1º Trimestre de 2007
Data: 18 de Março de 2007
TEXTO ÁUREO
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At 2.42).
VERDADE PRÁTICA
A comunhão entre os crentes, fruto do amor de Deus em nós, é uma das características mais singulares da Igreja de nosso Senhor Jesus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – 1 Co 10.16; 11.25
A comunhão do sangue de Jesus
Terça – 1 Co 10.16; 11.28,29
A comunhão do Corpo de Cristo
Quarta – 2 Co 13.13
A comunhão do Espírito Santo
Quinta – Cl 2.9; 1 Jo 1.3,7
A comunhão entre os irmãos
Sexta – Fm v.6
Comunhão da fé em Cristo
Sábado – 1 Co 13.4-7
A comunhão que provém do amor
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 2.42-46; Efésios 4.1-6.
Atos 2
42 – E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
43 – Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
44 – Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.
45 – Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.
46 – E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração.
Efésios 4
1 – Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,
2 – com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
3 – procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz:
4 – há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
5 – um só Senhor, uma só fé, um só batismo;
6 – um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos.
INTERAÇÃO
Professor, no dia de Pentecostes a conversão de quase três mil almas foi o resultado da demonstração do poder do Espírito. Os novos crentes perseveraram nos ensinamentos dos apóstolos e na unidade da fé e do Espírito entre eles, ou seja, mantinham comunhão uns com os outros. A comunhão surgiu, então, após serem cheios de poder e através dos ensinamentos de Pedro. A nossa oração é para que sejas cheio do Espírito Santo e, que através do ensino da Palavra de Deus, cultives a mesma fé c o mesmo Espírito com os santos que o cercam.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Definir o termo “comunhão” e as bases da comunhão da igreja.
Descrever as cinco expressões da comunhão em Cristo na Igreja.
Explicar a comunhão do Corpo de Cristo.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Nós, educadores cristãos, temos a responsabilidade de promover o ensino transformador. E a prova de que os alunos realmente aprenderam, refletirá em seus atos. Divida a turma em dois grupos. O primeiro deverá estabelecer as condições para se cultivar a comunhão entre os santos, tais como: nascer de novo; ser membro do Corpo de Cristo; ter o mesmo Espírito; fé; paz; batismo; esperança; servir ao mesmo Deus etc. O segundo descriminará os resultados que a comunhão proporciona: paz; harmonia; amor; confraternização; unidade; ajuda mútua; empatia; crescimento do Reino de Deus etc. Conduza os alunos a uma reflexão sobre a bênção da comunhão entre os santos e conclua recitando Salmos 133.1 “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!”.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Comunhão: Este termo designa o vínculo espiritual e social estabelecido pelo Espírito Santo entre aqueles que recebem a Cristo como o seu Único e Suficiente Salvador (Ef 4.1-16).
A palavra comunhão é a chave para entendermos o rápido progresso da Igreja, formada por dois povos, judeus e gentios. A Igreja somente progrediu mediante a comunhão e unidade de seus membros. A Bíblia assevera que de ambos os povos, Deus fez apenas um, constituindo o Corpo místico de Cristo (Ef 2.14-17; 4.3-6; 1 Co 12.13).
I. SIGNIFICA DE “COMUNHÃO” NO NOVO TESTAMENTO
1. Definição. A palavra comunhão é a tradução de um dos termos mais enfáticos a respeito da unidade e fraternidade cristã: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão (koinōnia)…” (At 2.42). O sentido desta palavra no Novo Testamento vai além de “associação de pessoas”, “agremiação” ou “companheirismo”. A comunhão que trata as Escrituras (At 2.42; Fp 2.1; 1 Jo 1.3), resulta da salvação que desfrutamos em Cristo (1 Co 1.9). É a “comunhão do e no Espírito Santo” (2 Co 13.13; Fp 2.1); a “comunhão da fé” (Fm v.6), e a “comunhão dos crentes uns com os outros e com Cristo” (1 Jo 1.3,6,7).
2. As bases da comunhão da Igreja. A Igreja não é um clube de amigos ou uma associação humana secular. Também não é uma empresa. Todavia, é o conjunto ou comunhão dos redimidos em Cristo, que compartilham da “unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Ef 4.3). A Igreja é o corpo místico de Cristo, e, cada crente em particular, é membro desse corpo glorioso (1 Co 12.12,13). Por conseguinte, a comunhão no Espírito (Fp 2.1) é vital à unidade e à paz da Igreja. Segundo Efésios 4.3, a comunhão, unidade e paz na Igreja não são produtos dos esforços humanos, mas uma ministração do Espírito Santo. Uma vez que o crente é templo e habitação do Espírito de Deus (Jo 14.16,17; Rm 8.14; 1 Co 3.16; 6.19), somos todos “um só corpo” (Ef 4.4), servindo e amando a “um só Senhor”, compartilhando de “uma só fé”, “um só batismo”, “uma só esperança”, “um só Deus e Pai de todos” (vv.5,6). Guardemos, pois, a “unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (v.3).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A comunhão cristã no Novo Testamento é o resultado da salvação em Cristo e da ação do Espírito pelo vínculo da paz.
II. CINCO EXPRESSÕES DA COMUNHÃO EM CRISTO NA IGREJA
1. Amor Fraternal. Nas páginas do Novo Testamento, encontramos as expressões “amor fraternal” (Rm 12.10; 2 Pe 1.7) e “caridade fraternal” (1 Ts 4.9; Hb 13.1; 1 Pe 1.22). Trata-se literalmente do amor e afeição entre irmãos (1 Pe 3.8). No plano espiritual, isto significa muito mais do que “irmandade” ou “concórdia entre irmãos”. Nos textos de Romanos 12.10; 1 Pedro 1.22; 3.8, o amor fraternal refere-se ao estado e atitude do cristão humilde e compassivo, que continuamente prefere dar honra aos outros em vez de recebê-la. Observe o que afirma Romanos 12.10: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”. Ver também Filipenses 2.3,4. Portanto, amar o irmão na fé em Cristo é: (1) honrá-lo acima e independente dos interesses pessoais; (2) ser sincero, compassivo, afável; (3) ser entranhavelmente misericordioso com ele em seus sofrimentos e faltas (1 Pe 3.8,9); (4) levar as cargas uns dos outros (Cl 6.2).
2. A Unidade (Jo 17.21-23; Ef 4.5,6). Jesus, em sua oração intercessória, fez sua mais ardente petição ao Pai: “Que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós” (Jo 1 7.21). A comunhão é includente e excludente. É includente, pois a comunhão do corpo de Cristo em um “só Espírito”, “um só Senhor”, “uma só fé”, “um só batismo” e “um só Deus”, é possível somente entre os que nasceram de novo (Jo 3.2-8). É excludente, porque todos os que não receberam a Cristo como seu Salvador pessoal, não podem participar da comunhão (koinōnia) da igreja. Os incrédulos não desfrutam dessa comunhão, porque a luz e as trevas, a justiça e a injustiça, o fiel e o infiel, não se associam (2 Co 6.14-16).
3. A Filantropia. O termo filantropia aparece no texto original de Tito 3.4 (ARA), referindo-se ao incomensurável amor de Deus pela humanidade: “A benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos”. A expressão “amor para com todos” é a tradução da palavra original filantropia. Por conseguinte, significa “benevolência, amor ao próximo”. De acordo com Tito 3.4, a filantropia bíblica é a manifestação do amor divino para com o homem. Na Igreja do Novo Testamento, os cristãos reuniam-se a fim de participarem de uma festividade filantrópica denominada “ágape”. Era o “partir do pão” em cada casa de forma a quebrar toda e qualquer diferença social ou étnica. Também os cristãos vendiam suas propriedades e colocavam o dinheiro arrecadado aos pés dos apóstolos, para ser dividido entre os necessitados (At 2.45). O amor divino os impulsionava à prática de boas obras (Ef 2.8-10).
4. A Comunidade. O texto de Atos 2.42 diz que “perseveravam na comunhão”. Os fiéis se reuniam fraternalmente e tinham uma causa comum. A igreja cristã era a comunidade dos remidos. Todos compartilhavam dos mesmos interesses. Ninguém se sentia excluído, pois as diferenças sociais e espirituais não eram superiores à fraternidade comunitária. Tal comunhão vinha do Espírito Santo que os enchia, como em Atos 4.31,32. Assim deve ser numa comunidade cristã autêntica, cheia do Espírito Santo e do seu fruto, como está patente em 1 Coríntios 13.4-7, Gálatas 5.22,23 e Efésios 4.9,10.
5. O Amor (1 Co 13.1-8). Em 1 Coríntios 13, a Bíblia destaca o amor divino como a virtude que deve reger na igreja o relacionamento das pessoas. É esse santo amor, de que trata a presente lição, que promove a comunhão dos santos, conforme 1 Coríntios 13.4 e Filipenses 2.1b. Esse amor faz-nos acolher e aceitar o próximo como irmão.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A comunhão em Cristo e a expressão do amor divino e fraternal que rege o relacionamento dos crentes.
III. A COMUNHÃO ATRAVÉS DOS DONS ESPIRITUAIS
1. A comunhão dos santos requer decoro e ordem no culto cristão (1 Co 14.26-40). Esse texto ensina que não basta haver a plenitude do Espírito nos membros da igreja, bem como o exercício dos dons espirituais na vida cotidiana da congregação. É também necessário que os dons sejam exercidos com ordem e decoro para que não haja confusão, desordem e escândalo. A espiritualidade que se manifesta sem a doutrina, como ensina a Bíblia, produz divisão, dispersão, evasão e afastamento, ao invés de fraternidade, unidade e comunhão.
2. Os dons espirituais e seu efeito na comunhão (1 Co 14.3). Os dons são recursos poderosos do Espírito Santo para a Igreja, inclusive para sua exortação e edificação. Por isso, devemos buscá-los com zelo e redobrado amor, a fim de que todo o povo de Deus seja edificado na sã doutrina.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A comunhão dos santos requer decência e ordem no culto cristão para que não haja confusão e escândalo.
CONCLUSÃO
A comunhão espiritual e fraterna de que participamos na Santa Ceia do Senhor (1 Co 10.16; 11.33), ilustra o tipo de relacionamento fraternal e espiritual que deve sempre haver entre os filhos de Deus: comunhão com Deus e uns com os outros.
VOCABULÁRIO
Agremiação: Sociedade; ajuntamento em assembléia.
Conciliadora: Pôr em boa harmonia; pôr de acordo.
Decoro: Decência; dignidade.
Evasão: Ato de fuga.
Incomensurável: Enorme, imenso.
Místico: Espiritualmente ou figurado.
Vital: Essencial.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ANDRADE, C. C. Dicionário Teológico. RJ: CPAD, 2004.
EXERCÍCIOS
1. A comunhão cristã é resultado de que ato?
R. A comunhão que trata as Escrituras resulta da salvação que desfrutamos em Cristo.
2. Quais são as cinco expressões da comunhão em Cristo?
R. Amor fraternal; a unidade; a filantropia; a comunidade e o amor.
3. O que impulsionava a igreja primitiva à prática de boas obras?
R. O amor divino impulsionava os cristãos primitivos à prática de boas obras (Ef 2.8-10)
4. Defina a festividade “ágape”.
R. Era uma festividade filantrópica com o “partir do pão” em cada casa de forma a quebrar toda e qualquer diferença social ou étnica.
5. O que ilustra a comunhão que desfrutamos na Santa Ceia?
R. Ilustra o tipo de relacionamento fraternal e espiritual que deve sempre haver entre os filhos de Deus: comunhão com Deus e uns com os outros.