Já ouvi pregadores dizendo que o Senhor Jesus não sabe quando
será a sua volta. Isso porque, ao andar na terra, Ele afirmou:
“daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem
o Filho, mas unicamente meu Pai” (Mt 24.36). Alguns, inclusive,
amantes da pregação teatral, fazem uma encenação pela qual o Pai
manda o Filho arrebatar a Igreja. E este lhe suplica: “Pai, espera
mais um pouco. Ainda há muitas almas que precisam ser salvas”.
Para início de conversa, a Trindade são três Pessoas que formam
um único Deus. Como o Senhor Jesus não saberia qual é o
momento da sua própria volta? Afinal, Ele mesmo disse, em Apocalipse
1.8: “Eu sou o Alfa e o ômega, o princípio e o fim, diz o
Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso”. Essa
declaração é uma prova de que Jesus é detentor de todos os atributos
exclusivos da deidade: onipotência, onipresença, onisciência,
onicompetência, imutabilidade, etc.
Conquanto Ele nunca tenha deixado de ser Deus (1 Tm 3.16; Cl
2.9), esvaziou-se a si mesmo, ao se humanizar. Ou seja, Ele — por
vontade própria — não quis usar, temporariamente, alguns atributos
da deidade. Além disso, renunciou a glória que desfrutava junto ao Pai
(2 Co 8.9; Fp 2.5-8). Como Deus-Homem, sujeitou-se às limitações
humanas. Ele só não assumiu a natureza pecaminosa e a tendência
para o pecado, visto que jamais deixou de ser santo (Hb 2.14).
Quando andou na terra, o Senhor Jesus disse que o Pai era
maior do que Ele, dando o exemplo de como os homens devem se
submeter a Deus (Jo 14.28). Mas, depois de bradar na cruz “Está
consumado” (Jo 19.30) e ressuscitar ao terceiro dia, reassumiu a
glória que tinha renunciado — e não perdido — por algum tempo
(Jo 17.5). E, por isso, declarou, ao reencontrar os seus discípulos:
“É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18).
Não há nenhuma razão para acreditarmos que o Senhor Jesus, o
Deus Todo-poderoso, não saiba qual é o momento exato do Arrebatamento
da Igreja. Em Apocalipse, as suas convictas palavras também
indicam o seu pleno conhecimento sobre a sua volta: “venho
sem demora” (3.11); “presto venho” (22.7); “cedo venho” (22.12).
Quanto a nós, além de não sabermos quando Jesus voltará,
é-nos totalmente vedado fazer especulações. Lembremo-nos do
que o Cristo ressurrecto disse à Igreja nascente e a nós, por
extensão: “Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o
Pai estabeleceu pelo seu próprio poder (At 1.7). E essas palavras
foram corroboradas por Paulo: “Mas, irmãos, acerca dos tempos
e das estações, não necessitais de que se vos escreva” (1 Ts 5.1).
Se pudéssemos conhecer o dia e a hora do Rapto da Igreja,
teríamos uma vida relaxada, espiritualmente, até momentos antes
de Cristo voltar. Lembra-se da parábola das dez virgens, em que
apenas cinco delas estavam preparadas? Foram estas que entraram
para as bodas, antes que a porta se fechasse. Como foi que Jesus
concluiu essa parábola? Disse Ele: “Vigiai, pois, porque não sabeis
o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir” (Mt
25.13).
fonte: Erros Escatológicos que os Pregadores Devem Evitar