| TEXTO DO DIA | SÍNTESE |
| “Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus pela vossa tradição?”
(Mt 15.3) |
Os fariseus e escribas se preocupavam tanto em observar as tradições dos anciãos (recomendações de homens) que acabavam por desprezar a Lei de Deus. |
| AGENDA DE LEITURA |
| SEGUNDA – Mt 15.11
O que contamina o ser humano é o que sai de sua boca TERÇA – Mt 15.19 Do coração surgem os pensamentos maus QUARTA – Is 29.13 Isaías exorta contra a falsa religiosidade QUINTA – Nm 5.1-4 Procedimentos de pureza na lei mosaica SEXTA – Mc 7.9-13 Jesus exorta fariseus e escribas a respeito da hipocrisia SÁBADO – Mt 21.16 Jesus enaltece o louvor sincero das crianças |
| Objetivos |
| EVIDENCIAR as injustiças da falsa religiosidade;
MOSTRAR que a falsa religiosidade leva a cegueira; CONSCIENTIZAR de que a falsa religiosidade pode levar a mercantilização da fé. |
| Interação |
| Professor(a), a hipocrisia é um tema que precisa de uma atenção especial, pois infelizmente, existem pessoas em nosso meio com atitudes semelhantes as dos escribas e fariseus. Elas querem impor, por falta de conhecimento bíblico e doutrinário um jugo pesado e impraticável que acaba afastando as pessoas do Evangelho. Muitos, como os fariseus e publicanos até têm um discurso eloquente, mas não se comportam de maneira adequada na igreja ou na sociedade em geral. Muitos estão envergonhando o Evangelho e a Igreja, por isso, um debate bem conduzido a respeito do assunto poderá contribuir para chamar a atenção dos jovens para a necessidade de vivermos uma vida íntegra e coerente diante das pessoas e de Deus. Pois sem santidade ninguém verá o Senhor. |
| Orientação Pedagógica |
| Sugerimos que você faça uma atividade em grupo para exemplificar o ensino do tópico II. Para isso, solicite dois voluntários. Enquanto os demais alunos assistem, coloque uma venda nos olhos dos voluntários e peça para um guiar o outro em uma pequena caminhada pela sala, não permitindo que retirem a venda, como se fosse uma pessoa cega, guiando à outra. Após a atividade, peça para cada voluntário expressar qual o sentimento que teve nas duas funções exercidas, bem como a opinião do público que presenciou a atividade. Depois de ouvir a todos, explique que os escribas e fariseus se achavam perfeitos e queriam guiar as demais pessoas, mas Jesus afirmou que eles eram como cegos guiando cegos.
Avise a turma que na próxima aula haverá uma atividade surpresa. |
| Texto bíblico |
| Mateus 15.1-17
1 Então, chegaram ao pé de Jesus uns escribas e fariseus de Jerusalém, dizendo: 2 Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos quando comem pão. 3 Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus pela vossa tradição? 4 Porque Deus ordenou, dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, que morra de morte. 5 Mas vós dizeis: Qualquer que disser ao pai ou à mãe: É oferta ao Senhor o que poderias aproveitar de mim, esse não precisa honrar nem a seu pai nem a sua mãe, 6 E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus. 7 Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: 8 Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. 9 Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens. 10 E, chamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi e entendei: 11 o que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem. 12 Então, acercando-se dele os seus discípulos, disseram-lhe: Sabes que os fariseus, ouvindo essas palavras, se escandalizaram? 13 Ele, porém, respondendo, disse: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada. 14 Deixai-os; são condutores cegos; ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova. 15 E Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Explica-nos essa parábola. 16 Jesus, porém, disse: Até vós mesmos estais ainda sem entender? 17 Ainda não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre e é lançado fora? |
| COMENTÁRIO | ||||||||||
| INTRODUÇÃO
Quando o assunto é falsa religiosidade, não podemos deixar de falar dos escribas e fariseus, pois com suas práticas religiosas, eles cometiam muitas injustiças e lançavam fardos pesados sobre os outros. Estes, erroneamente, trocaram a religião pura, a comunhão com Deus, pela mercantilização da fé. No capítulo 15 de Mateus, vemos os escribas e fariseus acusando os discípulos de Jesus de transgredirem as tradições dos anciões (v. 2). Devido ao comportamento hipócrita deles, Jesus os chama de “condutores cegos”, que guiam outros “cegos” a reproduzirem suas condutas hipócritas (Mt 15.14). Quanto mais Jesus se aproximava de Jerusalém, maior era a severidade dos confrontos com as facções religiosas judaicas que não suportavam ouvir os ensinos de Jesus. I – A INJUSTIÇA DA FALSA RELIGIOSIDADE (MT 15.1-9)
1. As acusações injustas dos escribas e fariseus (vv. 1,2). Jesus e seus discípulos estavam na terra de Genesaré pregando as Boas-Novas, curando os enfermos que eram trazidos de todas as localidades (Mt 14.34-36). Enquanto isso, alguns escribas e fariseus vindos de Jerusalém para observá-lo e achar algo errado para acusá-lo, perceberam que os discípulos de Jesus comiam sem lavar as mãos. No entanto, o que os incomodava não era a falta de higiene, mas sim a questão cerimonial, a tradição. A Torá previa alguns procedimentos quanto à pureza ritual (Lv 11-15; Nm 5.1-4). Todavia, a questão levantada pelos escribas e fariseus não constava nela, mas sim na tradição dos anciãos. Portanto, eles acusaram Jesus e seus discípulos injustamente. A tradição deles na verdade era acréscimo feito pelos homens e não por Deus. 2. Os acusadores eram na verdade os transgressores (vv. 3-9). Os escribas e fariseus acusavam as pessoas de transgredir as tradições dos ancião como se eles fossem os seres mais honestos e puros do universo. No entanto, Jesus os repeliu e mostrou que eles estavam equivocados e o quanto eram hipócritas. Então, o Mestre questiona o fato de eles transgredirem os mandamentos de Deus (v. 3). Jesus repreende os fariseus e escribas afirmando: “E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus” (v. 6). Jesus cita a lei mosaica em que os filhos deveriam honrar o pai e a mãe (o quinto mandamento), cuja penalidade para tal transgressão era a morte. Mas, para não atenderem as necessidades materiais de seus pais alegavam que o bem que possuíam era Corbã, Isto é, oferta ao Senhor (Mc 7.11). Segundo A. T. Robertson (Comentário Mateus & Marcos – CPAD) “os rabinos permitiam que o filho infiel fizesse a mera declaração dessa palavra para deixar de usar o dinheiro necessário para o sustento do pai ou mãe.” Na verdade os acusadores é que eram os verdadeiros transgressores da Lei de Deus. 3. O profeta Isaías já havia reprovado a falsa religiosidade (vv. 7,8). Jesus exorta seus acusadores e demonstra que eram eles que estavam burlando a lei de Moisés por ganância. O Mestre chama os fariseus e escribas de hipócritas e afirma a atitude errada deles citando Isaías 29.13. O profeta Isaías já havia, por diversas vezes, reprovado a falsa religiosidade do seu povo. Ele afirmou que seu povo adorava a Deus somente com palavras, mas o coração deles estava bem longe do Senhor.
Os testemunhos dos feitos de Jesus se espalhavam rapidamente e todos queriam ouvir e ver a Jesus II – A CEGUEIRA DA FALSA RELIGIOSIDADE 1. A cegueira espiritual dos escribas e fariseus (v. 14). Jesus não se intimidou diante dos fariseus e dos escribas. Ele os exortou de forma segura e eficaz, chamando-os de cegos e condutores de cegos. Os fariseus e escribas se apegavam tanto a questões secundárias e irrelevantes (tradições humanas) que se privavam das questões primárias, a observância da Lei divina. Na realidade, o que os incomodavam era a popularidade, o reconhecimento e o respeito que Jesus e seus discípulos vinham conquistando diante da população. Os testemunhos dos feitos de Jesus se espalhavam rapidamente e todos queriam ouvir e ver a Jesus. Os líderes religiosos, com suas tradições, discursos monótonos e repetitivos já não chamavam mais a atenção do povo. 2. A dificuldade de Pedro em compreender o ensino de Jesus. Os discípulos, em alguns momentos específicos, também tiveram dificuldades para entender os ensinos de Jesus. Pedro, tomando a palavra, perguntou a Jesus: “Explica-nos essa parábola” (Mt 15.15). Interessante como o apóstolo Pedro não se preocupava em declarar publicamente que não havia compreendido. Ele estava certo, pois quem quer aprender tem que perguntar e não pode se importar com a reação das pessoas. Muitas pessoas deixam de aprender por receio de perguntar. Jesus fica admirado com a atitude de Pedro e diz: “Até vós mesmos estais ainda sem entender?” (v. 16). De acordo A. T. Robertson (Comentário Mateus & Marcos – CPAD) os discípulos “ainda estavam sob o ‘encanto’ da perspectiva teológica dos fariseus”. Por isso, a dificuldade de entendimento. Então, Jesus explica para eles que o que contamina o homem é tudo aquilo que procede do seu interior, coração (Mt 15. 18,19). Diferente dos escribas e fariseus, que ouviam Jesus ensinar, mas não queriam aprender, pois seus interesses e hipocrisia impediam que seus “olhos fossem abertos” para entender a mensagem do Reino, os discípulos realmente desejavam compreender e aplicar às suas vidas o ensino do Mestre. 3. O que contamina o homem é o que procede do coração (Mt 15.17-19). Jesus explica aos discípulos que o que contamina o homem não é o que entra pela boca, mas o que procede do seu coração. É do interior do homem que provêm os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. As práticas, os ensinos errôneos e perversos dos escribas e fariseus ainda influenciam muitos religiosos na atualidade, pois infelizmente ainda há pessoas que valorizam mais as tradições humanas que a infalível e inerrante Palavra de Deus. Jesus deixa claro que a falsa religiosidade contamina o homem e não o comer sem lavar as mãos. O Mestre rebate duramente o ritualismo hipócrita dos fariseus e escribas e a falsa santidade e espiritualidade deles.
III – A MERCANTILIZAÇÃO DA FÉ E DA ADORAÇÃO PELA FALSA RELIGIOSIDADE (MT 21.12-17) 1. Os falsos religiosos transformaram o Templo em covil de ladrões (v. 13). Ao entrar no Templo, Jesus fica indignado quando vê o comércio que se havia estabelecido no pátio dos gentios, área que ficava na parte externa do Templo e era aberta a judeus e gentios. Era neste colocal que se dava a venda de animais que seriam utilizados nos sacrifícios, porém os cambistas se utilizavam disso para explorar os fiéis. Quem se beneficiava com o monopólio das vendas eram os sacerdotes e levitas, já que o comércio de animais gerava muito dinheiro. Mas Jesus expulsa os cambistas do Templo e para isso utiliza os textos de Isaías 56.7 e Jeremias 7.11. O propósito dEle era restaurar a verdadeira finalidade do Templo: a oração e a adoração. 2. Os falsos religiosos querem calar o louvor genuíno (vv. 15,16). Jesus também aproveita a ocasião para curar cegos e coxos que foram ter com Ele no Templo. Segundo o Comentário Bíblico Pentecostal, “Davi proibiu que os cegos e coxos entrassem no Templo”. Mas, o Filho de Deus reverte este preceito legal, mostrando que a Casa de Deus é para acolher a todos. Logo depois, Mateus relata que alguns meninos, talvez admirados com os milagres de Jesus, com a sua ousadia e justiça o adoraram clamando: “Hosana ao Filho de Davi” (v. 15). Ao ouvir o louvor dos meninos, a raiva dos principais dos sacerdotes e escribas se acentua ainda mais, e eles então tentam envergonhar a Jesus. Eles questionam Jesus a respeito do procedimento das crianças. Mas, para a surpresa deles, o Mestre responde a eles utilizando o Salmo 8.2. O texto de Mateus nos mostra duas situações antagônicas: de um lado os cambistas e líderes do Templo que lucravam com o uso indevido das tradições religiosas; do outro, as crianças oferecendo o perfeito louvor ao Filho de Deus pela libertação dos excluídos (cegos e coxos) e a restauração da ordem na Casa de Deus.
Jesus expulsa os cambistas do Templo e para isso utiliza os textos de Isaías 56.7 eJeremias 7.11.
CONCLUSÃO Nesta lição, aprendemos a respeito da falsa religiosidade, fazendo uma análise das atitudes errôneas dos escribas e fariseus. Estes acusaram os discípulos de Jesus de não cumprir as tradições religiosas. Entretanto, o Mestre os exorta mostrando o quanto eles estavam errados ao darem mais importância às tradições humanas do que as Leis de Deus. Aprendemos também que Jesus purificou o Templo, expulsando os cambistas e reprovando a atitude gananciosa dos líderes religiosos que fizeram da Casa de Deus um covil de ladrões. |
| HORA DA REVISÃO |
| 1. Qual mandamento Jesus afirmou terem os escribas e fariseus transgredido? Jesus repreende os fariseus e escribas afirmando: “E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus” (v. 6). Jesus cita a lei mosaica em que os filhos deveriam honrar o pai e a mãe (o quinto mandamento), cuja penalidade para tal transgressão era a morte. 2. Por que Jesus acusou os escribas e fariseus de cegos e condutores de cegos? 3. Explique a expressão utilizada por Jesus: “O que contamina o homem não é o que entra pela boca, mas o que sai dela.” 4. Quem se beneficiava com o monopólio das vendas no Templo? 5. Quando Jesus expulsa os cambistas do Templo qual referência bíblica Ele utiliza para justificar sua ação? |

