Para os seguidores do movimento triunfalista denominado confissão
positiva, a mulher de Suném, ao declarar — diante de circunstâncias
adversas — que tudo estava bem, teria usado o poder de suas próprias
palavras para obter uma grande vitória (2 Rs 4.26). Afinal, se assim não
ocorrera, segundo eles, teria sido da parte dela uma insanidade responder que
estava “tudo em paz” (hb. shalom) sabendo que o próprio filho acabara de
morrer (v.20).
Entretanto, ao ler todo o capítulo da passagem em apreço, constatamos
que a sunamita era uma mulher de fé, haja vista ter dito ao seu marido:
“Manda-me já um dos moços e uma das jumentas, para que eu corra ao
homem de Deus e volte… Tudo vai bem” (vv.22,23). Sua atitude assemelhase
à de Abraão, momentos antes do quase-sacrifício de seu filho: “Ficai-vos
aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado,
tornaremos a vós” (Gn 22.5).
Ter uma inabalável fé em Deus não é o mesmo que abraçar o
triunfalismo. Confiar no Senhor é saber que Ele pode realizar grandes obras.
Vemos isso no episódio envolvendo Ananias, Misael e Azarias (Dn 3). Ao
serem ameaçados por Nabucodonosor, aqueles jovens disseram: “Eis que o
nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do
forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei” (v.17). A fé, por conseguinte, faz-
nos orar ou falar com ousadia, porém isso não é confissão positiva (At 4.29-
31)
fonte: Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar – Ciro Sanches Zibordi