.8-24). Do mesmo modo podemos confiar integralmente na proteção e provisão divinas (Sl 23.4).
Sobre esse aspecto da vida cristã, Jesus nos ensina que não devemos ficar ansiosos pelo que havemos de comer ou vestir, pois Deus sabe do que necessitamos (Mt 6.25-34). Assim como Elias, o crente de hoje, ao passar por dificuldades, não deve estacionar na fé, mas continuar crescendo no conhecimento do Senhor (Sl 23.1; Os 6.3).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Elias foi um exemplo de fé, determinação e coragem para os homens e profetas de sua geração. Ainda hoje sua vida e obra continuam inspirando centenas de cristãos em todas as gerações.
CONCLUSÃO
O Deus de Elias continua o mesmo. Ele ainda chama homens e mulheres que tenham determinação para aceitar, desenvolver e cumprir cabalmente sua sagrada missão neste mundo, que demanda fé, coragem e persistência. O profeta Elias é um destacado modelo de dever cumprido na obra de Deus. Sigamos-lhe o exemplo!
VOCABULÁRIO
Destemor: Falta de temor; arrojo, audácia, intrepidez.
Insubmissão: Desobediência; rebeldia.
Submissão: Obediência; sujeição; subordinação.
Suscitar: Fazer nascer; fazer aparecer; causar.
Vicissitude: Eventualidade; acaso; revés; instabilidade.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
CARVALHO, A. A jornada. RJ: CPAD, 2006.
EXERCÍCIOS
1. Relate em poucas palavras o processo de divisão do reino de Salomão.
R. (Livre) O pecado de idolatria de Salomão foi a causa espiritual que resultou na divisão do reino após a sua morte. Roboão ficou com o reino do sul e Jeroboão com o reino do norte.
2. Descreva o contexto político-religioso de Israel no tempo do profeta Elias.
R. (Livre) Após a morte do rei Onri, Acabe o sucede. Porém, casa-se com a ímpia Jezabel e institui o culto idolátrico a Baal e Asera, fazendo todo o povo pecar contra o Senhor. É nesse contexto de incredulidade e rebeldia que Deus levanta Elias.
3. Quais são os cinco aspectos do caráter de Elias?
R. Fidelidade, determinação, obediência, coragem e fragilidade.
4. Em que resultou a vida de fé de Elias em seu discípulo Eliseu?
R. A comunhão de Elias com Deus; sua coragem, determinação e submissão, suscitaram em Eliseu o ardente desejo de seguir-lhe os passos.
5. De acordo com o estudo desta lição, quais os exemplos da vida de Elias que você gostaria de imitar?
R. (Livre) Fé na provisão e proteção divinas; obediência irrestrita a Deus.