2º Trimestre de 2011
Data: 1 de Maio de 2011
TEXTO ÁUREO
“Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (1 Co 12.1).
VERDADE PRÁTICA
Os dons espirituais são concessões do Espírito Santo, objetivando expandir, edificar, consolar e exortar a Igreja de Cristo, para que ela cumpra, eficaz e plenamente, a missão que Deus lhe confiou.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Jl 2.28,29
Os dons espirituais preditos
Terça – Lc 24.49; At 1.8
Os dons prometidos por Jesus
Quarta – At 2.1-4
Os dons concedidos a partir do Pentecostes
Quinta – At 14.3; Hb 2.4
Os dons na confirmação do Evangelho
Sexta – 1 Co 12.7; 14.12
Os dons exercidos na edificação da Igreja
Sábado – 1 Co 13.1-3
Os dons espirituais sem amor são ineficazes
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios 12.1-11.
1 – Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.
2 – Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados.
3 – Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema! E ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo.
4 – Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
5 – E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
6 – E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
7 – Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil.
8 – Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;
9 – e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar;
10 – e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.
11 – Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.
INTERAÇÃO
A lição de hoje destaca a importância dos dons espirituais na Igreja de Cristo, bem como o seu significado e propósito. Dom é um presente de Deus que não se recebe por merecimento, mas pela vontade soberana do Senhor. É imprescindível entender que os dons do Espírito são concedidos para a realização da obra do Senhor e não para a glória humana ou usufruto. Por isso, incentive seus alunos a buscarem, em oração, os dons espirituais.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Reconhecer a importância dos dons espirituais para a obra do Senhor.
Compreender que os dons espirituais e o fruto do Espírito devem caminhar juntos.
Saber os propósitos dos dons espirituais.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, esta aula é ideal para traçarmos um paralelo entre os dons e o Fruto do Espírito. Muitos ostentam dons, mas parecem não possuir uma vida transformada. Este era o caso da igreja de Corinto que possuía todos os dons (1 Co 1.7). Não obstante, faltava-lhe as características mais básicas de um discípulo de Cristo (1 Co 3.1-4). Na atualidade, infelizmente, a situação é bem parecida. Pessoas, muitas vezes, sem compromisso com o evangelho querem com os dons, ou usando uma imitação desses, manipular famílias, ministério, obreiros e até a obra do Senhor em nome de uma espiritualidade “acima da média”. Reproduza o quadro abaixo, conforme suas possibilidades, e explique aos alunos que o Fruto e os dons do Espírito devem caminhar juntos para que a Igreja de Cristo seja edificada e o nome do Senhor seja glorificado.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Dom: Do latim donum, dádiva, presente.
O apóstolo Paulo foi o homem que Deus inspirou para escrever e ensinar a respeito dos dons do Espírito Santo (1 Co 12.1-31; 14.1-40). Muitos pentecostais, hoje, parecem desconhecer por completo a origem bíblica e os propósitos dos dons, bem como a doutrina bíblica em geral sobre eles (1 Co 12.7). Como a ignorância sempre acaba por acarretar prejuízos à Obra de Deus, estudaremos nesta lição a respeito deste tema tão relevante à Igreja de Cristo: Os dons espirituais na Igreja.
I. OS DONS ESPIRITUAIS
1. O significado da palavra “dom” e o crescimento da Igreja. Na língua grega, a palavra “dom” está no singular — charisma (At 2.38). O termo tem mais de um sentido, pois há dons naturais (habilidades, aptidões e competências inatas), dons ministeriais (Rm 12.7,8) e dons espirituais (1 Co 14.1).
O livro de Atos relata que, na Igreja Primitiva, havia abundante manifestação de dons espirituais, e que estes ajudavam a promover a expansão e o crescimento do Evangelho, apesar de tanta oposição e dificuldades (At 5.12-16).
2. A concessão dos dons espirituais. Os dons espirituais acham-se disponíveis à Igreja de Cristo (At 2.39). Entretanto, não esperemos recebê-los como prêmio por algum serviço prestado a Deus. Sua concessão não depende de méritos pessoais; depende única e exclusivamente da vontade soberana do Espírito Santo (1 Co 12.7). Ele quer que os utilizemos para a edificação, exortação e consolação da Igreja de Cristo, a fim de que esta cumpra a missão redentora que lhe confiou o Senhor (Mt 28.19,20; Mc 16.17-20).
3. A manifestação do dom. De acordo com Stanley Horton, teólogo pentecostal, os dons são como “faculdades da Pessoa divina operando no ser humano”. Ou seja, o Espírito Santo manifesta-se através dos dons espirituais concedidos aos crentes (1 Co 12.7-11). Qual o propósito destas manifestações? Não é para o nosso deleite, ou demonstração de superioridade espiritual, mas para o fortalecimento e santificação da Igreja (1 Co 12.7; 14.12).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Os dons espirituais são concedidos não por merecimento do crente, mas pela soberania de Deus. Eles são entregues à Igreja para o fortalecimento e santificação do Corpo de Cristo.
II. OS DONS DO ESPÍRITO SANTO E A ESPIRITUALIDADE
1. A espiritualidade e os dons. A espiritualidade de um crente não pode ser aferida pela manifestação dos dons espirituais. Pedro corrigiu esse equívoco logo nos primórdios da Igreja, quando o povo maravilhou-se ante a cura do coxo de nascença (At 3.1-11). Disse ele: “Varões israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem?” (At 3.12). O apóstolo deixou claro que o milagre aconteceu não por seus méritos, mas através da fé em o nome de Jesus Cristo (At 3.16). O milagre é uma autenticação da mensagem do Evangelho para a salvação de vidas, não motivo de espetáculo (At 4.1-31).
Os crentes de Corinto possuíam variados dons espirituais (1 Co 1.7). Todavia, Paulo afirma que eles eram carnais: “Porque ainda sois carnais, pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois, porventura, carnais e não andais segundo os homens?” (1 Co 3.3). Nossa espiritualidade não pode ser avaliada por atos miraculosos, mas mediante o fruto do Espírito, manifesto em nossa vida (Gl 5.22).
2. Os dons espirituais sem o fruto do Espírito. Os dons espirituais e o fruto do Espírito devem caminhar juntos para que a Igreja seja plenamente edificada e o nome do Senhor, glorificado (Ef 2.10). Uma árvore é identificada e conhecida mediante os seus frutos (Lc 6.44). Portanto, só viremos a aferir a espiritualidade de um crente através de suas obras realizadas mediante o fruto do Espírito e não apenas por seus dons espirituais (1 Tm 5.25).
Os dons estão relacionados ao que fazemos para Deus, enquanto que o fruto está relacionado ao que Deus, através do Espírito Santo, realiza em nós, moldando-nos o caráter de acordo com a entrega incondicional do nosso inteiro ser a Ele, e de conformidade com as demandas de sua Palavra. Ser crente implica em se ter uma conduta condizente com a fé que ostentamos (Mt 5.16).
3. Imaturidade espiritual e os dons. No que diz respeito ao uso dos dons, há uma nítida distinção entre uma criança e um adulto na fé. Paulo adverte aos crentes de Éfeso para que não ajam infantilmente (Ef 4.14). Os “meninos na fé” são aqueles que ainda não se desenvolveram espiritualmente e requerem um cuidado especial, pois são mais vulneráveis aos ventos de doutrina.
Tais crentes experimentam tudo o que lhes é oferecido. São facilmente seduzidos por falsos mestres e doutores. Há, ainda, os que além de imaturos são carnais: deixam-se levar por novas ideias, princípios e atitudes sem respaldo bíblico, resultando isso em conduta corrompida. Em nome de uma falsa revelação, distorcem a verdade de acordo com suas conveniências pessoais (2 Tm 4.3,4).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A espiritualidade do servo de Deus não pode ser avaliada apenas pela manifestação dos dons espirituais em sua vida, e sim pelas obras que o crente realiza como resultado do Fruto do Espírito em sua vida.
III. OS PROPÓSITOS DOS DONS ESPIRITUAIS
1. Edificar a Igreja. O que dizer dos que utilizam os dons para fortalecer o seu marketing pessoal? Os dons do Espírito Santo são concedidos para a realização da obra de Deus, expansão de seu Reino e edificação da Igreja de Cristo. A comercialização de coisas santas constitui-se num gravíssimo pecado (At 8.17-21). Muito cuidado, pois, com o que Deus lhe concedeu. Não o utilize para a sua promoção nem para o seu enriquecimento. Lembre-se: nada podemos fazer sem a graça de Deus em nossa vida.
2. Promover a pregação do evangelho. Os dons tomam a pregação do Evangelho mais eficaz, pois confirmam a Palavra de Deus que está sendo proclamada (Hb 2.3,4). Infelizmente, muitos utilizam os dons, principalmente os de curar, para atrair multidões. Enquanto isto, a mensagem que leva o pecador ao arrependimento é deixada de lado. De que adianta ser curado no corpo e ter a alma lançada no inferno?
A pregação verdadeiramente bíblica e pentecostal é centrada em Cristo e na sua morte na cruz. Cremos na cura divina e na operação de maravilhas. No entanto, este é o maior milagre: o novo nascimento que Deus opera no coração do pecador mediante a ação do Espírito Santo. O compromisso do Espírito é com a “palavra da cruz”, “o evangelho da salvação” (Ef 1.13; 1 Co 1.18).
3. O aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.11,12). Os dons contribuem também para o desenvolvimento e aperfeiçoamento dos crentes. Todavia, para que isso aconteça, temos de utilizá-los com sabedoria. Observemos, pois, a recomendação bíblica quanto ao seu uso: “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1 Co 14.40).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Os dons espirituais foram concedidos a Igreja para promover a pregação do evangelho, a edificação da Igreja e para o desenvolvimento e aperfeiçoamento dos crentes.
CONCLUSÃO
Nesta lição, destacamos que Deus deseja conceder dons espirituais aos crentes. Vimos também a importância e o propósito destes. A Igreja, por conseguinte, precisa não apenas ensinar os crentes a usar os dons, mas também incentivá-los a buscá-los.
Você tem buscado com zelo, fervor e oração os dons espirituais? Carecemos deles para que o povo de Deus seja edificado, consolado e fortalecido.
VOCABULÁRIO
Aferir: Medir
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
SOUZA, E. Â. Os noves Dons do Espírito Santo. RJ: CPAD, 1985.
BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. 4.ed., RJ: CPAD, 2005.
EXERCÍCIOS
1. De acordo com a lição, classifique os tipos de dom.
R. Dons naturais, ministeriais e dons espirituais.
2. Cite três dons ministeriais (Rm 12.7,8).
R. Ensinar, exortar e repartir.
3. Por que os crentes de Corinto foram considerados carnais?
R. Porque ainda havia neles, inveja, contendas e dissensões e andavam segundo os homens.
4. Por que os dons espirituais e o fruto devem caminhar juntos?
R. Porque os dons estão relacionados ao que fazemos para Deus, enquanto que o fruto está relacionado ao que Deus, através do Espírito Santo, realiza em nós, moldando-nos o caráter de acordo com a entrega incondicional do nosso inteiro ser a Ele, e de conformidade com as demandas de sua Palavra.
5. Quais são os propósitos dos dons espirituais?
R. Edificar o Corpo de Cristo, promover a pregação do Evangelho e o aperfeiçoamento da Igreja.
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Amém, o ensinamento e uma benção