Lição 9: A restauração espiritual de Davi

4º Trimestre de 2009

 

Data: 29 de novembro de 2009

TEXTO ÁUREO

“Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. E disse Natã a Davi: Também o SENHOR te traspassou o teu pecado; não morrerás” (2 Sm 12.13).

VERDADE PRÁTICA

O caminho da restauração passa pelo arrependimento e confissão do erro cometido e abandono da prática.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Jó 22.23

Deus restaura o que se arrepende

Terça – Sl 19.7

A Palavra de Deus restaura a alma

Quarta – Is 57.18

Deus restaura os caminhos do pecador

Quinta – Mq 7.18,19

Deus perdoa e “esquece”

Sexta – Hb 8.12

A misericórdia divina

Sábado – Sl 32.1,2

O perdão traz a verdadeira alegria

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Salmos 51.1-4,7-12,17.

1 – Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.

2 – Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado.

3 – Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.

4 – Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a teus olhos é mal, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares.

7 – Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve.

8 – Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste.

9 – Esconde a tua face dos meus pecados e apaga todas as minhas iniqüidades.

10 – Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto.

11 – Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo.

12 – Torna a dar-me a alegria da tua salvação e sustém-me com um espírito voluntário.

17 – Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.

INTERAÇÃO

Caro professor, nesta lição, o “homem segundo o coração de Deus”, de acordo com Mark Dever, tornou-se o retrato mais claro do que significa arrepender-se do pecado. Como homem, Davi errou e quase veio a sucumbir, no entanto, ao contrário de Saul, não tentou se justificar, mas arrependeu-se profundamente e reconheceu o seu pecado (2 Sm 12.13a; Sl 51.4). Aproveite esta aula para enfatizar aos alunos a importância da confissão, do arrependimento e do abandono da prática do pecado.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Compreender que o caminho da restauração passa pelo arrependimento, confissão e abandono do pecado.
Conscientizar-se da importância da Bíblia para a restauração espiritual.
Reconhecer a influência do meio na decisão do indivíduo em pecar, ou não.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Realize um pequeno debate com o seguinte problema: “Saul transgrediu a Lei do Senhor e, em virtude disso, perdeu o trono. O que o torna diferente de Davi? Por que Davi pecou e não perdeu o reino?” Após ouvir as respostas, explique que a diferença entre Saul e Davi provavelmente está na atitude dos dois em relação ao pecado. Ao pecar, Saul tentou justificar-se transferindo a responsabilidade para o povo (1 Sm 13.13,14; 15.1-3,9,15-31). Ao passo que Davi, arrependeu-se profundamente (2 Sm 12.13a; Sl 51.4). Conclua o debate mostrando que atualmente o crente que não reconhece seus erros e rejeita a disciplina de Deus, poderá ter o mesmo destino de Saul. Esteja atento para que o debate não se estenda muito, utilize, no máximo, 10 minutos.

COMENTÁRIO

introdução

Palavra Chave

Restauração: Restabelecimento de uma situação vivida anteriormente; conserto.

O relacionamento pecaminoso de Davi com Bate-Seba foi rápido, mas as suas consequências foram duradouras. Até ser confrontado pelo profeta, ele agiu à semelhança dos nossos primeiros pais, que também tentaram ocultar seus pecados (Gn 3.1-13). Todavia, uma vida de pecados ocultos apenas prolonga o sofrimento de quem os comete, já que de Deus ninguém consegue esconder nada. Por certo, Davi só obteve paz espiritual após dizer a frase que resume a atitude de um pecador arrependido: “Pequei contra o Senhor” (2 Sm 12.13).

I. A RESTAURAÇÃO E A PALAVRA DE DEUS

1. Davi e a Palavra de Deus. Davi certamente era um homem que amava a Palavra de Deus. Entretanto, podemos afirmar com segurança que no momento de sua queda espiritual ele estava longe da lei divina. Poderia um homem estar agindo de acordo com a Palavra de Deus e ainda assim possuir a mulher do seu próximo e mandar matar seu marido? Por certo não! O mais simples é entendermos que Davi se tornara um burocrata, e um crente com uma vida devocional pobre, e que, por isso, não percebera sua fragilidade nem tampouco a cilada de Satanás.

Davi foi confrontado pela Palavra de Deus pronunciada pelo profeta Natã (1 Sm 12). Qual outra fonte se atreveria a confrontar o rei? Somente a Palavra de Deus é poderosa para lançar luz em nossas densas trevas.

2. O cristão e a Palavra de Deus. Em o Novo Testamento encontramos várias atitudes que o cristão deve tomar em relação à Palavra de Deus, a fim de que não venha tropeçar (Rm 10.17; 1 Ts 1.6). O crente necessita ouvir a Palavra, recebê-la e também nela meditar (Sl 1.2). A Palavra precisa ser aceita e acolhida por nossas mentes e corações. Quantos tropeçam porque não recebem aquilo que Deus está a lhes falar? Armar-se com a Palavra é outra atitude fundamental para não fracassar (Ef 6.17). Contudo, o que adianta armar-se com a Palavra ou estar cheio dela se não soubermos como usá-la? É preciso manejar bem a Palavra da verdade (2Tm 2.15).

SINOPSE DO TÓPICO (I)

A Palavra de Deus é fundamental no processo de restauração, atuando como luz em nossas densas trevas.

II. A RESTAURAÇÃO E A INFLUÊNCIA DE FATORES EXTERNOS EM NOSSAS DECISÕES

1. A influência do meio. Embora não sirva de desculpa, não há como negar que Davi se deixou influenciar pelo meio no qual vivia. Na cultura do Antigo Oriente os reis eram quase semi-deuses, podendo exercer um poder absoluto e ter praticamente tudo o que queriam. Ser o homem de várias mulheres era algo considerado “normal” naqueles dias. Com Davi não foi diferente. Essa influência do meio fez com que ele desejasse e possuísse Bate-Seba, sem se dar conta do grande mal que estava praticando.

Veremos mais adiante que o meio não deve servir de justificativa para nos eximir de nossas responsabilidades morais, no entanto, não devemos subestimar o poder exercido por ele (Rm 12.2). Tomemos cuidado com o meio no qual vivemos.

2. Nossa responsabilidade moral. Já falamos que Davi estava no lugar errado e na hora errada. Porém, em seu processo de restauração, isso não é levado em conta e nem deveria, já que a Escritura coloca sobre nós toda a responsabilidade pelas decisões que tomamos. Devemos dar a resposta adequada ao meio onde nos encontramos. A restauração de Davi começa por essa conscientização.

É bom sabermos que, como agentes morais livres, somos responsáveis por nossas ações ou decisões. Não é possível nenhum processo de restauração quando desconsideramos esse fato. Por que Davi caiu? Por que Pedro negou a Jesus? Por que Judas o traiu? Em todos os casos, de quem era a culpa? Deus pode ser responsabilizado pelas ações desses homens? Algum deles foi predestinado a cometer tal ato? Em todos esses casos, quer estivessem motivados por agentes da tentação externos, quer não, a Escritura põe a responsabilidade desses atos sobre cada um deles. A culpa foi de Davi, a culpa foi de Pedro, a culpa foi de Judas. A culpa é nossa. É por isso que, para ser restaurado, Davi exclamou: “Porque eu conheço as minhas transgressões; e o meu pecado está sempre diante de mim” (Sl 51.3).

SINOPSE DO TÓPICO (II)

O meio exerce uma poderosa influência sobre nós, mas isso não nos exime de nossa responsabilidade moral.

III. A RESTAURAÇÃO E A ATITUDE DIANTE DO PECADO

1. Reconhecendo a misericórdia de Deus. Possivelmente nenhum obstáculo é maior no processo de restauração do que o sentimento de indignidade que a culpa produz. Satanás é sabedor deste fato e costuma explorá-lo até as últimas consequências. Quantos cristãos estão encostados porque, após terem fracassado, acham-se eternamente indignos de ser restaurados e de levantar a cabeça? Quando Davi tropeçou, consciente de seu erro, exclamou do fundo da sua alma: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a sua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias” (Sl 51.1). A restauração só é possível, porque Deus é gracioso para conosco e está pronto a mostrar o seu favor imerecido. De fato, um dos significados da palavra graça é “favor imerecido”. Davi estava consciente de que, para ser restaurado, ele necessitava do favor e da compaixão do Eterno.

2. Reconhecendo a nossa pecaminosidade e a santidade de Deus. Nos versículos 2 e 3 do Salmo 51, Davi reconhece sua iniquidade e transgressão. Essas duas palavras são usadas para nomear a malignidade do pecado. A transgressão é maligna, e a sua consequência imediata é a culpa. Somos portadores de uma natureza pecaminosa, e o reconhecimento desse fato é importantíssimo no processo de restauração (Rm 7.18). Por que culpar o outro quanto na verdade somos a causa do problema? A ordem do processo de restauração é sempre essa: arrependimento, conscientização, confissão e abandono da prática pecaminosa.

Davi ora e diz: “Esconde a tua face dos meus pecados” (Sl 51.9). Nenhum pecado é tratado devidamente se não se leva em conta a santidade do Senhor. O pecado é cometido primeiramente contra Deus e sua Palavra. A nossa transgressão deve provocar um sentimento de vergonha diante da divindade, que é santa. Se o pecado mancha nossa vida e agride a santidade de Deus, precisamos urgentemente ser purificados. Por isso, Davi exclama: “Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve” (Sl 51.7).

SINOPSE DO TÓPICO (III)

O reconhecimento dos nossos pecados, da santidade e da misericórdia divinas são fundamentais no processo de restauração.

CONCLUSÃO

A Escritura comprova que Davi foi totalmente restaurado diante de Deus, e suas poesias expostas nos Salmos confirmam essa restauração. Não há porque vivermos sob o domínio do pecado, uma vez que a Escritura assegura-nos de que o sangue de Jesus quebrou esse domínio e tem poder para nos purificar totalmente dele (Rm 6.14; 1 Jo 1.7,9). Contudo, no processo de restauração, cabe a nós demonstrar uma atitude de arrependimento, confissão, quebrantamento e abandono do pecado, assim como fez Davi.

VOCABULÁRIO

Sem ocorrências.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

COUTO, G. A Transparência da Vida Cristã. RJ: CPAD, 2001.
Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2006.

EXERCÍCIOS

1. Cite algumas atitudes que o cristão deve tomar em relação à Palavra de Deus.

R. O crente necessita ouvir, receber e meditar na Palavra, bem como aceitá-la e acolhê-la em nossas mente e coração.

2. De quem é a responsabilidade pelo pecado?

R. A responsabilidade pelo pecado é de quem os comete.

3. Qual é a ordem do processo de restauração?

R. Conscientização, arrependimento, confissão e abandono do pecado.

4. Antes de ser contra nós ou outra pessoa, primeiramente, o pecado agride a quem?

R. Agride a Deus e a sua Palavra.

5. Na situação de Davi, o que você faria?

R. Resposta pessoal.

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