25/08/2019
TEXTO DO DIA
“Semelhantemente vós, jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” (1 Pe 5.5)
SÍNTESE
Quando o líder cristão cumpre fielmente o seu chamado ministerial e os irmãos de fé se relacionam em mútua humildade e submissão, criamos uma comunidade fraterna e forte, capaz de resistir às adversidades.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA – Rm 12.8 A responsabilidade do líder
TERÇA – 1 Tm 3.1-7 O perfil do presbítero
QUARTA – 1Tm 3.1 A legitimidade do anseio ministerial
QUINTA – Jo 10.11-15 A diferença entre o pastor e o mercenário
SEXTA – 1 Tm 4.12 Não despreze o fato de ser jovem
SÁBADO – Rm 12.10 O amor mútuo
OBJETIVOS
• CONHECER os conselhos de Pedro à liderança cristã;
• CONSCIENTIZAR sobre a importância da obediência dos jovens aos pastores e aos mais velhos;
• MOSTRAR os princípios para o relacionamento saudável entre os irmãos;
INTERAÇÃO
Concluindo sua Primeira Epístola, Pedro tem uma palavra de exortação aos líderes da igreja, responsáveis por conduzir e cuidar do rebanho de Deus. Diante da provação que estavam passando por causa da perseguição, internamente, no seio da comunidade cristã, era essencial que a igreja fosse liderada com fidelidade e amor pelos pastores, aos quais o apóstolo admoesta sobre seus deveres e motivações. Por outro lado, os mais jovens e os crentes em geral são igualmente aconselhados a um padrão de conduta obediente, respeitosa e humilde, em relação aos mais velhos e entre eles mesmos. Assim, nesta lição que finaliza a primeira Carta de Pedro, veremos que as Escrituras têm orientações para toda a comunidade cristã, do maior ao menor, do mais velho ao mais novo, pois Deus não faz acepção de pessoas. Iremos aprender que quando os irmãos de fé se relacionam de maneira saudável, em mútua submissão e com o afetuoso desejo de servir, criamos uma comunidade fraterna e forte, capaz de suportar as adversidades até a volta de Jesus.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado(a) professor(a), observe esta sugestão da educadora Marlene LeFever: “Ninguém conhece os jovens como eles próprios. E ninguém precisa conhecer os jovens melhor que os professores. Dê a seus alunos a chance de compartilhar o que você precisa saber, não apenas com você, mas com outros professores da mesma faixa etária. Convide-os para uma reunião de esclarecimento pela Internet, onde eles falarão acerca de si mesmos. Tenha perguntas prontas para o ponto de partida, mas esteja aberto a questões sobre as quais eles gostariam de falar. Como eles gostariam de aprender? Que métodos realmente funcionam em sala de aula? Quais são enfadonhos? Quais são as características que eles gostam nos professores? O que os desestimula? Incentive-os a compartilharem que tentações estão tendo” (Métodos Criativos de Ensino, CPAD, p. 418).
TEXTO BÍBLICO
1 Pedro 5.1-14
1 Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:
2 apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
3 nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.
4 E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória.
5 Semelhantemente vós, jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.
6 Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte,
7 lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.
8 Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar;
9 ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo.
10 E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá.
11 A ele seja a glória e o poderio, para todo o sempre. Amém!
12 Por Silvano, vosso fiel irmão, como cuido, escrevi abreviadamente, exortando e testificando que esta é a verdadeira graça de Deus, na qual estais firmes.
13 A vossa coeleita em Babilônia vos saúda, e meu filho Marcos.
14 Saudai-vos uns aos outros com ósculo de caridade. Paz seja com todos vós que estais em Cristo Jesus. Amém!
INTRODUÇÃO
Pedro está chegando ao fim da sua primeira Carta, e antes de concluir tem uma palavra pastoral aos membros da igreja, incluindo os líderes, pois sabia da importância do bom preparo dos ministros cristãos na condução do povo de Deus em tempos de angústia. O apóstolo igualmente exorta aos jovens cristãos acerca da necessidade de se submeterem aos líderes e aos mais velhos, assim como conclama todos os crentes a uma vida de humilde convivência. Desse modo, numa época marcada pela crise de convivência e pelo enfraquecimento da confiança mútua, a presente lição ecoa uma mensagem de esperança que irradia da vida em comunidade.
I – CONSELHOS À LIDERANÇA CRISTÃ
1. Uma palavra aos presbíteros. Ao final de sua Epístola, Pedro dirige alguns conselhos especiais aos presbíteros. A palavra grega presbyteros descreve o título de dignidade dos indivíduos experientes e de idade madura que formavam o governo da igreja local, também chamados anciãos (cf. At 14.23; 20.17; 1 Tm 5.1). No Novo Testamento, as funções de pastor, bispo e presbítero tem a mesma conotação; são homens experientes na fé vocacionados para atuarem como supervisores da obra de Deus e no cuidado pastoral. Dada a responsabilidade do ministério a eles confiado, a Bíblia apresenta uma série de qualidades essenciais para o santo ofício (1 Tm 3.1-7). Por conseguinte, como instruiu o apóstolo Paulo, os presbíteros são dignos de honra (1 Tm 5.17). Ao apelar em especial aos líderes cristãos da sua época, Pedro enfatiza a dignidade do cargo que ocupam, para que não se esqueçam dos seus deveres. Nota-se o zelo do apóstolo com a excelência da liderança das igrejas locais. Afinal, para que a Igreja possa passar pelas lutas e provações, é crucial que os líderes cumpram com fidelidade o chamado divino, trabalhando com dedicação e diligência pela congregação.
Apesar da sua autoridade apostólica, Pedro apresenta-se como um presbítero. Uma postura humilde muito diferente daqueles que, atualmente, se auto proclamam apóstolos!
2. Apascentando o rebanho de Deus. Recordando possivelmente a ordem que ele mesmo recebeu do Mestre Jesus (Jo 21.16), Pedro admoesta os obreiros a apascentarem o rebanho de Deus (v.2). Nas Escrituras, dada a familiaridade com o pastoreio, a relação entre o pastor e suas ovelhas é usada como uma bela metáfora de amor, cuidado e proteção. Por esse motivo, o salmista Davi declara de modo confiante: “O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará” (Sl 23.1). Jesus se apresenta como o Bom Pastor, que conhece as suas ovelhas e por elas dá a sua vida (Jo 10.11-15). Aplicada à Igreja, apascentar as ovelhas tem o sentido espiritual de guiar biblicamente o povo de Deus, alimentar por meio da Palavra, resgatar as ovelhas perdidas e defendê-las contra os lobos devoradores
3. O cuidado com as ovelhas. É um enorme privilégio alguém ser chamado para o santo ministério. Todavia, pesa sobre o obreiro cristão a grande responsabilidade de cuidar do rebanho, o dever de zelar pelas vidas que foram confiadas por Deus. Pedro dá três solenes advertências sobre o ministério pastoral, contrapondo com três recomendações: Primeiro, o ministério não deve ser exercido por obrigação, e sim voluntariamente. O ofício pastoral não é profissão, mas vocação divina. Segundo, o ministério pastoral não pode ser movido pela ganância, mas com o desejo de servir. A Bíblia diz que é legítimo aspirar ao episcopado (1 Tm 3.1), todavia, o ofício eclesiástico jamais pode ser usado para benefício próprio ou para levar alguém ao estrelato religioso. Terceiro, embora os líderes tenham autoridade de Deus, não devem abusar do poder que receberam, impondo sobre o rebanho um poder excessivo e autoritário. Em vez disso, devem ser modelos de conduta para todos os cristãos.
II – CONSELHO À JUVENTUDE
1. Sujeição dos jovens. Em seguida, Pedro volta-se para os mais moços: “Semelhantemente vós, jovens, sede sujeitos aos anciãos […]” (v.5). Aqui, o sentido é que a juventude deve obedecer não somente aos líderes religiosos, mas também se sujeitar aos irmãos de fé mais velhos. Por que essa instrução específica destinada aos jovens? Porque, como é comum nessa fase da vida, os jovens tendem a ser mais rebeldes e contestadores. O respeito aos pastores e aos mais velhos é um princípio que vale para todos, mas deve ser recordado com maior veemência na flor da juventude, quando os hormônios afloram e o sentimento de independência costuma despontar. Apesar das diferenças de uma geração para outra, a juventude em geral é marcada pela formação da consciência crítica e pelos constantes questionamentos. Se não souber amadurecer e aprender a lidar com as suas inquietações, o jovem cairá numa vida de rebeldia e desobediência. Pelo fato de Deus conhecer o coração do homem, da criança ao adulto, deixou esse lembrete tão preciso em sua Palavra.
2. Obedecendo aos pastores. Como nunca, a ordem para o jovem cristão obedecer ao seu pastor merece atenção em nossas igrejas. A chamada geração do milênio caracteriza-se por sua contraposição às regras, à formalidade e às instituições. Diversas pesquisas sugerem que um alto percentual de jovens da atualidade diz ter fé, mas não querem pertencer a uma religião; afirmam ser espirituais, mas preferem não fazer parte de uma igreja específica. Um número significativo deles têm percepções negativas sobre a Igreja e a liderança religiosa. Em um contexto assim, é fundamental que o jovem cristão não seja contagiado por esse sentimento depreciativo em relação à Igreja e aos santos homens que Deus escolheu para conduzir o seu rebanho na terra. Somos admoestados a obedecer aos nossos pastores porque eles receberam autoridade espiritual e velam pelas nossas almas (Hb 13.17). É possível que você não concorde com tudo que o seu líder faz ou prega, mas lembre-se de que o pastor detém a autoridade divina enquanto for fiel às Escrituras. Por isso, a postura de rebeldia e desrespeito ao líder eclesiástico é uma ofensa à Palavra de Deus. O jovem cristão deve honrar e imitar os pastores que vivem segundo a Bíblia.
3. Respeito aos mais velhos. Vivemos numa cultura que menospreza os idosos. Muitos jovens e adolescentes os consideram ultrapassados e antiquados. Contra esse pensamento, a Bíblia nos ensina a honrar as pessoas mais velhas. Olhe para o que está escrito em Levítico 19.32: “Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do velho, e temerás o teu Deus. Eu sou o SENHOR” (Lv 19:32).
Em Provérbios 16.31 está escrito: “Coroa de honra são as cãs, achando-se elas no caminho da justiça.” Respeitar os mais velhos é, além de uma recomendação Bíblia, um princípio milenar de educação.
III – RELACIONAMENTO ENTRE OS IRMÃOS
1. Revista-se de humildade. Depois de dizer que os presbíteros devem servir e que os jovens precisam se sujeitar, Pedro agora diz que todos devem se revestir de humildade. Afinal, trata-se de uma virtude cristã fundamental a todo crente. Humildade não é auto-piedade e falsa humilhação. Também não é sinônimo de fraqueza e acanhamento. Humildade tem a ver com simplicidade e singeleza de coração (At 2.46), cujo maior exemplo vem do próprio Senhor Jesus (Fp 2.7,8; Jo 13). Além de nos levar a reconhecer os outros superiores a nós mesmos (Fp 2.3), ser humilde implica reconhecer nossa pequenez diante de Deus (Jó 42.2) e considerar que aquilo que somos, fazemos e possuímos é resultado da sua maravilhosa graça. Por isso, ao reiterar um princípio presente em diversas passagens das Escrituras, o apóstolo diz que Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.
2. Lance toda a ansiedade sobre Cristo. Não é fácil manter serenidade e calma diante das dificuldades. O ser humano tem a propensão de se consumir pelos problemas atuais e mais ainda por aqueles que virão. Isso se chama ansiedade: a preocupação excessiva com aquilo que ainda não aconteceu. Sabendo disso, Pedro recomenda uma atitude importante para a nossa saúde espiritual e emocional: depositar toda a ansiedade em Deus, pois Ele cuida de nós e se encarrega das nossas cargas. Jesus, afinal, prometeu: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). Então, por que muitos crentes, apesar de estarem na igreja, ainda vivem sob o peso da ansiedade? Talvez porque insistem em carregar os seus próprios fardos, acreditando que são capazes de suportá-los. Ocorre que, por mais leve que seja, qualquer carga que tentarmos carregar sem a ajuda divina, será esmagadora. Eis porque Pedro diz que devemos lançar sobre Deus não parte, mas toda a nossa ansiedade. É um alento para a nossa alma saber que podemos entregar aos pés de Cristo nossos medos, frustrações e angústias, pois temos a garantia de que Ele cura as feridas da nossa alma.
3. Resista ao adversário. Por fim, Pedro reitera a exortação para que todos os salvos mantenham a sobriedade e a vigilância, pois o inimigo das nossas almas está à espreita, bramando como um leão, querendo nos tragar. O adversário e seus demônios tentam se aproveitar dos momentos de turbulência para destruir a vida do cristão. “Quando os crentes se sentem sozinhos, fracos, desamparados, e desgarrados dos outros crentes, eles podem se concentrar tanto nos seus próprios problemas, que se esquecem de vigiar quanto ao perigo. Nestas ocasiões, os crentes são particularmente vulneráveis aos ataques de Satanás, que podem vir sob várias formas, frequentemente atingindo o ponto mais fraco da pessoa – tentação, medo, solidão, preocupação, depressão, perseguição” (Comentário Bíblico de Aplicação Pessoal). No entanto, em vez de temer o Diabo, o acusador e caluniador, o crente deve vigiar e resisti-lo firme na fé. Em conselho semelhante, Tiago disse para resistir o Diabo e ele fugirá (Tg 4.7b).
SUBSÍDIO
“Que ninguém se queixe de que Deus lidou de maneira cruel consigo, proibindo-lhe os prazeres pelos quais há um desejo natural, pois Ele bondosamente providenciou a satisfação regular de tais desejos. Não podes comer de toas árvores do jardim, mas escolhe a tua, a que quiseres, desta poderás comer livremente; a natureza ficará satisfeita com isto, mas a luxúria não terá nada. Deus, ao limitar o homem a uma só, estava tão longe de lhe impor quaisquer dificuldades, que na realidade buscava o seu melhor interesse; pois, como observa o Sr. Herbert: ‘Se Deus tivesse permitido tudo, certamente o homem teria sido o limitador.’ – este é um provérbio conhecido pela igreja. Aqui Salomão explica isto, não somente prescrevendo como um antídoto, mas apresentando como um argumento contra a prostituição, o fato de que os prazeres permitidos no casamento (ainda que a sagacidade dos ímpios, que colabora com o espírito da impureza possa tentar ridicularizá-los), transcende, e muito os falsos prazeres proibidos da prostituição” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. 2.ed. Rio de Janeiro: 2015, p. 743).
ESTANTE DO PROFESSOR
LINS, Luaran. Chamados para Liderar: Um Guia Prático para Líderes de Adolescentes e Jovens. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
CONCLUSÃO
Pedro encerra sua Carta com o mesmo tom de esperança, lembrando aos leitores de que Deus está no controle de tudo. Podemos viver em esperança porque foi Cristo quem nos chamou à sua eterna glória, e as provações momentâneas simplesmente estão nos aperfeiçoando, confirmando, fortificando e fortalecendo. Nosso caráter está sendo moldado e melhorado no fogo da provação.
HORA DA REVISÃO
1. Quem eram os presbíteros designados pela palavra grega prebyteros?
A palavra grega presbytero descreve o título de dignidade dos indivíduos experientes e de idade madura que formavam o governo da igreja local, também chamados anciãos (cf. At 14.23; 20.17; 1Tm 5.1).
2. Aplicada à Igreja, qual o sentido espiritual da expressão “apascentar as ovelhas”?
Tem o sentido espiritual de guiar biblicamente o povo de Deus, alimentar por meio da Palavra, resgatar as ovelhas perdidas e defendê-las contra os lobos devoradores.
3. Qual o sentido da ordem de Pedro quando diz: “Semelhantemente vós, jovens, sede sujeitos aos anciãos […]”?
O sentido é que a juventude deve obedecer não somente aos líderes religiosos, mas também se sujeitar aos irmãos de fé mais velhos.
4. Por que a ordem dos jovens obedecerem aos pastores merece atenção em nossas igrejas?
Porque a chamada geração do milênio caracteriza-se por sua contraposição às regras, à formalidade e às instituições.
5. O que não é humildade?
Humildade não é auto-piedade e falsa humilhação. Também não é sinônimo de fraqueza e acanhamento.
fonte:CPAD