1º Trimestre de 2016

 

Data: 24 de Janeiro de 2016

TEXTO DO DIA

“Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus” (Rm 3.20).

SÍNTESE

Todo ser humano estava condenado pela Lei, que aponta o pecado humano. Somente Deus poderia apresentar um meio alternativo para a necessidade universal de salvação.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Rm 3.9

Judeus e gentios estão na mesma condição diante Deus

TERÇA — Rm 3.10

Sem a graça de Deus, não há nenhum justo

QUARTA — Rm 3.11-17

O pecador que não ouve o Espírito Santo

QUINTA — Rm 3.19

A Lei não justifica

SEXTA — Rm 3.24-25

A lei serve apenas para apontar a solução

SÁBADO — Rm 3.20

O ser humano não tem como se justificar por meio de suas obras

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

MOSTRAR que os judeus e gentios necessitam de um meio eficaz para salvação;
RECONHECER que a humanidade necessita encontrar o caminho da paz;
EXPLICAR que a humanidade necessita da solução para o pecado.

INTERAÇÃO

Caro(a) professor(a), precisamos caminhar lentamente junto com o apóstolo Paulo. Perceba a paciência e o cuidado de um bom mestre nas lições que estudamos até aqui, o que continuará também nas lições posteriores. O apóstolo começa com a saudação, apresentando suas credenciais, elogiando o que os membros da igreja de Roma tinham de positivo, incentivando-os a continuarem no Caminho. Ele demonstra seu carinho e a vontade de estar com eles. Testemunha o poder do Evangelho em sua vida e a importância de perseverar nele, de fé em fé. Em seguida, ele começa apresentar a condição de indesculpabilidade dos gentios e judeus até chegar ao momento desta lição atual. Neste estágio do comentário do apóstolo, por meio de forte argumentação, ele demonstra que todos nós, independente de raça, cor, gênero, classe social, entre outros, estamos na mesma situação (mesmo barco) e necessitamos de uma mesma solução para a justificação diante de Deus.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Para exemplificar a situação de igualdade entre judeus e gentios e da humanidade, sugerimos que utilize a figura de uma canoa com algumas pessoas dentro. As pessoas devem estar em lados opostos. Diga que as pessoas do lado oposto da canoa simbolizam os judeus. Os gentios estão em lados diferentes, mas ambos na mesma canoa. Diga que a canoa apresenta um furo em um dos lados e se a situação atual continuar é inevitável o naufrágio. No entanto, os personagens que estão do lado que não apresenta o furo se sentem protegidos, não correndo o risco de morrerem afogados. Estes são como cegos, por não querer ver que estão na mesma canoa, sujeitos a mesma sentença: morrerem afogados. Esta era a atitude dos judeus que se julgavam protegidos pela Lei e a circuncisão, mas que Paulo demonstra estarem na mesma condição dos gentios, injustificados e condenados à ira de Deus. Judeus e gentios no mesmo barco e em situação de risco fatal, pois o barco está furado.

TEXTO BÍBLICO

Romanos 3.9-20.

9 — Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado,

10 — como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.

11 — Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus.

12 — Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.

13 — A sua garganta é um sepulcro aberto; com a língua tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de seus lábios;

14 — cuja boca está cheia de maldição e amargura.

15 — Os seus pés são ligeiros para derramar sangue.

16 — Em seus caminhos há destruição e miséria;

17 — e não conheceram o caminho da paz.

18 — Não há temor de Deus diante de seus olhos.

19 — Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.

20 — Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

Nas lições anteriores vimos que nem os gentios com seu conhecimento natural e racional, nem os judeus com a Lei e a circuncisão, foram justificados diante de Deus. Como o conceito de mundo judaico se divide entre judeus e gentios, o apóstolo apresenta a realidade de que todos são indesculpáveis e precisam de um meio eficaz de salvação. Para isso, ele primeiro reforçará o conceito de que tanto judeus como gentios eram indesculpáveis, em seguida demonstrará o estado pecaminoso do ser humano no sentido universal e esclarecerá que a Lei era insuficiente para justificação e salvação de qualquer ser humano, apontando para Cristo como a saída.

I. OS JUDEUS E GENTIOS NECESSITAVAM DE UM MEIO EFICAZ PARA SALVAÇÃO (Rm 3.9)

1. A filosofia humana não apresentou o caminho da salvação. “Pois que?”, o início do versículo demonstra que o apóstolo está dando continuidade a um assunto anterior, a indesculpabilidade dos gentios e judeus. Os gentios, influenciados pela filosofia grega, buscaram chegar ao conhecimento de Deus e da salvação por meio do raciocínio humano. Os filósofos trouxeram grandes contribuições tanto para a ciência como para a teologia, basta ver a influência destes nos Pais da Igreja. Entretanto, a revelação divina está acima do raciocínio humano, que apenas consegue obter “lampejos” da revelação maior, que somente é possível por meio do Espírito Santo. A filosofia levou muitas pessoas a acharem que o ser humano pudesse, por meio de sua competência intelectual, entender Deus e sua obra. Por exemplo, no século passado um movimento que sobressaiu foi o cientificismo que, influenciado pelo avanço da tecnologia, entendia que poderia resolver o problema da humanidade. Infelizmente, a resposta foi as duas guerras mundiais.

2. A lei e a circuncisão não libertaram o judeu. Conforme visto na lição anterior, os judeus se achavam superiores aos gentios por serem os receptores da Lei e que mantinham sua identidade e exclusivismo por meio da circuncisão, um ritual obrigatório e que apenas aumentava mais a arrogância e a hipocrisia dos judeus. Eles também não obtiveram êxito na justificação diante de Deus. A religiosidade não salva. Algumas pessoas buscam a religiosidade, a manutenção de uma aparência de pureza, espiritualidade e santidade, ou seja, uma vida hipócrita que não liberta ninguém. A Bíblia recomenda que congreguemos e que vivamos uma vida de amor, com objetivos comuns, a não termos uma vida de religiosidade baseada no legalismo. Jovem, você é um religioso ou um verdadeiro discípulo de Cristo?

3. Sentença igual para todas as pessoas. O apóstolo continua o versículo com uma pergunta interessante: “Somos nós mais excelentes?”. Ele agora se dirige a Igreja de Cristo, formada por um único corpo e vários membros, coloca todas as pessoas “no mesmo barco”, debaixo da mesma sentença (Rm 2.1). A pergunta chama todas as pessoas que se dizem discípulas de Cristo a refletir. Ele mesmo responde: “De maneira nenhuma!”. Nós, como membros da igreja, não somos melhores ou piores do que os gentios e judeus da época de Paulo, mas estamos na mesma condição, humanamente falando, indesculpáveis diante de Deus. O apóstolo vai desenvolvendo, cuidadosamente, uma abordagem para que os membros da igreja reconheçam sua condição de pecadores e dependentes da graça de Deus, por meio de Jesus. Eles precisam aprender que, mesmo salvos, precisam manter o “velho homem” sob controle.

Pense!

Não adianta recorrer às filosofias humanas nem à religiosidade ou ao legalismo para alcançar a paz.

Ponto Importante

Não adianta ter pressa para apresentar a solução sem antes analisar o problema.

II. A HUMANIDADE NECESSITA ENCONTRAR O CAMINHO DA PAZ (Rm 3.10-18)

1. Não há nenhum justo sequer (vv.10-12). A partir deste versículo o autor faz vários recortes do Antigo Testamento, chamando assim, a escritura judaica para testemunhar a culpa universal, tanto de judeus como dos gentios. Inicia citando Salmo 14 para demonstrar que toda humanidade estava corrompida pelo pecado. Conforme já vimos, ninguém consegue ser justo por si mesmo, pois nossa natureza é má. Por isso, devemos entender que ninguém é melhor do que o outro e adotarmos uma posição de humildade e misericórdia. O único justo por mérito próprio foi Jesus. Postura de superioridade por se considerar espiritualmente menos falível, como os judeus, conduz à ruína. Jesus, em diversas ocasiões, criticou a hipocrisia dos mestres da lei e fariseus, e se colocou ao lado dos excluídos da sociedade. Como discípulos de Jesus, devemos compreender que o evangelho é boa nova de salvação e não de hipocrisia e superioridade. Jovem, você tem se considerado superior ao seu próximo?

2. O ser humano, sem Deus, não consegue vencer o poder da carne (vv.13-16). O autor prossegue citando os Salmos 5.10 e 140.4 para falar sobre o perigo da língua e das trapaças. Para discorrer sobre este assunto, Tiago 3.1-12 é leitura obrigatória. Tiago destaca como um membro tão pequeno pode causar tantos males. O ser humano que consegue domar tantos animais, tecnologias, entre outras coisas não consegue domar sua língua, pois o autor diz que quem consegue é perfeito. O apóstolo continua citando o Salmo 10.7 e Isaías 59.7 para falar sobre a boca cheia de maldições e de amargor e os pés velozes para derramar sangue e causar ruína e desgraça. Por isso, o cuidado que temos que ter com o que dizemos, em vez de amaldiçoar que sejamos fonte de bênçãos para as demais pessoas. Assim, como também com as atitudes de impiedade e injustiça, denúncia que o autor cita aqui e que perpassa toda a epístola. Com essa exortação fica claro que todos necessitamos constantemente nos submeter ao Espírito Santo para vencermos o poder da carne.

3. A humanidade não alcança a paz a não ser em Cristo (vv.17,18). Paulo fazendo referências ao Antigo Testamento (Is 59.8; Sl 36.2), destaca a busca sem sucesso da humanidade pela paz por não terem aprendido a temer a Deus. O livro de Provérbios tem como um dos temas centrais o temor do Senhor como o princípio de toda a sabedoria. Esta vida de sabedoria é possível somente com a fé de Cristo, aprendendo com o exemplo que Ele deixou. Não é servir a Deus por ter medo de ir para o inferno, mas sim ter um conhecimento experiencial tão profundo com Ele, que o ser humano não se vê vivendo de outra forma, a não ser servindo a Ele. Este é o caminho da paz, que não significa uma vida sem conflitos, mas a paz apesar dos conflitos e aflições (Jo 16.33). Quando sou questionado: “tudo tranquilo?”, eu costumo dizer: “tranquilo não, mas em paz. A tranquilidade não depende de mim, mas a paz sim”.

Pense!

Você tem vivido em paz? A paz que excede todo entendimento, que prevalece mesmo nas tempestades?

Ponto Importante

Os judeus davam muito valor aos escritos do Antigo Testamento, onde se apegavam para justificar suas crenças e atitudes.

III. A HUMANIDADE NECESSITA DA SOLUÇÃO PARA O PECADO (Rm 3.19,20)

1. A lei tem a função de mostrar ao ser humano sua condição de pecador (v.19). No versículo 19, o autor justifica o porquê da utilização dos textos do AT: “Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus” (v.19). Fica evidenciado qual o propósito da epístola até este momento, ou seja, demonstrar que toda a humanidade, judeu ou gentia, tem uma dívida pelo pecado que é impagável. Dessa forma, abre-se o caminho para apresentar a grande revelação de Deus para a humanidade que é apresentada na epístola, as boas novas da salvação para uma humanidade em pecado e que não têm como pagar sua dívida. Aqui é apresentada a função específica da Lei que é conscientizar todo ser humano de que ele é um pecador e carece da graça e misericórdia de Deus.

2. O ser humano não pode se justificar pelas suas próprias obras (v.20a). O apóstolo, então apresenta o motivo da culpabilidade da humanidade citada anteriormente: “Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei”. O ser humano pode se gloriar de suas obras perante as demais pessoas, mas perante Deus não encontrará justificativa, pois nem mesmo Abraão alcançou por méritos (Rm 4.1-3). Se houvesse um só ponto ou característica do ser humano que o pudesse justificar, existiriam outros caminhos para se alcançar a justificação além do caminho da morte e cruz apresentado por Jesus, e certamente os homens escolheriam o caminho mais simples. Paulo descarta qualquer possibilidade de o ser humano se gloriar diante de Deus e, semelhante à prática usual de Jesus, usou da autoridade da Escritura para esta afirmação. Mas, como se dá a justificação será assunto da próxima lição.

Pense!

Jovem, se todas as pessoas são iguais perante Deus, com tendências a pecar e não tendo como se justificar pelas suas obras, porque existem tantas pessoas nas igrejas, dizendo-se discípulas de Cristo, que se vangloriam e agem como se fossem melhores e mais santas do que as outras?

Ponto Importante

O fato de a Lei não ser suficiente para justificar o ser humano, não quer dizer que ela não teve uma função específica. Segundo Paulo, ela serviu como “aio” para conduzir o pecador até Cristo.

CONCLUSÃO

Nesta lição aprendemos que toda humanidade esta na mesma situação de culpabilidade diante de Deus, pois nem a Lei, circuncisão nem a filosofia puderam justificar o ser humano.

ESTANTE DO PROFESSOR

GILBERTO, Antônio. O Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do Crente. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004.

HORA DA REVISÃO

1. Conforme a lição, somos melhores ou piores do que os judeus e os gentios da época do apóstolo Paulo?

Estamos na mesma condição. Nós, como membros da igreja não somos melhores ou piores do que os gentios e judeus da época de Paulo, mas estamos na mesma condição, humanamente falando, indesculpáveis diante de Deus e dependentes da graça de Deus, por meio de Cristo Jesus.

2. Quem foi alvo de crítica de Jesus por hipocrisia religiosa?

Jesus, em diversas ocasiões, criticou a hipocrisia dos mestres da lei e fariseus.

3. Quais os textos do Antigo Testamento utilizados pelo autor para falar sobre o perigo da língua e trapaças e qual leitura do Novo Testamento, segundo o comentarista da lição é obrigatória?

O autor cita os Salmos 5.10 e 140.4 para falar sobre o perigo da língua e das trapaças. Para discorrer sobre língua, Tiago 3.1-12 é uma leitura obrigatória.

4. Qual o versículo que o autor da Epístola aos Romanos utiliza para justificar a utilização de textos do Antigo Testamento?

O versículo 19: “Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus” (Rm 3.19).

5. Qual era a função da Lei?

A função da Lei era dar consciência tanto a judeus como gentios de sua culpabilidade e conduzi-los à Cristo, a solução para o pecado da humanidade.

SUBSÍDIO

“[…] Falsos mestres dizendo-se cristãos ensinavam que depois do recebimento da salvação, o cristão tinha de obedecer a todas as normas e regulamentos da lei do Antigo Testamento. Paulo entrou em ação para corrigir este falso ensino. Ele mostrou que a salvação é um dom gratuito de Deus, recebido mediante a fé na obra expiatória de Jesus Cristo, dom esse gratuito, proveniente da graça de Deus. Para serem salvos os gálatas não dependiam das obras, e também não dependiam disso para continuarem salvos. A lei do Antigo Testamento não podia evitar que o ser humano, não importando quão bom fosse, praticasse o mal; entretanto, esta mesma lei o declarava culpado. A decisão para obedecer ou desobedecer à Lei era responsabilidade de cada pessoa que a recebia. Se alguém escolhesse desobedecer à Lei teria de arcar as inevitáveis consequências. Lendo a história da nação de Israel no Antigo Testamento, vemos que o povo escolhido de Deus desobedeceu à Lei muitas vezes e sofreu por causa da desobediência. Deus sabia que o homem por seu próprio esforço não podia cumprir a Lei. Eis por que Ele concedeu-lhe que oferecesse sacrifícios substitutos como expiação pelo pecado. Tais sacrifícios eram repetidos continuamente, por serem imperfeitos, mas quando veio o Senhor Jesus Cristo, o sacrifício perfeito, Ele ofereceu-se uma vez para sempre como nossa expiação e cumpriu todas as exigências da justa lei divina” (GILBERTO, Antônio. O Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do Crente. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004, pp.147-148).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *