Não há nas Escrituras determinadas especificidades devido ao fato de
os seus 66 livros terem sido escritos primeiramente ao povo dos tempos
vetero e neotestamentários. Se fizermos uma análise histórico-cultural,
entenderemos que naquela época ainda não haviam sido descobertos o
cigarro, a maconha, os times de futebol, os bailes funk, etc. Mas há um outro
aspecto, ainda mais importante, relacionado com essa questão.
A maioria dos crentes hoje só pensa em promessas. Isso se dá, em
grande parte, devido à superficialidade das pregações e sua ênfase
humanista, que leva o povo de Deus a só pensar em receber, receber e
receber. A Bíblia não é apenas um Livro de promessas. Ela também contém
mandamentos e princípios (Lc 1.5,6; Gn 26.4).
Se atentarmos não só para os mandamentos, mas para os princípios
gerais da Palavra de Deus, assimilaremos naturalmente o que agrada ou não
ao Senhor, mesmo que não haja uma menção expressa a isso ou àquilo.
Quais são esses princípios? São muitos. E precisamos nos debruçar sobre a
Palavra, a fim de, a cada dia, sabermos como nos conduzir diante de Deus e
dos homens. Citarei apenas alguns.
Princípio da renúncia. O que Jesus disse em Lucas 9.23? “Se alguém
quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e sigame”.
Negar-se a si mesmo é abrir mão de, ou pôr em segundo plano
(conforme o caso), tudo aquilo que pode depor contra a nossa comunhão
com Jesus (Mt 10.37-39).
E aqui, com certeza, estão hábitos, vícios, costumes, amizades, etc,
ainda que não condenados explicitamente pela Bíblia.
Para seguir ao Senhor, não temos que dar vazão às nossas vontades
pecaminosas, e sim renunciá-las (Hb 12.4). Jesus não obriga ninguém a
segui-lo, mas quem deseja fazer isso deve estar pronto para renunciar a
muitos prazeres da vida (2 Tm 2.22).
Princípio da santificação. A Palavra de Deus diz que devemos seguir a
paz com todos e a santificação, se quisermos ver o Senhor (Hb 12.14). E
santificar-se implica se separar de várias coisas mundanas, inclusive as não
mencionadas claramente no texto sagrado (2 Tm 2.20,21).
Princípio do inconformismo. O crente que se preza segue ao princípio
contido em Romanos 12.1,2. Em que consiste esse preceito? Em não nos
conformarmos com o mundo. Este — que não é o planeta Terra nem seus
habitantes, e sim uma influência, um sistema filosófico comandado por
Satanás (2 Co 4.4; 1 Jo 5.19) — é inimigo de Deus e de seu povo (Tg 4.4).
Amar as coisas do mundo, mesmo aquelas não mencionadas no Livro
Santo, é pecado (1 Jo 2.15-17).
fonte: Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar – Ciro Sanches Zibordi