Sou professor da Escola Dominical

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©1997, de Editora Eclésia
©2002, cedido por Lécio Dornas

1ª edição – Editora Eclésia -1997
2ª edição – Editora Hagnos – 2002

Todos os direitos em lingua portuguesa
reservados por
EDITORA HAGNOS
Rua Belarmino Cardoso de Andrade, 108
São Paulo – SP – 04809-270
Tel/Fax: (0xxll) 5666-1969
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Lécio Dornas

PROIBIDA A REPRODUÇÃO POR QUAISQUER
MEIOS, SALVO EM BREVES CITAÇÕES, COM
INDICAÇÃO DA FONTE.
Todas as citações bíblicas foram extraídas da Nova
Versão Internacional
(NVI), ©2009, Publicada por Editora Hagnos, salvo
indicação em contrário.

Coordenadora Editorial Marilene G. Terrengui
Coordenador Produção – Mauro W. Terrengui
Revisão: Uthay Caetano dos Santos Filho
Capa: Aext Noveau
Editoração e Diagramação: Zarlos Terra
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
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Dornas, Lécio
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Índice para catálogo sistemático
1. Bíblia – Estudo e ensino 2. Educação religiosa 3. Escolas dominicais I. Título
ISBN 85-88234-43-2 02-0852 CDD, 268.3 índices para catálogo sistemático:
1. Escolas dominicais: Professores: Educação religiosa:
Cristianismo 268.3
2. Professores: Escolas dominicais: Educação religiosa:
Cristianismo 268.3
Impressão e acabamento Associação Religiosa Imprensa da Fé
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DOMINICAL
Lécio Dornas
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E-book digitalizado e Revisado por: OBREIROS APROVADOS
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Capa
Aext Noveau
Editoração e Diagramação
Zarlos Terra
Revisão Uthay Caetano dos Santos Filho
Coordenadora Editorial Marilene G. Terrengui
Coordenador Produção
Mauro W. Terrengui
Ia edição – Editora Eclésia -1997 2a edição – Editora Hagnos – 2002
Impressão e acabamento Associação Religiosa Imprensa da Fé
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
(CEP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Dornas, Léco
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Dornas. – São Paulo: Hagnos, 2002.
ISBN 85-88234-43-2 Bibliografia
1. Bíblia – Estudo e ensino 2. Educação religiosa 3. Escolas dominicais I. Título
02-0852 CDD,268.3 índices para catálogo sistemático:
1. Escolas dominicais: Professores: Educação religiosa:
Cristianismo 268.3
2. Professores: Escolas dominicais: Educação religiosa:
Cristianismo 268.3
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Lécio Dornas
Socorro!
Sou Professor da Escola Dominical
O AUTOR
Lécio Dornas – Durante 15 anos esteve envolvido com a Escola Dominical.
Dirigiu por cinco anos o Departamento de Publicações Periódicas da JUERP, serviu
por três anos como Secretário Geral da Associação dos Educadores Religiosos
Batistas do Brasil, atuou por quatro anos como Relator da Comissão de Currículo da
Coordenadoria de Educação Religiosa do Conselho da CBB e cooperou como
professor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e do IBER. O autor foi o
idealizador do I Congresso Batista Brasileiro da Escola Dominical que ocorreu no
Rio de Janeiro em 1993. É escritor de dezenas de artigos e estudos publicados e
voltados para a Escola Dominical. Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico
Batista do Sul do Brasil (RJ) e Professor do Seminário Teológico Batista de Mato
Grosso. Lançou, recentemente, o livro O Jornal e a Bíblia — uma demonstração de
como é possível interpretar a Bíblia à luz das questões contemporâneas. O Pr. Lécio
Dornas é casado com a Dra. Polliana Boechat Dornas e pai da pequena Sarah.
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SUMÁRIO
BATEU O SINAL, ACABOU A AULA! ………………………………………………… 6
O CONTEÚDO…………………………..6
EXTENSÃO E TEMPO……………….6
ESTRATÉGIA DIDÁTICA…………..8
TOCOU O SINAL……………………….8
QUE ASSUNTO DIFÍCIL! ……………. 10
PREPARO ESPIRITUAL……………10
PREPARO BÍBLICO………………….11
PREPARO DIDÁTICO………………13
QUE GENTE DESINTERESSADA! . 16
LEVE A SÉRIO O ESTUDO DA BÍBLIA……………………………………………….16
SEJA PONTUAL E ASSÍDUO……16
DÊ AULAS CRIATIVAS E DINÂMICAS…………………………………………….16
PLANEJE AULAS ENVOLVE17
NAO SE DESCUIDE DA 17
VIVA O QUE VOCÊ ENSINA……17
SEJA UM CRENTE INTEGRADO À SUA IGREJA………………………………..18
BÍBLIA: QUE LIVRO COMPLICADO! ……………………………………………… 19
ALGUNS TERMOS-CHAVES……………………………………………………………..19
PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA………………………………..20
MÉTODOS DE ESTUDO BÍBL21
LIVRO COMPLICADO?……………24
MINHA IGREJA NÃO VALORIZA A ESCOLA DOMINICAL …………… 25
CONQUISTE O PASTOR…………..26
CONSCIENTIZE OS PAIS…………26
BUSQUE A JUVENTUDE…………27
MOTIVE OS PROFESSORES……27
PROMOVA A ESCOLA DO28
TEMPO DE CRESCER………………28
QUE MAIS POSSO FAZER COM A MINHA CLASSE? ………………………. 29
CARACTERÍSTICAS EVANGELIZADORAS…………………………………………………..29
EXPERIMENTANDO A EVANGELIZAÇÃO……………………………………….30
EXPANDINDO MISSÕES…………31
NA ASSISTÊNCIA SOCIAL………32
CRESCENDO NA COMUNHÃO E NA ORAÇÃO…………………………………32
MOBILIZANDO PARA O SE33
O QUE NÃO POSSO FAZER COM MINHA CLASSE……………………………33
ACABOU A AULA, E AGORA? ……. 35
A DIMENSÃO DO COMPORTAMENTO ……………………………………………..35
A DIMENSÃO DO CONHECIMENTO …………………………………………………36
A DIMENSÃO DA FRATER36
QUEM SÃO OS MEUS ALUNOS? .. 38
QUEM SÃO SEUS ALUNOS?……40
AFINAL, QUE TIPO DE PROFESSOR EU SOU? ………………………………… 41
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O PROFESSOR PARTEIRO……….41
PROFESSORES QUE SABEM COMO ENSINAR…………………………………..42
PROFESSORES QUE SABEM O QUE ENSINAR………………………………….42
TREINAMENTO DIRECIONAD43
FORMULÁRIO DE AUTO-IDENTIFICAÇÃO DO PROFESSOR……………..43
AUTOTREINAMENTO…………….43
NA ERA DA INFORMAÇÃO…….44
SENDO RESPONSÁVEL…………..47
OBJETIVANDO A GLÓRIA DE DEUS………………………………………………….47
GRATIDÃO………………………………47
ANEXOS …………………………………….. 49
OS DEZ MANDAMENTOS DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL….49
PLANO DE SALVAÇÃO…………………………………50
BIBLIOTECA BÁSICA DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL……….51
BIBLIOGRAFIA ………………………….. 53
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BATEU O SINAL, ACABOU A AULA!
Como planejar com eficácia sua aula
Se é ensinar, haja dedicação ao ensino (Rm 12.7b).
Quase todos nós já passamos pela experiência de ver um professor da Escola
Dominical ser surpreendido pelo soar do sinal anunciando o término da aula. Muitos
são os professores e alunos que vivem se queixando do pouco tempo reservado para
o estudo em classe. Alguns professores chegam dizer, frustrados, que a aula
terminou exatamente quando começava a tratar da melhor parte do seu conteúdo.
A questão não é falta de tempo e sim de planejamento. Quando não há
planejamento da aula, não importa o tempo a ela reservado, tudo sairá
atabalhoadamente dando a impressão de que está faltando algo. Quando existe
planejamento, mesmo que o tempo seja curto, haverá produtividade e satisfação na
aula dada. O problema não é o tempo, reafirmo, mas o planejamento.
O planejamento de uma aula para a Escola Dominical deve levar em
consideração vários fatores.
Vamos examiná-los.
O CONTEÚDO
Trata-se do que será ensinado. A resposta a algumas perguntas nos informa qual
o conteúdo de uma lição: Qual o principal ensinamento da lição a ser estudada?
Quais são as principais informações a serem transmitidas e que relação têm com o
ensinamento principal? Qual a relação com a lição da semana anterior? A definição
clara do conteúdo vai ajudar o professor a se manter fiel ao desenvolvimento de sua
aula.
É triste quando um professor entra na classe sem ter a nítida compreensão do
conteúdo da aula que vai dar. Tenho ouvido relatos de professores que sequer
sabiam o assunto da lição, no momento em que iam aplicá-la. São os improvisadores
que se iludem, iludem a outros e prestam um desserviço à causa do ensino das
Escrituras em nossas igrejas. O professor precisa saber em profundidade o conteúdo
que pretende ensinar aos seus alunos.
Toda lição tem um ensinamento principal, naturalmente que deste emanam
outros que, mesmo secundários, são também importantes e necessários. A
transmissão e assimilação desses ensinamentos são imprescindíveis numa aula. O
professor há que identificar no estudo do texto bíblico da lição, e na própria lição,
quais são os ensinamentos secundários e qual é o principal. Ao fazê-lo encontrará o
conteúdo de sua aula. Encontrado o conteúdo, terá achado o caminho por onde
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deverá se conduzir durante a aula. Ao se conduzir por ele assegurará o êxito de sua
docência.
O conteúdo é o primeiro fator a ser levado em conta no planejamento da aula. A
clara compreensão do conteúdo exigirá esforço e concentração do professor. Ainda
neste livro daremos algumas dicas sobre como estudar um texto da Bíblia, identificar
conteúdos e extrair ensinamentos das Escrituras e contextualizá-los aos nossos dias.
EXTENSÃO E TEMPO
O professor, ciente do conteúdo, já tem uma idéia da quantidade de informações
e de ensinamentos que precisará transmitir. Necessitará fazer um trabalho de seleção
de conteúdo, priorizando as informações e ensinamentos que se harmonizem de
forma mais plena com a mensagem principal a ser transmitida. O professor
estabelecerá uma relação entre a quantidade de informações e de ensinamentos
práticos com o tempo disponível para que os mesmos sejam transmitidos. Feito isto,
determinará em seu planejamento prévio quanto tempo usará para cada parte da aula.
Este planejamento é de suma importância para não se cair no erro de usar muito
tempo com um determinado aspecto da lição em detrimento de outros.
Aconselhamos, de modo geral, a seguinte distribuição do tempo de uma lição:
Abertura (5%)
Ao começar a aula, o professor poderá conceder à classe um momento, breve, de
confraternização. É a hora dos alunos se cumprimentarem, de se apresentar os
visitantes e de se fazer uma ou outra comunicação de interesse da classe. É uma
espécie de quebra gelo, muito importante para o início de uma aula.
Introdução (10%)
O professor vai estabelecer a relação entre o que vai ser e o que foi estudado na
semana anterior.
Buscará atrair a atenção e o interesse dos alunos pelo que será ensinado. Na
introdução devem ficar bem claros os alvos da aula em termos de lições a serem
ensinadas e informações a serem transmitidas. É este o momento, logo no início da
aula, em que professor e alunos devem se colocar diante de Deus para, em oração,
pedir a bênção da sabedoria e do discernimento espiritual para o estudo da sua
Palavra.
É preciso se valer de muita criatividade na introdução da aula. Fatos
contemporâneos, notícias de jornais, ilustrações e experiências constituem excelente
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material para a introdução de uma boa aula na Escola Dominical. Costumamos
comparar a introdução de uma aula com o lançamento de um foguete.
Dizem os entendidos que nos primeiros minutos após o lançamento de um
foguete, os cientistas já são capazes de prever o sucesso ou fracasso de uma
expedição espacial. As coisas são mais ou menos assim com a aula da Escola
Dominical, se o professor não conseguir captar a atenção dos seus alunos e deixar
claro para eles o que vai ser ensinado na introdução da aula, não conseguirá fazê-lo
mais.
Interpretação (30%)
A preocupação do professor é com a transmissão de informações e dados que
auxiliarão o aluno na interpretação do texto bíblico em estudo. Neste momento, a
palavra é quase totalmente de uso do professor; eventualmente, um aluno pode
oferecer contribuição, porém, o pressuposto é de que o professor está preparado para
oferecer aos seus alunos as informações de que se valerão para a clara compreensão
do texto bíblico.
Mais adiante ofereceremos maiores informações sobre como interpretar a Bíblia,
importando agora tão-somente conscientizar o leitor para o fato de que, em sala de
aula, precisará reservar pelo menos 30% do tempo disponível para o estudo e fiel
interpretação da Palavra de Deus.
Vivemos numa época quando muitas pessoas têm se lançado na tarefa de ensinar
a Bíblia, e isso no rádio, na televisão etc, sem dar a merecida atenção à interpretação
da Palavra. Aí, abre-se espaço para verdadeiras aventuras hermenêuticas onde
absurdos são apresentados como verdades bíblicas.
Os alunos da Escola Dominical precisarão ser alcançados com argumentação
bíblica consistente para que as verdades da Palavra de Deus sejam enraizadas em
suas vidas, o que só será possível mediante interpretação sadia e profunda das
Escrituras.
Aplicação (40%)
Uma vez bem interpretado, o texto bíblico oferecerá princípios e ensinamentos
que deverão ser aplicados à vida dos alunos. Caso contrário, o objetivo principal da
Escola Dominical ficará por ser atingido e não haverá aprendizado real das
Escrituras, logo não acontecerão mudanças na vida dos alunos.
Se um aluno, após uma aula na classe, não se sente estimulado a mudar aspectos
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de sua vida para que eles se harmonizem com as Escrituras, certamente a aula não
logrou êxito.
O resultado de uma boa interpretação é o surgimento de princípios, lições e
ensinamentos que, uma vez levados em consideração, provocarão mudanças na vida
daqueles que a eles se submetem. Tais princípios precisam ser clarificados e
expostos para que os alunos deles se apropriem. Uma aula sem aplicação é como se
uma pessoa fosse ao médico, recebesse a receita, mas não fosse instruída sobre como
usar os medicamentos. É tarefa precípua do professor orientar seus alunos na
aplicação das verdades bíblicas.
Aplicando as verdades bíblicas à vida dos seus alunos, o professor estará
construindo uma ponte entre o mundo da Bíblia e o mundo de hoje. Ora, é preciso
levar em conta que estamos distantes, geográfica, cultural e cronologicamente do
mundo da Bíblia, razão pela qual precisamos interpretar corretamente seu texto e
aplicar coerentemente as verdades dele extraídas à vida dos alunos. Sem aplicação a
aula torna-se somente informativa, sem relevância prática, sem vida. Ao término de
uma aula na Escola Dominical, o aluno deverá ter uma noção clara sobre como
colocar em prática em sua vida as verdades aprendidas.
No momento da aplicação é muito importante a participação dos alunos, dando
opiniões, compartilhando experiências e oferecendo subsídios para a cor-reta
aplicação das verdades aprendidas à vida dos colegas de classe. O professor deverá
tomar cuidado e ser muito ágil no comando dos debates para evitar que apenas um
ou dois alunos monopolizem o uso da palavra. O ideal é que o professor oriente a
participação dos alunos, possibilitando inclusive que aqueles mais tímidos e
reservados expressem suas idéias e opiniões.
O resultado da participação dos alunos constitui farto enriquecimento da aula,
especialmente no seu aspecto prático. Com cautela, o professor não pode prescindir
da participação dos alunos na construção da aula. Uma opinião ou uma experiência
pode ensejar uma situação de ensino, propiciando muita edificação e aprendizado.
Conclusão (15%)
Ao terminar a aula, o professor precisa recapitular com os alunos as principais
informações transmitidas e repassar os ensinamentos aprendidos. A lição principal
do texto precisará ser repassada, enfatizada e ilustrada.
Não pode haver uso desproporcional do tempo nas partes anteriores da aula, sob
pena de se prejudicar a conclusão. A conclusão é o momento de fechar as idéias,
ratificar princípios, confirmar doutrinas e homologar atitudes e comportamentos.
Uma boa conclusão não pode ser feita apressada ou superficialmente, sob o risco de
se comprometer toda a aula. Uma conclusão bem feita há de motivar o aluno a
prosseguir no estudo das Escrituras. Ao concluir a aula, o professor precisa dar um
tempo para que os alunos orem a Deus.
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E um momento de comunhão e edificação espiritual, quando os alunos
conversam com Deus acerca de suas vidas nos aspectos tocados pelo estudo da sua
Palavra.
Abertura
5%
Conclusão
15%
Interpretação
30%
Aplicação
40%
Introdução
10%
Diagrama da distribuição do tempo de uma aula na Escola Dominical.
ESTRATÉGIA DIDÁTICA
Para cada etapa da aula, o professor precisa planejar uma estratégia didática.
Mais tarde vamos tratar de alguns métodos de ensino, mas agora precisamos deixar
claro que, na introdução, interpretação, aplicação e conclusão o professor deverá
valer-se de estratégias que auxiliem e garantam o êxito de cada etapa da aula.
Novamente, o professor deve se fazer algumas perguntas que lhe servirão de norte:
Qual é a melhor maneira de introduzir esta aula?; Como posso interpretar de maneira
interessante e atraente este texto com a classe?; Que tipo de aplicação seria mais
eficaz para esta aula?; Como concluir com eficácia a minha aula? São perguntas
como estas que poderão ajudar o professor na seleção de suas estratégias didáticas.
Quando não se define eficazmente as estratégias didáticas, corre-se o risco da aula
ficar chata e desmotivar o aluno. É possível que excelentes aulas tenham naufragado
exatamente pela negligência do aspecto didático. Assim, ao planejar sua aula, o
professor precisa pensar com antecedência sobre como vai agir em cada etapa. A
mesmice e a falta de criatividade didática podem pôr a perder todo um trabalho sério
de interpretação bíblica. O professor precisará, no entanto, prevenir-se da tentação
de variar metodologia apenas por variar, sem que haja harmonia entre o método
didático e o tipo de ensino a ser ministrado. É preciso haver planejamento para que
tudo seja bem pensado antes de ser executado.
TOCOU O SINAL…
De posse dessas informações, o professor deverá planejar suas aulas na Escola
Dominical. Não planejar é menosprezar o ensino das Escrituras e, ao mesmo tempo,
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demonstrar desprezo para como a tarefa do ensino. Não planejar é desrespeitar os
alunos que depositam confiança no zelo do seu professor.
Não planejar é trair a confiança da própria igreja que delegou ao professor tão
sublime tarefa: a do ensino.
Comparecer diante de uma classe de Escola Dominical sem um planejamento
sério e bem elaborado é algo de que o professor deve fugir, pois como fiel
cumpridor do seu dever leva em consideração o que o Apóstolo Paulo escreveu aos
romanos: “se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7b).
Planejando com dedicação suas aulas, o professor sentirá em sua própria vida as
bênçãos de realizar um trabalho para o Senhor, com a alegria de o estar fazendo com
o melhor de si, explorando ao máximo suas potencialidades e sua criatividade. O
professor verá no contato com os seus alunos, ao constatar o crescente interesse
deles pela Palavra de Deus, a retribuição por realizar o ministério do ensino da
Bíblia com amor, esforço e responsabilidade.
E quando tocar o sinal alertando para o final de sua aula, não haverá mais
surpresas. Todos já estarão prontos para saírem da sala e, se for o caso, dirigir-se ao
santuário para prestar culto a Deus. Os alunos sairão instruídos e alimentados por
uma aula que lhes trouxe ricos e importantes ensinamentos, nos quais procurarão
pautar seus passos dia após dia. Tocou o sinal, acabou a aula… começou a prova.
QUE ASSUNTO DIFÍCIL!
Como preparar-se adequadamente para ensinar as Escrituras
Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite
(Salmo 1.2).
Planejar uma aula é uma coisa, preparar-se para ministrá-la é outra. Um
planejamento, por melhor que seja, não significará nada se não for executado por
alguém preparado para tal. Tão grave quanto não ter um planejamento adequado
para uma aula, é não estar devidamente preparado para ministrá-la. Neste capítulo
nós vamos caminhar pela estrada da preparação para a aula. Vamos compartilhar
idéias que visarão ajudar o professor da Escola Dominical a preparar-se
consistentemente para enfrentar a classe na hora da aula.
Para um professor bem preparado, com uma aula bem planejada, não existe
assunto difícil. No decorrer de sua preparação, as dúvidas vão se desfazendo, as
dificuldades vão se resolvendo e a luz da
Palavra de Deus vai iluminando o ser humano humilde e submisso ao Pai,
chamado professor.
Muitos dos que estão alistados na sublime categoria de professor da Escola
Dominical deixam para a última hora o preparo da lição e o seu próprio para o
ensino. Erram por subestimar a função que abraçaram c por superestimar a própria
capacidade intelectual. Quando termina uma aula, o professor já deve estar
envolvido no preparo da próxima. Jamais o professor deve deixar os dias passarem e
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acumular trabalho para a véspera da aula. Os que deixam tudo para cima da hora,
além de nunca realizarem um trabalho sério e relevante, podem ser surpreendidos
com imprevistos que os empurrarão para a sala de aula sem qualquer preparo prévio.
O professor previdente e organizado administrará seu tempo semanal de modo a
conduzir bem seu preparo para a aula, o que assegurará a eficácia de sua atuação em
classe.
Os seguintes aspectos devem ser levados em conta quando refletimos sobre o
preparo adequado do professor para o ensino das Escrituras:
PREPARO ESPIRITUAL
Este é o primeiro aspecto a ser considerado. Na Escola Dominical, o mais
importante não é tanto na destreza acadêmica, conquanto necessária, mas sim o
preparo espiritual. A piedade e devoção do professor precisam encabeçar a lista de
suas virtudes, Realmente, à frente de uma classe precisa estar um verdadeiro crente
em Jesus Cristo, alguém, objeto de uma experiência pessoal de conversão e em
pleno processo de santificação. A responsabilidade de ensinar a Palavra impele a
liderança da igreja a escalar como professores apenas crentes fiéis e detentores de
um testemunho vivo do Evangelho.
Ser professor da Escola Dominical não é uma profissão, mas uma vocação, um
serviço prestado ao Rei dos reis, uma oferenda, um gesto de adoração. Não basta,
portanto, saber a lição ou dominar as técnicas de ensino; é necessário saber o
caminho da cruz e ter coragem para chegar-se aos pés de Jesus em oração, dia após
dia. O professor é, antes de tudo, um adorador e um servo dependente em tudo do
seu Senhor.
Sem dúvida que a oração[1] deve ser parte da vida diária do professor. Serve
muito bem para o professor a oração do salmista: “Desvenda os meus olhos, para
que eu veja as maravilhas da tua lei”.
(Salmo 119.18). Ao proferi-la, o professor expressa diante de Deus o
reconhecimento de sua incapacidade de entender a Palavra de Deus sem o seu
auxílio. Através de uma vida de oração e constante busca da vontade de Deus, o
professor encontra na Palavra Santa, que estuda e ensina, verdades que mudarão a
vida de seus alunos e a sua própria. Vale lembrar, porém, que a oração não substitui
o trabalho do professor. Muitos pensam que tudo que precisam fazer é orar. Assim,
cruzam os braços e esperam, inocentemente, que Deus se encarregue de tudo o mais.
Cabem bem aqui as palavras de Inácio de Loyola: “Ore, como se você não contasse
consigo mesmo. Trabalhe como se você não contasse com Deus”.[2]

1 – Para uma visão mais aprofundada sobre oração, ver TIPPIT Sammy. O Fator Oração. Rio de Janeiro: Juerp,
1990, 156p
2 – LOYOLA, Inácio de. Citado por GARAUDY, Roger. Minha jornada Solitária pelo Século. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, I 996, 298p
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O professor vai a Deus em oração rogando unção e sabedoria para o
entendimento das Escrituras e o discernimento para o seu ensino. E muito
importante que os alunos vejam no professor uma pessoa de oração e aprendam a
orar motivados por sua vida e postura.
Ao lado da oração está o estudo da Palavra de Deus. Tratamos aqui do estudo
devocional, quando o professor busca alimento para si próprio. Neste momento, o
professor se identifica como aluno do supremo mestre. Vai à fonte das águas
tranqüilas para ter a sede do Altíssimo diminuída (SI 42.1,2).
Em comunhão com a Palavra de Deus, o professor abastece seu coração e supre
sua fome saciando-se nas promessas do Livro Santo.
Cada dia vivendo em comunhão com a Palavra de Deus, declarando com a vida
seu amor por ela (SI 119.97), o professor vai enchendo suas entranhas (Ez 3.1) dos
ensinamentos eternos e vivos, que ficarão para sempre marcados em seu coração.
Assim, o professor torna-se firme e constante, verdadeiro depositário das verdades
divinas, fiel guardião da sã doutrina.
O professor piedoso e fiel há de receber sua recompensa. Ao ver seus alunos
amadurecendo na fé, transformando-se em homens e mulheres de Deus,
cooperadores incansáveis na luta do Reino de Deus, até mesmo obreiros e ministros
lutando no exército do Senhor; o professor notará que Deus o está recompensando
por sua fidelidade e dedicação.
Espiritualmente, o preparo do professor da Escola Dominical ainda é burilado
pelo exercício fiel de sua mordomia e pelo serviço que presta à causa do Evangelho.
É nossa opinião que para estar à frente de uma classe onde a Bíblia é ensinada o
crente precisa ser um fiel dizimista, cumprindo com alegria as orientações da
Palavra que deseja ensinar aos seus alunos.
Crentes que ainda não são fiéis mordomos do Senhor não podem exercer
qualquer função de liderança na igreja de Deus, precisam antes corrigir seus
descaminhos e descobrir a bênção da fidelidade. O serviço cristão, outra dimensão
deste burilar sereno do preparo espiritual do professor, significa engajamento na
obra da igreja, presença, participação. Aqui vai mais uma exortação a crentes que,
por serem professores da Escola Dominical, acham-se dispensados do evangelismo,
da ação social, da adoração etc. Tal pensamento peca por querer departamentalizar o
compromisso do crente com Deus e sua obra, além de não encontrar respaldo nas
Escrituras.
PREPARO BÍBLICO
Espiritualmente preparado, o professor vai buscar o preparo bíblico adequado à
aula que pretende ministrar. Não deve se contentar com uma ligeira leitura do texto
da revista ou de um comentário bíblico, mas aventurar-se por um mergulho profundo
nas Escrituras.
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No preparo de uma aula para a Escola Dominical, o professor precisa levar em
conta os seguintes passos:
1. Ler várias vezes o texto bíblico
Leia o texto até que o sentido e as principais idéias do mesmo esteiam bem claras
em sua mente.
Uma boa coisa é ler o texto em diferentes versões da Bíblia. Embora não haja
diferenças quanto ao sentido, há versões que optam por palavras que, eventualmente,
podem ser mais familiares ao professor.
Às vezes uma versão é mais feliz do que outra na escolha de algumas palavras e
expressões. Por exemplo, comparando o texto de Colossenses 3.21 na versão
revisada da tradução de João Ferreira de Almeida com a versão do Padre.
Matos Soares, temos o seguinte:
“Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não fiquem desanimados”
(Almeida – Versão Revisada).
“Pais, não provoqueis à indignação a vossos filhos, para que não se tornem
pusilânimes” (Matos Soares).
Note como a comparação das duas versões ajuda na compreensão e enriquece o
entendimento da orientação paulina. Se o professor fizer o mesmo com três ou
quatro versões diferentes, verá resultado ainda maior em termos de entendimento
dos textos bíblicos.
As paráfrases[3] também são muitos úteis para ajudar na compreensão das
passagens bíblicas, embora tenhamos de com elas tomar cuidado, posto que a
preocupação do texto parafraseado não é com a tradução fiel, mas sim com a
popularização.
2. Usar material de consulta disponível
Para tirar dúvidas com relação a palavras, expressões, localidades, pessoas etc, o
professor deve lançar mão do material de consulta que estiver à disposição:

3 – Paráfrase é a tradução livre ou desenvolvida de um texto. Refere-se aqui a inúmeras traduções da Bíblia que não
seguem a rigidez de uma tradução literal ou clássica. O sentido é preservado numa tentativa de tornar o texto mais claro
ao leitor mais simples.
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dicionários[4], concordâncias[5], comentários[6] e manuais[7] bíblicos, que, uma vez
consultados poderão ajudar muito. São livros elaborados por especialistas e só
podem ser úteis ao professor. Um bom dicionário da língua portuguesa também é
indispensável para a compreensão segura da leitura.
Só para exemplificar a importância de manuais bíblicos verificamos em João
4.3,4 que Jesus
“deixou a Judéia, e foi outra vez para a Galiléia. E era necessário passar por
Samária”. Para descobrir por que era necessário que Jesus passasse por Samária,
basta procurar num manual bíblico o mapa da Palestina nos tempos de Jesus. O
professor estudioso entenderá que o texto faz referência à geografia da Palestina. Ele
verá que estando na judéia (Sul) e desejando voltar para a Galiléia (Norte) precisará
atravessar Samária (Centro). Observe como uma simples consulta a um material de
pesquisa acrescenta informações que certamente elucidarão o texto e seu significado
para os alunos.
3. “Bombardear” o texto com perguntas
Identifique promessas, ordens, mandamentos, princípios, doutrinas, orientações e
lições no texto em estudo. Cada leitura pode ser feita tendo o professor, disponível,
uma folha de papel em branco, para que anote todas as suas observações sobre o
texto, inclusive dúvidas e inquietações. O material de consulta, e aqui entram as
revistas da Escola Dominical (as edições para professores, suplementos etc), ajudará
o professor a confirmar ou não suas observações (às vezes não entendemos bem o
que lemos) e também a sanar todas as suas dúvidas com relação ao texto bíblico em
estudo. O importante é que o professor se antecipe o quanto puder a qualquer dúvida
que poderá surgir em sala de aula. Caso não consiga, por si só, dirimir alguma
dúvida, o professor deve procurar a ajuda de alguém mais bem preparado como o
pastor ou um professor mais experiente, para que não fique, ele mesmo, sem
entender algo do texto que vai ensinar.
No entanto, mesmo com toda pesquisa e tendo procurado antecipar-se a qualquer
questão sobre o texto, o professor pode ser surpreendido por uma pergunta sobre a
qual não havia pensado ainda. Quando isso acontecer, a melhor coisa a fazer é ser
humilde e comprometer-se com a classe em trazer uma palavra sobre o assunto na
próxima aula. Agindo assim, o professor demonstrará seriedade e responsabilidade

4 – A propósito, indicamos DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia. Rio de Janeiro: Juerp, 1980, 660p. e também
DOUGLAS, J.D. (Editor Organizador). O Dicionário da Bíblia 2 vol., São Paulo: Vida Nova, 1983.
5 – A concordância mais completa em português é a Concordância Bíblica. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil,
1975, 1.101p.
6 – Merecem indicação o Comentário Bíblico Broadman, da Juerp; os comentários da Série Cultura Bíblica, da
Mundo
Cristão e Vida Nova; e os comentários do Antigo Testamento de António Neves de Mesquita, publicados pela
Juerp.
7 – Sugerimos aqui HALLEY, Henry H. Manual Bíblico. 2 vol., São Paulo: Vida Nova.
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para com o seu ministério, além de lembrar a seus alunos, que em matéria de Bíblia,
na prática, todos estamos sempre aprendendo.
É certo, porém, que se o professor for dedicado e zeloso, pesquisador incansável
da Palavra de
Deus, raramente estará em dificuldades diante de sua classe. Mostra a
experiência que ao se descuidar da pesquisa muitos professores da Escola Dominical
acabam por cair no descrédito diante dos seus alunos, inviabilizando assim sua
continuidade na docência cristã.
4. Fazer um esboço detalhado do texto
Depois de ler o texto várias vezes e de estudá-lo em profundidade, o professor
está pronto para esboçá-lo de forma detalhada e seqüencial. Divida-o em partes,
decida o que vai ser ensinado em cada tópico, dimensione à luz das informações do
capítulo anterior cada etapa da sua aula.
Ao fazer um esboço, o professor estará criando um esquema que o auxiliará na
exposição de seu texto. No esboço, o professor conta com considerável material,
produto de sua pesquisa. Estará ainda estruturando, mesmo que incipientemente, o
conteúdo de sua aula.
5. Alistar as lições mais importantes do seu texto
No decorrer do seu estudo, o professor deve ir anotando ensinamentos práticos
que se constituirão em material para o momento da aplicação do texto bíblico
durante a aula.[8] Aqui o professor deverá pensar em seus alunos, na realidade de
vida deles. Cada texto da Bíblia está eivado de lições preciosas para nossas vidas, a
questão é tão-somente identificá-las e pinçá-las para posterior utilização.
Uma coisa muito importante a ser salientada é o fato de que as principais e mais
agudas lições de um texto não estão em sua superfície, mas em sua profundeza.
Quanto mais profundo for o mergulho, mais perto dos tesouros estará o professor.
Muitos erram e ficam embevecidos com algumas verdades da superfície, se bastam
com elas e partem para compartilhá-las, sem o devido aprofundamento. As maiores
bênçãos do estudo da Bíblia se encontram, quais tesouros há muito submersos, lá no
fundo, exigindo tempo, paciência e coragem por parte de quem quer conquistá-los.
O professor da Escola Dominical precisa ser apaixonado pela Bíblia, deve
experimentar dia-a-dia o que o salmista chama de ter prazer na lei do Senhor (SI
1.2). Este prazer se dá, em toda a sua plenitude, quando o professor se descobre
como um mergulhador a desvendar os mistérios e as maravilhas da Palavra eterna de
Deus.
Recorde os passos para um preparo bíblico eficaz: Ler várias vezes o texto Usar

8 – Veja, no primeiro capítulo, o tópico intitulado ‘Aplicação’.
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material de consulta Fazer perguntas ao texto Fazer um esboço detalhado do texto
Alistar as lições mais importantes
PREPARO DIDÁTICO
Espiritual e biblicamente preparado, o professor vai agora se organizar
didaticamente. Ele precisa escolher que método usará e de quais recursos didáticos
necessitará. Neste ponto, é muito importante que o professor se utilize, com
criatividade, dos recursos disponíveis para que a aula não caia na monotonia nem se
torne repetitiva e desestimulante.
Eis alguns dos recursos didáticos de que o professor pode fazer uso para tornar
sua aula mais atrativa e interessante:
Quadro-negro
Talvez o mais comum entre os recursos didáticos disponíveis. Muitas vezes,
porém, o professor leciona como se o quadro-negro não estivesse na sala. O quadronegro
pode ser usado para anotações de esboços da aula, exposição de tabelas,
explicações ligeiras etc. Um bom conselho para a utilização do quadro-negro: o
professor deverá chegar mais cedo a fim de escrever com antecedência as
informações que precisará expor aos alunos. Haverá, com isso, economia de tempo
durante a aula. O uso adequado do quadro-negro, inclusive usando giz colorido, já
constitui excelente instrumento de motivação. O quadro apela para o visual do
aluno, colocando em ação, portanto, um segundo sentido, e reforçando as chances de
aprendizagem.
Álbum seriado
Trata-se de um instrumento didático de largo uso, tanto pela simplicidade de sua
confecção, quanto pela praticidade de seu uso. Nele, o professor pode colocar,
página a página, esboços, ilustrações, mapas, figuras etc, ou seja, todo o material
necessário para a aula. Se bem confeccionado, com tamanho razoável, possibilitando
a visão para todos, com criatividade no uso das cores e no humor das ilustrações, o
álbum seriado se torna um poderoso recurso didático para o professor.
Flanelógrafo
De uso mais difundido entre os professores de crianças, é muito apropriado para
ajudar no aprendizado dos alunos. Figuras previamente selecionadas são colocadas
num painel. Funciona excelentemente nas narrativas bíblicas e nas estórias infantis.
O painel pode funcionar como um cenário que vai recebendo os personagens à
medida que se desenrola a narrativa.
Retroprojetor
Tem seu uso limitado a ambientes passíveis de serem escurecidos. É uma espécie
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de álbum seriado elétrico. As transparências precisam ser bem preparadas para
serem exibidas. O uso do retroprojetor exige o trabalho de um auxiliar devidamente
treinado para colocar e retirar as transparências, seguindo a orientação do professor.
Outros recursos
Além dos descritos acima, que são os mais comuns, há também outros
equipamentos que a cada dia vão sendo mais difundidos no meio escolar. Do
projetor de slides ao microcomputador, passando pelo videocassete e o quadro de
tiras, muitos são os recursos modernos que estão à disposição das igrejas e dos
professores. O importante, no entanto, é que o professor esteja sempre aberto para
usar, na medida do possível, os recursos disponíveis.
Valendo-se desses recursos e de outros que o professor conheça, a aula terá
sempre atrativos interessantes, será um estímulo para os alunos e um incentivo para
que eles aprendam com maior eficácia a Palavra de Deus. Vale a pena investir em
equipamentos didáticos. É uma benção quando a igreja tem a visão de aparelhar-se
da melhor maneira para viabilizar um ensino de boa qualidade na Escola Dominical.
No entanto, o preparo didático não pára na seleção e no uso dos equipamentos, é
necessário que o professor pense no método que vai usar em aula. Sem desejar a
perfeição técnica, alistaremos alguns métodos [9] de ensino que julgamos bem
apropriados para uma classe de Escola Dominical.
Palestra ou exposição
Este método vem dos primórdios da atividade docente. Nele o professor expõe o
conteúdo a ser aprendido pelos alunos. É um método muito criticado por vários
motivos: a participação dos alunos é pequena, há tendência à massificação da classe
e conseqüente desconsideração das diferenças individuais, há criação de barreiras
que impedem os alunos de tirarem dúvidas e contribuírem na construção do
aprendizado coletivo etc. É realmente um método muito antipatizado, especialmente
nos tempos em que vivemos, quando não se aceita mais posturas verticalizadas nem
detentores absolutos da verdade.
Nossa época exige que busquemos métodos e estratégias mais participativas. Há
a necessidade de se construir o aprendizado a partir da realidade de vida do aluno, e
para isso é importante o uso de métodos menos restritivos. No entanto, a palestra,
conquanto criticada e até rejeitada, pode se constituir num método aceitável, desde
que se mescle com outros e seja usada com perícia e maestria. Quando uma
exposição é apresentada de forma criativa e elucidativa, é apreciada e até aplaudida.

9 – Ver COLEMAN, Jr., Lucien E. Como Ensinar a Bíblia. 2a. ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1989, 202p. Ver
também FORD, Leroy. Planejamento do Ensino e Treinamento. Rio de Janeiro: Juerp, 1990, I27p. Ainda HENDRICKS,
Howard. Ensinando para Transformar Vidas. Belo Horizonte: Betânia, 1991, I43p. E outros livros constantes das
referências bibliográficas, ao final deste livro.
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O que não pode ocorrer de forma alguma é aquele tipo de palestra em que o
professor monopoliza o tempo sem dar oportunidade aos alunos de participarem.
Discussão
E talvez o método que mais tenha a ver com a natureza humana. Falar e
expressar seu ponto de vista é característica inerente a qualquer pessoa. Este método
consiste na apresentação de uma situação problema que será discutida por todo o
grupo na busca de uma solução. Não se trata de debate, mas de esforço conjunto
para a solução de um problema apresentado. Para que aconteça uma boa discussão, o
problema apresentado deve ser do interesse dos alunos, assim eles estarão
naturalmente motivados a emprestarem sua colaboração. A atitude do professor na
discussão deve ser mais no sentido de estimular a participação de todos e lembrar
que é fundamental o respeito às opiniões alheias. O professor observará os alunos
que não estão participando e oferecerá informações norteadoras e elucidativas para
ajudá-los no rumo da discussão.
Neste método um assunto é anunciado, definido e discutido. Depois as soluções
possíveis serão alistadas e se constituirão em alvo das reflexões e avaliações da
classe, agora com uma participação mais presente, embora não coercitiva, do
professor. Segue-se, então, a decisão final e a formulação de planos de ação.
O professor assume uma posição estratégica neste método. Se ele não souber se
comportar, agindo e interagindo com a classe, especialmente em momentos de
definições de rumo, pode-se chegar ao final da aula sem conclusão alguma
formulada acerca do problema proposto ou, o que é ainda pior, com um consenso
formado em torno de uma postura equivocada com relação ao problema. Para evitar
tal catástrofe, o professor há de organizar bem a aula, cronometrá-la e gerenciá-la
para que os resultados sejam satisfatórios.
Discussão em grupos
Difere do método anterior pelo fato de a discussão se processar em pequenos
grupos formados pelos alunos da classe. A filosofia é a mesma da do método
anterior, mas sua execução é diferente. Aqui aspectos diferentes de uma mesma
situação-problema são distribuídos para grupos menores discutirem.
Cada grupo terá um relator que anotará as decisões finais do mesmo, a fim de
prestar relatório para a classe. O relator também se responsabilizará por controlar o
tempo da discussão para não prejudicar as demais etapas do trabalho de cada grupo,
quais sejam: a identificação de possíveis soluções, a avaliação e a decisão final.
O tempo precisa ser bem administrado para se evitar ações precipitadas na
construção dos relatórios. Também o assunto dado precisa ser compatível com o
tempo designado. Cada grupo prestará seu relatório e a classe toda poderá apreciá-
los e ir somando aspecto por aspecto da situação-problema apresentada.
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Na utilização deste método, o professor circula de grupo em grupo tentando
ajudar com informações e orientações. Ele precisa monitorar bem o tempo e ajudar
os relatores dos grupos no momento da apresentação de seus relatórios. Assim, ao
final da aula, com a participação de todos, se verificará um substancial aprendizado
e amadurecimento dos alunos e do professor.
Outros métodos
Além dos métodos já expostos, existem vários outros que podem ser utilizados
nas classes da Escola Dominical. Há o de perguntas, que consiste na elaboração
prévia de perguntas que aguçarão a curiosidade intelectual dos alunos; o de debate,
que é a troca de opiniões em torno de um determinado tópico de estudo; a
dramatização é outro método que visa instigar os alunos a vivenciarem a realidade
do texto de forma mais intensa e se envolverem com a trama do mesmo etc.
O professor deverá escolher qual método é o mais apropriado para o tipo de lição
que irá ensinar, bem como qual se aplicaria com maior eficácia à natureza da sua
classe. É muito importante que o professor use variados métodos até identificar
aqueles que melhor se adaptam a seus alunos, motivando-os pesquisa e ao estudo da
Palavra de Deus.
Ainda existe a possibilidade de o professor mesclar vários métodos, usando-os
em momentos diferentes da aula, ou mesmo valendo-se de porções de um e de outro
para o melhor desenvolvimento da sua aula. O que não pode ocorrer é uma aula sem
método algum, pois a tendência nesses casos é uma perda de tempo enorme até que
a própria classe organize um método próprio, que nem sempre satisfará plenamente
as exigências da aula. Ter um método é escolher um caminho e sem um caminho
claramente definido é difícil chegar-se a algum lugar.
QUE GENTE DESINTERESSADA!
Como motivar seus alunos a se envolverem com o estudo da Bíblia
Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nestas coisas; porque,
fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem (1 Tm 4.16).
Os professores reclamam muito da falta de interesse dos alunos com as aulas da
Escola Dominical. Na verdade, há também bastante reclamação dos alunos sobre a
qualidade das aulas de seus professores. Parece que está faltando motivação para que
os alunos sintam vontade de frequentar o estudo em classe.
Não vamos aqui entrar no velho debate sobre a origem e a influência da
motivação no aprendizado, mas pretendemos oferecer algumas sugestões aos
professores de atitudes e procedimentos que podem contribuir para o despertamento
e o aumento do interesse dos alunos pelo estudo da Palavra de Deus nas classes da
Escola Dominical. Nossa tese é de que há algo que o professor pode fazer, existe
uma contribuição dele para acender ou reacender a chama do interesse dos alunos
pelo estudo da Bíblia. Vejamos, então, como um professor pode cooperar para que a
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experiência de estudar a Bíblia nas classes da Escola Dominical seja gratificante e
positiva para a vida dos alunos.
LEVE A SÉRIO O ESTUDO DA BÍBLIA
Quando um professor estuda a Bíblia com seriedade, o que implica fazê-lo em
profundidade, os alunos sentem o impacto e os efeitos disso durante a aula. Ao
notarem que o seu professor se aprofundou no estudo do texto bíblico a fim de se
preparar para lhes ensinar, os alunos, naturalmente, valorizam e se sentem
motivados a se dedicar mais ao estudo da Palavra de Deus. Por outro lado, ao
notarem superficialidade em seu professor, os alunos têm a tendência de se afastar
da classe e quando permanecem o fazem sem qualquer interesse pelo que o professor
está dizendo. Quem já foi aluno sabe que é horrível ter que assistir a uma aula de um
professor que demonstra claramente desconhecimento da matéria que deveria
ensinar e desprezo pela disciplina ministra. Da mesma forma, quando um professor
da Escola Dominical demonstra menosprezo pelo ensino das Escrituras, quando está
sempre despreparado, não pode nunca esclarecer as questões, está sempre adiando
problemas e age como se não estivesse nem aí para o que os alunos vão ou não
aprender, o resultado é simplesmente desastroso para a Escola Dominical e a igreja.
Só deve estar à frente de uma classe, alguém que esteja pronto para levar a sério o
estudo da Palavra de Deus.
SEJA PONTUAL E ASSÍDUO
Ao chegarem na classe, os alunos precisam ser saudados pelo professor. Ele é
sempre o primeiro a chegar. Já preparou o ambiente para o ensino do dia, já
verificou se tudo está em ordem: giz, tomadas, transparências, posição das carteiras,
iluminação, material didático etc. O professor deve começar e terminar sua aula
sempre no horário estabelecido, deve evitar atrasos e prolongamentos
desnecessários.
Se precisar faltar um dia, por motivo muito justo e absolutamente necessário,
deve preparar a classe para a sua ausência, informando com antecedência quem o
estará substituindo e preparando seu substituto para que aja da mesma forma,
cumprindo o horário. A pontualidade e a assiduidade do professor é elemento
motivador para a pontualidade e assiduidade dos alunos. Quando o professor não
leva a sério este aspecto do seu trabalho, a tendência é que os alunos façam o mesmo
e ainda critiquem-no pela falta de compromisso demonstrada.
DÊ AULAS CRIATIVAS E DINÂMICAS
Acima discorremos acerca de como é horrível assistir a uma aula de um
professor despreparado.
É muito desagradável participar, também, de aula chata, monótona, onde o
professor fala o tempo todo e de forma morosa. Ninguém agüenta! É horrível!
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Vivemos na época da velocidade, da instantaneidade, da agilidade de informação e
da automação em todos os segmentos da sociedade. Não se pode suportar letargia na
docência da Escola Dominical. As aulas precisam ser criativas, o professor tem de
colocar a cabeça para funcionar e pensar sobre formas atraentes e bem humoradas de
ministrar a Palavra aos seus alunos.
As aulas precisam ser dinâmicas. O professor não pode ficar estático na classe.
Movimentação, uso dos recursos já apresentados, novidades, tudo isso reacende a
atenção dos alunos. Você já reparou que um comercial de TV dura entre 15 e 30
segundos, já percebeu que neste curtíssimo espaço de tempo as agências de
publicidade lançam mão de tudo que podem para prender a atenção do telespectador:
música, movimento, cenas rápidas, palavras escritas etc. Você já observou que no
telejornalismo, o repórter muda de foco (para a direita, para a esquerda, mais de
perto e mais de longe) a cada 10 ou 15 segundos? Está provado que para prender a
atenção dos alunos num mesmo ambiente durante 50 minutos se faz necessário
muito dinamismo, caso contrário a aula fica chata e indesejada.
PLANEJE AULAS ENVOLVENTES
Aquele modelo de aula onde os alunos permanecem sentados, na mesma posição,
do começo ao fim, está complemente ultrapassado. Sabemos que em muitas igrejas
ainda se usa este sistema arcaico e negativo para o ensino na Escola Dominical.
Nosso desejo é que tais igrejas alcancem o progresso no que diz respeito ao ensino
bíblico. Cari Rogers apresenta uma interessante abordagem deste tema, versando
sobre O Processo Educacional e seu Futuro.[10] Ele compara o modelo tradicional de
ensino com o que chama de aprendizagem centrada na pessoa. Uma coisa que vale a
pena ser destacada aqui é que o tempo daquelas aulas onde o aluno, seu potencial,
seu conhecimento e sua cultura eram desconsiderados já ficou para trás e insistir
nisso é uma atitude infrutífera e fadada ao fracasso.
Na Escola Dominical as aulas precisam ser envolventes. Os alunos precisam se
sentir à vontade para contribuir, obviamente, que de uma maneira planejada e
facilitada pelo professor. Tanto na metodologia adotada quanto na sua aplicação, a
aula deve envolver os alunos de tal forma que gratifique a todos pelo sentimento de
ter participado da descoberta de verdades eternas.
NAO SE DESCUIDE DA APLICAÇÃO
Você se lembra que à aplicação nós sugerimos fossem dedicados 40% do tempo
da aula. Trata-se da parte mais importante da aula, do ponto de vista da utilidade
para a vida do aluno. A experiência mostra que quando o professor faz aplicações

10 – KOGERS, Cari R. Um jeito de Ser. São Paulo: EPU, 1983, p. 91-120.
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felizes, diretas e que, têm a ver com a realidade de vida de seus alunos, o interesse
pelo estudo da Bíblia cresce de forma visível e indiscutível. O aluno quer saber, em
última instância, o que aquele texto bíblico que lhe está sendo ministrado tem a ver
com a sua vida diária. Se o professor, ao aplicar a mensagem bíblica, consegue
saciar sua inquietação, o resultado será que a Bíblia se tornará um livro relevante e
pertinente para a sua realidade existencial.
Quando não acontece uma feliz e pertinente aplicação, a aula situa-se tãosomente
no plano teórico, sem demonstrar a importância dos ensinos bíblicos para o
aqui e agora dos alunos, condena-se ao esquecimento ou, quando apresenta
excelente nível de qualidade de informações, a um mero prazer intelectual
momentâneo e passageiro. Naturalmente que, para aplicar corretamente a lição, o
professor deve conhecer bem seus alunos e sua realidade de vida. Mais adiante
discutiremos isso, no momento, é importante que entendamos que a aplicação não
pode prescindir de um conhecimento razoável das necessidades dos alunos por parte
do professor. Aqui está uma das questões mais importantes no que se refere ao
professor da Escola Dominical. Ele é diferente do professor de matemática ou de
biologia da escola secular. O professor da Escola Dominical tem um compromisso
com a vida dos seus alunos e não apenas com o intelecto deles. Não está interessado
apenas em passar informações, deseja transmitir-lhes vida e, conhecendo-os bem,
será capaz de aplicar às suas vidas os princípios da Palavra de Deus.
VIVA O QUE VOCÊ ENSINA
Sem sombra de dúvida aqui está o principal elemento motivador dos alunos de
uma classe na Escola Dominical: a vida do professor. Quando o professor consegue
demonstrar, através de atitudes e comportamentos, que procura colocar em prática,
na própria vida, os princípios que ensina em classe, seus alunos verificarão que é
possível praticar a Bíblia no dia-a-dia.
Muitos professores se equivocam ao pensar que fora da sala de aula não são
observados por seus alunos. Na verdade, com o tempo todos os alunos observam
seus professores, e como é triste quando constatam que ele não dá a mínima
importância para o que lhes ensina dominicalmente. E pode-se notar com certa
clareza a catástrofe que é ter diante de uma classe da Escola Dominical alguém cuja
vida não se constitui num exemplo para os seus alunos. É o ante-ensino, um esforço
tremendo no sentido oposto aos objetivos e postulados da igreja de Deus. A atitude
do professor deve ser sempre de piedade e submissão à Palavra de Deus. Ao
encontrar algum ensino ou princípio bíblico que ainda não observa em sua própria
vida, deve ser humilde em começar a praticá-lo, assim ganhará mais autoridade
diante dos seus alunos e reforçará neles o sentimento do valor da Bíblia como
norteadora de suas atitudes e ações. Ao verem que o professor se esforça para viver
de acordo com a Palavra de Deus, serão motivados a fazer o mesmo. Tem se dito
muito que em nossos dias vivemos; uma crise de modelos sem precedentes na
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história. Isso chama nossa atenção, como professores da Escola Dominical, para a
responsabilidade que temos diante daqueles que assumimos como nossos alunos.
Somos j responsáveis por eles e pelo seu crescimento espiritual sadio e coerente.
SEJA UM CRENTE INTEGRADO À SUA IGREJA
Um professor da Escola Dominical que é um cristão genuíno e integrado à igreja
com a qual coopera, se constitui num tremendo instrumento nas mãos de Deus para a
edificação dos seus alunos. Seu envolvimento inspira seus alunos a se envolverem
com as coisas de Deus. Eis alguns aspectos desta integração que julgamos oportuno
salientar neste ponto:
Presença aos cultos e atividades da igreja
Um professor da Escola Dominical que não participa assiduamente dos cultos e
das atividades de sua igreja jamais cooperará com a motivação dos seus alunos em
prol dos objetivos da igreja. Será sempre um peixe fora d’água. Seus alunos
aprenderão com seu mau exemplo a serem membros alheios e desinformados,
sempre distantes da vida da igreja. Professores presentes aos cultos e aos trabalhos
da igreja são sempre bons exemplos de cooperação e integração.
Dizimista fiel
Voltamos a enfatizar que o professor da Escola Dominical precisa ser um
dizimista fiel. Ele entende a doutrina bíblica do dízimo e o concebe como o método
de Deus para o sustento da obra. Não é daquelas pessoas que vivem dando desculpas
para não dizimarem, nem aquele tipo de crente que se esconde atrás da orientação
neotestamentária segundo a qual cada um deve contribuir segundo propôs no seu
coração para nunca contribuir ou dizimar. Para estar à frente de uma classe da
Escola Dominical, na qualidade de professor, o crente precisa ser um fiel dizimista
ao Senhor.
Distante dos ventos de doutrinas
Vez por outra surgem no seio da igreja pessoas ou grupo de pessoas com
tendências doutrinárias diferentes daquelas estabelecidas e aceitas pela igreja. A
pessoa, normalmente, se sente insatisfeita com sua igreja e passa a freqüentar outra
de confissão diferente. Não satisfeita em ficar na nova igreja volta à de origem para
conquistar simpatizantes e tentar convencê-los do erro das doutrinas que professam.
Se um crente deve abster-se de qualquer aproximação dessa natureza, que se dirá de
um professor da Escola Dominical. Ele nunca deve se envolver com este tipo de
movimento, pelo contrário, tem de permanecer firme nas doutrinas que abraçou com
sua igreja. O professor desempenhará o papel de mestre, tirando dúvidas e
demonstrando aos seus alunos e demais membros da sua congregação as bênçãos da
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fidelidade doutrinária.
Eticamente correto em sua vida Fiel cumpridor dos seus deveres e da sua
palavra, o professor da Escola Dominical procura sempre dar um bom testemunho
diante da sociedade. Dentro da igreja não se envolve em maledicências, fofocas,
conspirações e maquinações que só destroem os laços de fraternidade cristã. Vale a
pena fazer uma leitura criteriosa do texto de Provérbios 6.16-19 para constatar como
Deus abomina os que enveredam por este caminho. Como professor, o crente sabe
que sua vida é um referencial constante para os demais, entende que nunca pode ter
seu nome envolvido em situações ambíguas ou de caráter duvidoso. Sendo exemplo
diante de seus alunos na conduta ética, o professor também os estará motivando ao
estudo das Escrituras.
Não foram apresentadas aqui técnicas de motivação, até mesmo porque há ainda
muitas dúvidas sobre sua eficácia prática para o aprendizado. No entanto, vimos
atitudes motivadoras do professor para com seus alunos. Cremos que, à medida que
o professor for se esmerando nessas atitudes, seus alunos serão estimulados a uma
vida cristã autêntica e dinâmica sob o senhorio de Jesus Cristo.
BÍBLIA: QUE LIVRO COMPLICADO!
Como interpretar e estudar a Bíblia, descobrindo suas maravilhas.
Aplica-te à leitura, à exortação, e ao ensino (1Tm 4.13).
Estamos distantes do mundo da Bíblia cultural, geográfica e cronologicamente.
Este fato naturalmente dificulta o entendimento das Escrituras, pois como entender
hoje, quase dois mil anos depois de Cristo, escritos datados de até 3.500 anos atrás?
Daí a razão pela qual muitas pessoas não conseguem compreender bem a Palavra de
Deus e a têm como difícil e complicada.
Por esse mesmo motivo, entende-se também o surgimento de tantas heresias e
distorções teológicas, pois tentando interpretar a Bíblia sem critérios sérios muitos
acabam por afirmar doutrinas e posturas que realmente a Bíblia não apóia nem
autoriza.
A única maneira de alguém compreender a Palavra de Deus é dedicar-se ao seu
estudo de forma zelosa e disciplinada. Como disse Paulo Freire: “estudar é,
realmente, um trabalho difícil. Exige de quem o faz uma postura crítica, sistemática.
Exige uma disciplina intelectual que não se ganha a não ser praticando-a.”[11]
Só será possível entender a Bíblia, portanto, com um trabalho sério, lançando
mão dos princípios de interpretação universalmente aceitos e difundidos. São
princípios que, uma vez observados, abrem diante do estudante as portas de acesso à
verdade eterna. Deus, pelo seu Espírito Santo, capacita o ser humano a compreender
o texto sagrado através da utilização destes princípios.

11 – FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Libertação. 5ª. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981, p. 9.
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ALGUNS TERMOS-CHAVES
Antes de uma exposição dos princípios de interpretação da Bíblia, vamos
proceder a uma definição de termos, tanto para evitar confusão no entendimento
como para situar o amado leitor, ajudando-o a se localizar no espectro da revelação
de Deus.
REVELAÇÃO – Há hoje o uso desta palavra de forma completamente diferente
do seu sentido original. A palavra revelação no Antigo Testamento é galah e
significa descobrir, mostrar o que está encoberto. No Novo Testamento a palavra é
apokálypsis, que significa tirar o pano ou puxar a cortina.
A idéia é a do momento em que no teatro grego as cortinas eram puxadas e a
platéia podia ver o que estava por trás, escondido. Teologicamente, revelação é o ato
de Deus em que ele se dá a conhecer ao homem. É o próprio Deus quem se revela ao
ser humano e o faz de forma geral, por meio da natureza que ele criou (SI 19.1) e, de
forma especial, através do seu filho Jesus (Jo 1.18).
INSPIRAÇÃO – Ao revelar-se, Deus desejou que as gerações futuras tivessem
acesso à sua revelação. Por esta razão ele capacitou homens a registrarem a sua
revelação. A essa capacitação chamamos inspiração. Por isso lemos em 2Timóteo
3.16 que “toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para
repreender, para corrigir, para ensinar em justiça”. A expressão divinamente
inspirada é tradução do grego theopneutos (theós [Deus] + pneutos [sopro]), com
sentido de que a Escritura tem sua origem no próprio Deus que a transmitiu ao
homem para que ele a registrasse. O resultado da inspiração é a Bíblia Sagrada, que
tem sido sabiamente definida como o registro da revelação de Deus.
ILUMINAÇÃO – Deus se revelou e inspirou homens para registrarem sua
revelação. Porém, com o passar dos anos, o sentido do que foi registrado corria o
risco de se perder e as gerações futuras ficarem privadas do registro da revelação de
Deus. Assim sendo, ao longo dos séculos e dos milênios, Deus tem capacitado
pessoas a interpretarem o registro de sua revelação, a Bíblia. A isso chamamos
iluminação: Deus usando homens para interpretarem sua Palavra.
A este conjunto de definições alguns chamam tríade revelatória. Observe que não
há mais revelação, no sentido teológico da palavra, o que Deus desejou revelar ao
homem sobre si, já o fez.
Também não há mais inspiração, o que deveria ser registrado da revelação de
Deus, já o foi. O que existe hoje é iluminação. Deus continua e continuará
capacitando e usando pessoas para interpretarem a sua Palavra. [12]

12 – Para uma explanação mais exaustiva dos conceitos descritos, ver VIERTEL, Weldon E. A Interpretação
da Bíblia. Rio de Janeiro: Juerp, 1979, 200p.
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É precisamente neste contexto de iluminação que se insere a tarefa do professor
da Escola
Dominical como intérprete da Bíblia. O Espírito Santo há de iluminar o professor
para que, valendo-se dos princípios de interpretação da Bíblia, entenda e transmita
aos seus alunos a Palavra de Deus.
PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA
Como intérprete da Palavra de Deus, o professor da Escola Dominical cumpre
uma sublime missão. Primeiro porque ao cumpri-la mergulhará no maravilhoso
mundo da Bíblia; depois, porque descobrirá verdades e princípios eternos que
influenciarão e moldarão, em primeira instância, a sua própria vida e, finalmente,
porque sentirá a felicidade de passar aos seus alunos não algo vago ou produto da
pesquisa de outrem, mas sim o resultado do seu próprio trabalho de investigação.
Estes princípios certamente ajudarão o professor no seu trabalho de estudo das
Escrituras:
Princípio do contexto
De acordo com este princípio, cada texto pertence a um determinado contexto,
razão pela qual não pode ser interpretado isoladamente. O professor precisará
identificar o contexto imediato, ou seja, o trecho ou o capítulo bíblico no qual o
texto se insere; e também o contexto amplo, ou seja, a seção do livro bíblico, ou até
mesmo o livro bíblico, a que o texto pertence. Todo texto bíblico é coerente com
seus contextos imediato e amplo. Compreendendo o sentido do seu contexto, o
professor terá melhores condições de interpretar o texto.
Vai aqui um alerta para que tomemos cuidado com grupos e líderes religiosos
que fundamentam suas doutrinas e seus ensinos em textos isolados da Bíblia
ignorando completamente o contexto dos mesmos. Vai também aqui uma palavra de
cautela com relação à famosa caixinha de promessas, tão difundida no meio
evangélico. Lembremo-nos de que cada um daqueles versículos tem um contexto, o
qual muitas vezes estabelece condições e critérios para o cumprimento da promessa.
Apegar-se a textos e querer interpretá-los fora do seu contexto constitui grave erro
no campo da hermenêutica bíblica.
Princípio gramatical
Seguindo este princípio, o professor se preocupará com o significado de palavras
e expressões do texto. Muitas vezes, quando estudamos o significado de uma palavra
ou de uma expressão do texto, descobrimos nuanças importantíssimas para sua
interpretação. Além disso, com o passar dos séculos e dos milênios, o uso e o
sentido das palavras sofreram alterações, de modo que o professor precisará recorrer
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a instrumentos de pesquisa para compreender o sentido do texto para os seus
destinatários originais. Só depois de saber o que o texto significou para seus leitores
primeiros, é que o professor poderá descobrir o seu significado para os de hoje.
A pesquisa gramatical enfatiza, portanto, o sentido das palavras e sua função
dentro do texto.
Concentra-se na identificação deste significado, por isso sujeitos, verbos,
predicados, pontuações, pronomes, adjetivos, etc. fazem o universo deste importante
princípio para a interpretação das Escrituras.
Devemos lembrar que a Bíblia foi escrita originalmente em três línguas:
hebraico, aramaico e grego. A Bíblia que temos em nossas mãos é, portanto, uma
tradução. Mister se faz então um trabalho muito sério e dedicado para que o
significado das palavras e o sentido das expressões do texto estejam bem claros na
mente e no coração do professor.
Muitas vezes notamos que o problema não chega nem a ser de interpretação, mas
de leitura. Uma leitura malfeita dificultará consideravelmente o entendimento do
texto. O professor precisa cuidar bem da leitura do texto, observar a pontuação, os
tempos verbais, os plurais etc. Um texto bem lido, bem entendido, é meio caminho
andado para ter uma interpretação eficaz.
Princípio histórico
Todo texto a ser estudado foi produzido em uma determinada realidade histórica,
ou seja, tem a ver com determinadas situações sociais, culturais, geográficas,
políticas e até filosóficas. Assim sendo, para que o professor da Escola Dominical
possa compreender bem o texto bíblico, deverá entender o contexto histórico em que
ele foi produzido e também o contexto a que ele se refere.
É muito importante que o professor não se descuide deste princípio, pois muitas
coisas são por ele clarificadas na Palavra de Deus. Por exemplo, os nomes de lugares
como Samária, Jerusalém; de partidos políticos e de seitas como os fariseus e
saduceus; problemas sócio-culturais como a dissensão entre os judeus e os
samaritanos na época de Jesus etc. O contexto histórico precisa ser bem entendido
para que o texto bíblico seja corretamente interpretado.
Para observar de modo satisfatório este princípio, o professor precisará lançar
mão de enciclopédias bíblicas, manuais, dicionários e comentários sobre os livros da
Bíblia. Daí pontuamos desde já a importância do professor formar sua biblioteca
particular, com todos estes instrumentos úteis para a pesquisa bíblica. [13]

13 – Ao final deste livro você encontrará uma sugestão de biblioteca básica para o professor da Escola Dominical.
Para constituí-la você poderá fazer um plano e ir comprando as obras à medida que os seus recursos permitirem.
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Princípio teológico
De acordo com este princípio, o professor deverá observar em cada texto bíblico
que estudar os aspectos doutrinários. O que o texto em estudo diz sobre Deus, Jesus
Cristo, o Espírito Santo, a criação, o pecado, a salvação, a igreja, as últimas coisas
etc. Todo o texto sagrado está eivado de informações de caráter doutrinário, os
quais, ao serem entendidos, vão construindo uma concepção teológica do próprio
estudante das Escrituras. Em cada texto há algo sobre alguma doutrina que precisa
ser destacado e aprendido.
Aqui está um dos princípios mais importantes para uma boa interpretação da
Palavra de Deus. O crescimento doutrinário dos alunos da Escola Dominical está
diretamente vinculado ao uso adequado deste princípio, pois se o professor não
souber observá-lo, as ênfases doutrinárias ou teológicas do texto poderão ficar de
lado ou serem tratadas de forma inadequada. A conseqüência será a perda de
preciosa oportunidade para o crescimento doutrinário dos alunos.
Princípio prático
Considerando a já destacada distância entre o mundo da Bíblia e o de hoje, o
professor não pode deixar de levar em consideração a realidade vigente na
interpretação do texto bíblico. Assim, os princípios e as verdades bíblicas aprendidas
deverão’ ser aplicadas de modo correto às necessidades do ser humano da época
atual.
Os princípios anteriores ajudarão muito o professor a compreender melhor o
mundo da Bíblia, o princípio prático o ajudará a aplicar as lições aprendidas ao
mundo de hoje. Desta forma, evita-se que a interpretação seja uma mera
reconstrução histórico-filosófica e, conseqüentemente, irrelevante para o homem dos
dias atuais [14].
É através do uso deste princípio que o professor descobrirá como tornar a Bíblia
um livro pertinente e relevante para o homem de hoje. Esta ponte entre o mundo da
Bíblia e o de hoje trará até- a realidade de vida dos alunos da Escola Dominical os
eternos ensinamentos da Palavra de Deus. Numa interpretação correta da Bíblia, o
aspecto prático não pode ser ignorado ou desmerecido.
MÉTODOS DE ESTUDO BÍBLICO
Além de conhecer os princípios de interpretação da Bíblia, o professor precisa
aprender também os di versos métodos para o seu estudo. São caminhos, alternativas
várias, que foram desenvolvidas e testadas, com o fim de auxiliarem o estudante

14 – Para uma visão prática sobre a aplicação da Bíblia aos problemas e situações contemporâneos, ver DORNAS,
Lécio. O Jornal e a Bíblia. Cuiabá: Edição do Autor, 1996, 102p.
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nesta maravilhosa tarefa de descobrir as verdades da Bíblia.
Convém salientar, no entanto, que os princípios de interpretação precisam ser
observados independentemente do método de estudo escolhido. Não se pode
confundir os métodos para o estudo da Bíblia com os princípios para sua
interpretação. Estes cuidam da descoberta de significados, aqueles tratam de
estratégias de pesquisa. Ambos são importantes para o trabalho do professor da
Escola Dominical, mas precisam ser levados em conta considerando a natureza e o
escopo de cada um.
Enumeraremos os principais e mais difundidos métodos para o estudo da Bíblia.
Sabemos que existem outros e que a cada dia surgem novos[15]; contudo, os que aqui
analisaremos constituirão importante fonte de informação e ajuda para o professor
da Escola Dominical.
O estudo de um versículo da Bíblia
É possível estudar um versículo da Bíblia. Note bem que estamos usando o verbo
estudar, ou seja, descobrir o significado de um versículo à luz dos princípios de
interpretação da Bíblia que vimos anteriormente. Não se trata aqui de tratar
isoladamente um versículo para dele extrair doutrinas ou dogmas, mas sim a partir
dele chegar à descoberta de princípios e verdades eternos.
Para se estudar um versículo da Bíblia, deve-se seguir os seguintes passos:
1. Identifique e examine o contexto – Descubra toda a porção bíblica a que
pertence o versículo.
Situe geográfica, social e culturalmente o contexto. Esteja bem seguro quanto ao
momento histórico a que o versículo faz referência e entenda-o à luz desta situação
histórica.
2. Investigue o texto – Isso significa fazer perguntas ao texto. Anote suas
observações, dúvidas, aplicações e eventuais dificuldades sobre o texto. Investigue
tudo o que puder sobre as informações e inferências do texto. Fique certo de que
entendeu o máximo possível sobre o significado do texto.
3. Reescreva o versículo com suas próprias palavras – Depois de o haver lido e
estudado bastante, tente agora reescrevê-lo usando o seu vocabulário comum,
mesmo que você precise de mais ou menos palavras e ainda que necessite citar
algum exemplo para explicar o que leu. Faça uma redação própria do versículo.

15 – Para um aprofundamento maior sobre métodos de estudos bíblicos, ver HEN RICHSEN, Walter A. Métodos de
Estudo Bíblico. 5a. ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1993, 117p.
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4. Examine as referências – Usando sua Bíblia, identifique as referências que
constam do seu versículo. Leia cada uma delas. Isso possibilitará a você ver outras
idéias e situações atinentes ao texto ou ao seu contexto.
5. Selecione aplicações – Dentre as lições que você descobriu no texto que
estudou, selecione aquelas que lhe falaram ao coração de forma mais direta. Pense
nos seus alunos, vejam quais lhe parecem mais úteis. Depois, dentre todas as
aplicações selecionadas, escolha uma, a que de fato lhe falou com maior impacto.
O estudo de um capítulo da Bíblia
A preocupação central do professor ao escolher este método é a de descobrir o
máximo que um determinado capítulo pode lhe ensinar. Há capítulos bíblicos que
foram muito difundidos e ficaram famosos, mais conhecidos do que os demais.
Assim, temos o capítulo da criação (Gn 1), o dos dez mandamentos (Ex 20), o do
bom pastor (Sl 23), o do amor (1Co 13), o dos heróis da fé (Hb 11) etc.
A verdade, porém, é que em praticamente todos os capítulos da Bíblia há muitos
ensinamentos e lições preciosas para nossas vidas. Por esta razão, temos um método
para estudá-los. Para extrair o máximo de um capítulo da Bíblia, siga os seguintes
passos:
1. Leia o capítulo com atenção:
O ideal é que sejam várias leituras, em versões diferentes da Bíblia. O objetivo é
de o professor se familiarizar bem com o texto. Numa folha à parte, escreva suas
observações, dúvidas e possíveis aplicações. Tudo o que for encontrando durante as
leituras.
2. Identifique a estrutura do capítulo
Significa identificar os assuntos tratados no capítulo, separando-os de modo a
poder tratá-los individualmente. Esta estruturação vai ajudar o professor a conhecer
o progresso ou a evolução do pensamento do autor naquele capítulo, bem como
compreender a seqüência do mesmo. Continue trabalhando com a folha à parte,
anotando observações e detalhes do texto.
3. Verifique o contexto
O que quer dizer, neste caso, o livro todo onde o capítulo está inserido. Quais são
as informações disponíveis sobre o livro, seu propósito, sua mensagem, situação
histórica em que foi escrito etc. Cada capítulo desempenha um papel e cumpre uma
missão dentro do livro todo. Especialmente quando se está estudando um daqueles
capítulos mais conhecidos, se faz necessário muito cuidado para não tratá-lo
isoladamente, desconsiderando, assim, o seu contexto.
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4. Pergunte ao texto
Como no método anterior, questione tudo e investigue ao máximo o texto em
estudo. Use a folha na qual você vem fazendo anotações para lhe ajudar agora a
inquirir o texto. Quanto mais ampla for sua pesquisa neste passo, mais profundo será
o seu estudo do capítulo.
5. Amplie o horizonte da pesquisa
Descubra o que outras passagens bíblicas têm como contribuição para um bom
entendimento dos assuntos identificados no capítulo. As referências poderão ajudar
aqui, bem como outros materiais de apoio já mencionados.
6. Esquematize o estudo
Agora, o professor já poderá fazer uma lista dos assuntos do capítulo, destacando
em cada item as lições ou aplicações que sejam realmente importantes para a sua
vida e para a de seus alunos. Ao final deste passo, o professor terá um esboço pronto
e poderá ensinar o capítulo bíblico estudado.
O estudo de um assunto da Bíblia
Às vezes o professor estará diante não de um texto bíblico, mas sim de um
assunto para ser estudado. Precisará de um método que se fundamente não em uma
passagem determinada, mas num assunto específico. Fé, santidade, pecado,
mordomia, adoração, missões são alguns exemplos de tópicos passíveis de serem
estudados à luz da Bíblia. Veja os passos para o estudo de um assunto bíblico.
1. Delimite a abrangência do estudo
Diante de um assunto a ser estudado, é necessária a delimitação da abrangência
do seu estudo.
Por exemplo, se o professor deseja estudar sobre pecado, vai demorar muito para
estudar o tópico em toda a Bíblia, por isso sugerimos a delimitação. Assim, poderá
estudar o pecado à luz dos Evangelhos, ou de uma determinada epístola, até mesmo
de um determinado período histórico. O importante é que a delimitação torne
factível o estudo.
2. Descubra as passagens pertinentes
Usando uma boa concordância e um bom dicionário bíblico, localize os textos
que tratam do assunto a ser estudado, dentro da delimitação feita. Procure ser o mais
completo possível neste passo, para que seu estudo também seja bem abrangente.
3. Entenda o contexto das passagens
Talvez seja o passo mais trabalhoso, mas o professor deverá fazer um estudo do
contexto de cada passagem alistada. Isso lhe dará uma visão da realidade histórica
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que abrigava a compreensão do seu tópico exposta no texto. Sem este passo, o
estudo correrá o risco de se transformar num emaranhado de textos unidos por
palavras e não por significado, o que seria inútil.
4. Anote observações e aplicações
Numa folha à parte, escreva tudo o que cada passagem diz acerca do assunto,
bem como anote observações e aplicações práticas a respeito do tópico em estudo.
5. Organize seu estudo
Faça um esboço abrangendo tudo o que você aprendeu sobre o assunto estudado,
trabalhe de forma a facilitar o entendimento progressivo do assunto.
6. Identifique informações novas
Escreva as coisas novas que descobriu sobre o assunto. Faça uma lista de
ensinamentos práticos e importantes que o estudo lhe ensejou. Faça um propósito
diante de Deus de praticar as novas lições aprendidas durante o estudo. Compartilhe
com seus alunos, de forma ordenada e seqüencial, o que você aprendeu.
O estudo de um personagem bíblico
Talvez este seja um dos métodos mais fascinantes para o estudo da Bíblia. Seu
propósito principal é descobrir informações sobre a vida de um personagem bíblico,
com o objetivo de aprender, com suas fraquezas e virtudes, lições a serem aplicadas
à própria vida de estuda. Veja como este método pode ser usado.
1. Escolha o personagem e aliste passagens bíblicas
Ao escolher um personagem bíblico, use uma concordância e um dicionário
bíblico para alistar as passagens que tratam da vida dele e a ele fazem referência. As
referências da própria Bíblia o ajudarão.
2. Faça um resumo da vida do personagem
Depois de ler cada texto alusivo ao personagem que você está estudando, escreva
numa folha, com suas próprias palavras, um resumo da vida dele. Este procedimento
vai auxiliá-lo no entendimento do desencadeamento dos fatos que marcaram a vida
do personagem.
3. Identifique fraquezas e virtudes
Usando cada passagem que você alistou, em uma folha dividida em duas
colunas, coloque em uma as fraquezas e na outra as virtudes do personagem.
4. Compare-se com o personagem
Vejam quais são os pontos comuns e os incomuns entre você e o personagem
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estudado. Descubra, com as passagens bíblicas alistadas, como o personagem reagiu
diante de situações que realçaram suas fraquezas e também como lidou com aquelas
em que mostrou suas virtudes. Assim, descubra o que Deus tem a lhe ensinar sobre
suas próprias fraquezas e virtudes.
5. Organize a biografia do personagem
Separe por épocas, acontecimentos ou estágios a vida do personagem. Faça isso
de tal forma que, ao olhar para seu esboço, a vida e os ensinamentos extraídos da
vida do personagem lhe venham claramente ao coração.
LIVRO COMPLICADO?
Agora, diante do que foi apresentado neste capítulo, o professor da Escola
Dominical compreende que a Bíblia não é um livro assim tão complicado. Basta
determinação e disciplina para interpretá-la e estudá-la corretamente e as suas
maravilhas logo aparecem. A alegria e a satisfação de descobrir os tesouros da
Palavra do Senhor e o sentimento de felicidade ao ver seus alunos com o coração
ardendo pelas Escrituras hão de recompensar o professor, de forma a que se sinta
também gratificado por cumprir com zelo e alegria o seu dever O professor com
júbilo, como fez o salmista: “Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o
dia todo” (Sl 119.97).
MINHA IGREJA NÃO VALORIZA A ESCOLA DOMINICAL
Como ajudar sua igreja a crescer através da Escola Dominical
Abra a sua boca com sabedoria, e o ensino da benevolência estará na sua língua
(Pv 31.26).
Tenho notado uma reclamação generalizada. São professores reclamando que
seus alunos não estudam a lição nem fazem as leituras diárias; são alunos
reclamando de professores despreparados que dão aulas monótonas e sem
motivação; são pastores se queixando da falta de líderes para a Escola Dominical;
são líderes reclamando da falta de apoio dos seus pastores etc. Parece que ninguém
está satisfeito com o desempenho atual da Escola Dominical. Se pararmos para
analisar, cada crítica tem certo grau de fundamento, todos têm algum nível de razão,
a partir de sua perspectiva.
O fato é que a Escola Dominical vive dias de indiferença por parte de muitos.
Realmente, precisamos construir um escala para identificar onde começa esta cadeia
de desinteresse pelo estudo das Escrituras nos arraiais da igreja. Sabemos, pela
experiência de muitos anos ministrando em diversas partes do país e no exterior
sobre o ensino na Escola Dominical, que vivemos hoje uma realidade bem diferente
da de algumas décadas atrás. Ê do conhecimento de todos que há trinta ou quarenta
anos, o número de alunos matriculados nas classes da Escola Dominical de uma
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igreja era quase sempre maior do que o número de membros da mesma. Hoje tal
realidade é muito rara. O que teria ocorrido? Tudo leva a crer num processo de
desmotivação que não encontrou, ao longo dos anos, antídoto suficientemente eficaz
para revertê-lo. Ao que parece, algumas coisas foram acontecendo que resultaram no
afastamento de muitos e no desinteresse de outros pela Escola Dominical.
Não vamos nos alongar aqui em identificar os motivos de tal arrefecimento, mas
um dos principais fenômenos que entendemos ter contribuído para esse quadro foi a
perda de um dos principais objetivos da Escola Dominical, a evangelização.
Em 1963, o Dr. J.N. Barnette escreveu o livro The Place of Sunday School in
Evangelism (O lugar da Escola Dominical no evangelismo) [16], em que discute com
propriedade e profundidade o papel desempenhado pela Escola Dominical no
cumprimento da grande comissão de Mateus 28.18-20.
Em 1981, o Dr. Harry Piland foi o organizador de um livro que foi publicado
com o título Growing and Winning through the Sunday School (Crescendo e
vencendo através da Escola Dominical) [17]. Trata-se de um livro cujos capítulos
foram escritos pelos principais líderes americanos, peritos no ministério da Escola
Dominical, homens como James Frost, Eugene Skelton, Bernard Spooner, Harry
Piland, John Sisemore e Lucien Coleman, Jr. Todo o livro é voltado para a
instrumentalização da Escola Dominical para a evangelização e o conseqüente
crescimento da igreja. Inclusive, num capítulo primoroso o Dr. Lucien E. Colemann,
Jr escreveu sobre “Teach the Bible to Win the Lost and Develop the Saved” (Ensinar
a Bíblia para ganhar os perdidos e desenvolver os salvos) [18], em que deixa claro
que a mesma Bíblia, com sua vigorosa e objetiva mensagem, evangeliza os perdidos
e aperfeiçoa os crentes.
Em 1983, foi a vez do Dr. John T. Sisemore escrever seu livro Church Growth
through the Sunday School[19] (Crescimento da igreja através da Escola Dominical).
Neste livro, ele demonstra como a igreja pode aproveitar o potencial evangelizador
da Escola Dominical. Fica claro que, sendo fiel ao seu objetivo evangelizador, a
Escola Dominical proverá a igreja local de um crescimento tal que a forçará a
ampliar sua visão, seu espaço físico e sua estratégia de ministração aos crentes e
não-crentes.
Desde sua gênese com Robert Raikes (1736-1811), na Inglaterra, a Escola
Dominical foi dirigida a crianças fora do ambiente da igreja. Eram crianças que
estavam nas ruas aprendendo coisas ruins e sendo formadas pela vida das ruas na escola
da imoralidade e da desonestidade. Raikes investiu num projeto que visava tirar as
crianças das ruas no dia em que elas lá permaneciam por mais tempo: o domingo.

16 – BARNETTE, J.N. The Place of Sunday School in Evangelism. Nashville: Broadman, 1963.
17 – PILAND, Harry(Compi\er).Growingand Winning throughthe Sunday school. Nashville: Convention 1981, 251
p.
18 – PILAND, Harry (Compiler). op. cit. p. 175-197.
19 -19 SISEMORE, John T. Church Growth the Sunday School. Nashville: Broadman, 1983, 156p.
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Pouco a pouco, a Escola Dominical de Raikes foi crescendo e sua idéia se espalhou
de tal forma que há notícias de que em 1831, 20 anos após sua morte, havia na Grã-
Bretanha escolas dominicais que, unidas, envolviam no estudo da Palavra de Deus,
semanalmente, perto de 1.250.000 crianças (aproximadamente 25% da população!)
[20].
A irmã Cathryn Smith, vida gasta no Brasil pela causa da Educação Religiosa,
foi a organizadora do Programa de Educação Religiosa da Convenção Batista
Brasileira que agora, em sua 6ª edição, foi revisado, atualizado e ampliado[21].
Discutindo sobre as tarefas da Escola Dominical, o livro é contundente ao afirmar
que esta organização “é a agência evangelizadora por excelência na igreja”[22].
Ainda entre os batistas, no Congresso Batista Brasileiro, realizado em 1991, no
Rio de Janeiro, o tema da Educação Religiosa foi exposto por três preletores e
amplamente discutido num Grupo de
Aprofundamento que, ao final, apresentou como parte de suas conclusões: “Que
se dê ênfase à EBD como agência evangelizadora”[23]. Em 1993, aconteceu o I
Congresso Batista Brasileiro de Escola Dominical, também no Rio de Janeiro, onde
se procurou chamar a atenção para a importância da Escola Dominical para a
viabilização do crescimento integral da igreja.
Entretanto, não obstante a história e a fundamentação teórica da Escola
Dominical, o fato é que, com o passar dos anos, as igrejas evangélicas do Brasil
foram abandonando o seu ideal evangelizador. É incrível, mas hoje a maior parte do
material didático preparado para a Escola Dominical tem linguajar e filosofia
editorial voltada para os membros da igreja. Na própria realidade íntima da igreja, a
ênfase na Escola Dominical é quase que totalmente direcionada para os crentes.
Entendemos, em parte, a questão da ênfase evangelística aos domingos à noite,
em boa parte das igrejas evangélicas do Brasil. O que não entendemos é o
desperdício da oportunidade de evangelizar amigos, vizinhos e parentes através do
estudo da Palavra de Deus.
A conseqüência desse abandono do desideratum evangelístico da Escola
Dominical é que hoje são raras as igrejas evangélicas no Brasil que têm um número
de matriculados na Escola Dominical sequer igual ao de seus membros. Na grande
maioria das igrejas, trava-se; uma verdadeira batalha para que pelo menos os
membros sejam alunos da Escola Dominical.
Muito se tem discutido sobre como reverter este quadro e retomar para a Escola

20 – TOWNS, Elmer. Towns Sunday Encydopedia. Wheaton: Tyndale, 1993, p. 457-458.
21 – SMITH, Cathryn. Programa de Educação Religiosa. 6a. ed, Revista e Atualizada, Rio de Janeiro: Juerp, 1995,
112p.
22 – SMITH, Cathryn., op. cit, p. 53.
23 – Com os Olhos no Futuro – Teses do Congresso Batista Brasileiro. Rio de Janeiro: Juerp/Conselho de
Planejamento e Coordenação da CBB, 1991, p.203.
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Dominical o valor que a ela deve ser dedicado pela igreja. Com o propósito de
contribuir para a melhoria do quadro atual, vamos oferecer algumas sugestões para o
resgate do valor da Escola Dominical na vida da igreja local. Ao fazê-lo, estamos
pensando não apenas no professor, mas nos líderes em geral de uma igreja que
deseja crescer através da Escola Dominical.
CONQUISTE O PASTOR
O ponto de partida precisa, necessariamente, ser o pastor da igreja. Está mais do
que constatado que se o pastor está à frente tudo é bem mais fácil. Ele precisa ser
conquistado pelos educadores da igreja. Em muitos casos o pastor não tem qualquer
formação educacional, muitos têm uma visão distorcida, voltada somente para a
evangelização. Há os que sequer mostram interesse pela Escola Dominical.
Assim, o primeiro passo é chamar o pastor e mostrar a ele a importância e o
potencial da Escola Dominical.
Muitos pastores não ajudam a Escola Dominical simplesmente porque não
sabem como fazê-lo.
Nesse caso é importante que os educadores da igreja o instruam com sabedoria,
informando a ele quais seriam suas atribuições como supervisor geral do programa
educacional da igreja.
Por sua vez, o pastor precisa ter humildade e discernimento espiritual para
cooperar com os líderes e educadores de sua congregação, no afã de dinamizar a
Escola Dominical. Se for sábio, além de uma equipe bem motivada e disposta, o
pastor experimentará como é maravilhoso e seguro o crescimento que nasce do
trabalho de uma Escola Dominical dinâmica.
CONSCIENTIZE OS PAIS
O próximo passo é atingir o coração dos pais. É preciso mostrar-lhes que, através
da Escola Dominical, a igreja está lhes ajudando na educação religiosa dos seus
filhos. Eles precisam entender que devem investir na vida espiritual de seus filhos
desde a infância, pois se a criança aprende a gostar da igreja, da classe, das pessoas
da igreja; ao crescer tenderá a integrar-se ainda mais. Se na infância a criança não
for ensinada a gostar da igreja se afastará completamente na primeira chance que
tiver.
Os pais precisam compreender que é através do seu exemplo e do seu estímulo
que os filhos assimilarão a importância da igreja em suas vidas. Aqui entram em
destaque o culto doméstico, a disciplina e a responsabilidade para com Deus, a
oração em família e os diálogos entre pais e filhos acerca de Deus e do
Evangelho[24]. Se os educadores da igreja conseguirem atingir o coração dos pais, ao
ponto de fazê-los entender que precisam levar a sério a Escola Dominical, tanto para

24 – AZEVEDO, Israel Belo de. Descubra Agora Como Viver Bem em Família. São Paulo: Exodus, 1997, 80p.
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si próprios quanto para os seus filhos, então, um novo e bonito começo se avizinha.
BUSQUE A JUVENTUDE
Em muitas igrejas a juventude está alheia a tudo o que acontece. Não se envolve,
não participa, não se interessa. A igreja, por seu lado, ignora o fato, agindo como se
nada estivesse acontecendo.
Notamos que de há muito tem caído a presença jovem na Escola Dominical.
Os educadores, apoiados pelo pastor da igreja, precisam abrir o diálogo com a
juventude, descobrir o que está havendo, encontrar saídas em conjunto. Em muitos
casos a secularização dos jovens é a principal causa do seu afastamento, mas não
conclua isso sem antes conversar com a juventude. Pode estar havendo desinteresse
em função de quem está ensinando ou por causa dos assuntos apresentados, do
horário etc. Sentando-se à mesa juntos, pastor, educadores e jovens, certamente
surgirão caminhos que poderão mudar o quadro vigente.
Querer forçar os jovens a chegar mais cedo para a Escola Dominical, fechar as
portas para o diálogo, ignorar o fato, adotar uma postura de crítica e queixas; nada
disso resolverá o problema. Os jovens precisam ser despertados e convencidos,
através do diálogo e do respeito mútuo, quanto ao valor e a importância da Escola
Dominical para suas vidas.
MOTIVE OS PROFESSORES
Tudo pode estar absolutamente correto: alunos presentes, material didático
apropriado, ambiente de ensino adequado etc, mas se o professor não estiver
preparado e motivado, tudo vai se perder. É, exatamente isso que tem acontecido em
muitas igrejas, o despreparo e a desmotivação de professores têm colocado a perder
todo empenho, inclusive financeiro, que as mesmas têm empregado em favor da
Escola Dominical.
O Dr. Charles A. Tidwell, uma das pessoas mais respeitadas no campo da
Educação Cristã, nos
Estados Unidos, salientou num dos seus livros[25] a importância do professor,
inclusive sobre os demais obreiros, na execução bem-sucedida do programa de
ensino-aprendizagem da Escola Dominical. Neste livro, o Dr. Tidwell alista cinco
principais tarefas da Escola Dominical: arregimentar pessoas para o estudo da
Bíblia, ensinar a Bíblia, testemunhar para as pessoas sobre Jesus e levá-las a serem
membros da igreja, ministrar para alunos e não alunos da Escola Dominical e
conduzir os alunos a um culto verdadeiro. Para o cumprimento de todas estas tarefas,
o papel desempenhado pelo professor é de importância fundamental[26].
E tarefa do pastor e dos educadores da igreja despertar o interesse, motivar e

25 – TIDWELL, Charles A. Educational Ministry of a Church. Nashville: Broadman, 1982,304p.
26 – TIDWELL, Charles A. op. c/t., p. 125-128.
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conscientizar os professores da Escola Dominical da sua importância e valor no
ministério de ensino da igreja. Quando isso não ocorre, o resultado pode ser o
enfraquecimento e até a falência da Escola Dominical. O Dr. Tidwell informa que
nos Estados Unidos, denominações como a Metodista e a Presbiteriana Episcopal
tiveram o número de arrolados na Escola Dominical decrescido em 25% entre 1970
e 1980[27]. Embora ele não especifique as razões de tal decréscimo, podemos
facilmente entender que a fuga dos objetivos fundamentais da Escola Dominical
estava incluída entre essas razões. E na posição de garantir que as tarefas da Escola
Dominical sejam de fato cumpridas de forma efetiva, está o professor.
A questão emergente, porém, é como motivar professores que, durante anos e
anos vêm avalizando um modelo retrógrado e decadente de ensino na Escola
Dominical, onde impera o famoso “faz-de-conta”: Ele faz-de-conta que ensina e o
aluno que aprende; a igreja faz-de-conta que tudo está bem, quando, de fato, nada,
está bem. Se um professor está há anos envolvido neste “faz-de-conta” terrível, vai
precisar de muita paciência e atenção por parte dos líderes e do pastor para ter
resgatado seu potencial de educador. Deve-se começar mostrando ao professor uma
estatística de sua classe, em termos de presença, pontualidade, evasões etc. Em
seguida, deve-se informar a ele sobre estratégias de retomada de crescimento (e aí os
capítulos iniciais deste livro poderão ajudar). Chegará, então, o tempo de ajudar a
recuperar a confiança da classe no trabalho do professor. Tudo será possível se as
coisas forem feitas sob oração e dependência do nosso Deus. O esforço deve ser no
sentido de conquistar o professor e nunca de abrir mão do seu trabalho. Numa
comparação feita entre o profeta e o sacerdote, Washington Roberto Nascimento
identificou o profeta com o jequitibá, árvore forte e milenar; quanto ao sacerdote,
comparou-o ao eucalipto, planta frágil e fugaz. Disse que um eucalipto nunca se
transformará em jequitibá, a menos que dentro dele haja um jequitibá
adormecido[28]. O mesmo podemos dizer do professor acomodado a um sistema
retrógrado: se houver nele um educador adormecido, poderá se transformar num
professor dinâmico e criativo. A tarefa do pastor e dos líderes da igreja é exatamente
a de despertar o educador adormecido no interior de alguns professores da Escola
Dominical.
PROMOVA A ESCOLA DOMINICAL
“Há tremendos benefícios em se participar da Escola Dominical. O problema é
que a igreja não tem promovido efetivamente seus benefícios e valores”[29]. Com
esta declaração, Jerry Wilkins começa a fundamentar a argumentação do seu atual e

27 – TIDWELL, Charles A. op. cit., p. 125.
28 – NASCIMENTO, Washington Roberto. Igreja e Secularização. Rio de Janeiro: Intercom Publicações, 1995,
81p.
29 – WILKINS, Jerry. Marketing your Sunday School – Strategies for the 21 st. Century. Nashville: Broadman,
1992, p.
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empolgante livro Marketingyour Sunday School – Strategies for the 21 st. Century
(Promovendo sua Escola Dominical – Estratégias para o Século 21).
Ignorar a necessidade de se promover não apenas o que a Escola Dominical
oferece, mas o que ela representa em termos de benefícios para aqueles que dela
participam, é não atentar para a principal ferramenta de crescimento empresarial e
institucional do nosso tempo: o marketing. Tudo depende de como você anuncia,
que tipo de imagem você gera em torno do seu produto ou serviço. Na maioria das
Escolas Dominicais do nosso país não existe nenhuma estratégia de marketing
definida, quase nenhuma propaganda é feita. As pessoas precisam descobrir
sozinhas o que é, como funciona e a relevância da Escola Dominical. Isso é
simplesmente absurdo! Num mundo de alta competitividade, onde cada um tenta
arrastar as pessoas na direção de suas propostas, cruzar os braços e não ter qualquer
estratégia de marketing é aceitar a falência gradual. Os vizinhos da sua igreja sabem
o que é a Escola Dominical, sabem que há uma em sua igreja, como funciona, que
benefícios oferece aos participantes, quanto custa participar, quem pode fazê-lo?
Uma simples e criativa mala-direta informando o que é e como funciona a Escola
Dominical pode atrair pessoas interessadas no estudo da Bíblia. A promoção precisa
também atingir os membros da igreja. Quais são os prejuízos de não participar da
Escola Dominical, que vantagens são apresentadas aos que passarem a dela
participar? Ao partir para uma estratégia de promoção da Escola Dominical, a igreja
começa a demonstrar, pelo menos, que ela própria acredita no que está oferecendo.
Se alguém promove o que faz, crê na sua eficácia.
TEMPO DE CRESCER
As sugestões mencionadas poderão ajudar muito no crescimento da sua Escola
Dominical.
Certamente, depois de vê-la funcionando a todo vapor, a igreja sentirá como é
importante investir e usar a estrutura da Escola Dominical para o seu crescimento.
Haverá uma mudança na maneira de olhar para a Escola Dominical e,
conseqüentemente, crescerá o interesse de todos pelo estudo da Palavra de Deus.
QUE MAIS POSSO FAZER COM A MINHA CLASSE?
Como explorar as potencialidades de uma classe de Escola Dominical
Porquanto, tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que,
pela constância e pela consolação provenientes das Escrituras, tenhamos esperança
(Rm 15.4). Sempre nos intrigou o fato de ver os alunos de uma classe da Escola
Dominical se encontrando semanalmente para o estudo da Bíblia, se despedindo ao
final da aula para um novo encontro na semana seguinte. Imaginávamos que o
potencial de uma classe era constantemente subaproveitado. Por que razão não usar
a estrutura da classe para diversos outros propósitos, mesmo desconectados, a
princípio, do estudo da Bíblia, mas ligados às necessidades dos componentes da
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classe e aos propósitos da igreja? Vimos trabalhando ao longo dos anos com esta
idéia, compartilhando-a em congressos, seminários e aulas; sempre com o
pensamento esboçado, ainda que superficial e embrionariamente, no já citado livro
Programa de Educação Religiosa, onde é colocado de maneira bem clara que,
através da estrutura da Escola Dominical, nos casos de igrejas pequenas (com menos
de 100 membros), todo o programa educacional pode ser veiculado. [30] Acreditamos
na validade desta orientação, inclusive no caso de igrejas consideradas médias e até
grandes, porém, com uma argumentação diferente, não tanto preocupado com a
capacidade da igreja em comportar organizações, mas com a exploração devida de
uma estrutura rica em oportunidades de serviço e crescimento que é a Escola
Dominical.
A igreja que souber enxergar e aproveitar o potencial de suas classes, certamente
lançará mão de um dos mais tremendos instrumentos disponíveis na igreja para
propiciar o seu crescimento de forma madura, contínua e garantida.
Quando analisamos uma classe de Escola Dominical, encontramos nela algumas
características que enchem o nosso coração de entusiasmo porque a igreja pode usar
a estrutura da Escola Dominical para crescer. Vejamos algumas dessas
características:
CARACTERÍSTICAS EVANGELIZADORAS
Pequenos grupos
A classe é um pequeno grupo de pessoas. Sabemos que em pequenos grupos a
possibilidade de sucesso em empreendimentos de reflexão e de devoção é bem
maior do que em grandes. A participação, por exemplo, é muito mais fácil quando
grupos pequenos reunem-se em salas do que quando fazemos reuniões de grandes
grupos em amplos auditórios. Também a integração e o entrosamento entre as
pessoas são mais produtivos em grupos menores.
Grupos etários
Uma classe da Escola Dominical normalmente é composta de pessoas da mesma
faixa etária. Em muitos casos ainda há homogeneidade quanto ao sexo. É óbvio que
num grupo onde os integrantes comungam de realidade existencial semelhante e
compartilham do mesmo círculo de interesses haverá maior produtividade,
independentemente do tipo ou natureza das atividades do mesmo.
Liderança fixa
Na grande maioria das Escolas Dominicais os professores são estáveis pelo
menos por um ano.

30 – SMITH, Cathryn. Programa de Educação Religiosa. 6ª. ed. Riode Janeiro: Juerp, 1995 p. 34.
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Em alguns casos, temos professores que são eleitos por mandatos maiores: dois,
três ou até cinco anos. É seguro que uma classe permaneça de contínuo um ano sem
alternância na liderança. Isso é um fator tremendamente positivo, pois está provado
que alternâncias de liderança em pequenos espaços de tempo tendem a prejudicar ou
comprometer o desenvolvimento das atividades em andamento no grupo.
Afinidades espirituais
Os alunos de uma classe são unidos pelo interesse na Bíblia e no crescimento
espiritual. Estão juntos no objetivo de conhecer e praticar os ensinos da Palavra de
Deus. Sabemos que há muitos ensinos na Bíblia. Uma classe unida poderá observar
com maior propriedade e melhores resultados os ensinos que lhe são transmitidos
pelo professor. Além disso, boa parte dos alunos são membros da mesma igreja, o
que os coloca, salvo em algumas exceções (no caso de igrejas maiores),
geograficamente próximos uns dos outros.
Reuniões regulares
Uma classe se reúne para estudar a Bíblia semanal e regularmente. Este fato
fortalece sobremodo a integração e o aspecto da continuidade das atividades
desenvolvidas. Possivelmente, a maioria dos alunos de uma classe não pertença a
nenhum outro fórum que promova encontros com esta regularidade.
Diante dessas e de outras características, uma classe de Escola Dominical está
pronta para ser instrumentalizada de maneira abençoada e vigorosa, visando o
crescimento da igreja. Assim, vamos alistar algumas frentes de trabalho que podem
ser levadas a efeito através dessa estrutura de classes existente na maioria das igrejas
evangélicas do Brasil.
EXPERIMENTANDO A EVANGELIZAÇÃO
Olhar para uma classe de Escola Dominical sob a perspectiva da evangelização é
simplesmente uma experiência fantástica. O potencial da classe para ganhar almas é
tremendo. Uma classe pode estruturar um trabalho para alcançar pessoas de sua
faixa etária e pregar-lhes a Palavra de Deus. Isso pode ser feito de várias maneiras:
Aplicação evangelística das lições
A evangelização através da Escola Dominical começa com a própria atividade
docente, quando o professor, ao perceber a presença na classe de pessoas nãocrentes,
aplica aos seus corações, de forma evangelística, o texto estudado. Às vezes,
o texto parecerá árido para tal propósito, então o professor deverá procurar ajuda
com seu pastor para que possa aplicá-lo de forma evangelizadora. A tese que
sustentamos é que a mensagem da Bíblia tem a vida, morte e ressurreição de Jesus
como centro e chave hermenêutica. Assim, todo o texto sagrado está, de alguma
forma, relacionado como este centro. Logo, a questão é descobrir qual é a relação
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correta entre o texto bíblico em estudo e a vida e missão de Jesus.
Uma boa prática é o pastor escrever estas aplicações com antecedência e entregá-
las aos professores. Isto os ajudará bastante na tarefa de evangelizar através do
estudo da Bíblia. Ao aplicar o texto bíblico ao coração do não-crente, o professor
deve crer no poder salvador de Cristo e falar com compaixão, inclusive fazendo o
apelo, convidando, com sinceridade e amor, as pessoas a aceitarem Jesus como seu
salvador pessoal.
Se houver decisões ao lado de Cristo na sala, o professor deverá anotar em uma
ficha o nome e endereço do decidido e orientá-lo a confirmar sua decisão no culto
público. Em seguida, deve entregar a ficha ao pastor e, caso o decidido tenha
concordado, pedir que ofereça a oportunidade para que ele confirme publicamente
sua decisão.
Cultos evangelísticos nos lares
A classe poderá realizar cultos evangelísticos em lares de pessoas não-crentes.
Pode-se aproveitar a presença de um visitante e oferecer a realização de vim culto
em sua casa. Dentre os alunos da classe, podem ser escalados: dirigente, pregador,
participação musical etc para cada culto. O professor pode atuar como um
coordenador, coadjuvado por um líder de evangelismo, que agendará os cultos a
serem realizados. Se cada classe da Escola Dominical de uma igreja realizar um
culto evangelístico por semana e a igreja tiver cinco classes, 20 cultos evangelísticos
por mês serão realizados fora do templo, em lares de pessoas ainda não-crentes.
Você já imaginou o resultado de 240 cultos realizados em um ano? O que Deus pode
fazer através de tal esforço é simplesmente inimaginável!
A grande vantagem é que as pessoas ganhas para Cristo nesses cultos já têm na
classe que realiza o trabalho o seu núcleo de integração à vida da igreja.
Visitas evangelísticas especiais
Além de cultos, a evangelização pode se dar através de visitas especiais. Os
alunos da classe são orientados a descobrir oportunidades para visitas evangelísticas.
Uma classe de homens, por exemplo, pode visitar o prefeito, os vereadores, juízes e
autoridades de um modo geral, sempre levando um exemplar da Bíblia ou do Novo
Testamento para presentear à autoridade visitada. Pode-se descobrir famílias que
atravessam momentos difíceis como desemprego, morte, problemas com filhos etc.
Momentos de sofrimento são estrategicamente apropriados para uma visita
evangelística, onde o Evangelho seja apresentado de forma clara e direta.
A classe pode se subdividir em grupos de visitação, compostos de duas ou três
pessoas, que realizarão as visitas à medida que as oportunidades forem sendo
apresentadas ou descobertas. O líder de evangelismo da classe poderá ajudar os
demais alunos neste trabalho. Para o trabalho de visitação evangelística, algumas
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providências precisam ser tomadas. Primeiro, as visitas precisam ser agendadas com
antecedência, a pessoa ou família a ser visitada deverá ser informada do número
exato de pessoas que estará recebendo, não deve haver atraso quanto ao horário
marcado para a visita, jamais uma visita deve ser desmarcada ou transferida, nunca o
visitador poderá faltar à visita marcada, a visita deve ser objetiva, mas sem dar a
impressão de pressa, e os visitadores deverão se vestir sobriamente.
Durante a visita, os crentes deverão aproveitar a oportunidade para apresentar
aos visitados o plano de salvação. Ao fazê-lo deverão ser pacientes, lendo os
versículos com as pessoas e explicando a elas o significado de cada texto lido. Ao
final deste livro estamos incluindo, em apêndice, um modelo do plano de salvação
que deve ser estudado e pode ser usado pelos visitadores.
Depois da visita deve ser feito um contato telefônico ou um cartão poderá ser
enviado pelo correio. Os visitadores agradecerão o privilégio de terem realizado a
visita e renovarão o convite para que os visitados compareçam à classe e aos cultos.
Correspondências evangelísticas
Em nossas igrejas há sempre pessoas que gostam de escrever cartas. Devem ser
identificadas na classe aqueles que apreciam este tipo de trabalho, para a
implantação da evangelização por correspondência. A tarefa é bem simples, o líder
da equipe de evangelização por correspondência da classe deverá anotar nome e
endereço completos dos visitantes da própria classe e dos cultos, desde que da
mesma faixa etária da classe. Nomes de decididos não devem ser anotados, mas
apenas de visitantes que não se decidiram. Um dos alunos da classe será escalado
para escrever a carta evangelística. O líder deverá manter um controle das pessoas
que estão escrevendo com seus respectivos destinatários.
A carta evangelística deve ser enviada logo no dia seguinte ao da presença da
pessoa na classe ou na igreja, assim o visitante se sentirá valorizado e objeto da
atenção da igreja.
A carta deve ser objetiva, pois poucos gostam de ler cartas muito longas; precisa
começar expressando a alegria pela visita feita à igreja e, em seguida, apresentar, de
forma amorosa e simpática, o plano de salvação. Em seguida, deve-se oferecer uma
visita para um aprofundamento do tema, bem como informar sobre a natureza,
objetivos, horário de funcionamento da Escola Dominical e dos cultos da igreja.
Se o visitante, ao receber a carta, manifestar o desejo de receber visita da classe,
o remetente deverá informar os nomes das pessoas que estarão entrando em contato
com ele. Em seguida, passará a ficha do interessado em ser visitado para uma das
equipes de visitação.
Você já pensou nos resultados do trabalho de classes que estão evangelizando
através de cultos nos lares, visitas e correspondências? Certamente Deus usará de
forma maravilhosa este trabalho, caso seja realizado com oração e organização.
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EXPANDINDO MISSÕES
É já sabido que a Escola Dominical tem sido a principal mola propulsora do
levantamento de ofertas missionárias. Em várias denominações são estipulados alvos
para as classes e elas se esforçam para ultrapassá-los. Porém, o potencial de uma
classe vai muito além disso. Eis algumas idéias:
Adoção de missionários
A classe pode tomar a decisão de sustentar financeiramente e com orações pelo
menos um missionário de missões urbanas, estaduais, nacionais ou mundiais;
dependendo do desprendimento e das condições dos alunos. Assim, o professor e o
líder de missões da classe deverão procurar o pastor, informar o desejo do coração
da classe e pedir-lhe orientação quanto a melhor maneira de efetivar a adoção.
Ao agir assim, a classe estará fazendo e pensando em missões o ano inteiro, e
não apenas sazonalmente. Não há dúvidas de que a classe será abençoada e a obra de
missões muito mais. Estará sendo acelerado o cumprimento da grande comissão (Mt
28.18-20).
Viagens missionárias
Anualmente, a classe poderá empreender viagem ‘. a um campo missionário.
Nela a classe visará ter experiência missionária, sentindo a realidade do trabalho
alguns dias um missionário, e ainda alargar sua própria visão quanto à obra de
missões.
Tudo precisa ser feito com planejamento, oração e dedicação. Uma coisa é certa,
ao empreender viagens missionárias os alunos da classe crescerão tremendamente
em sua visão do Reino de Deus.
NA ASSISTÊNCIA SOCIAL
O contexto desta faceta do potencial de uma classe de Escola Dominical é o
pressuposto de ter a igreja de cumprir uma missão integral, sabendo que “missão é
mais que um conceito. É fidelidade ao mandamento bíblico de Jesus Cristo à sua
igreja em situações concretas. Diante de um mandamento bíblico, só se pode
responder com obediência ou desobediência”[31]. Compreendendo que a igreja
precisa agir, e não somente orar, no afã de contribuir para que os pobres e menos
favorecidos de nosso povo tenham seu padecimento ao menos minorado.
Estamos falando de visão quanto ao trabalho social, e neste sentido é de suma
importância entendermos, como cristãos que somos, que “é necessário combater o
egoísmo reinante nas pessoas e cultivar o espírito comunitário, dando-lhes
consciência de que formamos uma comunidade. Evitar defender só o que é nosso e

31 – GRELLERT, Manfred. Os Compromissos da Missão. Rio de Janeiro: Juerp/Visão Mundial, 1987, p. 21.
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atentar também para o que é de todos”.[32] E desta forma cooperar, ao menos em
nosso bairro, para que a relevância da igreja perante a comunidade se saliente,
inclusive no aspecto social.
Para que seu potencial seja canalizado para a assistência social, os alunos de uma
classe de Escola Dominical deverão compreender, por fim, que “a missão integral se
manifesta no mundo com o evangelismo, ao proclamar o evangelho para que se
produza uma resposta de fé, arrependimento e discipulado. Ademais, na América
Latina, a igreja experimenta a presença dos pobres, a cujas necessidades procura
ministrar no Espírito de Jesus Cristo”[33]
A classe pode ter uma equipe de assistência social que terá a missão de planejar e
liderar projetos na área social, dos quais toda a classe participará. Muitas são as
alternativas nesta área. Desde visitas a asilos, creches, penitenciárias, albergues,
leprosários etc até projetos mais audaciosos como ajudar uma comunidade carente
na reconstrução de casas, na solução de problemas junto aos órgãos públicos, na
mobilização do potencial comunitário de favelas para a solução de problemas como
segurança, saneamento básico, saúde, alimentação etc.
Uma classe pode agir muito na área social, mas precisa despojamento e coragem;
disposição para sair das quatro paredes, “admirar a realidade, aprender, para
compreender as inter-relações verdadeiras dos fatos percebidos.” [34] E o desafio dos
crentes assumir sua parcela na responsabilidade de solucionar problemas e minorar
padecimentos.
CRESCENDO NA COMUNHÃO E NA ORAÇÃO
No que diz respeito à comunhão e à oração, uma classe de Escola Dominical é
riquíssima em oportunidades. A classe pode se reunir periodicamente para orar uns
pelos outros, compartilhar vitórias na vida cristã e repartir dores e problemas a fim
de que todos participem das alegrias e das tristezas de todos.
A comunhão entre os irmãos tende a crescer quando algo íntimo é
compartilhado. Amamos mais quem conhecemos mais. E é maravilhoso orar por
alguém conhecendo suas necessidades e triunfos.
Muitas vezes oramos por pessoas que não conhecemos. Não sabemos onde
moram, como vivem, quais são suas dificuldades; nossa oração é por demais
genérica, pois carecemos de um conhecimento maior. Algumas formas de
intensificar a comunhão e propiciar compartilhamentos são:

32 – CERQUEIRA, José Milton de. in Missão da igreja e Responsabilidade Social. Rio de Janeiro: Juerp/Conselho
de Planejamento e Coordenação da CBB, 1988, p. 64. ”
33 – GRELLERT, Manfred., op. cit, p. 22.
34 – KIVITZ, Sílvia Regina Jorge, in Missão da Igreja e Responsabilidade Social. Rio de Janeiro: Juerp/Conselho
de Planejamento e Coordenação da CBB, 1988, p.47.
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Encontros de oração
Os alunos de uma classe podem se reunir periodicamente, no templo ou nas
casas, para oração e compartilhamento. A liderança deste trabalho precisa ser do
professor, que poderá fazer uma escala com as datas das reuniões e os locais. É
muito importante que esta atividade seja realizada com aprovação e apoio do pastor
da igreja, que deverá ser convidado a participar da mesma. Uma coisa muito
importante neste trabalho é haver controle por parte do professor para que a reunião
não fuja dos seus objetivos que são oração e compartilhamento. Às vezes, encontros
assim podem enveredar para o bate-papo ou até fofocas e maledicências. Por esta
razão a liderança do professor é indispensável.
Parceiros de oração
A classe pode se organizar em parceiros de oração. Duas a duas as pessoas
encontram um companheiro, alguém mais achegado, com quem estará sempre em
contato numa convivência de fortalecimento mútuo e de apoio constante. Num
mural da classe podem ser colocados os pares de oração e à medida que um novo
aluno for chegando deverá ser incluído. O professor deve ficar sem um par,
exatamente para ser parceiro daquele que vai chegar. Quando chegar outro, então
forma-se uma nova dupla e o professor fica novamente livre, à espera do próximo.
Pode haver, a cada domingo, possivelmente cinco minutos antes do início da
aula, um encontro das duplas de oração. Além disso, as duplas estarão em contato
durante toda a semana pelo telefone, se visitando etc. É ótimo quando temos alguém
com quem compartilhar, dia-a-dia, nossas vidas. “Melhor é serem dois do que um”
(Ec 4.9a).
Atividades de sociabilidade
A classe, ao final de cada trimestre, deve se reunir tanto para celebrar o final do
período quanto para comemorar os aniversários daqueles que completaram mais um
ano no trimestre. A festa deve ser alegre e descontraída. É bom que haja
brincadeiras, bolo de aniversário, enfim, muito divertimento e espírito de
fraternidade. Mais uma vez é importante que se convide o pastor, o diretor da Escola
Dominical, o Ministro de Educação Religiosa etc. E sempre muito importante que a
classe enfatize a bênção da Escola Dominical que é uma realização de todos.
MOBILIZANDO PARA O SERVIÇO
As igrejas podem se utilizar das classes, e estas podem se mobilizar no sentido
de cooperar com a igreja na realização de todo o serviço cristão. As classes podem
se revezar no serviço de aconselhamento de novos decididos, na recepção da igreja,
no trabalho da cantina, no apoio às congregações e pontos de pregação, no
evangelismo externo, na segurança etc. Desta forma, ninguém fica sobrecarregado e
todos têm a oportunidade de servir e participar do serviço do Reino.
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É bem funcional organizai: o serviço da igreja valendo-se da estrutura de classes
da Escola Dominical. Trata-se da canalização de um potencial certo e seguro para a
consecução do trabalho dominical da igreja. Além das atividades mencionadas
acima, outras podem ser adicionadas, como a limpeza das dependências em épocas
de necessidade, assistência a enlutados, plantões de oração etc.
Quem estuda a Bíblia junto, toda semana, poderá trabalhar com eficácia em
união para o desenvolvimento da obra do Reino de Deus. Servir é a prática da
obediência a Cristo; é a prova do aprendizado; é a demonstração de que a Palavra de
Deus não volta vazia, uma vez lançada ao coração de crentes sinceros.
O QUE NÃO POSSO FAZER COM MINHA CLASSE…
Como pôde ser observado, o potencial de uma classe de Escola Dominical é
simplesmente fantástico, rico mesmo. Não explorá-lo é não enxergar alternativas e
possibilidades que redundarão certamente num farto crescimento para a igreja.
Naturalmente, para que esta dinâmica seja implementada nas classes, será
preciso um planejamento que adaptará a ela a estrutura vigente. Como se viu, numa
classe, além do trabalho de ensino das Escrituras, precisará haver uma liderança que
realmente lidere e coordene cada atividade a ser desenvolvida.
Na verdade, a igreja passará a funcionar basicamente através da Escola
Dominical. Todas as suas linhas de ação, praticamente, podem ser viabilizadas
através das classes. Aquilo que assim não se viabilize, carecerá de estrutura paralela,
como a adoração e culto e a administração eclesiástica, por exemplo.
Note-se, ainda, que atrelada a esta dinâmica de classes, deverá haver uma
proposta de treinamento que visará preparar e manter motivadas as pessoas que
atuam diretamente em cada frente de ação das classes. O treinamento a ser provido
será objetivo e direcionado àquelas pessoas que já estão atuando nos respectivos
setores.
Muita coisa pode até parecer impossível, mas se nos despirmos de preconceitos
(conceitos concebidos e cristalizados) abrindo a mente para alternativas, rompendo
com velhos paradigmas e construindo novos, mais relevantes e contextualizados,
certamente experimentaremos bênçãos inumeráveis. Ed René Kivitz observou com
muita propriedade que a igreja tem sua missão, via de regra, condicionada e
diríamos até presa pelos paradigmas do culto, do clero, do domingo e do templo. [35]
Parece até que a igreja não conseguirá fazer nada que fuja destes condicionamentos.
Por esta razão, o empresário Ricardo Semler, formado em Direito pela Universidade
de São Paulo e em Administração pela Harvard University, destacou como a
primeira dentre as três condições sine qua non para a sobrevivência de empresas a
longo prazo, a “capacidade de enxergar a necessidade de mudanças a tempo, com

35 – KIVITZ, Ed René. Quebrando Paradigmas. São Paulo: Abba, 1995, p. 37-56.
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coragem para implementá-las antes que seja tarde demais”.[36] Neste sentido, vale a
pena ler um excelente texto de Darci Dusilek, no qual ele lança mão do conceito de
curva sigmóide, muito utilizado em análises mercadológicas, para explicar a questão
do ciclo de vida da própria igreja que, caso não seja realimentado em tempo hábil,
pode expirar, inviabilizando qualquer ato de reversão. [37] Washington R. Ferreira
conclui que a própria “teologia está refazendo leituras a procura de enunciados mais
atuais, longe do dogmatismo da defesa de possuir a verdade última, atingindo o ideal
de descobrir novos paradigmas”.[38]
Portanto, prezado professor, é uma questão de fé e de visão; ainda uma questão
de coragem.
Certo é que nem tudo dependerá de você, mas a partir de você muita coisa pode
mudar e melhorar em sua Escola Dominical e em sua igreja. Não desanime com a
constatação de que sozinho não conseguirá solucionar todas as coisas. O ser humano
precisa aprender a enxergar-se não como solução cabal de tudo, mas como ponto de
partida para que as soluções se viabilizem.
SOCORRO! Sou professor de Escola Dominical
ACABOU A AULA, E AGORA?
As oportunidades de um professor fora da sala de aula
Ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu
estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos (Mt 28.20).
Enganam-se aqueles que pensam que o tempo de convivência entre professor e
alunos da Escola Dominical está circunscrito ao da aula em classe. O professor o é
ainda que fora da sala de aula. A visão de limitar-se ao relacionamento dentro de
sala parece uma espécie de importação do modelo frio e profissional da sociedade
contemporânea, onde o médico só dedica 30 minutos ao cliente, o psicólogo encerra
a sessão na hora certinha, o professor já está com seus objetos nas mãos quando toca
o sinal do fim da aula. Na maioria dos casos, as pessoas nada têm a ver umas com as
outras fora do ambiente de encontro profissional.
Na Escola Dominical precisa ser diferente. O professor assume a
responsabilidade por monitorar ou, pelo menos, acompanhar o crescimento dos seus
alunos. E é precisamente fora da sala de aula que os alunos demonstrarão até que
ponto aprenderam de fato a Palavra a eles ministrada durante a aula.
Em decorrência disso, o professor assume seu papel dividindo sua atuação em
dois momentos: dentro da sala, quando sua preocupação maior é a de gerenciar o

36 – SEMLER, Ricardo. Virando a Própria Mesa. 21a. ed. São Paulo: Best Seller, 1988, p.69.
37 – DUSILEK, Darci. A Igreja em Peregrinação. Rio de Janeiro: Horizonal, 1996, p. 35-40.
38 – FERREIRA, Washington R. O Fim das Ilusões – O Lugar da Religião na Atualidade. Edição da Autor, Rio de
Janeiro: 1996, p. 99.
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processo de ensino/aprendizagem; e fora da sala, quando sua tarefa é
predominantemente a de observar as atitudes, comportamentos e posturas assumidos
por seus alunos.
Não só os alunos demonstram o aprendizado fora da sala, mas também o
professor demonstra a eles o quanto acredita e pratica o que lhes ensina. É uma
dupla avaliação, de coerência, por parte do professor; de assimilação na vida, por
parte dos alunos. É bom que vejamos algumas orientações a respeito dessas
tremendas oportunidades de um professor fora da sala de aula.
A DIMENSÃO DO COMPORTAMENTO
O professor sendo observado
A ênfase aqui é no fato de que os alunos observam o seu professor fora da sala
de aula, com o intuito de constatar ou não harmonia entre seu ensino e sua prática.
Vemos então a preciosa oportunidade que o professor tem de reforçar ou ratificar
seu ensino com seu exemplo: ao verem como o professor se comporta, os alunos
receberão mais uma aula, agora de vida, sobre como praticar a Palavra de Deus.
Alguns aspectos mais observados, pelos alunos, na vida do professor da Escola
Dominical são:
O professor e o culto Primeiramente, se o professor está presente nos cultos
promovidos pela igreja. Essa história de professor que chega, dá sua aula e vai
embora para casa sem participar do culto, ou aquele que raramente está nos cultos de
domingo ou de meio de semana, é um desserviço lamentável à obra de Deus.
Privam-se de um envolvimento maior com a igreja e privam seus alunos de um
exemplo vivo; eles poderão até entender que o culto não é importante.
Outro aspecto é o da postura do professor durante o culto. Ele participa mesmo
do culto ou vive distraído, conversando, lendo ou escrevendo, durante a mensagem?
Ele canta os hinos, entrega regularmente os dízimos do Senhor? Ele acompanha a
mensagem com a Bíblia aberta, seguindo cada passo do sermão? Podem parecer
detalhes de importância reduzida, mas são aspectos que oferecem reforço
importantíssimo, pelo exemplo, ao ensino da Bíblia em sala de aula.
O professor e seu caráter
Os alunos observam se o professor cumpre sua palavra quando a empenha, se é
honesto em suas atitudes e justo em suas ações. Quando os alunos notam que o
professor fala e não cumpre, comprometesse e não honra, passarão a não dar mais
crédito às suas palavras e a desvalorizá-lo como professor. É terrível quando isso
ocorre. A experiência tem mostrado como é difícil recuperar a imagem gravada no
coração das pessoas a respeito do nosso caráter.
São em atitudes aparentemente pequenas que as pessoas observam a correção
dos atos de um professor. Se respeita a fila na hora do lanche na cantina, se devolve
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o que pede emprestado, como responde àqueles que erram contra ele etc. Nas
pequenas coisas o professor deixa transparecer o seu caráter e a sua personalidade,
também. Vale lembrar aqui que não se trata de cobrar perfeição do professor, mas de
se exigir que ele esteja atento para não destruir fora de sala o que tenta construir
dentro dela.
O professor e seus relacionamentos
Como o professor trata seu cônjuge, seus filhos, os demais irmãos em Cristo, a
liderança da igreja; como se refere ao pastor, como se dirige aos amigos e aos
próprios alunos? Os alunos observam os relacionamentos do seu professor a
aprendem muito com eles. Ao ver um professor sendo gentil e amável com o
cônjuge e com os filhos, os alunos nutrem uma ideia boa e positiva sobre o
relacionamento familiar. O ensino da Bíblia sobre este tema, para eles, fará muito
mais sentido. Ocorrendo o contrário, o resultado é desastroso.
Estamos vivendo na era do emocional. O quociente emocional é mais valorizado
do que o de inteligência. Numa reportagem publicada na revista Veja, de autoria de
Aríete Salvador e Laura Capriglione, a propósito do livro do psicólogo e jornalista
Daniel Goleman (Inteligência Emocional), um dos mais vendidos à época,
encontramos algumas informações que nos mostram o quanto nossa inteligência
emocional pode discrepar da intelectual ou racional. Por exemplo, a matéria informa
que Albert Einstein tratava sua esposa, Mileva Maric, uma matemática servia, como
pouco mais do que uma escrava; diz que Karl Marx era um gastador inveterado que
vivia tomando dinheiro emprestado de seus amigos; informa ainda que Charles
Darwin tinha síndrome de pânico.[39] Tais informações mostram que alguns dos
grandes gênios, que mudaram o rumo da história e da vida humana com suas ideias,
teorias e inventos, eram péssimos em seus relacionamentos com os outros e consigo
mesmos. O modo como um professor se relaciona com as pessoas ensina muito aos
seus alunos sobre até que ponto ele leva em conta os ensinos de Cristo em sua vida.
A DIMENSÃO DO CONHECIMENTO
O professor observando
A questão agora se inverte, é o professor que passa a observar seus alunos. É
uma espécie de avaliação informal, na qual cada observação empresta subsídio ao
professor para aferir até que ponto o que está sendo ensinado em termos de vida e de
discipulado está sendo assimilado e praticado pelos alunos. O professor observa se
os alunos estão participando das atividades da igreja, se dão demonstrações de
amadurecimento cristão e comprometimento com a obra de Deus. Procura conversar

39 – SALVADOR, Arlet e CAPRIGLIONE, Laura. Quando a emoção é inteligência. Revista VEJA, 15.1.1997,
p. 66.
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com os pais para ver como estão as coisas no convívio familiar, na escola etc. O
resultado dessas observações e informações será um conhecimento ainda maior que
certamente conferirá às aulas um grau ainda mais elevado de relevância para a vida
dos alunos. No relacionamento dos alunos com os colegas, com a liderança da igreja
e com o próprio professor será revelada a maturidade emocional dos mesmos. O
professor precisará levar em conta esta maturidade emocional para a realização do
seu trabalho de forma eficaz. Conhecendo melhor o nível emocional da vida de seus
alunos, o professor cuidará de aplicar a Palavra de Deus de forma a proporcionarlhes
amadurecimento espiritual e emocional. Sem observação, portanto, é
simplesmente impossível qualquer avaliação que se chame relevante. Com o ensino
da Bíblia, a avaliação não pode centrar-se na retenção de informações, mas deve
focar a capacidade dos alunos vivenciarem os princípios do Evangelho de Jesus
Cristo.
A DIMENSÃO DA FRATERNIDADE
Agora, entra em cena o relacionamento informal e espontâneo entre professor e
aluno. Deve haver muito diálogo entre eles, aproveitando as oportunidades
ensejadas pela própria convivência eclesiástica. O professor também deve criar
oportunidades que criem um ambiente fraterno. Professor e alunos devem ser
amigos. Precisa haver um clima de confiança e cordialidade entre eles. Não pode
haver barreiras, pois elas inviabilizariam uma boa comunicação. Muitas vezes os
alunos vão compartilhar segredos e coisas íntimas com seu professor, isso exigirá
dele a capacidade de ouvir, orar, ajudar e, ao mesmo tempo, preservar a confiança
dos alunos. Há muito que o professor pode fazer para auxiliar seus alunos em
questões pessoais, mas se não houver um clima de total confiabilidade, jamais tais
questões serão sequer mencionadas. No contexto da fraternidade, o professor
procura conhecer as necessidades dos seus alunos e empenha-se em ajudá-los a
satisfazê-los. Como se viu, o relacionamento professor-alunos se dá também, e de
forma intensa, fora da sala de aula. Ao procurar observar seus alunos durante os
cultos nas atividades da igreja e mesmo, caso possível, no seu dia-a-dia, o professor
certamente colherá subsídios importantíssimos para o cumprimento do seu
ministério como docente da Escola Dominical.
QUEM SÃO OS MEUS ALUNOS?
Como conhecer melhor os alunos de uma classe
E serão todos ensinados por Deus. Portanto todo aquele que do Pai ouviu e
aprendeu vem a mim (Jo 6.45).
É simplesmente um engodo querer ensinar a Palavra de Deus para quem não se
conhece. Num conceito moderno de ensino, o professor é, em síntese, um educador.
Para cumprir seu papel precisará mergulhar primeiro no mundo do aluno que, o
quanto possível, precisa ser também o seu.
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Paulo Freire cunhou a expressão educação bancária, aquela cuja prática vê o
professor executando sua função em basicamente dois momentos. O primeiro, na
biblioteca, em contato com os livros, preparando-se para o ensino; o segundo, em
sala de aula, depositando no aluno aquilo que assimilou como resultado do primeiro
momento. [40]
Esta visão do aluno como mero depositário dos conhecimentos do professor é
por demais retrógrada e daninha, diante do nobre propósito da educação cristã. O
aluno não deve apenas receber o depósito por parte do professor, o que seria a
reedição desta ultrajante filosofia educacional, na qual “o educador é o sujeito do
processo; os educandos meros objetos”[41]; mas sim construir o próprio
conhecimento a partir da ajuda e da ação do professor-educador.
Para Paulo Freire, portanto, o diálogo e a tarefa educacional será protagonizada
por “não mais educador do educando, não mais educando do educador, mas
educador-educando com educando e educador”.[42]
A classe de Escola Dominical objetiva não a simples troca de conhecimentos,
mas de vida; ao tempo em que o professor ensina, aprende; ao tempo em que os
alunos aprendem, ensinam. É o milagre da educação religiosa acontecendo numa
sala de aula.
Encontramos na própria definição da postura do professor-educador, o caminho
para o conhecimento dos alunos. Entendendo que “educar é, em suma, ajudar
alguém a se criar”[43], o professor vai, no exercício de sua função, permitindo e
interagindo com os alunos para que eles próprios engendrem seu desenvolvimento.
O professor, como educador que é, reconhece “que não há educação verdadeira
senão quando existe auto-educação”.[44]Desta forma, os alunos são responsabilizados
e respeitados em sua autoformação.
Como bem lembrou Fanny Abramovich, “a postura básica do educador é aquela
aberta, que parte da percepção de cada aluno e do grupo como um todo, que
possibilita a cada aluno que se conheça e conheça seu colega, para aí, depois de se
detectar quais as dificuldades, lacunas, interesses de cada grupo, poder ter alguma
ideia (e sempre reformulável durante a sequência dum curso) do que poderá ser
proposto àquele grupo”. [45]
Então, abrindo-se para a pessoa do aluno, o professor descobre os caminhos mais
viáveis para o ensino que está se propondo transmitir. Com muita propriedade,
Fanny Abramovich arremata dizendo que “é quando o educador está com todos os
seus poros ligados a cada aluno, quando acompanha seu processo de crescimento,

40 – FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. IT ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987, p. 66.
41 – FREIRE, Paulo, op. cit, p. 59.
42 – FREIRE, Paulo, op. cit, p. 68.
43 – CHARBONNEAU, Paul-Eugene. Educar. São Paulo: EPU, p. 190.
44 – CHARBONNEAU, Paul-Eugene., loc. cit.
45 – ABRAMOVICH, Fanny. Quem educa quem?. 2a. São Paulo: Summus, 1985, p. 41.
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quando possibilita que ele seja integralmente, quando revê criticamente com cada
grupo todas as dificuldades pelas quais passou, quando o faz refletir sobre quem é,
como age ou como impede os outros (ou se impede) de agir, que o processo
educacional flui”.[46]
Em decorrência disso vemos que, a depender da postura do professor, pode haver
ou não sucesso na proposta educacional cristã veiculada pela Escola Dominical. Se o
professor for adepto de uma filosofia educacional inibidora e castradora dos alunos,
propugnando por uma atitude auto-centrada, que não dá espaço para que os alunos
sejam plenamente; a educação estará comprometida de forma cabal.
Não é raro encontrarmos pessoas, muitas vezes até sem terem plena consciência
disto, reproduzindo esta atitude cuja ineficácia, já à saciedade, tem sido
demonstrada. Precisamos, outrossim, lutar para que a práxis[47] educacional da
Escola Dominical de nossas igrejas represente sempre o que há de melhor e mais
moderno no campo da educação.
E preciso sair da retaguarda e assumir uma atitude de vanguarda como agentes
da educação cristã na história. A questão, portanto, é que o professor conheça seus
alunos. “Conhecer o homem, o seu pensamento, – é tarefa bastante difícil!” admitiu
Aglael Luz Borges, em seu trabalho apresentado no II Congresso Brasileiro de
Psicopedagogia e V Encontro de Psicopedagogos, realizado em julho de 1992, em
São Paulo; e comentou que os educadores “precisam estar atentos a fim de que,
através de maisnconhecimento, possam vivenciar melhor a práxis, integrando tanto
quanto possível o discurso, o sentimento e a ação”.[48]
Embora difícil, a tarefa de conhecer aqueles aos quais o professor-educador
deseja ajudar no processo educacional desenvolvido na classe da Escola Dominical
precisa ser realizada com dedicação e prioridade. Ao fazê-lo vai perceber que, como
bem observou Jerry M. Stubblefield: “pessoas aprendem de formas diferentes. Isto é
certamente verdade com faixas etárias diferentes”.[49] A forma como um pré-escolar
aprende é bem diferente da de um adolescente ou jovem. O adulto também aprende
de maneira distinta. Assim, o professor precisa apropriar-se das características,
dentro da psicologia do desenvolvimento, da idade das pessoas que constituem a
classe em que vai lecionar.
Não levar em conta essas peculiaridades pessoais pode resultar em erros graves

46 – ABRAMOVICH, Fanny. loc. cit.
47 – Apanho emprestado aqui a compreensão de ‘práxis’ esposada por Beatriz Judith Lima Scoz, em seu trabalho
“Algumas Considerações sobre a Práxis Psicopedagógica na Realidade Educacional Brasileira”, no qual afirma que “a
idéia de práxis, portanto, firma-se numa compreensão do homem como ser ativo e criador, que transforma-se à medida
que transforma o mundo pela sua ação material e social”. Em: A Práxis Psicopedagógica Brasileira. São Paulo: ABP.p,
1994, p. 19.
48 – BORGES, Aglael Luz. 0 Movimento Cognitivo-Afetivo-Social do Homem Ser-Sujeito na Relação do
Conhecimento – Uma Proposta de um Paradigma em Psicopedagogia. Em: A Práxis Pscopedagógica Brasileira…, p. 76.
49 – STUBBLEFIELD, Jerry M. The Effective Minister of Education – A Comprehensive Handbook. Nashville.
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que por certo afetarão o resultado final do trabalho do professor. Muitos insistem no
exercício do magistério cristão, sem a imprescindível incursão no estudo das
características do educando, de acordo com sua faixa etária.
Assim fazendo, praticam o que Hamilton Werneck chama de tapeagogia[50], isto
é, os que praticam toda sorte de tapeações no processo de ensino-aprendizagem, bem
como em sua administração.
Há alguns bons livros que muito poderão auxiliar o professor na tarefa de
conhecer seus alunos [51], no entanto, além deste conhecimento teórico, é muito
importante um conhecimento prático, pois somente através dele o professor poderá
conhecer, de fato, os alunos para os quais ensina as Escrituras. Algumas orientações
poderão ser úteis neste sentido:
1. Conheça seus alunos pelos nomes
É muito importante chamar os alunos pelos seus nomes. O próprio convívio da
igreja favorece isto, mas é muito bom que o professor desenvolva seu próprio
método para não esquecer o nome de cada um dos seus alunos. Ao chamar alguém
pelo seu nome demonstramos atenção e respeito para com ele, abrimos uma porta
que facilitará muito o relacionamento e a comunicação.
2. Visite seus alunos
Nada como uma vista à casa do aluno para conhecer sua realidade de vida. O
relacionamento no templo pode iludir muito. Muitas vezes a realidade de vida do
aluno não fica clara nesse contexto; em casa, porém, fica muito mais difícil qualquer
confusão a esse respeito.
Saber as condições de vida dos alunos ajuda o professor a entendê-lo e auxiliá-lo
no ensino da Palavra de Deus. Quando o aluno é visitado fica mais à vontade com o
professor e o relacionamento se torna mais autêntico. No momento de um
aconselhamento ou do pedido de uma determinada tarefa, o professor ganhará muito
se tiver visitado seus alunos.
3. Interesse-se pela vida de seus alunos
Procure saber sobre a escola, os amigos, namorados e cônjuges de seus alunos.
Mostre interesse em suas vidas. Quanto mais por dentro de suas vidas estiver o
professor, melhor será o seu trabalho em sala de aula, acredite. Anote em sua agenda
a data do aniversário de seus alunos, assim você poderá fazer um contato, mandar
um telegrama ou ainda fazer uma menção em sala de aula.

50 – WERNECK, Hamilton. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo. 11ª Ed. Petrópolis, Vozes, 1992,
p. 55, 56.
51 – No final, o leitor encontrará uma bibliografia básica para a Escola Dominical, na qual constam
interessantes obras que tratam das características e das necessidades da criança, do adolescente, do jovem e do adulto.
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O fato de o professor lembrar-se do dia do seu aniversário, fará com que o aluno
o admire e respeite ainda mais.
4. Aproxime-se de sua família
Conheça os demais membros da família de seus alunos e, o quanto possível,
converse com eles; faça-os sentir que você faz parte da vida de seu aluno e isso o faz
parte também de sua família. Quando uma família se percebe importante para o
professor de um de seus membros, é como se sentisse o cuidado da igreja por ela.
5. Descubra a ocupação e os interesses de seus alunos
Qual é a profissão de cada um? Que curso cada um está fazendo? Estas
informações são valiosíssimas do ponto de vista didático-pedagógico. Muitas são as
ilustrações ou exemplos que podem ser extraídos da vida profissional ou estudantil
dos alunos. Ao usar este recurso, a comunicação será estabelecida com maior
eficácia. Muitas vezes um exemplo extraído do ambiente profissional ou acadêmico
dos alunos tem maior efeito no ensino do que horas de exposição.
Também são valiosíssimas as informações acerca dos interesses dos alunos
como: esportes, leituras, filmes, cantores e artistas, carro, viagens etc. Estas coisas
acabam fazendo o professor conhecer ainda mais profundamente as pessoas às quais
pretende transmitir a Palavra de Deus. Também o ajudará a inserir no contexto da
aula pequenas brincadeiras e leves momentos de descontração que contribuirão
emocionalmente para o bem-estar dos alunos em classe.
Seja sociável
Muito conseguirá, por exemplo, um professor de adolescentes ou de jovens que
jogue futebol com eles, ou saia à noite para um passeio ou comer uma pizza juntos.
Um professor de adultos que esteja junto com os alunos num churrasco ou numa
pescaria terá em muito facilitado o seu trabalho, pois não existirão barreiras no
relacionamento e na comunicação.
Um professor, por outro lado, que foge dos momentos sociais, acaba por
prejudicar seu trabalho, comprometendo a eficácia do seu ensino.
QUEM SÃO SEUS ALUNOS?
O objetivo deste capítulo foi demonstrar como é importante o conhecimento do
aluno por parte do professor. Oferecemos, também, alguma ajuda neste sentido,
portanto, se o professor da Escola Dominical lançar mão das idéias aqui ventiladas e
de outras oriundas de fontes diversas de informação, perceberá o prazer e a
facilitação de sua tarefa aumentados, em função de sua dedicação na difícil mas
imprescindível tarefa de conhecer seus alunos.
Não tenha medo ou constrangimento. Lance-se na aventura de conhecer com a
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profundidade possível aqueles que o têm como professor. Mergulhe o quanto puder
na realidade de vida dos seus alunos. Lembre-se de que a profundidade do seu
ensino dependerá da intensidade do conhecimento que você tem de seus alunos.
Seja educador-educando, relacionando-se de forma criativa e dinâmica com
educandoseducadores. Seja e deixe-o ser integral, intensa e naturalmente. Assim, a
educação cristã se dará farta produtiva e abundante; dentro e fora da sala de aula.
AFINAL, QUE TIPO DE PROFESSOR EU SOU?
Como melhorar a qualidade do trabalho do professor
Até que todos cheguemos à unidade da fé e do Filho de Deus, ao estado de
homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef4.13).
O capítulo anterior já ajudou muito no escopo deste, visto ter apresentado uma
visão da natureza do professor, concebendo-o como educador, sobretudo.
Aqui, portanto, adicionaremos uma dimensão que, na verdade, resume de
maneira singular quem deve ser o professor.
O PROFESSOR PARTEIRO
Eis uma alusão ao método de ensinar usado por Sócrates, a “maiêutica, nome que
lembrava a profissão exercida por sua mãe, que era parteira”.[52] O professor é aquele
que traz à luz o conhecimento e, como bem ensinou o professor Luciano Lopes, ao
afirmar que ” a tarefa do professor não era tanto a de ensinar, como a de provocar a
eclosão das idéias”.[53]
Por esta razão, depois de percorrer os capítulos anteriores, e refletir bastante
sobre a sua tarefa, o professor pode agora, num exercício de auto-avaliação, detectar
áreas em sua vida que precisam ser trabalhadas visando o aprimoramento do seu
trabalho. Isso é simplesmente maravilhoso, ao servir a Deus na qualidade de
professor da Escola Dominical, a pessoa é convidada a uma constante avaliação do
seu ministério. O desejo de exercer com dedicação a tarefa de ensinar as Escrituras
precisará pressupor sempre a reciclagem e o aperfeiçoamento, sob pena de, em não
acontecendo, instalar-se uma situação de retrocesso e de letargia na Escola
Dominical.
O professor, como todos os crentes, precisa crescer, melhorar. Cada dia
representa um desafio novo, cada trimestre uma oportunidade nova de crescer com e
através da vida dos seus alunos. “É claro que o professor, para exercer com eficácia
a maiêutica das idéias, deverá ter vocação e também preparo especializado”.[54] Tal

52 – LOPES, Luciano. 0 Professor Ideal. 3a. ed. Rio de Janeiro: Casa do Educador A.A., I996, p. 19.
53 – LOPES, Luciano. loc. cit.
54 – LOPES, Luciano. loc. cit.
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preparo se dará no transcurso da vivência do próprio professor, em sua disposição de
se envolver nos programas de reciclagem e treinamento a que tiver acesso.
No entanto, muitos são resistentes à idéia de reciclagem e de treinamento. Há
casos de professores da Escola Dominical que jamais aceitam participar de um
treinamento ou de um curso; são auto-suficientes, acham-se prontos e julgam-se
detentores de todo o saber. Não pode haver coisa mais prejudicial para uma Escola
Dominical do que a presença de pessoas que se recusam a crescer, negam se a
melhorar e fogem do aperfeiçoamento.
Ser professor da Escola Dominical implica melhorar sempre, abrir-se para o
novo, manter arejada a mente e aberto o coração para experimentar novos métodos,
intensificar ações educacionais, testar, experimentar. Neste sentido, a sala de aula é
um laboratório permanente onde professor e alunos se lançam a novas descobertas e
experimentos cujos resultados muito poderão contribuir para o crescimento do Reino
de Deus.
Aqueles que resistem tanto a esta idéia da reciclagem e treinamento carecem de
humildade.
Humildade é a convicção de que não temos nem somos a última palavra. A
humildade leva o professor a entender suas limitações e deficiências. Também
inferimos, ao analisar estes resistentes, um certo desprezo pelo trabalho de Deus,
muitas vezes até travestido de piedade e responsabilidade. Se uma pessoa não quer
consertar erros, redirecionar caminhos equivocados, corrigir falhas e aperfeiçoar
métodos e técnicas acerca do ensino dinâmico e eficaz das Escrituras; então
notamos, no mínimo, desconsideração para com a nobreza do ministério do ensino
da Bíblia na igreja.
No tempo em que nós vivemos, as coisas acontecem com uma velocidade
enorme. A cada dia surgem novas idéias, aparecem instrumentos melhores, nascem
paradigmas contemporâneos e relevantes na área do ensino. Através de sua
participação constante em programas de reciclagem, cursos de aperfeiçoamento,
clínicas e laboratórios de ensino; o professor da Escola Dominical vai se
atualizando, tomando conhecimento das novidades e, naturalmente, melhorando a
qualidade do seu trabalho.
O pastor e os líderes educacionais da igreja devem se esforçar sempre para que
esta consciência da necessidade de melhorar e aperfeiçoar sejam passada e
desenvolvida na vida dos seus professores. Além disso, precisam levar a igreja a
investir nessa melhoria. Bem fará a igreja que se esforçar para financiar programas
de reciclagem para os seus professores, para lhes dar condições cada vez melhores
para o desenvolvimento de seu ministério. Muitos professores até se frustram ao
constatarem que a igreja não os valoriza e nada investe em suas vidas e em seu
potencial. Quando isso ocorre, temos o quadro absurdo que mostra professores
dedicados querendo melhorar seu trabalho, e líderes obstruindo o seu ideal e
matando sua vocação. É preciso estarmos atentos para que a igreja invista com
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objetividade e fé no aperfeiçoamento do seu corpo docente.
A consciência de que o ensino das Escrituras está na base de tudo o que uma
igreja realiza, quer seja missões e evangelismo, música, ação social, cultura,
educação etc há de gerar um clima favorável ao investimento na área da Escola
Dominical.
De um modo geral, podemos dividir os professores em duas categorias, tal
divisão tem apenas um objetivo didático, visando auxiliar o professor a identificar
em que necessita de reciclagem e/ou de treinamento:
PROFESSORES QUE SABEM COMO ENSINAR
São aqueles que dominam os métodos de ensino, que conhecem bem a didática.
São capazes de planejar e desenvolver uma aula tecnicamente perfeita e eficiente.
Tais professores quase nunca têm problemas com o tempo da aula ou a motivação
dos alunos, visto que conhecem exatamente as técnicas para se evitar este tipo de
problema.
PROFESSORES QUE SABEM O QUE ENSINAR
Estes são professores que conhecem bem a Palavra de Deus e sabem exatamente
o que deve ser passado para os seus alunos. Têm boa estrutura doutrinária,
conhecem bem a história bíblica, sabem discernir se um determinado ensinamento
tem ou não fundamento bíblico. Sua contribuição para a Escola Dominical se dá
preponderantemente na dimensão do conteúdo bíblico.
Na realidade educacional de uma igreja local essas duas categorias se
manifestam em, pelo menos, quatro tipos de professores na Escola Dominical:
Como sem o quê
São professores que sabem como ensinar, mas não sabem o que ensinar, ou seja,
dominam bem a técnica, a didática, mas não dominam bem a Palavra de Deus. Sua
aula vai falhar sempre no aspecto do conteúdo. Estará sempre correndo o risco de
deixar seus alunos saírem da sala sem saberem os aspectos fundamentais do texto
estudado. As aulas acontecerão, mas o crescimento bíblico-doutrinário será lento.
O que sem como
Também encontramos na Escola Dominical aqueles professores que dominam
muito bem o conteúdo, mas não conhecem bem as técnicas de ensino. Fica sempre
claro para os alunos que ele conhece o assunto que está ensinando, mas falta
habilidade para o ensino propriamente dito. O risco no caso deste professor é não
conseguir transmitir o conteúdo que tanto conhece e mesmo de não ser capaz de
adequar a quantidade de matéria a ser transmitida com o tempo disponível para tal,
implicando até mesmo deixar para trás partes importantes do conteúdo.
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Sem o que e sem como
Ainda existem aqueles que são deficitários tanto no método ou na técnica, como
no conteúdo. Aí o que acontece é uma espécie de faz-de-conta. Não há
produtividade. A tendência nestes casos é a aula enveredar por assuntos outros,
conversas informais e até o compartilhar de experiências que nada têm a ver com o
que deveria estar sendo ensinado.
O que e como
São aqueles que unem o conhecimento da técnica e do conteúdo. Sabem o que
precisam ensinar e conhecem precisamente como fazê-lo. Dominam tanto o
conteúdo como a técnica de ensino. Pertencem ao grupo de professores ideais para a
Escola Dominical, pois poderão exercer seu ofício com abrangência e competência.
O alvo de cada Escola Dominical deve ser o de ajudar seus professores para que
pertençam a este segmento; o que demandará, por parte da liderança educacional da
igreja, um programa de treinamento.
TREINAMENTO DIRECIONADO
Tendo em vista os conceitos explanados acima, precisamos agora rever as
propostas de treinamento e de reciclagem que tradicionalmente são apresentadas em
nossas igrejas. Nota-se que, os treinamentos oferecidos tratam o professor de
maneira massificada. O máximo que temos visto é uma divisão dos professores em
função da faixa etária para a qual ensina. O pressuposto é o de que se pode colocar
em uma mesma sala de treinamento todos os professores de adolescentes. O
treinamento é estruturado a partir do que os professores têm em comum. Nosso
pensamento é que os programas de treinamento e reciclagem devem ser estruturados
a partir das diferenças e não das semelhanças entre os professores.
Assim, em vez de oferecer um treinamento geral para, digamos, professores de
adolescentes, oferecer-se-á um curso ou reciclagem sobre, por exemplo,
aprimoramento das técnicas de ensino para adolescentes ou conhecendo melhor o
Novo Testamento. Nosso entendimento é que este tipo de proposta atrairá o
professor em função das carências e necessidades. O resultado é que o tão sonhado
corpo docente de qualidade poderá ser viabilizado a médio e longo prazos.
Pensando na igreja local, uma boa dica é reunir os professores com o objetivo de
orientá-los acerca dos tipos de professores mencionados neste capítulo. Os
professores precisarão se identificar com um desses tipos de professores. O modelo
de questionário que segue foi desenvolvido com o propósito de levar os próprios
professores a se conhecerem melhor. Este questionário deve ser aplicado após uma
clara e objetiva exposição sobre os tipos de professores existentes na Escola
Dominical:
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FORMULÁRIO DE AUTO-IDENTIFICAÇÃO DO PROFESSOR
Assinale em qual dos casos abaixo há uma descrição mais adequada sobre sua
vida como professor:
1. No exercício do meu ministério predomina mais o como ensinar.
2. No exercício do meu ministério predomina mais o que ensinar.
3. No exercício do meu ministério como e o que ensinar são observados de forma
equilibrada
4. No exercício do meu ministério preciso desenvolver tanto como quanto o que
ensinar.
Se você concorda que a liderança da Escola Dominical elabore um Programa de
Treinamento Direcionado, através do qual você seja ajudado especificamente no que
está precisando, responda às questões abaixo e entregue este formulário ao Diretor
da Escola Dominical.
Nome completo:
Classe que leciona: Data de nascimento:
Endereço: Rua: N
Complemento:
Bairro: Cidade:
Estado CEP
Telefone de casa: Telefone do trabalho:
De posse dos formulários, a direção da Escola Dominical poderá desenvolver um
programa de reciclagem que atinja diretamente os professores em suas necessidades
específicas reconhecidas. Este programa de reciclagem, se necessário, poderá ser
desenvolvido até individualmente, tendo em vista que muitos dos nossos professores
têm condições de se auto-reciclarem através de leituras e de um acompanhamento
por parte da direção da Escola.
AUTOTREINAMENTO
Consciente de sua necessidade de constante treinamento e reciclagem, o
professor não precisa ficar esperando que haja um curso ou uma clínica para
reciclar-se. Por si mesmo, pode valer-se de livros para ler e rever seus métodos
visando enriquecê-los. Uma boa prática é a leitura de livros voltados para a prática
do ensino. Ao final deste livro, você encontrará uma bibliografia básica da Escola
Dominical que lhe oferecerá livros cuja leitura o ajudarão e contribuirão para a
melhoria do ensino em sala de aula.
O programa de auto-reciclagem considera ainda a descoberta de oportunidades
de crescimento pessoal de uma maneira mais formal. Se em sua cidade existe um
seminário teológico evangélico, você fará bem se procurar informar-se sobre a
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possibilidade de cursar matérias avulsas, como Introdução à
Bíblia, Velho Testamento, Novo Testamento, Teologia Sistemática, Didática,
Geografia Bíblica e outras.
Você poderá cursar uma ou duas disciplinas avulsas a cada semestre; assim, ao
longo dos anos, você vai se aprofundando mais e mais no conhecimento das
Escrituras.
A igreja, por sua vez, pode, dentro de suas possibilidades, ajudar os seus
professores neste programa de reciclagem mais formal. No caso de professores
menos aquinhoados financeiramente, a igreja poderá até patrocinar tal treinamento.
O importante é que cada professor perceba o valor de uma reciclagem constante
e periódica, sempre com aquele sentimento de humildade e desejo de melhorar. A
obra de Deus merece que dediquemos o melhor de nós, por isso o professor da
Escola Dominical é aquele tipo de obreiro que jamais fica parado no tempo, mas que
cresce um pouco a cada dia. Lembrando ainda que, no desenvolvimento de sua
personalidade, o professor deve cultivar sempre zelo por sua aparência, capacidade
de expressão, cortesia, otimismo, espírito de simpatia, auto-direção, espírito de
iniciativa, entusiasmo e saúde. [55]
NA ERA DA INFORMAÇÃO
Vivemos hoje a geração da informação e da comunicação. O mundo inteiro está
interligado pela maior teia de informação de todos os tempos, a Internet. As
possibilidades e oportunidades que acompanham a Internet ainda são vislumbradas
de forma muito incipiente pela maioria das pessoas, porém, a verdade é que estamos
diante do maior ambiente de influência mundial, o virtual.
Como alguém cujo ministério é a interpretação da Bíblia para o homem de hoje,
o professor não pode pecar pela ignorância da Internet e seu potencial. Através dela,
o professor pode atualizar-se, instruir-se e alargar seus conhecimentos sobre o que
está a ensinar.
Há hoje inumeráveis fontes de pesquisa abertas na Internet, com acesso a
informações sobre a
Bíblia e a Teologia. Navegando pelas páginas de informações (home pages), o
professor encontrará recursos antes simplesmente impossíveis de serem acessados a
distância, poderá adquirir livros, consultar enciclopédias e conversar através do
correio eletrônico (e-mail) com professores de universidades, especialistas do
mundo inteiro, bem como trocar idéias com pastores e outros professores da Escola
Dominical que estão longe dele.
São já milhares de igrejas presentes na Internet. Ao visitá-las, o professor poderá
ter uma idéia do desenvolvimento de seus ministérios e aproveitar informações e
acessos colocados à disposição nas páginas da Internet. Para que o leitor tenha uma

55 – LOPES, Luciano. op, cit, p. 25-50.
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idéia, no dia em que este capítulo está sendo escrito, a homepage da nossa igreja
completou a marca de 1.700 acessos, em apenas cinco meses. São pessoas que, no
mundo inteiro, acessaram nossa página para conhecer um pouco sobre nossa igreja.
Hoje pode-se estudar via Internet, fazer compras, pesquisar, conversar, se
corresponder, informar-se política, social e culturalmente, e comunicar-se com
pessoas distantes. No seu discurso anual de 1997 (The State of Union), o presidente
Bill Clinton, dos Estados Unidos, disse que seu objetivo é o de permitir a crianças
americanas, a partir de 12 anos, ter habilidade suficiente para usar a Internet. Falou
do propósito de interligar com a rede mundial cada sala de aula e cada enfermaria de
hospital. Lembrou da maravilha que a Internet já representa no campo da ciência e
da tecnologia, especialmente pela geração de informação instantânea. Uma pessoa
internada em um hospital poderá se comunicar com seus familiares e receber apoio e
ajuda, mesmo de parentes que estejam do outro lado do planeta. Seus médicos
poderão consultar opiniões de especialistas em todo o mundo, inclusive remetendo
exames, boletins ete, o que poderá significar a cura do doente e tudo a um custo
inacreditavelmente baixo.
O professor da Escola Dominical deve apropriar-se deste universo virtual que,
mais do que qualquer outra coisa, tem caracterizado este final de século e de
milênio. Deve instrumentalizar-se da Internet para a melhoria da qualidade do seu
ensino das Escrituras.
Bênçãos e desafios para este final de milênio
O ensino do sábio é uma fonte de vida para desviar dos laços da morte (Pv
13.14).
ESPERANÇA
Este é o sentimento do nosso coração ao terminar este livro. Esperança de
vermos nossas Escolas
Dominicais sendo dinamizadas, em especial no que se refere à tarefa do
professor. Ensinar a Bíblia é uma bênção e um desafio para a vida do professor.
Bênção oriunda da convicção de que se trabalha não por verdades humanas,
temporais; mas divinas e eternas; desafio, pela consciência de que só é possível ser
professor da Escola Dominical sob a égide da iluminação divina. Como professor da
Escola Dominical, o leitor pode sentir as alegrias da bênção e o prazer do desafio.
Que bom Deus confiar a homens e mulheres tão sublime tarefa!
SENDO PONTE
Ser professor é ter o privilégio de ser ponte. Entre as verdades de Deus e as
necessidades dos homens; entre os desígnios de Deus e as perplexidades dos
homens; entre o consolo de Deus e a carência dos homens. Ser professor da Escola
Dominical é ser ponte, através da qual os alunos alcançarão o objetivo da edificação.
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O professor encontra prazer em ver pessoas atingindo o outro lado do rio. Sem a
ponte, o outro lado é sonho, com ela é topia, é realidade. Sem a ponte, o mar e o
abismo são invencíveis, com ela ambos são domados e superados. Sem a ponte os
benefícios da travessia se relativizam, com ela tornam-se desafios. Ser professor da
Escola Dominical é ser ponte.
SENDO ALUNO
Ser professor é ser aluno. É aprender com os alunos, com as aulas, com a vida. É
perceber o que o Mestre tem a lhe mostrar e ensinar. É não se deixar envaidecer pela
equivocada, posição de quem ensina. É fazer do seu ministério um constante,
desafiador e dinâmico aprender, é ser aluno. Ser professor é ser aluno, portanto, mais
um no meio dos outros. É sentir as dores e preocupações deles. É ser um com os
demais alunos e deixar ser um consigo também. Ser aluno é ter amigos, é fazer parte
de uma comunidade, é não estar só.
SENDO SERVO
Ser professor implica servir a Deus e ao próximo. O espírito de serviço prevalece
no coração do professor da Escola Dominical. A consciência de quem é o seu
Senhor é de fundamental importância na vida do professor. O professor serve a Deus
dentro e fora da sala de aula, serve-o com alegria e disposição, trabalha para o seu
Senhor com espontaneidade e prazer. Este serviço implicará muitas vezes renúncia,
e renunciar é uma característica indispensável na vida de quem se propõe a ensinar.
SENDO CANAL PARA O CRESCIMENTO
Servir a Deus na condição de professor da Escola Dominical é colocar-se
estrategicamente na posição de canal para o crescimento da igreja. Através da Escola
Dominical, como já vimos, a viabilização do crescimento da igreja é certa e segura.
Neste, sentido veremos que do resultado do trabalho do professor dependerá o
crescimento. Como bem lembrou Valdir Steuernagel: “a qualidade de discípulos que
o Evangelho produzir, no contexto de uma igreja, será o atestado de quão saudável
ou enfermo foi o crescimento desta igreja”.[56] O professor é a figura principal neste
processo de ‘controle de qualidade’. Como canal de crescimento, o professor não
bloqueará o desenvolvimento da obra, mas contribuirá para que as oportunidades de
crescimento sejam devida e sabiamente aproveitadas. O professor não é o
responsável pelo crescimento de sua igreja, mas um dos canais através dos quais tal
crescimento se dará, pois “para que a igreja cresça é preciso que o evangelho seja
pregado e vivido e encontre uma resposta positiva”.[57] Cumprindo seu papel de
canal, o professor será um instrumento para o crescimento de sua igreja.

56 – STEUERNAGEL, Valdir. A Igreja Rumo ao Ano 2000. Belo Horizonte: Missão, 1991, p. 92.
57 – STEUERNAGEL, Valdir., op. cit. p. 91.
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SENDO RESPONSÁVEL
A responsabilidade é uma virtude que determina, o sucesso ou o fracasso de
qualquer empreendimento. O ensino da Bíblia numa classe de Escola Dominical é o
mais sublime e recompensador de todos os empreendimentos. Agindo com um
sentimento de intensa responsabilidade na liderança de cada aula e de cada atividade
de sua classe, demonstrando aos alunos o quanto considera e valoriza o seu
ministério, o professor conseguirá gerar neles o mesmo sentimento de zelo e de
responsabilidade para com o estudo e a aplicação na vida da Palavra de Deus.
OBJETIVANDO A GLÓRIA DE DEUS
Mesmo realizando o trabalho duro e árduo de preparar-se adequadamente para o
ensino das Escrituras, mesmo esforçando-se ao máximo para realizar seu trabalho
com a maior perfeição possível, o professor jamais deve esperar receber glória.
Receberá honra, gratidão, reconhecimento, mas a glória deverá ser sempre de Deus.
Por esta razão, entendemos também que as pessoas que têm sido usadas de forma
extraordinária por Deus, na liderança do seu povo, possuem “um único propósito em
mira: que as suas vidas e a sua atuação redundem na honra e na glória de Deus,
mediante qualquer tipo de serviço que sejam capazes de realizar”.[58]
Ao objetivarem a glorificação de Deus em suas vidas e através delas, os
professores da Escola Dominical acabam por construírem um inabalável alicerce
sobre o qual o Espírito Santo de Deus edificará sua igreja madura e transformadora.
GRATIDÃO
A última palavra que desejamos dar aos professores da Escola Dominical das
igrejas evangélicas do Brasil, é no sentido de que reconheçam o alto privilégio que
Deus lhes tem concedido em permitir-lhes o exercício do ministério do ensino da
Bíblia em suas igrejas. De fato, Deus tem sido maravilhoso em escalar em cada
igreja pessoas como você, dedicadas e interessadas no ensino e na disseminação da
Palavra Santa.
Ao selecionar uma pessoa para a tarefa do ensino, Deus a acompanha, protege e
supre suas necessidades. Sabe o nosso Senhor que cada professor constitui o maior
de todos os patrimônios. Deus não fica alheio à situação de cada professor, a vida
daquele que se dedica ao ensino das Escrituras interessa bem de perto ao Senhor.
Em função disto, o professor deve apropriar-se das preciosas promessas da
Palavra de Deus, agindo de tal maneira a usufruir delas em seu viver diário. Sobre
todas as coisas o professor é alguém que, de fato, “tem o seu prazer na lei do Senhor,
e na sua lei medita dia e noite” (SI 1.2).
Certo de estar no centro da vontade de Deus, o professor segue no exercício do

58 – BARNA, George. Igrejas Amigáveis e Acolhedoras. São Paulo: Abba, 1995, p. 199.
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ministério que recebeu do Senhor. Conseguindo extrair prazer e contentamento de
todas as circunstâncias nas lides do ensino da Palavra de Deus, ele não desanima
diante dos desafios, não desiste ante os obstáculos, não esmorece à frente das
tribulações. Sabe em quem confia, conhecem quem adora vivência as verdades que
ensina. É professor, ensina a Palavra da qual se alimenta dia após dia.
Se na sua experiência como professor, você nem sempre foi compreendido ou
recompensado; se chegou muitas vezes a pensar em desistir; se cogitou no coração
abandonar a carreira; se incontáveis vezes sentiu chegar à garganta um grito por
socorro; fica aqui o estímulo para que persevere, pois como ensinou o apóstolo
Paulo: “por isso não desfalecemos; mas ainda que o nosso homem exterior se esteja
consumindo, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e
momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno
peso de glória; não atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que se não
vêem; porque as que se vêem são temporais, enquanto as que se não vêem são
eternas” (2Co 4.16-18). A cada dia a vida do professor vai sendo renovada em
função da sua fé e do seu desprendimento no serviço do Reino.
Avante, professores! Levem a cabo o ministério que o próprio Deus lhes
entregou. Apropriem-se das orientações e dos conselhos aqui compartilhados,
tenham coragem e fé, encarem sua função com o brilho que lhe é peculiar, creia que
Deus fará prosperar a obra de suas mãos. Acreditem que vocês terão a alegria de
constatar na vida dos alunos de hoje, homens e mulheres de Deus amanhã. É
também para você, professor da Escola Dominical, a promessa bíblica:
“Aquele que sai chorando, levando a semente para semear, voltará com cânticos
de júbilo, trazendo consigo os seus molhos” (Sl 126.6).
ANEXOS
OS DEZ MANDAMENTOS DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL
1. Amar a Palavra de Deus ao ponto de estudá-la com afinco e constância.
2. Reconhecer o valor da Educação Religiosa e ter na mais alta estima a missão
do educador.
3. Estar sempre bem preparado para ensinar a Bíblia na classe.
4. Estar sempre em dia com os novos métodos de ensino e procurar renová-los
quando necessário.
5. Dar instrução sem esquecer da educação, isto é, transmitir conhecimento e ao
mesmo tempo formar o caráter.
6. Amar o aluno como a seu próprio filho.
7. Saber que o aluno tem uma personalidade que merece respeito; e uma vida
cristã em desenvolvimento.
8. Amar a igreja da qual é membro, prestigiando com sua presença e
contribuição suas programações e suas promoções.
SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical
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9. Procurar em tudo ser exemplo digno de ser seguido por seus alunos.
10. Estudar sempre com o fim de aperfeiçoar-se para servir sempre melhor ao
Senhor.
(Baseado no texto Os Dez Mandamentos do Professor, de LOPES, Luciano. O
professor ideal. 3ª ed. Rio de Janeiro: Casa do Educador, 1966, p. 50-51).
PLANO DE SALVAÇÃO
Existem várias versões do Plano de Salvação, todas com seus méritos. Aqui
transcrevemos a que nos parece melhor para uso do professor da Escola Dominical.
E a versão conhecida como Estrada dos Romanos, que apresenta a peculiaridade de
usar somente textos da Carta de Paulo aos Romanos.
Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer (Romanos 3.10).
Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Romanos 3.23).
Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a
morte, assim também a morte passa a todos os homens por isso que todos pecaram
(Romanos 5.12).
Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida
eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 6.23).
Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo
nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue
seremos por ele salvos da ira (Romanos 5.8, 9).
A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres
que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê
para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação (Romanos 10.9,10).
BIBLIOTECA BÁSICA DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL [59]
BÍBLIAS
Imprensa Bíblica Brasileira. Versão Revisada da Tradução de João Ferreira de
Almeida, de acordo com os melhores textos em hebraico e grego. 1ª. Impressão,
1986.
A Bíblia de Jerusalém. Edições Paulinas, 1973.
A Bíblia na Linguagem de Hoje. Sociedade Bíblica do Brasil.
CONCORDÂNCIA
Concordância Bíblica. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1975, l.l01p.

59 – A Biblioteca do Professor da Escola Dominical, precisa ter materiais que sejam de cunho teológico,
bibliográfico, pedagógico etc.
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DICIONÁRIOS, MANUAIS E ATLAS
DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia. Rio de Janeiro: Juerp, 1980, 660p.
DOUGLAS, J. D. (ed.). O Novo Dicionário da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 1962.
HALLEY, H.H. Manual Bíblico. 2 Vol., São Paulo: Vida Nova. ROWLEY, H. H.
Pequeno Atlas Bíblico. São Paulo:ASTE.
COMENTÁRIOS BÍBLICOS
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PARA CONHECER MELHOR OS ALUNOS E ENSINAR MELHOR
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BÍBLIAS – SOFTs
A Bíblia em Multimídia – CD ROM. Brasília: Laicus Consultoria e Informática
Ltda, 1996.
(Texto bíblico completo, mapas bíblicos, cronologia da vida de Jesus,
concordância e sumários e esboços dos livros da Bíblia).
Bíblia Soft-CD ROM. Curitiba, PUBLISOFT Publicações Informatizadas Ltda,
1996. (Texto bíblico completo, texto grego do Novo Testamento, dicionário dos
nomes bíblicos, mapas bíblicos, comentários sobre pontos geográficos bíblicos,
introdução aos livros bíblicos, informações sobre moedas, pesos e medidas).
A Bíblia Fala – Vários estudos bíblicos temáticos.
http://www.cuc.edu/cqi-bin/bf.pl
A Bíblia Net – O texto bíblico em português.
http://www.cuc.edu/cqi-bin/biblia
Ecksianet-Devócionús, comentários, esboços, sermões, estudos bíblicos, livros
etc.
http://www.eclesianet.com.br
Família Evangélica – Assuntos diversos ligados à fé cristã.
http: / / www.geocities.com/heartland/ 8 871
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http://www.nce.ufrj.br/~harpia/estl80
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fonte: S O C O R R O ! S O U  P R O F E S S O R  D A  E S C O L A  D O M I N I C A L

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