2º Trimestre de 2006
Data: 25 de Junho de 2006
TEXTO ÁUREO
“Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido” (1 Co 2.15).
VERDADE PRÁTICA
Discernimento é a habilidade conferida pelo Espírito Santo ao cristão para distinguir o real do aparente e a verdade da mentira.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Mt 16.1-3
Os hipócritas não discernem o tempo de Deus
Terça – At 5.1-5
O exemplo clássico de discernimento
Quarta – 1 Co 2.14
O homem natural não compreende as coisas espirituais
Quinta – 1 Co 12.10
O dom de discernir os espíritos
Sexta – Hb 4.12
A Palavra de Deus é apta para discernir os pensamentos dos corações
Sábado – Hb 5.14
O discernimento do crente experiente
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Deuteronômio 13.1-3; Atos 16.16-18.
Deuteronômio 13
1 – Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti e te der um sinal ou prodígio,
2 – e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los,
3 – não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos, porquanto o SENHOR, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o SENHOR, vosso Deus, com todo o vosso coração e com toda a vossa alma.
Atos 16
16 – E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.
17 – Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo.
18 – E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E, na mesma hora, saiu.
PONTO DE CONTATO
Estimado professor, chegamos ao final de mais um trimestre. Louvamos a Deus pelo discernimento que Ele tem nos dado com o estudo destas lições bíblicas. Sabemos que o homem natural, que não tem o Espírito, não distingue o certo do errado, o puro do impuro, o santo do profano. Mas o filho de Deus discerne bem entre o certo e o errado.
Assim como Paulo, na era apostólica, levantou-se cheio de ousadia e repreendeu o espírito de adivinhação daquela jovem, da mesma maneira, Pedro, orientado pelo Espírito Santo, foi sabedor das reais intenções de Ananias. É, portanto, desejo de Deus que nós, cristãos da presente era, peçamos a Ele que capacite homens com o Seu poder e com o dom de discernimento dos espíritos, a fim de livrar nossas igrejas de heresias e movimentos que cercam o povo de Deus.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Discernir os ensinos que invadem nossas igrejas.
Reconhecer a necessidade do discernimento.
Interceder pelos líderes para Deus outorgar-lhes discernimento.
SÍNTESE TEXTUAL
A necessidade do discernimento espiritual e do conhecimento das doutrinas bíblicas tem aumentado nesses dias devido ao crescimento das sutilezas de Satanás. Mas por outro lado, estamos advertidos por Jesus que disse: “porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que eu vo-lo tenho predito.” (Mt 24.24). Hoje, faz-se necessário o dom de discernir os espíritos que estão camuflados com doutrinas que parecem cristãs.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Como seus alunos reagiram durante este trimestre? O tema das lições foi cativante? Nesta última lição, propomos um recurso que visa despertar seus alunos quanto as doutrinas que invadem nossas igrejas através das músicas que, cheias de sensacionalismos e emoções, arrebanham vidas. As músicas sempre defendem uma visão doutrinária, por isso, escreva trechos de músicas sacras e outras com teor duvidoso (músicas que colocam o arcanjo Miguel como maestro do coral de Deus, ou outras que incitam pessoas a mergulharem numa aventura de fé, como alguns hinos denominados de guerra ou de adoração), em folhas de papel e dê aos alunos para eles analisarem a letra à luz da Bíblia. Conceda-lhes alguns minutos para debaterem entre si e depois conclua corrigindo as letras dos hinos e valorizando as músicas com letras doutrinárias.
COMENTÁRIO
introdução
Durante este trimestre aprendemos a precavermo-nos das sutilezas de Satanás e dos perigos à nossa volta. Há heresias, aberrações teológicas e doutrinas que parecem cristãs. Por meio do ensino dos falsos mestres é possível o cristão reconhecer a fonte, mas, às vezes, tais doutrinas são apresentadas de maneira sutil, tornando-se impossível o seu discernimento sem a ajuda do Espírito Santo.
I. DEFININDO OS TERMOS
1. Sinais e prodígios (v.1). A palavra hebraica ’ôth, traduzida no texto, por “sinal” é termo genérico que significa: “marca, insígnia, indício, milagre, sinal miraculoso”. Quando o sentido é de sinais miraculosos, ’ôth vem acompanhado do termo hebraico mophēth, “maravilha, milagre, sinal, feito” (Êx 7.3; Dt 4.34; 6.22). O Novo Testamento usa o termo grego sēmeion para descrever os milagres operados por Jesus (At 2.22). À luz do texto sagrado, é perfeitamente possível alguém manifestar tais sinais e maravilhas sem ser enviado por Deus.
2. Espírito de adivinhação (v.16). A palavra grega usada para “adivinhação” é python, nome de um dragão que, segundo a mitologia clássica, era guardião do templo de Apolo e do oráculo de Delfos. Acreditava-se que Apolo se encarnava nessa serpente para inspirar as pitonisas. Os gregos chamavam de python, portanto, ao adivinho que previa o futuro.
Adivinhação consiste na revelação de segredos do passado, do presente e do futuro. Essa prática associa-se à feitiçaria, cujo intento é usar poderes do mundo espiritual para influenciar as pessoas ou até eventos.
3. Discernimento. A palavra grega para “discernimento” é diakrisis. O termo aparece três vezes com o sentido de contenda (Rm 14.1). Discernimento, pois, é a capacidade de escolher entre o bem e o mal em virtude do crescimento espiritual (Hb 5.14). É a capacidade sobrenatural para se distinguir a fonte da manifestação espiritual, se é de fato do Espírito Santo, de um espírito demoníaco ou meramente humano (1 Co 12.10).
II. AS ARMAS ESPIRITUAIS
1. O dom do Espírito Santo. O dom de discernir os espíritos aparece logo após o dom de profecia (1 Co 12.10). Por essa razão, muitos vêem no referido dom o recurso para se “julgar” as profecias (1 Co 14.29). Entretanto, o contexto neotestamentário mostra que o dom não se limita a essa função; é também útil para identificar a origem das várias manifestações de profecias, línguas, visões e curas. O discernimento de espíritos manifesta-se em situações em que não é possível, pelos recursos humanos, identificar a origem da atuação sobrenatural.
2. O discernimento apostólico (v.18). Há duas maneiras para se discernir a fonte da mensagem ou dos milagres: pelo conteúdo doutrinário (Hb 5.14; 1 Jo 4.1) ou pela revelação do Espírito Santo (At 5.1-5). O apóstolo Pedro não teria como saber o propósito de Ananias e Safira sem a intervenção do Espírito de Deus. Em Filipos, diz o texto sagrado que a jovem com poderes de adivinhação “isto fez por muitos dias” (v.18): “Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo” (v.17). Isso parece mostrar que o discernimento foi tanto pelo conteúdo doutrinário como também pela revelação do Espírito Santo.
III. AS ASTÚCIAS MALIGNAS
1. Uma mensagem embaraçosa (v.17). A jovem estava possessa, tomada pelo espírito das trevas, logo, a mensagem não vinha de si mesma, mas do espírito que a oprimia. Satanás é o pai da mentira (Jo 8.44) e o principal opositor da obra de Deus (At 13.10). Por que, então, o espírito adivinho elogiou os dois mensageiros de Deus, dizendo a todos que eles eram anunciadores do caminho da salvação e “servos do Deus Altíssimo”? Porque era uma estratégia demoníaca para confundir o povo.
2. O termo “salvação” (v.17). O texto não esclarece a que salvação o espírito imundo referia-se, considerando ser um termo comum entre os pagãos. Essa técnica é usada, ainda hoje, pelas seitas. A salvação dos mórmons, por exemplo, apresenta sentido diferente daquela pregada pelo cristianismo bíblico: como libertação dos pecados (Mt 1.21), livramento da condenação eterna (Rm 8.1) e transformação pelo poder do Espírito Santo (Tt 3.5).
3. Qual a intenção do espírito de adivinhação? O propósito diabólico era dizer a todos que a mensagem que Paulo e Silas pregavam seria a mesma da jovem adivinhadora. Ainda hoje, Satanás usa essa estratégia para fazer o povo acreditar na falsa idéia de que todas as religiões levam a Deus. Essa mensagem é absolutamente oposta à Bíblia; Jesus é singular, o cristianismo é exclusivo; somente Jesus conduz o homem a Deus (Jo 14.6; At 4.12).
IV. DISCERNIMENTO
1. O falso e o verdadeiro (v.2). Deus deu a Israel profetas legítimos, os quais falaram inspirados pelo Espírito Santo. Mesmo no reino dos profetas, Deus permitiu o surgimento de falsos profetas (2 Pe 1.19-21; 2.1). Como distinguir o falso do verdadeiro? O texto sagrado diz: “profeta ou sonhador… te der um sinal ou prodígio” (v.1). Isso fala de sinais grandiosos que podem impressionar os imprudentes. O termo: “Vamos após outros deuses” (v.2), trata-se de milagres estranhos. Qualquer um, portanto, mesmo com o mínimo de discernimento, tem condições de discernir a fonte desses aparentes milagres.
2. A necessidade do discernimento. Já vimos em lições anteriores a possibilidade de manifestações sobrenaturais por meio de homens não comprometidos com a verdade. Jesus disse que o Anticristo virá fazendo sinais, prodígios e maravilhas de maneira tal que, se possível fora, enganaria até os escolhidos (Mt 24.24). Os agentes de Satanás transformam-se em anjo de luz, e seus mensageiros em ministros de justiça (2 Co 11.13-15). O crente depende da ajuda do Espírito Santo para discernir a verdade, e, para isso, é necessário estar em comunhão com Ele.
CONCLUSÃO
É dever do cristão não se levar pela manifestação de sinais sobrenaturais sem antes ter certeza de sua origem. Há quem defenda a ortodoxia cristã, mas não tem qualidade ética, não vive o que prega e nem prega o que vive. Por outro lado, há quem viva uma vida exemplar, mas cuja doutrina é heresia. Que Deus abençoe e ajude-nos! Fiquemos sempre na Palavra de Deus.
VOCABULÁRIO
Cardeal: Principal, fundamental.
Imediatista: Praticante do imediatismo; sistema de atuar dispensando mediações e rodeios. Filosofia e prática daqueles que cuidam absorventemente do que dá vantagem imediata.
Sine qua non: Condição sem a qual é impossível.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
LIMA, P. C. O que está por trás do G-12. RJ: CPAD, 2000.
EXERCÍCIOS
1. Em que consiste a adivinhação?
R. Consiste na revelação de segredos do passado, do presente e do futuro.
2. Quais as funções do dom de discernir os espíritos?
R. Identificar a origem de diversas manifestações espirituais.
3. Quais as duas maneiras para se discernir a fonte dos milagres?
R. Pelo conteúdo doutrinário ou pela revelação do Espírito Santo.
4. O que significa o termo discernimento?
R. Discernimento é a capacidade de escolher entre o bem e o mal em virtude cio crescimento espiritual.
5. O que o Senhor disse do Anticristo?
R. Que o Anticristo fará sinais, prodígios e maravilhas de maneira tal que, se possível fora, enganaria ate os escolhidos.