Outro conceito hodierno que está em total discordância com a
pregação de Estêvão é o modismo de interagir com o público. Os superpregadores
fazem discípulos e mais discípulos, que aprendem direitinho a
tratar os crentes como marionetes.
Um dia desses, um descuidado animador mandou os irmãos darem as
mãos, uns de frente para os outros, e dizerem: “Satanás, você está
derrotado”. Mesmo estranhando, quase ninguém teve coragem de não fazer o
que foi pedido…
Concordo que um pouco de bom humor, dosado, até seja importante
na introdução e até no desenvolvimento de uma exposição. Mas há
“pregadores” que são verdadeiros humoristas.
Aliás, certa telepregadora norte-americana segue a linha dos grandes
humoristas: conta piadinhas, uma após a outra, numa entusiasmante
gradação, pela qual consegue entreter eficazmente a platéia e conquistá-la. É
essa a nossa missão?
Não fomos chamados para conquistar platéias! Conquanto isso possa
acontecer, naturalmente, não é essa a nossa missão. Ainda que sejamos
eloqüentes e dotados de talentos naturais, como bom timbre de voz, boa
aparência e capacidade incomum de se comunicar por meio de gestos, não
devemos nos valer disso para ganhar o auditório. Lembra-se de Herodes? Ele
preocupou-se em agradar o público e conseguiu. Mas não agradou a Deus,
morrendo comido de bichos por não ter dado glória ao Senhor (At 12.21-23).
Alguém poderá dizer: “Eu não quero ser como Estêvão, pois ele foi
apedrejado”. Não há, aparentemente, distinção entre Herodes e Estêvão, pois
ambos foram mortos em decorrência de suas pregações. No entanto, há sim
uma grande diferença entre ambos. Um foi morto porque não deu glória a
Deus, sendo ferido por um anjo do Senhor. O outro morreu por dar toda
glória a Deus, sendo apedrejado por inimigos do Senhor. E mais: a despeito
de ter sido morto por homens cheios de ódio, Estêvão, cheio do Espírito, viu
o céu aberto e Jesus em pé, em sinal de aprovação (At 7.55,56). Aleluia!
fonte: Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar – Ciro Sanches Zibordi