“E vi um grande trono branco, e o que estava assentado
sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se
achou lugar para eles” (Ap 20.11).
Pela ordem cronológica dos acontecimentos, este capí-
tulo deveria vir logo após o do Milênio, mas é evidente que
era necessário que tivéssemos uma noção clara sobre outros
assuntos importantes, para uma melhor compreensão
do significado do pensamento.
Nesta seção, segundo foi presenciado por João, aparece
um trono isolado! Nessa cena celestial não aparece
qualquer hoste de anjos ou quaisquer outros seres ceiestiais.
Todos os olhos se fixarão diretamente sobre o trono.
Vasto, intenso e rebrilhante. Os próprios céus (atmosférico
e estelar) e a terra não mais podem ser vistos, deixaram de
existir, em antecipação a nova criação. Não chegam, portanto,
ao campo de nossa visão. A fuga do céu e da terra,
deve ser entendida literalmente como o fim da antiga criação.
conforme se vê em 2 Pedro 3.7 e ss; Apocalipse 21.1 e
19
ss. Na passagem em foco, diz que “ …não se achou lugar
para eles”.
Em outras palavras, nenhum espaço será achado para
a antiga criação, nem mesmo os antigos lugares ceiestiais.(1™)
a. O Trono. A palavra “trono” ou “tronos” . Ela, no
grego é (“thronos”). É usada no Novo Testamento com 0
sentido de “trono real” (Lc 1.32,52), ou com o sentido de
“tribunal judicial” (Mt 19.28; Lc 22.30). Também há alusão
aos “tronos” de elevados poderes angelicais, ou governantes
humanos (Cl 1.16).
O trono do presente texto, é grande! É de vastíssimas
dimensões! Enchendo o campo inteiro de nossa visão; expulsa
da vista todos os outros elementos. Ameaça; deixa a
mente atônita.
Trata-se de um infinito julgamento, diante do qual está
o que é finito: o pobre humano morto.(1’9)
O trono é branco! Resplandeceu de pureza e santidade,
o que exige justiça! Castigo! Julgamento! Purificação!
Retribuição! Tudo isso descreve uma cena fora da história
humana! É o Juízo Final!
b. Entre os muitos julgamentos ou juízos especiais, a
Bíblia menciona sete, que têm significado especial:
1) O julgamento dos pecados do crente na cruz de nosso
Senhor Jesus Cristo (Jo 13.31). Ele foi aí justificado porque
Cristo, havendo levado os seus pecados sobre a cruz,
foi feito por Deus justiça (1 Co 1.30).
2) O crente julgando-se a si mesmo, para não ser julgado
com o mundo (1 Co 11.31).
3) O julgamento das obras dos crentes diante do Tribunal
de Cristo,־ logo após o traslado da Igreja (Rm 14.10; 1
Co 3.12; 2 Co 5.10).
4) O julgamento das nações vivas por ocasião da “Parousia”
de Cristo (Mt 25.32 e ss).
5) O julgamento de Israel, na Volta de Cristo, como
“amadurecimento da nação”, para ingressar no Reino Milenar
(Ez 20.33 e ss; Mt 19.28).
6) O julgamento descrito por Paulo em 2 Timóteo 4.1,
que se dará na “sua vinda (de Cristo) e no seu reino” .
7) O julgamento do “Grande Trono Branco” aqui
mencionado nesta seção (Ap 20.11-15).
fonte: Escatologia Severino Pedro da Silva