provavelmente fazia parte da área metropolitana da cidade da Babilônia
(uma das cidades mais antigas de que se tem registro e que desde o IV milênio a.C. até
o século IV d.C. desempenhou importante papel na história do mundo). Em certa época,
a superfície de Cis chegou a ocupar cerca de 26 km2. Atualmente, está reduzida a uma
série de montículos conhecidos como Tell el-Ukheimir, de 8 km de comprimento por 3
de largura. Está dividida em Cis oriental e Cis ocidental pelo antigo leito de um rio, que
muitos consideram ser o antigo leito do Eufrates, antes de este desviar-se para o oeste.
Cis foi escavada pela Universidade de Oxford e pelo Museu Field de Chicago. Os
trabalhos foram liberalmente financiados por H. Weld Blundell. Stephen Langdon, de
Oxford, e seus colegas E. Mackay e E. Watelin dirigiram as escavações. Henry Field e
outros ajudaram no trabalho em diferentes oportunidades. Os escavadores trabalharam
com grandes equipes de homens e conduziram as escavações sistematicamente, até
atingir terreno virgem. Ao fazê-lo, revelaram uma seqüência de vida e de culturas em
dez ou mais estratificações ou níveis de ocupação, dos quais estima-se que seis
remontem a mais de 5 mil anos. O estrato correlacionado ao período entre 3000 e 2900
a.C. é composto em sua totalidade de areia fina e argila, de 30 a 45 cm de espessura, e
não há sinal de conchas do mar ou de vida marinha. Essa camada provavelmente foi
assentada por uma grande inundação. Há níveis ocupados tanto acima quanto abaixo
desse depósito aluvial. A descoberta desse estrato foi considerada prova visível do
Dilúvio, descrito amplamente na Bíblia e nas lendas babilônicas. Descobriu-se também
um prisma de barro que contém a lista completa dos reis sumérios, antes e depois do
Dilúvio, até o ano 2000 a.C. Os reinados mais primitivos tiveram extensão legendária,
mas os períodos posteriores coincidem muito bem com as evidências encontradas em
muitas outras escavações. Os escavadores encontraram em Cis um templo babilônico
bem conservado, datado de cerca de 550 a.C., cuja construção foi iniciada por
Nabucodonosor, continuada por outros e deixada incompleta por Nabonido.
Encontraram também um palácio da época de Sargom I (2400 a.C.) adornado de
madrepérolas e lápis-lazúli, vários objetos que revelam a arte daquele período e algumas
relíquias dos sumérios, entre elas um carro de guerra de quatro rodas feito de madeira e
armado com cravos de cobre, diante do qual jaziam os restos esqueléticos dos cavalos
que o haviam puxado. Os escavadores encontraram ainda um estilete de osso para
escrita. Esse foi o primeiro instrumento a mostrar como os caracteres cuneiformes eram
gravados. Junto ao estilete foram encontradas coleções de tabuinhas cuneiformes e
outros objetos interessantes. Uma tabuinha parece conter na superfície a forma mais
primitiva de escritura pictográfica já encontrada até agora na Babilônia. Trezentas
tabuinhas de data ligeiramente posterior mostram que no panteão dos deuses estava incluído um só deus do céu, um só deus da terra e um só deus do Sol. O deus do céu
estava representado como o deus original, de quem descendiam os demais deuses, quase
5 mil no total. Depois de ler as tabuinhas e considerar os demais restos encontrados em
Cis, Ereque e Surupaque, Langdon escreveu: “Em minha opinião, a história da religião
mais antiga da humanidade é uma decadência rápida do monoteísmo a um politeísmo
extremo e à crença amplamente difundida dos espíritos malignos. É, em sentido muito verdadeiro, a história da Queda do homem”.

 

fonte: BIBLIA THOMPSON

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *