Lição 5: Predições de Juízo e Glória

3º Trimestre de 2016

 

Data: 31 de Julho de 2016

TEXTO DO DIA

“E haverá um tabernáculo para sombra contra o calor do dia, e para refúgio e esconderijo contra a tempestade e contra a chuva” (Is 4.6).

SÍNTESE

Após o juízo divino avassalador, se estabelecerá um período de muita justiça, glória e beleza, em que o “renovo do Senhor”, Cristo, promoverá um período de bênçãos, proteção e prosperidade.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Is 4.1

Profecia sobre o Messias

TERÇA — Mt 25.31-32

No dia do juízo Deus honrará seus verdadeiros filhos

QUARTA — Is 2.4

Deus realiza seu juízo

QUINTA — Is 2.1-2

Deus manifestará sua glória restauradora

SEXTA — Is 44.21-22

Deus apaga os pecados do seu povo

SÁBADO — Is 65.17-18

A glória de Deus traz alegria e regozijo

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

DEMONSTRAR o que é o juízo de Deus e que a execução deste não anula seu amor para com sua criação;
MOSTRAR quem é o Renovo do Senhor predito por Isaías e o que Ele representa para Israel e para a Igreja;
SABER que a proteção do Senhor é real e constante.

INTERAÇÃO

Professor, podem surgir dúvidas quanto ao fato de Deus executar juízo com amor. Procure mostrar que o juízo de Deus faz parte do seu amor para purificar e ensinar seu povo errante. De outra forma não se arrependeriam, dado o estado de rebeldia e rejeição para com as ofertas amorosas de Deus. O Senhor desejou que seu povo confiasse inteiramente nEle. Porém preferiram resolver as crises da maneira deles. Desta forma, a escolha foi feita pelo próprio povo, pois foram alertados, com antecedência, do que aconteceria se confiassem em si mesmos e não na provisão divina. Entretanto, o que prevalece no final é a grande demonstração do amor de Deus ao restaurar seu povo e cuidar deles oferecendo seu Filho.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Na aula de hoje, estudaremos temas que provocam a curiosidade dos jovens: predições de juízo e glória. Aparentemente são temas que levam a uma ideia de antagonismo, embora não sejam.

Para explicar o subtópico 3 do terceiro tópico, sugerimos a confecção de um quadro em cartolina. Escreva no centro do quadro o nome Cristo. Peça que os alunos citem maneiras pelas quais o Messias pode prover bênçãos para aqueles que creem. À medida que os alunos forem citando, vá relacionando no quadro. Conclua comentando as citações dos alunos. Ressalte o que Cristo tem preparado para os salvos.

TEXTO BÍBLICO

Isaías 4.2-6.

2 — Naquele dia, o Renovo do Senhor será cheio de beleza e de glória; e o fruto da terra, excelente e formoso para os que escaparem de Israel.

3 — E será que aquele que ficar em Sião e que permanecer em Jerusalém será chamado santo: todo aquele que estiver inscrito entre os vivos em Jerusalém.

4 — Quando o Senhor lavar a imundícia das filhas de Sião e limpar o sangue de Jerusalém do meio dela, com o espírito de justiça e com o espírito de ardor,

5 — criará o Senhor sobre toda a habitação do monte de Sião e sobre as suas congregações uma nuvem de dia, e uma fumaça, e um resplendor de fogo chamejante de noite; porque sobre toda a glória haverá proteção.

6 — E haverá um tabernáculo para sombra contra o calor do dia, e para refúgio e esconderijo contra a tempestade e contra a chuva.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

Nesta lição você verá que o profeta mostra que, apesar de Deus ter de executar juízo contra seu povo, como consequência das escolhas erradas feitas por eles, o que prevalece é seu imenso amor, misericórdia e cuidado para com eles, demonstrado no envio do Messias (Is 4.5). Isaías deixa claro que o Deus executor de juízo age com justiça e equidade, mas que jamais deixará seu povo entregue ao sofrimento, demonstrando assim a grandeza dEle purificando, salvando e curando seu povo e ainda lhes prometendo que seriam muito abençoados.

I. O JUÍZO DE DEUS

1. As causas do juízo de Deus. Antes de enviar seu juízo, Deus havia mostrado claramente ao povo que não deveriam agir de forma contrária ao seu amor. Por isso, alertou contra a corrupção dos governantes e a violência. Alertou sobre questões econômicas e sociais que promoviam a injustiça, foram denunciadas e advertidas as seguintes práticas: a substituição do Senhor pelas riquezas; a ganância; o suborno recebido pelo juiz; a exploração dos trabalhadores para a manutenção do luxo no palácio, do rei, da corte e do Templo; a concentração de riquezas nas mãos de poucos; o empobrecimento da população; a administração fraudulenta; a impunidade e a opressão. Tudo isso característica do afastamento sistemático do amor e do cuidado de Deus, dando as costas a Ele, e na prática querendo afirmar que não precisariam dEle nem de suas ordenanças para organizarem suas vidas.

2. Como um Deus bom pode agir com juízo. Existem pessoas que não compreendem como um Deus de amor pode agir em juízo; alegam que as duas coisas são antagônicas e preferem achar que Ele é complacente com situações que ferem sua santidade, como no caso do povo de Judá e Jerusalém, mas a verdade é que o juízo de Deus se manifesta sempre que se viola o princípio de justiça estabelecido por Ele, e assim se viola seu próprio amor, ou seja, a própria criatura humana se expõe ao juízo de Deus ao rejeitar o seu amor, que é oferecido gratuitamente. No caso de Israel, esse amor foi rejeitado ao agirem com arrogância e autossuficiência, desprezando a provisão de Deus, e ao praticarem a injustiça de uns para com os outros, oprimindo e explorando os pobres, os órfãos e as viúvas.

3. A justiça estabelecida com juízo. Para que houvesse o retorno da justiça no meio do povo de Deus era preciso que o juízo fosse feito com rigor pelo Justo Juiz. Deus lavaria e purificaria toda a sujeira e limparia Jerusalém da culpa do sangue inocente derramado. Para isso enviaria seu Espírito de justiça e seu Espírito purificador (Is 4.4). Quando o juízo fosse completado, a glória e a proteção do Senhor seriam estendidas sobre seu povo.

Atualmente, a igreja é o povo do Senhor na terra e atua como um arauto de justiça e um inibidor do juízo contra o pecado e todas as formas de injustiça. Por isso, ela não deve se omitir dos meios públicos, políticos e da justiça social, mas também não pode compactuar com políticas injustiças e corruptas. Precisa ocupar o espaço na sociedade que lhe compete e posicionar-se de forma profética e justa. Nessa posição, não há como aceitar troca de favores com os poderes constituídos, pois compromete a autoridade profética da igreja.

Pense!

Apesar da existência do juízo de Deus, a nossa relação de obediência a Ele não deve se basear no medo de sua punição, mas sim no amor que nos constrange a ser fiéis à sua Palavra e vontade sublime, entendendo-as como o melhor caminho possível para as nossas vidas.

Ponto Importante

Na teologia bíblica cristã, o juízo de Deus não se origina por uma intenção malévola de Deus. O juízo surge por consequência de nossos pecados, de nossa transgressão ao modelo de vida estabelecido por Deus.

II. A GLÓRIA DO RENOVO DO SENHOR

1. O Renovo do Senhor para Israel. Segundo os estudiosos do texto bíblico, ao falar do Renovo do Senhor, Isaías está se referindo ao Messias que seria rejeitado pelo povo de Israel, mas aceito ao final de muito aperto. Novamente, aqui a profecia aponta para um contexto imediato, a invasão da Babilônia, e para um contexto remoto — o fim dos tempos, quando Israel estará novamente sitiada e será liberta milagrosamente quando reconhecer e aceitar a Cristo como o enviado de Deus. Esse tempo será após o período da grande tribulação, que durará sete anos, e o Anticristo quebrará o pacto feito com Israel e muitas nações da terra se voltarão contra o povo de Deus. Neste momento o socorro do Senhor virá por meio da intervenção divina encabeçada por Cristo em favor de seu povo.

2. O Renovo do Senhor para a Igreja. Como Israel rejeitou a Cristo, abriu-se a grande porta da graça de Deus para todos os povos da Terra. Todos os que aceitam a Cristo como salvador, neste tempo da graça, serão espiritualmente revestidos de beleza e glória, através de Cristo nas suas vidas. Com isso todos os que estão em Cristo são chamados de santos (Is 4.3; 1Co 1.2). Além disso, o profeta promete que o Renovo do Senhor produzirá vida, Jesus se referiu a Ele mesmo como o doador da vida (Mt 20.28; Jo 3.15-16; 5.24), dizendo que “quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (Jo 4.14).

3. Cristo, o provedor de bênçãos para os salvos. Por meio de Cristo, há abundante provisão para todos nós, os salvos. Através de sua Palavra Ele promete cura para o corpo físico (Mt 4.23), libertação do pecado e de situações de aflição e angústia (Rm 8.21), salvação do estado de morte e aproximação de Deus (Lc 3.6), renovação para a mente e no modo de pensar (Rm 21.2; 4.23), perdão completo para a culpa (Mt 26.28; Lc 24.47), e sobre nós repousa sua glória transformadora, como disse Paulo em 2 Coríntios 3.18.

Pense!

Em Cristo começamos a experimentar a glória de Deus em nossas vidas. Apesar de não ser de maneira plena, quando estamos em Jesus iniciamos a preparação para viver a glória eterna. Estar em Jesus é ter a garantia de que iremos experimentar a glória de Deus de maneira plena.

Ponto Importante

O objetivo final do juízo é sempre a renovação do bem-estar do povo de Deus e a manifestação da glória do Deus Altíssimo. Deus julga porque quer restabelecer a ordem da sua criação.

III. A PROTEÇÃO DO SENHOR

1. A proteção do Senhor para Israel. O profeta faz o povo se lembrar do cuidado de Deus na travessia do deserto e afirma que, de forma mais gloriosa ainda, a mesma proteção será presente para o povo de Deus. Obviamente essas expressões estão em sentido figurado e remetem para um tempo futuro, no reinado messiânico, em que Deus protegerá seu povo de forma miraculosa contra todos os inconvenientes, tanto da natureza quanto de seus inimigos. Mas além dessa proteção, fornecerá provisões de calor durante a noite e sombra durante o dia (Is 4.6), ou seja, o povo se sentirá confortável como nunca em outro tempo esteve, pois a plenitude do reino messiânico será de uma glória indescritível (Is 4.5).

2. A proteção do Senhor para os salvos. Embora as promessas de Deus para Israel quanto ao reino messiânico também se apliquem aos salvos, Jesus afirmou que aqueles que vivessem em seu Reino (Lc 8.1; 16.16; 17.20-21) que se estabelece nos corações, experimentariam antecipadamente as realidades desse Reino (Rm 14.17). Jesus não prometeu uma vida fácil, livre de tribulações, Ele mesmo disse: “no mundo tereis aflições; mas, tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Porém, a sua provisão para o seu povo é a companhia, o consolo e o conforto do seu Espírito Santo, que atua como uma nuvem sobre seu povo, guardando-os do calor escaldante das aflições da vida e do fogo do Espírito que protege contra a frieza deste mundo e lhes provê sustento espiritual. O resplendor de fogo sobre o povo e o seu Espírito purificador (Is 4.4-5) é uma alusão ao batismo no Espírito com fogo (Mt 3.11) que se cumpriu no Dia de Pentecostes e se cumpre na vida de cada crente ao ser batizado no Espírito Santo, promovendo purificação e queimando interiormente aquilo que fere a santidade de Deus, permitindo vivermos em seu Reino de justiça, paz e amor.

Pense!

Apesar da proteção que Jesus dá para as nossas vidas, isso não significa que Ele nos isenta de qualquer situação difícil. Só teremos total transformação e descanso na manifestação plena do reinado futuro de Jesus.

Ponto Importante

A vinda do Messias remete à promessa de um renovo e cuidado de Deus pelo seu povo apesar de seus pecados. É símbolo de que Deus não desiste do seu povo ainda que este abandone seus caminhos. Deus sempre volta a ter compaixão.

CONCLUSÃO

Deus deseja para nós, o seu povo escolhido, os salvos em Cristo, que vivamos uma vida de plenitude desfrutando das muitas coisas boas disponíveis em seu Reino, estabelecido em nossos corações. A rejeição dessa oferta gratuita é uma afronta ao seu amor e misericórdia; por isso, vale a pena o esforço para permitir que o seu Espírito Santo instale em nossos corações o seu Reino, trazendo libertação das forças opressoras do mal e da miséria humana.

ESTANTE DO PROFESSOR

RENOVATO, Elinaldo. O Final de Todas as Coisas: Esperança e Glória para os Salvos. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2015.

HORA DA REVISÃO

1. Que significado tinha a coluna de nuvem e fogo para o povo de Israel?

Proteção, conforto e consolo.

2. Por que Deus enviou juízo para o seu povo?

Porque o povo que não deveria agir de forma contrária ao seu amor.

3. Por que um Deus bom pode agir com juízo?

Porque quando se viola o princípio de justiça estabelecido por Ele, se viola Seu próprio amor, ou seja, a própria criatura humana se expõe ao juízo de Deus.

4. Qual o propósito do juízo de Deus sobre Israel?

Deus lavaria e purificaria toda a sujeira e limparia Jerusalém da culpa de sangue inocente derramado; para isso enviaria seu Espírito de justiça e seu Espírito purificador através do juízo.

5. A quem o profeta se refere quando escreve sobre o renovo do Senhor?

Está se referindo ao Messias, ao Cristo.

SUBSÍDIO

“Cristo é chamado Renovo de Jeová, plantado pelo seu poder e florescido para seu louvor. O Evangelho é fruto do renovo de Jeová. Todas as graças e consolações do Evangelho brotam de Cristo. É chamado fruto da terra porque surge neste mundo e é adequado para o estado presente. Será uma boa prova de que somos diferentes daqueles simplesmente chamados Israel, se formos levados a ver toda a beleza em Cristo, e na santidade. […].

Através do juízo da providência de Deus, os pecadores são destruídos e consumidos; porém, pelo Espírito da graça são transformados e convertidos. O Espírito atua aqui como Espírito de juízo, ilumina a mente e convence a consciência; também como Espírito que queima, vivifica e fortalece os afetos, e faz com que os homens sejam afetados zelosamente em uma boa obra. Um amor ardente por Cristo e por vidas humanas, e o zelo contra o pecado, levarão os homens de modo resoluto a obras que tirem a incredulidade de Jacó. Toda a aflição serve para os crentes como forno para purificá-los da escória; a influência convincente, poderosa e iluminadora do Espírito Santo desarraiga paulatinamente as suas luxurias e os torna santos como Ele é Santo” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002. p.563).

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