Tanto os filósofos como os escritores cristãos dividiram
o tempo em três partes, a saber:
Primeiro: o tempo passado.
Segundo: o tempo presente.
Terceiro: o tempo futuro. Segundo este conceito de
aquilatar o tempo, só o presente existe: 0 passado já não é e
o futuro ainda não existe. O tempo, portanto, corresponde
ao que muda, ao que comporta a sucessão e o vir-a-ser. A
eternidade é uma duração, quer dizer, uma permanência
de ser, sem nenhuma sucessão e, daí, sem começo nem
fim.(1(i6) Pode-se dizer, em outras palavras, que é um eterno
presente, uma posse perfeita e total do ser.
Nossa vida na eternidade está incluída naquilo que
Deus quer que seja! Ele mesmo diz: “ …Eis que faço novas
todas as coisas” (Ap 21.5), e além disso, a palavra traduzida
“novo” em Apocalipse 21.1 significa “novo em espécie
ou ordem”, distinto de meramente novo no que concerne
ao tempo. Pedro descreve o processo que o Senhor vai usar
na renovação do céu e da terra para que neles “ …habite a
justiça”.
“Mas o dia do Senhor virá como vem o ladrão de noite;
no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos,
ardendo, se desfarão e a terra e as obras que nela
há, se queimarão… aguardando, e apressando-vos para a
vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão,
e os elementos, ardendo, se fundirão” (2 Pd 3.10,12 etc).
a. A palavra traduzida por “elemento” é soicheiov,
que significa o mais básico elemento da natureza. Hoje sabemos
que 0 átomo é a ínfima parcela constituinte da matéria.
Pedro diz então que esses elementos serão “desfeitos”.
O sentido literal do termo “desfeito” é “desatar alguma
coisa” . Emprega-se com freqüência no caso de desatarse
uma corda, uma atadura, como João 11.44. Noutras palavras,
Cristo vai “desatar” os átomos do universo em que
vivemos.(167)
Não admira, portanto, que haja um bramido, calor intenso
e fogo. Então aparecerá “novo céu e nova terra” preparados
para a eternidade! Nessa ocasião surgirá como
Capital dessa nova ordem a cidade celestial chamada a
“Nova Jerusalém”.
Devemos observar que em Apocalipse 21.2, esta linda
cidade dos remidos é chamada de “nova” ; enquanto que
na seção seguinte (v 10) é chamada de “santa”.
b. Uma cidade modelo. Tudo sugere uma cidade literal:
ouro, ruas, dimensões, pedras etc. Ela desce do céu,
pois é impossível construir uma cidade santa aqui na terra.
Segundo as dimensões apresentadas pelo anjo intérprete
do apóstolo João, 12 000 estádios (Ap 21.16), se fossem divididos
em ruas, haveria lugar para 8 milhões de ruas
com avenidas de 2 200 quilômetros cada uma. Cremos que
realmente a nova Jerusalém, o lar dos remidos terá, sem
dúvida, essas dimensões em foco!
Mas alguns comentaristas, dado a largura e altura da
cidade dão outras dimensões mais elevadas. “Doze mil estádios
multiplicados por cento e oitenta e cinco metros, e 0
resultado elevado à terceira potência dará a medida cúbica
da cidade”. =Dez bilhões, novecentos e quarenta e um miIhões
e quarenta e oito mil quilômetros =. A grandeza da
cidade assegura lugar para todos!(168)
Paulo fala deste lindo lar divino onde iremos morar,
quando diz: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde
também esperamos o Salvador; o Senhor Jesus Cristo…”
(F1 3.20). Amém!
fonte: Escatologia Severino Pedro da Silva