É curioso como esses super-pregadores se valem de supostas
operações divinas para se vangloriarem. Fazem questão de terem todos
holofotes voltados para si. E os anúncios de suas reuniões são mais ou
menos assim: “Grande noite de milagres com o pastor Fulano de Tal. A
cidade será abalada pela unção desse homem de Deus”. Uma unção que, se
existisse, deveria ser derramada com abundância sobre todos os pregadores e
cantores é a da humildade! Ah, se ela existisse! Mas, mesmo que ela não seja
mencionada no texto sagrado, os verdadeiros ungidos devem se humilhar
debaixo da potente mão do Senhor (1 Pe 5.6). Não há sinal, prodígio ou
maravilha que encubram a soberba — um dos mais repulsivos pecados
contra Deus. Por isso, a Palavra do Senhor nos alerta, a fim de que não
caiamos no mesmo erro de Satanás: “não seja neófito, para não suceder que
se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo” (1 Tm 3.6, ARA).
Há muitas novidades nessa última hora, porém Jesus disse:
“Acautelai-vos…” (Mt 7.15). Se você acha que estou exagerando, leia o
contexto dessa passagem e observe que o Senhor mencionou “profetas”,
“homens com autoridade sobre demônios” e “operadores de muitas
maravilhas” que não entrarão no Reino dos Céus (v.22)!
Não devemos ser incrédulos, porém cautelosos (Gl 1.8; 2 Co 11.3,4).
Deus prevê em sua Palavra que os falsos profetas milagreiros agiriam no
meio do seu povo (Dt 13.1). No contexto desta passagem, o Senhor diz que
não devemos dar ouvidos aos enganadores — mesmo que eles façam sinais e
prodígios —, como prova de que o amamos (vv. 2-4). Quem ama ao Senhor
de verdade guarda a sua Palavra, haja o que houver (Jo 14.23).
Aprendamos a fugir dos extremos. Não sejamos incrédulos quanto às
operações divinas. Deus cura e faz milagres em nossos dias, sim! Creiamos
nisso de todo o nosso coração. Entretanto, é tolice revoltar-se contra os
homens de Deus que Ele tem levantado para combater os modismos,
tachando-os de incrédulos ou “caçadores de heresias”.
O Espírito Santo é dado àqueles que obedecem a Deus (At 5.32), e
não àqueles que agem por conta própria, desrespeitando a decência e a
ordem, características marcantes de um culto genuinamente pentecostal (1
Co 14.40). Sinais e prodígios acontecem, mas para a glória de Deus, de
acordo com a sua Palavra e em decorrência da pregação do evangelho (Mc
16.20; At 14.3).
João Batista é um exemplo para todos nós como pregador do
evangelho. Manteve-se humilde em todo o tempo em que desempenhou o
seu ministério (Jo 3.30). Jesus, inclusive, o considerou o maior profeta entre
os nascidos de mulher (Mt 11.11).
No entanto, quantos sinais ele realizou? Eis a resposta: “Na verdade,
João não fez sinal algum, mas tudo quanto João disse deste era verdade” (Jo
10.41).
fonte: Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar – Ciro Sanches Zibordi