Diversos vocábulos são traduzidos por “céu” pelos
eruditos, no que diz respeito ao “céu” (singular), e aos
“céus” (plural), porém, os únicos que realmente são mais
importantes são o hebraico “shãm ayim ” e o grego “ouranos”.
Estes vocábulos eram e são freqüentemente usados
para representar o Universo (Gn 1.1; 14.19; 24.3; Jr 23.24;
Mt 5.18). Além do firmamento visível existia a região primeval
das águas que, em certo sentido, foi também denominada
“céus” (Gn 1.7,8; SI 148.4) de que, após o Dilúvio,
não mais se fala na história da Criação (Gn 7.11 e ss; 2 Pd
3.5-7).
Os hebreus empregavam a frase céu dos céus (Dt
10.14; 1 Rs 8.27; SI 115.16), para representar os céus na sua
vastíssima extensão.
O termo “ouranos” que freqüentemente é mais usado
no singular, teve sua origem no grego de Homero, com o
significado de (“abóboda Celestial”), ou “firmamento” .
Para os escritores sagrados, especialmente aqueles relacio
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nados com a poesia, o céu era retratado da seguinte maneira:
Primeiro: Com janelas (Gn 7.11; 2 Rs 7.2):
Segundo: Descansando sobre pilares (Jó 26.11);
Terceiro: Repousando sobre alicerces (2 Sm 22.8):
Quarto: É como uma tenda armada (SI 104.2: Is 40.22:
44.24);
Quinto: É como um rolo desenrolado (Is 34.4) e pode ser
rasgado (Is 64.1 etc).
a. O sentido geral. No Antigo Testamento (LXX), 0
termo “ouranos” ocorre por 667 vezes sempre como tradução
de “shã, ayim” forma plural que ocorre por 51 vezes.(1M)
Já em o Novo Testamento, “ouranos” ocorre 272 vezes;
com maior freqüência em Mateus (82 vezes), especialmente
na frase “basileia tõn ouranos” ( 0 reino dos céus).
Nos escritos de Lucas “ouranos” ocorre 34 vezes (das
quais 26 estão em Atos); 18 vezes em Marcos e 18 vezes em
João; 21 vezes nos escritos de Paulo e 52 vezes no Apocalipse.
Todos esses vocábulos eram usados pelo povo da aliança
(e até fora dele), para designar o nome do lugar onde se
manifesta a presença de Deus (Gn 28.17; SI 80.14; Is 66.1;
Mt 5.12,16,45,48; 23.9), onde estão os anjos (Mt 24.36;
28.2; Mc 13.32; Lc 22.43), e onde os remidos irão morar
(Mt 5.12; 6.20; 10.10; Ef 3.15; 1 Pd 1.4; Ap 19.1,4), etc. Em
muitas outras passagens, a palavra “céu” é empregada perifericamente
em lugar de Deus. Assim é que o filho pródigo
disse: “ …pequei contra o céu (Deus) e perante ti…” Lc
15.21). (1S1)
Semelhantemente é a passagem de João 3.27: “ …o homem
não pode receber coisa alguma, se lhe não for dada do
céu (Deus)” . Os judeus dos últimos tempos costumavam
dividir os céus em sete regiões diferentes. Mas isso trouxe
intensa discussão em torno dessa questão.
Principalmente porque, no cristianismo primitivo,
essè conceito não foi aceito pelos principais Pais da Igreja.
Num consenso geral, tanto cristãos como judeus ortodoxos
aceitam a existência de três céus.
b. Sua criação. No princípio, portanto, esses céus foram
criados por Deus (Gn 1.1). No contexto original
hebraico a palavra céus (plural) é “shamayim” . A terminação
“in ” indica o plural. Isso pretende mostrar que há
mais do que somente um céu. Na Bíblia distingue-se pelo
menos três céus:
Primeiro: O Céu inferior (ouranos):
Segundo: O Céu intermediário (Mesoranios);
Terceiro: O Céu superior (eporanios).
1) Céu inferior: Por céu inferior entendemos o céu atmosférico.
Isto é 0 “alto” : onde sobrevoam as aves e os
aviões (atual), passam as nuvens, desce a chuva, e se processam
os trovões e relâmpagos.
Deus o chamou de “ …a face da expansão dos céus”
(Gn 1.20) e Jesus, de “ …extremidade inferior do céu” (Lc
17.24).
2) Céu intermediário: Por céu intermediário entendemos
o céu estelar ou planetário, chamado também o céu
astronômico. A Bíblia o chamou de a “altura” .
3) Céu superior: Esse é chamado de as “alturas” em
várias conexões das Escrituras Sagradas (SI 93.4; At 1.9;
Hb 1.3). É declarado em 2 Coríntios 12.2, como sendo “ …o
terceiro céu”, = “o Paraíso”.
Podemos chamá-lo de “o espiritual” , e de “céu dos
céus” por estar acima de todos (Ne 9.6; Jo 3.13).
c. A origem dos céus. Foram criados por Deus. Deus
criou os céus pelo supremo poder da Palavra (1 Cr 16.26;
Jó 26.13; SI 8.3; 33.6; 96.5; 136.5; Pv 8.27).
Os céus incluindo a terra (Gn 1.1 e ss; 2.1; Êx 20.11;
31.17; Ne 9.6; SI 89.11,12; 102.25; 115.15; 121.2; 124.8;
134.3; 146.6; Pv 3.9; Is 37.16; 42.5; 44.18; 51.13,16; Jr
10.12; 32.17; 51.15; Zc 12.1; At 4.24; 14.15; Ef 3.9; 2 Pd 3.5;
Ap 4.11; 10.6; 13.7).
Foram criados em seis dias (Êx 20.11; 31.17). São sustentados
pelo poder da sua Palavra (SI 33.9; 148.5; Hb 1.3;
2 Pd 3.5). Eles passarão com grande e estrepitoso estrondo
no dia do juízo (Is 51.6; Mt 24.33; Mc 13.31; Lc 21.33; Hb
1.10,11; 2 Pd 3.7,10; Ap 6.16 (1? estádio); 20.11 (2? está-
dio): 21.1 (a consumação) = dando assim lugar a “…um
novo céu…”.(154)

fonte: Escatologia Severino Pedro da Silva

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