TEXTO DO DIA | SÍNTESE |
“Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os
anjos e o serviram.” (Mt 4.11) |
A narrativa da tentação de Jesus enaltece a importância do conhecimento e do uso da Palavra de Deus contra os ataques do Inimigo. |
AGENDA DE LEITURA |
SEGUNDA – Êx 16.3-8
Os hebreus tentaram a Deus no deserto com suas murmurações TERÇA – Dt 8.3 Jesus rebate a primeira tentação do Diabo QUARTA – Sl 91 Deus promete proteger o justo QUINTA – Dt 6.16 Jesus rebate a segunda tentação do Diabo SEXTA – Sl 24.1 Do Senhor é a terra SÁBADO – Mt 4.10 Jesus rebate a terceira tentação do Diabo |
Objetivos |
MOSTRAR a tentação dos hebreus no deserto;
EXPLICAR a tentação do uso do Templo para exploração; CONSCIENTIZAR a respeito dos perigos do uso indevido do poder. |
Interação |
É importante que você faça, a cada aula, um planejamento. Todo planejamento deve ter os objetivos específicos e para que eles sejam elaborados é preciso que o professor conheça bem as características específicas de seus alunos.
O planejamento também deve ter três componentes essenciais do processo ensino-aprendizagem: o método, os recursos didáticos, a avaliação e o tempo que será utilizado para cada atividade. Caso você não saiba como elaborar um plano de aula, procure fazer uma pesquisa na internet a respeito desse tema ou consulte algumas obras a respeito de didática. Você vai encontrar um vasto material e diferentes modelos de plano de aula que vão auxiliá-lo. |
Orientação Pedagógica |
Professor(a), sugerimos que para a aula de hoje você separe três grupos. Cada grupo ficará responsável em ler, estudar e apresentar um dos tópicos da lição. Escolha em cada grupo um líder para conduzir as conversas. Cada grupo terá o tempo estimado de 1o minutos para discutir o tópico e dez minutos para apresentá-lo para a turma. Você deverá ser o moderador da turma e fazer as considerações finais. O tempo sugerido/estimado serve apenas como referência, você deverá adaptar de acordo com o tempo disponibilizado pela sua superintendência de Escola Dominical e o número de alunos. |
Texto bíblico |
Mateus 4.1-11 1 Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. 2 E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome; 3 E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. 4 Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. 5 Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo, 6 e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. 7 Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus. 8 Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles. 9 E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. 10 Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás. 11 Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos e o serviram. |
COMENTÁRIO | ||||||||||
INTRODUÇÃO
As pessoas tendem a acreditar que a tentação de Jesus foi apenas momentânea. No entanto, Ele foi tentado pelo Diabo durante toda a sua vida terrena. Segundo o Evangelho de Mateus, a primeira tentação de Jesus está relacionada com as necessidades de sustento material e tem conexão com o povo hebreu na travessia do deserto. A última está relacionada à idolatria. Tal tentação nos mostra o risco que corremos ao dar lugar ao impulso de se desfrutar das glórias do mundo, em detrimento da adoração a Deus. Precisamos estar atentos. I – A TENTAÇÃO DOS HEBREUS NO DESERTO 1. A relação de Mateus 4.1-4 com a caminhada dos israelitas no deserto. Existe uma relação direta entre a narrativa de Mateus 4.1-11 e a narrativa da travessia dos hebreus pelo deserto, em especial nos capítulos 6, 7 e 8 de Deuteronômio. O texto de Mateus 4.1-11 está diretamente relacionado ao livro de Deuteronômio, que narra a história dos hebreus enquanto caminhavam no deserto rumo à Terra Prometida. A única exceção é o Salmo 91.11,12. Conhecer as Escrituras foi fundamental para as respostas de Jesus ao Adversário. Ele reage cada tentação citando a Palavra de Deus e extraindo o princípio de cada passagem mencionada. É recomendado estudar a tentação de Jesus em paralelo com os textos de Deuteronômio. 2. A tentação de Israel no deserto durou 40 anos. A tentação de Jesus se assemelha ao Haggadah, um dos mais importantes textos da tradição judaica. No início da Páscoa, judeus de todos os cantos da Terra se reúnem para lê-lo ao redor da mesa. Ele contém a narrativa do êxodo do Egito. Uma celebração da passagem dos israelitas da escravidão para a liberdade, passando pelo deserto. Os hebreus saíram da escravidão do Egito, onde abundava a injustiça, com a incumbência de criar uma sociedade justa na terra que o Senhor os mandaria. Eles tiveram, necessariamente, de passar pelo deserto e permanecer nele por 40 anos, porém muitos dentre o povo, diante das condições adversas do deserto, colocaram em dúvida a proteção e o cuidado de Deus, tentando-o por diversas vezes (Êx 16.3-8). Por isso, a maioria das pessoas que saíram do Egito não entrou na Terra Prometida. Aprendemos que o deserto é lugar de fome (Mt 4.2-4), porém também é lugar de provisão, aliança, purificação e encontro com Deus (Êx 19.1-19; Os 2.14). 3. A tentação de Jesus no deserto por 40 dias. Os quarenta dias de jejum de Jesus recordam os quarenta anos de Israel no deserto. O jejum por 40 dias não era uma inovação, pois Moisés (Êx 24.18) e Elias (1Rs 19.8) também jejuaram este mesmo tempo. O número 40 é utilizado várias vezes na Bíblia (Gn 7,4,12; Êx 24.18; Dt 9. 9) e quando se refere a dias ou anos pode significar um período necessário e suficiente para determinada ação. Jesus foi desafiado, como Filho de Deus, a fazer uso de seus atributos divinos para satisfazer suas necessidades humanas, mas Ele rebate a tentação utilizando a Palavra de Deus. Enquanto o povo hebreu murmura contra Deus por causa da fome, Jesus segue submisso a Deus a fim de cumprir sua missão.
II – A TENTAÇÃO DO USO DO TEMPLO PARA EXPLORAÇÃO 1. A tentação de mercantilizar a religião (Mt 4.5,6). O local da segunda tentação é o lugar mais alto do Templo. O pináculo demonstra a responsabilidade de estar no ponto mais alto do poder religioso, e quem assume tal “poder” precisa ter muito cuidado, pois também será tentado pelo Diabo para usá-lo mal. O Inimigo cita o Salmo 91, em que Deus promete proteger o justo. No entanto, isso não quer dizer que o cristão será beneficiado em troca de sua fidelidade. Infelizmente muitos pregam um relacionamento mercantil com Deus. Jesus descartou esse procedimento afirmando que os seus discípulos também passariam por aflições (Jo 16.33). A sociedade atual é consumista, tendo como principais características o imediatismo, e em resposta a essa sociedade algumas instituições religiosas oferecem uma teologia consumista. Promessas de experiências inovadoras, com resultados imediatistas, em maior quantidade e menor esforço. Em troca, exigem a fidelização dos “consumidores espirituais”, além de sua passividade, cumplicidade e submissão cega. Essa relação de poder beneficia somente algumas pessoas, que não se interessam pelos fiéis, mas pelo sistema de poder que monopolizam. Diferente da teologia pregada por Jesus, que privilegiava a solidariedade, a vida em comunidade, simples e sem excesso de consumo. A mercantilização da sociedade tem moldado práticas religiosas antiblíblicas e prestado um serviço ao materialismo. 2. A tentação de fazer de Deus um instrumento de ostentação. Em uma das respostas de Jesus, Ele cita Deuteronômio 6.16: “Não tentareis o SENHOR, vosso Deus […]”. O texto se refere ao episódio ocorrido em Massá (Êx 17.1-7), onde os israelitas tentaram a Deus, exigindo que Ele provasse o seu poder providenciando água para beber. Infelizmente, muitos ainda acham que podem determinar o que Deus deve fazer. Muitos falsos profetas usam do autoritarismo em supostas “visões e revelações”, visando à manutenção dos benefícios e interesses próprios. Eles se apresentam como pessoas com o suposto poder de manipular a ação de Deus (“tentam” a Deus). Estes se apresentam como pessoas de fé, mas na realidade se comportam como ateus, pois agem como se Deus não existisse para julgar o seus atos pecaminosos. 3. As distorções que prejudicam o cristianismo. A atuação dos falsos profetas que querem mercantilizar a fé cristã e a ideia erronea de “manipular a Deus”, acabam por prejudicar o cristianismo e a pregação da Palavra de Deus. Jesus curou e libertou muitas pessoas, mas Ele nunca tirou vantagem ou usou sua posição de profeta para manipular as pessoas com seus discursos. Mateus 7.28,29 afirma que as multidões se maravilhavam com o seu ensino e reconheciam sua autoridade como divina, pois não estava baseada na sua persuasão, mas no exemplo de vida.
III – A TENTAÇÃO DO USO INDEVIDO DO PODER 1. O poder dos impérios e reinos deste mundo. A grande altura do monte e a visualização de todos os reinos dão a sensação de poder. O ser humano tem a tendência de desejar o poder; a diferença é que alguns têm equilíbrio, enquanto outros não se importam com os meios para conquistá-lo. 2. O poder conquistado à custa da opressão e exploração do povo não provém de Deus. O texto dá a entender que o Diabo domina os reinos do mundo, pois ele tem a petulância de oferecê-los a Jesus, como se estivessem em seu poder. Que mundo é esse? Provavelmente, Mateus está falando do controle da vida política, social, econômica e religiosa. Portanto, um mundo que necessita da intervenção divina para ser justo. O Diabo tenta negociar esse poder, mas Jesus rejeita e o vence. Sua vitória final é na cruz, ou seja, no cumprimento da sua missão e com o recebimento de um corpo glorificado. O próprio Mateus descreve que esse Jesus ressurreto recebeu o poder e a autoridade, pois é o Criador de todas as coisas. Esse poder e autoridade são ilimitados, pois é sobre a Terra e também sobre o céu (Mt 28.18). 3. O poder idolátrico dos reinos deste mundo. Todos aqueles que aguardavam a promessa messiânica tinham sua atenção voltada para a cidade de Sião. Essa atenção e centralidade estavam relacionadas com o fato de Sião ser um centro de adoração de todos os povos e um lugar de bênçãos. Um reino com o poder de prover as necessidades dos povos do mundo, com certeza receberia as “glórias” desses povos. Tal poder era e é realmente tentador. Com a tentação de Jesus também podemos aprender que mesmo alguém que pensa no bem do próximo também pode ser tentado a receber glórias para si. Por isso, a importância de se estar em sincronia com Deus e sua vontade. Jesus estava estava totalmente comprometido em cumprir a vontade do Pai, mesmo que fosse necessário sofrer dores, perseguição e morrer na cruz. A cruz de Cristo deve ser o real motivo pelo qual realizamos a obra de Deus.
ESTANTE DO PROFESSOR
CONCLUSÃO Nesta lição aprendemos que a fidelidade a Deus deve preceder a satisfação pessoal e de bens materiais. Aprendemos também que Deus não pode ser tentado pelo mal e seu nome não deve ser usado em benefício próprio. Como crentes não devemos buscar a glória para nós, mas glorificar a Deus. Precisamos estar sempre vigilantes, pois todos os cristãos passam pelo modelo das tentações de Jesus e o caminho da vitória também é o mesmo: conhecer a Palavra de Deus e fazer a vontade divina. |
HORA DA REVISÃO |
1. Como Jesus reagiu a cada tentação? Ele reagiu cada tentação citando a Palavra de Deus e extraindo o princípio de cada passagem mencionada.2. De acordo com a lição, a tentação de Jesus se assemelha a quê? A tentação de Jesus se assemelha ao Haggadah, um dos mais importantes textos da tradição judaica. 3. Quanto tempo durou a tentação de Jesus no deserto? 4. O que representa a terceira tentação? 5. Segundo a lição, explique a centralidade em Sião. |