situa-se 800 m ao sul de Sicar, na estrada alta de
Jerusalém, onde o caminho faz uma curva para entrar no vale situado entre os montes
Gerizim e Ebal. Fica próximo da tumba de José, no terreno adquirido por Jacó, e é um
dos lugares mais autênticos de todo o mundo bíblico. Samaritanos, judeus, cristãos e
muçulmanos veneram-no como o poço que Jacó cavou e à beira do qual Jesus se sentou
quando conversou com a mulher samaritana que viera tirar água. A tradição samaritana
remonta a mais de 23 séculos e está refletida no comentário da mulher samaritana: “O
nosso pai Jacó […] nos deu este poço” (Jo 4.12). A tradição cristã data do ano 333,
quando o Peregrino de Bordeaux visitou o poço, e ali foi construída uma igreja cristã no
século IV. Os cruzados encontraram-na em ruínas e a reedificaram, mas ela foi
destruída no século XII. Suas ruínas jazem como um “montão de pedras pardas”, sobre
o poço. Em 1838, Robinson achou a entrada da boca do poço, e ao medi-lo descobriu
que tinha a profundidade de 32 m. Em 1881, o dr. C. A. Barclay realizou escavações ao
redor do poço, descobrindo que os escombros que haviam caído ou sido lançados nele
reduziram sua profundidade para 20 m apenas. Mais tarde, limparam o poço até o fundo
(32 m). Devido aos muitos turistas, porém, que empurravam ou lançavam pedras no
poço a fim de escutar quanto tempo demorava para chegar à água, a profundidade foi
novamente reduzida, chegando a 23 m. Por essa época, a Igreja Ortodoxa Grega
adquiriu o lugar e depois de muitos anos concluiu a construção de uma igreja sobre o
local. A antiga borda do poço está muitos metros abaixo do nível atual e mostra
profundas fendas, produzidas pelas cordas com as quais eram puxados os odres ou
vasilhas de água. O poço mede 2,3 m de circunferência. A parte superior está revestida com obra de alvenaria, mas a inferior foi cavada na pedra calcária. A água é fria e
refrescante, já que “o poço é profundo”. Não é apenas uma cisterna, mas também um
manancial, ou seja, alimenta-se tanto de água da superfície quanto de uma fonte
subterrânea. As memórias evocadas pelo poço transportam-nos a épocas passadas, de
cenas pastoris e costumes patriarcais. Recordam-nos o início do ministério de Jesus,
quando nesse poço, que ficava ao lado do caminho, ele revelou sua natureza divina à
admirada samaritana e pronunciou a profunda verdade que permanecerá através dos
tempos: “Quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água
que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (Jo 4:14).
PILAR DE ABSALÃO (v. Absalão, Monumento de)
fonte: BIBLIA THOMPSON