CREMOS
professamos e ensinamos que o batismo no Espírito Santo é um revestimento de poder do
alto: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49). É, também, uma promessa divina aos salvos: “e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias” (At 2.18). Trata-se de uma experiência espiritual que ocorre após ou junto à regeneração, sendo acompanhada da evidência física inicial do falar em outras línguas: “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4). Nessa passagem, ser “cheio do Espírito” indica ser batizado no Espírito Santo. O falar em línguas é a evidência inicial desse batismo, mas somente a evidência inicial, pois há evidência contínua da presença especial do Espírito como o “fruto do Espírito” (Gl 5.22) e a manifestação dos dons. O batismo no Espírito Santo é uma bênção resultante da obra de Cristo no Calvário.
1. O batismo no Espírito Santo é distinto da salvação. Os discípulos de Jesus já estavam
com seus nomes escritos no livro da vida quando receberam o batismo no Espírito Santo: “Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus” (Lc 10.20). Eles já estavam purificados pela Palavra no dia de Pentecostes: “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (Jo 15.3). Quando o Consolador desceu sobre os discípulos no dia de Pentecostes, eles já tinham o Espírito Santo. Jesus disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20.22). Na experiência da salvação, o Espírito Santo passa a habitar no novo crente. Todos os crentes em Jesus já têm o Espírito Santo, pois Ele mesmo é quem conduz o pecador a Cristo. O batismo no Espírito Santo é algo distinto do novo nascimento; significa o recebimento de poder espiritual para realizar a obra da expansão do Evangelho em todo o mundo, para uma vida cristã vitoriosa e também uma adoração mais profunda.
2. Nomes e expressões para “batismo no Espírito Santo”. A descida do Espírito no dia de
Pentecostes é um evento que chamamos de batismo no Espírito Santo. João Batista anunciou ser o Senhor Jesus aquele que batiza no Espírito Santo. A preposição grega para “batismo” é en, “em”. É por isso que nós empregamos “batismo no Espírito Santo”, da mesma forma que fazemos para a expressão “batismo em águas”. A Versão Almeida Atualizada tem esta nota: “com; ou em”, ficando assim a tradução: “Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1.5 – ARA). Fraseologia similar aparece em Mateus 3.11. O apóstolo Pedro afirma que essas palavras referem-se à descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes. O batismo no Espírito Santo é chamado a “promessa do Pai” (At 1.4) ou “do meu Pai” e o “revestimento de poder” ou “poder do alto” (Lc 24.49), e ainda “dom do Espírito Santo” (At 2.38; 10.45), e “virtude do Espírito Santo” (At 1.8). A Bíblia descreve essa experiência de diversas maneiras: “E todos foram cheios do Espírito Santo” (At 2.4), “derramarei o meu Espírito” (Jl 2.28) ou “derramarei do meu Espírito” (At 2.17), “caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra” (At 10.44), “E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo” (At 11.15); “veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam” (At 19.6).
3. A descida do Espírito Santo. Dois sinais sobrenaturais antecederam imediatamente o advento do Espírito Santo, ou seja, o seu derramamento. São eles: o “som, como de um vento veemente e impetuoso” (At 2.2) e as “línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles” (At 2.3). Esses sinais anunciavam a chegada de alguém muito importante, o Espírito Santo, a terceira pessoa da Trindade, para inaugurar a Igreja, iniciando, assim, sua jornada histórica. Eram sinais particulares que não se repetiram posteriormente nos batismos no Espírito Santo subsequentes, pois se tratava de um evento solene e único, que marcou o início de uma nova dispensação.
4. A extensão da promessa. O derramamento do Espírito veio com um sinal específico, o falar
em línguas: “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas,
conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4). Essa experiência repete-se na vida da Igreja: “Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus” (At 10.46); “veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam” (At 19.6). Isso porque a experiência pentecostal não ficou restrita ao dia de Pentecostes; ela acontece no cotidiano da Igreja de Cristo na terra ao longo dos séculos, conforme a promessa divina: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39). Jesus disse que é uma dádiva do Pai para qualquer crente que crê e busca,10 homens e mulheres de todas as idades, independentemente de seu status social. A promessa do Espírito Santo diz respeito principalmente aos “últimos dias” (At 2.17), e não somente à era dos apóstolos. Além disso, Pedro, ao citar o profeta Joel, substituiu a expressão “derramarei o meu Espírito” (Jl 2.28) por “derramarei do meu Espírito” (At 2.17), que indica um ponto de partida. Isso mostra que o Pentecostes foi o início da dispensação do Espírito Santo, (conhecida também como Dispensação da Graça ou da Igreja) e que a efusão do Espírito seria na sua plenitude nos “últimos dias”, os dias em que estamos vivendo. Essa profecia de Joel iniciou o seu cumprimento no dia de Pentecostes e contempla essa bênção para homens e
mulheres de todas as idades.
5. A natureza das línguas. A expressão “outras línguas” (At 2.4) diz respeito a um tipo diferente. Essas línguas são de natureza espiritual, pois que eles falavam “conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4). Essas línguas reaparecem mais adiante como um dos dons do Espírito Santo, o de variedade de línguas: “Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios” (1 Co 14.2). A língua aqui é da mesma essência da do Pentecostes; a diferença está na função. É a chamada glossolalia, palavra usada para indicar “outras línguas”, que podem ser humanas ou celestiais. Essa é a nossa marca, como pentecostais que somos. Quem ora em línguas edifica-se a si mesmo. Cada representante das nações presentes em Jerusalém nessa ocasião ouvia na sua língua materna “falar das grandezas de Deus” (At 2.11). Algo semelhante aconteceu na experiência na casa de Cornélio: “Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus” (At 10.46). A capacidade para compreender essa fala veio do Espírito Santo: “[…] porque cada um os ouvia falar na sua própria língua […]. Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?” (At 2.6,8). Isso mostra que é possível o Espírito Santo usar um crente de pouca instrução para falar numa língua desconhecida, a qual ele não estudou e nem aprendeu, para transmitir uma mensagem na língua materna de um estrangeiro a fim
de revelar o poder de Deus e a sua glória. As línguas só cessarão quando vier aquele que é perfeito, uma referência à volta de Cristo: “Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar e não proibais falar línguas” (1 Co 14.39).
fonte: Declaração de Fé Assembleias de Deus no Brasil.