Rosacrucionismo

ROSA CRUZ

 

MAX HEINDEL E H. SPENCER LEWIS – OS PROFETAS DO ROSACRUCIANISMO

 

A história dos rosacruzes é semelhante a de todas as outras soltas ou organizações secretas. Colocam sua origem “nas brumas do tempo” e afirmam ser a verdadeira filosofia dos povos antepassados e “iniciados”.

 

Como não podia ser diferente, também muitas organizações se dizem herdeiras da verdadeira filosofia rosacruz. Dentre elas, as que mais se destacam são a Sociedade dos RosaCruzes e a AMORC (Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis). A primeira, mais antiga, radicada nos Estados Unidos, não é muito conhecida entre os brasileiros. A segunda, bem divulgada em nosso pais, com sua sede nacional em Curitiba.

 

A história do rosacrucianismo começa realmente por volta do ano de 1614, com a publicação do livro Reforma Geral do Mundo, segundo o qual, um adolescente chamado Cristianus Rosenkreuz foi enviado a um mosteiro para aprender o grego e o latim. Aos 16 anos, um monge o levou a uma peregrinação à Terra Santa. O monge morreu no meio do caminho, em Chipre, e Rosenkreuz foi deixado sozinho. Viajou para a Arábia e andou pelo Egito, onde estudou com os sacerdotes, voltando à Europa com a intenção de utilizar seus conhecimentos para a fundação da ordem.

 

Não conseguindo nada na Europa, voltou à Alemanha onde reuniu com o passar dos tempos os seus primeiros discípulos. Em 1604, seus discípulos abriram a sua sepultura e encontraram no interior inscrições estranhas e um manuscrito de letras douradas. Essa abertura do túmulo em que teria sido encontrado o corpo do grande Mestre juntamente com jóias raras e escritos secretos que autorizavam os descobridores a reavivar ou reviver os ensinamentos do mestre.

 

Afirmam-se que toda essa história é simbólica e de linguagem iniciática. Para os “ignorantes”, tal história era compreendida literalmente, enquanto que para os iniciados, tal “descoberta” era apenas uma lenda simbólica cheia de verdades e mistérios. Os rosacruzes afirmam que Christian Rosenkreuz não era uma pessoa real, e sim um título simbólico, e que a Ordem existia muito antes disso, tendo sua origem no antigo Egito, nas escolas de mistério.

 

Os que afirmam assim acreditam que Tutmés III, que foi faraó entre 1500 a 1447 A.C., quem organizou a primeira e verdadeira Fraternidade Secreta de iniciados com normas específicas semelhantes às que perpetuam hoje. Alistam na “ordem” vários faraós, filósofos gregos e cientistas, na tentativa de mostrar como aconteceu a evolução da doutrina rosacruz.

 

Atualmente os rosacruzes são muito divididos e possuem cerca de cem templos centrais em todo o mundo. O ramo mais poderoso do rosacrucianismo é a AMORC cuja sede, o Templo Supremo da América do Norte e Sul, está localizado no Parque Rosa-Cruz em São José, na Califórnia.

 

Suas revistas e suas apostilas de estudos por correspondência têm uma circulação monstruosa em todo o mundo. Qualquer pessoa que desejar se tornar um rosacruz somente poderá fazê-lo, caso se torne um aluno por correspondência, pagando mensalmente o envio das lições. Se não estiver em dia com o pagamento, não poderá sequer freqüentar os trabalhos normais dos capítulos ou lojas onde realizam as sessões ritualísticas.

 

MAX HEINDEL

 

A Sociedade Rosa-Cruz foi fundada por Max Heindel, que é considerado o apóstolo do

rosacrucianismo moderno. Seus livros: “A Cosmo-Concepção ou o Cristianismo Místico RosaCruzes “; “A Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” e “Leituras Cristãs Rosacruzes”, bem como inúmeros folhetos e outros livretos a ele atribuídos, são a fonte da doutrina rosacruz e, nos Estados Unidos, são distribuídos em profusão pela sua organização que sustenta também um grande trabalho por correspondência.

 

Max Heindel diz que recebeu os princípios e as doutrinas contidas em sua obra através de práticas mentais e espirituais. Os rosacruzes possuem um grande parque gráfico de onde sai literatura para toda parte e contam com mais de cem mil adeptos graças às diversas publicações e propagandas que fazem da sua doutrina.

 

A AMORC, muito conhecida no Brasil e da qual falaremos adiante, não admite o rosacrucianismo de Max Heindel, embora tenha toda a sua estrutura e seus escritos semelhantes ao dele. Na história dos rosacruzes na América, sequer têm a consideração de menciona-lo e à sua organização. Também na Alemanha, a Fraternidade Germânica dos Rosa-Cruzes, que diz ser a única e autêntica ordem rosacruz, não reconhece as obras de Max Heindel.

 

H. SPENCER LEWIS

 

Em 1909, quando Max Heindel já pregava suas doutrinas e tinha um grande número de adeptos, H. Spencer Lewis discordante de muitos ensinamentos de Heindel, visitou a França e lá teve contato com oficiais da Ordem Rosacruz francesa. Lá, foi iniciado nos mistérios rosacruzes, de acordo com os rituais daquela ordem, e foi por ela autorizado a divulgar seus ensinamentos na América.

 

De volta à América, Lewis publicou o primeiro Manifesto público oficial, anunciando o nascimento de um novo ciclo da Ordem. Ignorando a Sociedade Rosa-Cruz de Heindel, Spencer adotou os mesmos métodos de propaganda e divulgação, sendo porém acusado pelos adeptos de Heindel de “comercializar a religião, cobrando dinheiro para filiação e apostilas além do necessário”.

 

De fato a AMORC possui um verdadeiro império em termos de patrimônio. Do mundo inteiro chega dinheiro das filiações, das apostilas e do tremendo comércio de livros, broches, anéis, cruzes, incenso, mini-altares, toalhas litúrgicas e todo aparato usado para as cerimônias nos capítulos, lojas e templos ou nos lares, o que chamam de “sanctum”.

 

O Dr. H. Spencer Lewis foi o primeiro lmperatur (cargo máximo e supremo da Ordem). Morreu no dia 2 de agosto de 1939 sendo sucedido no cargo, como não podia deixar de ser, pelo seu filho, Ralph M. Lewis, que atualmente ainda exerce o cargo.

 

  1. Spencer Lewis escreveu muitos livros onde solidifica a filosofia da Ordem Rosacruz. Seu filho, atual lmperatur, tem também escrito muita coisa sobre a história, a filosofia e os símbolos adotados pela AMORC. Nota-se nos escritos da AMORC a tentativa de liga-la diretamente às Ordens RosaCruzes européias. Afirmam que os primeiros rosacruzes chegaram à cidade hoje conhecida como Filadélfia nos primeiros meses de 1694, onde construíram muitos prédios no local que é hoje chamado de Fairmount Park. Mais tarde se deslocaram mais para o oeste, para a Pensilvânia. Ali fundaram uma instalação gráfica, e muitos dos documentos que imprimiram são preservados como obras literárias de valor histórico.

 

Dizem que contribuíram muito com fundamentos científicos e artísticos dos Estados Unidos e que pessoas eminentes como Benjamin Franklin e Tohmas Jefferson tiveram estreito contato com a então sede nacional dos RosaCruzes. Afirmam ainda que “em conformidade com as normas então estabelecidas, a Ordem entrou em seu período de inatividade externa na América, mas estava ativa na França, na Alemanha, na Inglaterra, na Suíça, na Rússia, na Espanha e no Oriente, até que Lewis a fez renascer nos Estados Unidos”.

 

Nota-se, sem nenhum esforço, como forçam a história dos rosacruzes para dar autenticidade a AMORC. Não mencionam qualquer tentativa de outros grupos, e muito menos a Sociedade de Max Heindel. Ninguém pode engolir o “período de inatividade externa” de uma solta que vive às custas da contribuição dos seus associados, nem tampouco a aceitação por parte dos adeptos desse tal período.

 

A AMORC

 

Como as demais ramificações rosacruzes, a AMORC (Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis) afirma praticar o verdadeiro rosacrucianismo e ser herdeira da verdadeira doutrina dos rosacruzes egípcios.

 

Diz que o verdadeiro autor de folhetos sobre a Fama Fraternitaris Rosae Crucis em 1610 e o Confessio R.C. Fraternitaris em 1615, foi Francis Bacon, um rosacruz confesso.

 

Segundo suas publicações, tem a finalidade de estudar os seguintes aspectos:

 

– Descobrir os mistérios do ser.

– A dual idade do Eu.

– Conhecimento intuitivo.

– Conhecimento das leis da natureza.

– Conhecimento além dos cinco sentidos.

– Consciência Cósmica.

– Uma existência mais plena.

 

 

DOUTRINAS

 

Panteismo

 

Como a Ciência Cristã, o rosacrucianismo é também panteísta, ou seja, admite que tudo o que existe é emanação da substância de Deus. Bacon diz que “Deus e a natureza diferem apenas com a impressão difere do selo”.

 

Reencarnação

 

Embora não se digam religiosos e afirmem aceitar em seus quadros pessoas de todas as religiões, como fazem todas as falsas seitas que querem “abraçar a todos”, os rosacruzes ensinam claramente a crença na reencarnação. Dizem que tal crença não é religiosa, mas uma consequência lógica da vida e uma explicação natural para a existência do . ser humano. Nessa linha de pensamento consideram que há progresso infinito, pois se somos divinos como nosso Pai, não pode haver limitações.

 

A Consciência Cósmica

 

Dentro do pensamento panteísta, crêem que somos um “microcosmos”; uma representação do “macroscosmos”, e que tudo o que existe no universo existe também em nós, pois somos partículas dele. Tudo começou com a Substância Radical Cósmica, que é uma expressão do espírito universal. Os diversos períodos de renascimento são o acesso à divindade, quando o “micro” vai se incorporar no “macro”. Aí o homem será igual a Deus, uma vez que avançou da importância para a Onipotência e da necessidade para a Onisciência.

 

Deus

 

Afirmam que existe um Espírito Universal e esse espirito tem um pólo negativo e um pólo positivo. O pólo negativo é a matéria e o pólo positivo é a energia. O que nós chamamos Deus é esse pólo positivo, uma expressão do Espírito Absoluto Universal. Tudo o que existe é produto daoperação do pólo negativo sobre o pólo positivo.

 

 

 

Jesus Cristo

 

Os rosacruzes têm por Jesus um certo respeito. Reconhecem nele um dos avatares (mestres místicos que vêm ao mundo com uma missão especial). Quanto a salvação anunciada por Cristo, aceitam-na apenas como uma contribuição. Jesus não é o salvador do mundo, mas alguém que veio contribuir fortemente para com essa salvação. Não é o redentor da humanidade, senão um dos que, com seus ensina- mentos, contribuíram para com a redenção.

 

Poderes mentais

 

Acreditando que o homem é uma miniatura da divindade, ou do Espírito Absoluto Universal, os rosacruzes pensam que na criatura humana estão “adormecidos” superpoderes que “acordados” e desenvolvidos contribuiriam para a evolução do homem e, consequentemente, da humanidade. Por isso, em seus ensinamentos por correspondência, incitam à prática das mais estranhas e exóticas experiências no afã de desenvolver os poderes inerentes ao homem. É uma espécie de parapsicologia aplicada que visa aperfeiçoar o adepto e descobrir nele forças sobrenaturais.

 

Gnomos, fadas, etc.

 

Os rosacruzes são muito fantasiosos. Por um lado, apresentam-se como cientistas e por outro,, contraditoriamente, crêem em coisas absolutamente primitivas e infantis como por exemplo, na existência de gnomos e fadas. É claro que procuram dar explicações “científicas” a esses “fenômenos”, como sendo corporificação da força mental ou materialização de forças positivas ou negativas (espíritos, assombrações, etc. ), coisas próprias do misticismo.

 

 

Em simples palavras, poderíamos dizer que á solta dos rosacruzes é uma espécie de espiritismo que busca explicações científicas (que se possam provar). Crêem em tudo o que o espiritismo baixo ou alto acredita, sendo que procuram explicações ao nível do homem para explicar os fenômenos espíritas.

 

Embora afirme não ser uma religião e estar aberta a to- das, o rosacrucianismo, pelos seus ensinamentos, exclui a possibilidade de que o seu adepto seja um crente fiel de outra organização religiosa. Como pode, por exemplo, um cristão evangélico aceitar as explicações que dão para Deus, para Jesus Cristo, para a vida futura, etc. ?

 

Dizem não ser uma religião, mas seus ensinamentos excluem a possibilidade de outra. Essa artimanha diabólica não é usada apenas pelo rosacrucianismo. Quase todas as seitas e filosofias, que se tornam em organizações fraternais e filosóficas, entram por esse caminho.

 

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