atualmente conhecida como Tell Mugheir [Montículo de
Betume], situa-se 224 km ao sul do local da antiga Babilônia e 240 km a noroeste do
golfo Pérsico. As ruínas principais, que cobrem uma superfície de 61 ha, foram
escavadas por J. E. Taylor (1854), H. R. Hall (1919) e C. Leonard Woolley (1922-
1934).Taylor desenterrou porções de uma grande torre-templo ou zigurate, que ascendia
em três pisos à altura de 21 m. Em cada uma de suas quatro esquinas, havia um nicho
com cilindros inscritos (registros dos fundamentos) que traziam o nome da cidade, de
seu fundador e dos que trabalharam nas reconstruções periódicas do zigurate. Na sala de
um templo próximo, entre o lixo acumulado, havia uma coleção de tabuinhas
cuneiformes. Em uma delas, o rei Nabonido (556-536 a.C.) faz referência à edificação e
aos reparos periódicos do grande zigurate. Há também uma oração a Nannar, o deus-lua,
a favor do próprio rei e de seu filho Belsazar, para que fosse “guardado do pecado” e
“estivesse satisfeito com a abundância da vida”. Essas e outras inscrições confirmam o
relato bíblico sobre Belsazar. Hall explorou o lado sudoeste do imponente zigurate e
deixou ainda mais exposta a área do templo. Woolley completou as escavações em
torno do grande zigurate e dos templos, na área sagrada, prosseguindo até deixar
expostos 10 km2 da cidade do tempo de Abraão. O arqueólogo encontrou largos
desembocadouros, muitos edifícios comerciais e numerosas casas de dois pisos, com
pátios, fontes, chaminés e sistema sanitário. Havia capelas de adoração espalhadas por
toda a área residencial, bem como edifícios escolares com livros de argila, indicando
que os caldeus ensinavam leitura, escritura, aritmética, gramática e história. Um grande
arquivo de registros do templo revelava que a religião, inclusive os serviços do templo,
eram sustentados com ofertas do povo e pelo comércio. Foram realizadas sensacionais
descobertas nos cemitérios. As tumbas reais continham em abundância objetos de ouro,
prata, lápis-lazúli e materiais de menor valor. Algumas tumbas guardavam até 68
esqueletos de pessoas que faziam parte da comitiva: guardas, músicos e criados que
haviam marchado ao fosso da morte, em sacrifício, para acompanharem seu rei ou sua
rainha na outra vida. Para os estudiosos da Bíblia, a descoberta mais importante foi um
estrato de argila e areia limpas, depositado pelas águas, de 2,5 m de espessura, com
indícios de ocupação em cima e em baixo, mostrando “uma ruptura definitiva na continuidade da cultura local”. Segundo o arqueólogo, “nenhuma subida comum dos
rios deixaria atrás de si algo que sequer se aproximasse do volume dessa terraplenagem
de argila […] A inundação que depositou esses restos deve ter sido de magnitude sem
paralelo na história local […] Não há dúvida de que essa inundação foi o dilúvio das
histórias e lendas sumérias, no qual se baseia a história de Noé”.
VALE DO CEDROM (v. Cedrom, Vale do)
A estela de Ur-Nammu, encontrada no piso do Palácio da Justiça de Ur.
Ver tb: Gn 11:28, Gn 11:31, Gn 15:7, Ne 9:7, At 7:4
fonte: BIBLIA THOMPSON