16 de Fevereiro de 2025
TEXTO ÁUREO
“Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém!” (Rm 9.5)
VERDADE PRÁTICA
Jesus é o eterno e verdadeiro Deus e, ao mesmo tempo, o verdadeiro homem.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Mt 1.23 As duas naturezas de Jesus reveladas na expressão “Emanuel”
Terça – Fp 2.5-8 O Senhor Jesus possui as naturezas humana e divina em sua Pessoa
Quarta – Jo 10.33 Sendo homem, Jesus afirma ser Deus, as duas naturezas em uma só Pessoa
Quinta – At 20.28 Jesus, o Deus – Homem que nos comprou com o seu sangue
Sexta – Cl 2.9 As duas naturezas de Cristo continuam para toda a eternidade
Sábado – 1 Tm 3.16 As naturezas humana e divina em Jesus
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
A lição desta semana tem como propósito reafirmar as naturezas divina e humana de Jesus e, ao mesmo tempo, mostrar as principais heresias contrárias ao ensino doutrinário da natureza cristológica: o Nestorianismo e o Monofisismo. Em seguida, a lição apresenta uma perspectiva atual em que essas heresias se apresentam com uma aparência moderna.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Apresentar o ensino bíblico da dupla natureza de Cristo;
II) Mostrar as heresias contra esse ensino: Nestorianismo e Monofisismo;
III) Identificar o perigo dessas heresias hoje.
B) Motivação: Por mais que se multiplique ideias e pensamentos a respeito de Jesus, o lugar mais seguro, a fonte mais saudável para se conhecer o Senhor Jesus são as Sagradas Escrituras.
C) Sugestão de Método: Na presente lição há duas palavras que muitos de nossos alunos não conhecem, pois fazem parte de um vocabulário técnico em Teologia: Monofisismo; Kenoticismo. Por isso, providencie um Dicionário Teológico, sugerimos o editado pela CPAD, destaque essas palavras e leia juntamente com sua classe antes de tratá-las diretamente no tópico respectivo. Assim, a sua classe poderá se familiarizar com esses dois termos técnicos da Teologia para desenvolver o assunto da presente lição.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Conhecer bem a pessoa de Jesus Cristo tal qual revelada nas Escrituras Sagradas nos permite um relacionamento mais profundo e exitoso, ao mesmo tempo que nos protege de criar uma imagem distorcida de nosso Senhor que nada tem a ver com revelação divina tal como se encontra na Bíblia.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “A Encarnação: Deus pôde se tornar homem, sem deixar de ser Deus?”, ao final do primeiro tópico, aprofunda o ensino sobre a dupla natureza de Cristo; 2) O texto “Nestorianismo e o que a Bíblia diz”, logo após o segundo tópico, aprofunda a respeito da heresia nestoriana e a refutação bíblica a respeito dela.
INTRODUÇÃO
Uma vez estabelecida definitivamente a Cristologia em Nicéia (325) e a Trindade em Constantinopla (381), surgem novas especulações teológicas em torno das naturezas de Cristo: humana e divina. Essas controvérsias deram origem ao Concílio de Calcedônia (451), hoje um bairro de Istambul, na Turquia. A presente lição é sobre o Nestorianismo e Monofisismo, dois pensamentos considerados heréticos no Concílio de Calcedônia.
Palavra-Chave: Natureza
1- “Descendência de Davi segundo a carne” (Rm 1.3). O apóstolo está se referindo aos ancestrais de Jesus. Ele veio de uma família humana de carne e ossos, que vivia entre o povo de Israel. A sua linhagem está registrada na introdução do Evangelho de Mateus e no capítulo 3 de Lucas. Jesus foi concebido no ventre de Maria, uma virgem de Israel, pelo Espírito Santo (Mt 1.20; Lc 1.35). Aí está o elo humano-divino, as duas naturezas do Senhor Jesus.
SINOPSE I
O Senhor Jesus é declarado “da descendência de Davi segundo a carne” e “Filho de Deus em poder”.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“A ENCARNAÇÃO: DEUS PÔDE SE TORNAR HOMEM, SEM DEIXAR DE SER DEUS?
[…] A teologia histórica é baseada na Bíblia argumentou que Deus é onisciente (sabe todas as coisas), onipotente (todo-poderoso), sem pecado e não corpóreo (sem um corpo), e que estes atributos são essenciais e necessários para a divindade. Caracteristicamente, os seres hu- manos não exibem estes atributos. Assim sendo, como pode Jesus ser, simultaneamente, plenamente divino e plenamente humano? Seguindo estas linhas de raciocínio, alguns atacaram a doutrina da encarnação, tentando afirmar que ela é ilógica e contraditória. Esta suposta contradição lógica baseia-se em uma interpretação equivocada fundamental de como a natureza humana é definida, de acordo com Thomas V. Morris em seu livro The Logic of God Incarnate (A Lógica de Deus Encarnado). […] O entendimento histórico da Encarnação expressa as crenças de que Jesus Cristo é plenamente Deus, isto é, Ele possui todas as propriedades essenciais de Deus; Jesus Cristo é também plenamente humano – isto é, Ele possui todas as propriedades essenciais de um ser humano” (Bíblia de Estudo Apologia Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.1892).
1- Quem foi Nestório? Ele foi bispo de Constantinopla entre 428-431. Nestório discordava do título dado à Maria, defendido por Cirilo de Alexandria (376-444), “mãe de Deus”, em grego theotokos, literalmente “portadora de Deus”. Ele sugeriu “receptora de Deus” ou christotokos, “mãe de Cristo”. Sim, Maria é mãe do Jesus humano (Mt 2.11, 13, 14, 20, 21), e não mãe de Deus, visto que Deus é eterno (Sl 90.2; 93.2; Is 40.28). A expressão adotada por Cirilo era uma contradição em si mesma. Embora a posição de Nestório fosse bíblica e teologicamente correta, a popularidade do termo “mãe de Deus” de Cirilo impediu o êxito do termo e da explicação de Nestório. A preocupação dele era menos com a Mariolatria e mais com as ideias do Arianismo.
SINOPSE II
O Nestorianismo e o Monofisismo são duas heresias contrárias ao ensino bíblico da dupla natureza de Jesus.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
NESTORIANISMO E O QUE A BÍBLIA DIZ
“Nestorianismo”. É a doutrina que ensinava a existência de duas pessoas separadas no mesmo Cristo, uma humana e uma divina, em vez de duas naturezas em uma só Pessoa. Nestor ou Nestório, como aparece em outras versões – nasceu em Antioquia. Ali, tornou-se um pregador popular em sua cidade natal. Em 428, tornou-se bispo de Constantinopla. Embora ele mesmo nunca tenha ensinado essa posição herética que leva o seu nome, em razão de uma combinação de diversos conflitos pessoais e de uma boa dose de política eclesiástica, Nestor foi deposto do seu ofício de bispo, e seus ensinos, condenados. Não há nas Escrituras a indicação de que a natureza humana de Cristo seja outra pessoa. […] O que a Bíblia diz. O ensino bíblico a respeito da plena divindade e plena humanidade de Cristo é claro, mediante as muitas referências bíblicas. O entendimento exato de como a plena divindade e a plena humanidade se combinavam em uma só Pessoa tem sido ensinado desde o início pela igreja, mas só alcançou a forma final na Definição de Calcedônia, em 451. Antes desse período, diversas posições doutrinárias inadequadas quanto às naturezas de Cristo foram propostas e rejeitadas. Primeiro, pelos apóstolos. Depois, pelos chamados pais da igreja”. (GILBERTO, Antônio et al. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p.126-27).
1- Os monofisitas. Quando a doutrina monofisista foi rejeitada juntamente com o nestorianismo, houve reação. Jacob Baradeus (500-578), um monge sírio, liderou o grupo monofisista e preservou a tradição siro-monofisista, conhecida como tradição jacobita. Ele e seus seguidores rejeitaram a decisão do Concílio de Calcedônia. Quem são eles hoje? São as igrejas ortodoxas, cóptica, armênia, abissínia e jacobitas. É importante conhecer a cristologia dessa tradição cristã e saber como responder seus questionamentos, e, sobretudo, conservar a fé no Jesus, o Deus que se fez homem o Emanuel, “Deus Conosco” (Mt 1.23); o Deus “que se manifestou em carne” (1 Tm 3.16).
SINOPSE III
As heresias a respeito da dupla natureza de Jesus trazem implicações para a conservação de nossa fé em Cristo e sua perfeita revelação.
CONCLUSÃO
O Concílio de Calcedônia em 451 reafirma os dois concílios anteriores, o de Nicéia, em 325, e o de Constantinopla, em 381, ratificando os credos produzidos por esses conclaves gerais e estabeleceu definitivamente as duas naturezas de Cristo. A melhor maneira de se proteger dessas, e de outras heresias, é conhecer bem no que acreditamos, os ensinos oficiais de nossa igreja e seus respectivos fundamentos bíblicos. Isso serve como nosso referencial quando nos deparamos com doutrinas inadequadas.
REVISANDO O CONTEÚDO
1- Cite três passagens bíblicas que mostram diretamente as duas naturezas de Cristo, em uma só Pessoa.
Romanos 1.3; 1.4; Fp 2.5,6.
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