LIÇÃO 4- Desviando-se da cólera e do homicídio

MEDITAÇÃO 

Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem. (Rm 12.21
 
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA 
 SEGUNDA – Romanos 12.17-21 
 TERÇA – Gálatas 5.19-22 
 QUARTA – Colossenses 3.8 
 QUINTA – Mateus 5.7,9 

 SÁBADO – 1 João 2.9-11

TEXTO BÍBLICO BASE

21 – Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. 
22 – Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo, e qualquer que chamar a seu irmão de raca será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno. 
23 – Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 
24 – deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta. 
25 – Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão.
26 – Em verdade te digo que, de maneira nenhuma, sairás dali, enquanto não pagares o último ceitil.

INTERAGINDO COM O ALUNO 
A ira é uma das reações naturais do ser humano. O propósito da lição de hoje é chamar a atenção de seus alunos para o fato de que, embora seja uma reação natural, a ira pode se tornar algo muito mal e imensamente destrutivo, quando ela ultrapassa alguns limites estabelecidos por Jesus no Sermão da Montanha. Deixe claro a eles que quem encoleriza-se contra seu irmão sem motivo, humilhando-o, agindo com rancor, é tão pecador diante de Deus quanto àquele que assassina outra pessoa. Frise que Jesus deixa claro que a cólera é o primeiro passo para o homicídio e que quem se encoleriza sem motivo contra outra pessoa já é “homicida” em seu coração, mesmo que não chegue às vias de fato em relação ao seu desafeto. 

   Essa lição traz mais uma oportunidade de explorar várias situações hipotéticas do dia a dia de seus alunos nas quais o ensino de Jesus se aplicaria diretamente. Explorar essas situações fará com que o ensino de Jesus, ministrado na lição de hoje, se torne ainda mais claro, vivo e pertinente para as suas vidas. Não perca essa oportunidade. Aproveite e boa aula! 

OBJETIVOS 

Sua aula de hoje deverá atingir os seguintes objetivos: 
1 Deixar claro aos alunos o caráter não -antinomísta do Evangelho;
2 Chamar a atenção para o fato de que a ira pode se tornar algo destrutivo em nossas vidas; 
3 Estimular seus alunos a viverem, na prática, seu chamado como pacificadores e agentes da misericórdia no Reino de Deus. 
 
PROPOSTA PEDAGÓGICA
A fim de clarificar o máximo possível aos seus alunos quando a ira torna-se perniciosa na vida do cristão, ao chegar ao ponto desta aula em que, seguindo o roteiro da revista, o tema da ira finalmente será tratado, escreva no quadro as três reflexões que o cristão deve fazer para distinguir quando a sua ira é perniciosa ou não e que estão explicitadas no corpo da lição. Em seguida, cite situações hipotéticas de manifestação de ira e peça aos seus alunos para avaliarem cada uma dessas situações à luz desses três critérios apresentados. Deixe seus alunos se envolverem bastante com a análise de cada situação até que eles demonstrem estarem bem familiarizados com os critérios bíblicos avaliadores da ira.

INTRODUÇÃO 
Na lição passada, vimos como Jesus alertou os seus discípulos para a necessidade de a justiça deles exceder a dos escribas e fariseus. Agora, nos versículos seguintes a esse alerta, mais especificamente os versículos 21 a 48 do capítulo 5 de Mateus, Jesus reforça sua orientação citando exemplos concretos do dia a dia. Ele apresenta em seqüência seis exemplos de justiça mais elevada, todos eles antecedidos pela expressão “Ouvistes que foi dito” (Mt 5.21,27,31,33,38,43), seguida pela expressão “Eu, porém, vos digo” (Mt 5.22,28,32,34,39,44). Jesus menciona seis ordenanças da Lei de Moisés e as aprofunda, demonstrando que a justiça do Reino de Deus é algo que vai muito além do que a letra da lei mosaica.       Na lição de hoje, veremos especificamente o primeiro exemplo citado por Jesus, que envolve a questão da cólera e do homicídio. 
 
1. O EVANGELHO NÃO É ANTINOMIANISTA 
   1.1. “Ouvistes que foi dito… Eu, porém, vos digo…”. Como vimos na lição passada, diferentemente do que os ouvintes de Jesus pensaram dele quando começaram a ouvir o seu Sermão da Montanha, Ele não viera destruir a lei ou ab-rogá-la, mas completá-la, aprofundá-la, levar a compreensão dos mandamentos a outro nível. Em nenhum momento, ao citar esses seis exemplos concretos de justiça mais elevada, Jesus anula as ordenanças morais da lei, mas, ao contrário, aumenta as exigências relacionadas a essas ordenanças – ou melhor, aprofunda essas exigências, pois as leva direto ao coração da pessoa, como em seguida. 
   A expressão “Eu, porém, vos digo” nunca traz na sequência uma proibição que anula a exigência explícita da ordenança apresentada antes no “Ouvistes o que foi dito”. O “ Não matarás” não é seguido por um “Podem matar agora”, mas, sim, por um “Não apenas isso…”. Ou seja, Jesus não destrói a lei; Ele acrescenta a ela algo que a expande, que a torna mais profunda. Em outras palavras, Jesus nunca foi um antinomianista. 
    1.2. O que é o antinomianismo? Antinomianismo é um termo cunhado pela primeira vez no século 16 pelo reformador protestante Martinho Lutero para designar uma prática antiga entre algumas pessoas no meio cristão: a negação da importância dos mandamentos divinos para a vida do cristão. Em outras palavras, antinomianismo é o extremo oposto do legalismo. Ele é o que o apóstolo Judas denominou, na Epístola que leva o seu nome, de “transformar em libertinagem a graça de Deus” (Jd v.4 – ARA). O antinomianismo foi combatido por Jesus (Mt 7.15-27; Jo 14.15; 15.10,14) e pelos apóstolos – além de Judas, já mencionado, vemos também Paulo (Rm 3.31; Rm 6; Cl 3), Pedro (2 Pe 2), Tiago (Tg 2.14-26) e João, em sua Primeira Epístola, combatendo esse ensino errado. Aliás, João assevera explicitamente que escreveu sua primeira Epístola para combater a influência de duas heresias gnósticas de seu tempo, a saber: a negação da divindade de Cristo e a prática do antinomianismo (1 Jo 5.13). 
    1.3. Antinomianismo hoje. Infelizmente, a influência da mentalidade pós-moderna tem levado alguns ditos cristãos a confundirem obediência aos mandamentos divinos com legalismo e graça com ausência de normas de conduta. Trata-se de uma torção absurda de significados. Legalismo “é, de forma geral e à luz da Bíblia, a ideia de justificação pelas obras, a fixação imprópria de regras de conduta como necessidades para Salvação e a negligência ou ignorância em relação à graça de Deus” (DANIEL, Silas, A Sedução das Novas Teologias, CPAD, p. 54). Porém, para alguns cristãos pós-modernos, legalismo não é isso. Legalismo, imaginam, é qualquer tipo de exortação concernente à conduta moral. Por isso, para essas pessoas, “é proibido proibir”. Porém, o Novo Testamento está repleto de passagens que condenam contundentemente uma série de comportamentos (Mt 5.28-29; 1 Jo 2.15-17; 2 Tm 2.22; Tt 2.12; Tg 1.14; 1 Pe 2.11). Tais costumam generalizar dizendo que “tudo depende da consciência da pessoa”, entretanto, a Bíblia demonstra que nem tudo é questão de consciência (Gl 5.19-25). 
   Os frutos dessa mentalidade equivocada é um cristianismo meramente nominal. São pessoas que se declaram seguidoras de Jesus, mas cujo comportamento se choca frontalmente com os mandamentos divinos e não acham isso absolutamente nada demais. Dizem que são de Deus, mas não estão interessadas em nenhum compromisso com seus mandamentos. Sua visão de Deus se dá apenas em termos utilitaristas ou na forma de uma “muleta” psicológica. No primeiro caso, o do Deus “utilitarista”, é quando se busca de Deus somente bênçãos materiais e físicas (a bênção de Deus acima do Deus da bênção), fazendo dEle o meio para um fim e não um fim em si mesmo; e no segundo caso, o do Deus como “muleta” psicológica, é quando tratam Deus apenas como um ser preocupado em estimular o ego de seus filhos, como um ser que está disposto a ser usado diariamente, por meio de palavras e gestos, apenas para inflar a autoestima dos seus simpatizantes sem se “intrometer” na forma como desejam conduzir as suas vidas. Enfim, acham que o Evangelho é sinônimo de autoajuda, nada mais.
Não nos iludamos: para ser verdadeiramente cristão, seguidor de Cristo, o Filho de Deus, não basta a pessoa ter apenas uma confissão de fé em Jesus. Mesmo que a pessoa tenha uma confissão de fé integralmente ortodoxa, isso não basta para ser considerada uma cristã verdadeira. Conforme o apóstolo João, as evidências da verdadeira fé cristã são crer em Jesus como Filho de Deus (isto é, na deidade de Jesus; e crer nEle como o Cristo, o Messias Prometido – 1 Jo 5.1,5-12,20 pois aquele que não aceita Jesus como Filho de Deus não tem a vida – 1 João 5.12); viver segundo os mandamentos divinos (1 Jo 2.3-6); amar seu irmão e praticar esse amor (1 Jo 2.9; 3.10; 5.1); não viver na prática do pecado, mas buscar sempre viver uma vida de santidade (1Jo 3.2,3; 5.18); e não amar o mundo nem o seu estilo de vida (1 Jo 2.15-17). 
      1.4. A Lei e a Graça – A graça de Deus não nos libera da obrigação de obedecer às leis morais do Criador. A graça não é uma licença para a desobediência, mas a porta que Deus nos abre para a possibilidade de vivermos uma vida santa diante dEle. A Nova Aliança inclui mandamentos, determinações, ou seja, a lei moral. Jesus, e não Moisés, disse: “Se me amardes, obedecereis os meus mandamentos” (Jo 14.15). E mais: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele” (Jo 14.21). 
    Em seu Sermão da Montanha, Jesus adverte-nos diretamente contra a ideia de que Ele estaria defendendo o antínomianismo. Cristo, como já vimos, fez questão de esclarecer que não negligenciava nem tinha o intento de destruir a Lei posteriormente ao cumpri-la toda (Mt 5.17-19). O que, então, foi abolido da Lei por meio de Cristo?
Quando Jesus cumpriu a Lei, foram abolidas as leis cerimoniais, que apontavam para o sacrifício de Cristo, e as leis regimentares. A lei moral, ou seja, o aspecto moral da Lei, permanece no Novo Testamento. 
    1.5. A “maldição da lei”. A “maldição da Lei”, de que fala o apóstolo Paulo em Gálatas 3.13, diz respeito às sanções punitivas a que estamos sujeitos por não podermos cumprir toda a Lei. Ao cumprir as exigências da Lei para nós, Cristo removeu a maldição da Lei para longe de nós, e não a Lei, isto é, os mandamentos morais de Deus para as nossas vidas. A graça de Deus não é chancela para a anarquia. Os mandamentos de Deus devem ser vividos, mas não mais como um peso. Não somos salvos por obedecer aos mandamentos divinos, mas somos salvos para vivermos segundo os mandamentos divinos. Não somos salvos para viver licenciosamente, mas para viver uma nova vida em Cristo.

AUXÍLIO TEOLÓGICO 1
“[O vocábulo grego] mõros denota primariamente ‘lerdo’, ‘lento’ (derivado de uma raiz muh, ‘ser tolo’); por conseguinte, ‘estúpido’, ‘tolo’, ‘louco’, ‘insensato’; é usado acerca de pessoas em Mateus 5.22 – ‘louco’. Aqui a palavra significa moralmente desprezível, um sem-vergonha, uma repreensão mais séria do que ‘raca’; o último menospreza a mente do homem e o chama de estúpido, louco; mõros menospreza seu coração e caráter; daí a condenação mais severa do Senhor” (Dicionário Vine. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.759,60).
 
 2. CÓLERA: O PASSO PARA O HOMICÍDIO 
      2.1. “Não matarás”. O sexto mandamento do Decálogo, os Dez Mandamentos (Êx 20.13), mencionado nessa passagem por Jesus, significa “Não assassinarás”. Esse é o sentido do vocábulo hebraico traduzido por “Não matarás” no Antigo Testamento e reproduzido por Jesus a seus discípulos. Trata-se de matar intencionalmente. Jesus repete o mandamento, no entanto, em seguida, aprofunda mais ainda o seu significado para os seus discípulos. Ele afirma que qualquer pessoa que, sem motivo, está encolerizada contra o seu irmão já tem o homicídio estabelecido em seu coração. Mesmo que não venha a cometê-lo externamente, já o cometeu no coração, sendo, por isso, já réu do juízo divino (Mt 5.22). E mais: com essa afirmação, Jesus está ressaltando também o fato de que a cólera é o passo para o homicídio, de maneira que evitar a cólera nos levará a evitar o cometimento do homicídio. 
      2.2. “Sem motivo”. Jesus não é contra o irar-se diante de uma injustiça cometida. Ele não condena a “indignação santa”. O que Jesus está combatendo é a ira sem motivo ou sem moderação. O termo traduzido aqui por “sem motivo” é a palavra grega e/te, que significa, literalmente, “sem causa”, “sem nenhum bom efeito” e “sem moderação”. Eis aqui, portanto, no próprio sentido desse vocábulo, três critérios para avaliarmos se a nossa ira é lícita ou não. Em primeiro lugar, devemos nos perguntar: ela é baseada em uma causa coerente? Em segundo lugar, ela terá um bom efeito? Em terceiro lugar, ela se manifesta com moderação ou é uma ira desgovernada? 
     2.3. “Raca” e “louco”. As expressões “raca” e “louco”, que aparecem no versículo 22, estavam entre as mais odiosas expressões usadas nos dias de Jesus para se referir a alguém, sendo que a segunda expressão – “louco” – era considerada pior ainda, conforme o contexto religioso judaico daquela época. “Raca” era um insulto de zombaria e desdém, cujo significado era “indigno”. Tal insulto, dependendo do caso, era passível de julgamento pelo Sinédrio nos dias de Jesus. Já a expressão mõros, traduzida como “louco” nessa passagem, dentro do contexto religioso judaico da época, era mais do que uma zombaria. Enquanto “raca” significava uma pessoa indigna de ser honrada, “louco” era uma pessoa indigna de ser amada, uma pessoa profana, o “réprobo”, um “filho do inferno”. Em outras palavras, o que Jesus está dizendo é que quem chamasse o seu irmão de “raca” podia ser apenas réu do Sinédrio, mas quem chamasse seu irmão, em um momento de ira, e sem motivo, de “louco”, a não ser que se arrependesse diante de Deus e se retratasse diante de seu irmão, seria réu do juízo divino. Essa pessoa estaria cometendo assassinato pela língua. 
 
 AUXÍLIO TEOLÓGICO 2
 “A palavra grega para ‘reconciliar-se’ (v.24 – diallasso) no Novo Testamento só é encontrada nesta passagem. Paulo usa katalasso e o composto duplo apokatallaso para a reconciliação unilateral que o homem deve ter com Deus. Isto é, o homem deve cessar a sua inimizade contra Deus e reconciliar-se através de Cristo. Mas diallasso denota ‘concessão mútua depois de hostilidade mútua’. O significado disso é claro. Quando alguém se reconcilia com Deus, tem que atender às condições divinas, porque o erro está de um único lado. Mas, quando alguém se reconcilia com seu irmão, ambos têm que fazer concessões, porque em toda discussão humana há dois lados. O que Jesus quer dizer, porém, é que a adoração de uma pessoa na casa de Deus não é aceita enquanto houver qualquer sentimento ruim entre o que seria o adorador e um ‘irmão’. O relacionamento com Deus não poderá estar correto enquanto o relacionamento com um companheiro estiver errado” (Comentário Bíblico Beacon. Vol.6. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.59). 
 
3. A “OFERTA NO ALTAR” E OS PROCESSOS LEGAIS 
   3.1. Reconciliação antes da adoração. Jesus afirma que se um judeu trouxesse uma oferta para o Templo para ser apresentada no altar das ofertas e recordasse que um irmão tinha algo contra ele, deveria primeiro ir até seu irmão reconciliar-se com ele para só depois apresentar a sua oferta diante do altar (Mt 5.23,24). Essa oferta no altar era uma oferta de adoração a Deus. Logo, Jesus está dizendo que a adoração não será aceita por Deus se há algum irmão que se sente ofendido pelo adorador, que está magoado com o adorador por algo que ele fez ou disse lá atrás, porque o problema entre eles ainda não foi resolvido. Ou seja, não há relacionamento com Deus se não há bom relacionamento com meus irmãos. 

     3.2. O cristão e os processos legais. Nos versículos 25 e 26, Jesus se refere a outro caso. O contexto aqui já não é adoração, mas as disputas nos tribunais. Ele declara que seus discípulos devem resolver suas eventuais desavenças entre si para que não aconteça de um deles levar a questão às barras dos tribunais, o que fará com que inevitavelmente um dos dois vá para a prisão, onde pagará até o último centavo pelo que fez. Antes de enfrentar qualquer disputa judicial, o cristão deve buscar a conciliação, e deve fazê-lo o mais depressa possível. O apóstolo Paulo advertiria décadas depois os cristãos em Corinto sobre o mesmo (1 Co 6.1-11).

AUXÍLIO TEOLÓGICO 3

 “Se a ofensa que causamos ao nosso irmão, ao seu corpo, aos seus bens ou à sua reputação for tal que exija alguma ação na qual ele possa recuperar danos consideráveis, é sábio de nossa parte, e é a nossa obrigação para com a nossa família, evitar isso por meio de uma submissão humilde e uma satisfação justa e pacifica, para que, de outra maneira, ele não recupere os danos pela lei e não nos coloque uma prisão. Em um caso como este, é melhor entrar em acordo, nas melhores condições que pudermos, do que suportarmos alguma punição; pois é inútil disputar com a lei, e existe o perigo de sermos esmagados por ela. Muitos arruinam as suas propriedades e os seus bens persistindo obstinadamente nas ofensas que fizeram, que poderiam ter sido resolvidas de modo pacifico, se cedessem em algo, rapidamente, no início do problema. O conselho de Salomão no caso de responsabilidade é: ‘Vai, humilha-te… e livra-te” (Pv 6.1-5)” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento: Mateus a João. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp.53,54). 
 
CONCLUSÃO 

Como podemos ver, por trás do pecado de homicídio há uma série de atitudes de coração que nem sempre se materializam em um homicídio, mas que se manifestam também de outras formas no nosso dia a dia e, muitas vezes, as pessoas nem se dão conta disso. Essas atitudes se manifestam na ira desgovernada, no rancor, na ofensa, nas disputas intensas, na falta de perdão, em um espírito vingativo, nas brigas desnecessárias nos tribunais, quando tudo poderia ter sido resolvido antes entre irmãos. Devemos ser pacificadores e misericordiosos (Mt 5.7,9). Que Deus nos ajude a vivermos em profundidade e plenitude a vontade de Deus para as nossas vidas.

VERIFIQUE O SEU APRENDIZADO 

1 . O que é antinomianismo? 
É a negação da importância dos mandamentos divinos para a vida do cristão. 
 
2 . O que é de fato legalismo? 
 É a ideia de justificação pelas obras, a fixação imprópria de regras de conduta como necessidades para salvação e a negligência ou ignorância em relação à graça de Deus. 
 
3 . Quais as três características de uma ira pecaminosa? 
Ela não é baseada em uma causa coerente, não tem um bom efeito e é desgovernada. 
 
4 . Qual a diferença, dentro do contexto judaico da época de Jesus, entre os insultos “raca” e “louco”? Enquanto “raca” significava uma pessoa indigna de ser honrada, “louco” era uma pessoa indigna de ser amada, uma pessoa profana, o “réprobo”, um “filho do inferno”. 
 
5 . 0 cristão deve buscar os tribunais sempre que tiver desavenças com seus irmãos? 
 Não, o cristão deve evitar qualquer disputa judicial com seus irmãos; ele deve buscar a conciliação, e deve fazê-lo o mais depressa possível.

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